Kokoro escrita por Claire


Capítulo 7
Férias


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou curtinho e na verdade só enchi linguiça, mas tá valendo ^^'' Acho que não se passaram dois dias mas como tive tempo resolvi postar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468954/chapter/7

O ano finalmente acabou e deu lugar para as férias, trazendo consigo conversas sobre viagens e planos dos mais variados tipos. Shiro iria para a casa da avó no interior e por isso não estava envolvido nos planos de Oliver e May de ir para a praia, mas May nem parecia triste pois Rin recebera autorização para ir junto. Os preparativos foram rápidos: roupas de banho, toalhas, protetor solar (que Rin não usaria, afinal não precisava), comida para a viagem, mais roupas e estava tudo pronto. Se encontraram na casa do pai de Oliver e logo estavam a caminho da casa de praia, todos enfurnados em um 4x4 prata.

Oliver se sentou perto da janela e Rin foi no meio, afinal era a única que não ligava de perder a vista até lá. Na frente foi apenas o pai de Oliver e meio quilo de mochilas com comidas que poderiam facilmente alimentar uma dúzia de pessoas. Rin calculou que só 47% daquilo seria consumido durante a viagem.

A casa em si era simples: dois quartos, sala, cozinha e uma varanda grande na frente. O melhor mesmo era a vista… Ficava em uma parte isolada da praia, quase chegando na floresta, de frente para uma faixa extensa de areia e o oceano. Oliver e May se ocuparam de desembarcar as malas enquanto Rin e o pai de Oliver entravam na casa para verificar algumas coisas técnicas, como o fornecimento de água e luz.

Então… Você é uma robô… Não vai te danificar se entrar no mar?

Kaito me fez a prova d'água com sistema de flutuação feito para simular a flutuação humana.

Hm… Parece bom… eu acho

Seria se os humanos não afundassem se pararem de se mover. Gasto mais energia na água que fora dela.

O homem alto de cabelos castanhos não falou nada. Não estava acostumado com conversas de robô, afinal ele não ganhava o suficiente para ter um desses ele mesmo. Só vira robôs realistas na TV e nas casas de pessoas ricas quando precisava passar por um bairro desses. Estava visivelmente sem graça com a presença de Rin mas já que seu filho queria trazê-la – e seu dono tinha permitido, é claro – quem era ele para dizer que não. Até por que ele sempre se preocupara que Oliver talvez não tivesse muitos amigos já que ele andava com May e Shiro praticamente desde que aprendera a andar. Sendo vizinhos era de se supor que criassem uma amizade… Mas lhe parecia estranho que ele nunca falasse sobre mais nenhum amigo.

Oliver entrou com as mochilas e respirou aliviado quando a luz se acendeu quando tentou o interruptor, afinal era um saco ter que usar as velas ou as lanternas, então voltou correndo para buscar mais enquanto uma May ofegante carregava três mochilas repletas ao mesmo tempo. Rin foi até ela e lhe ajudou, então foi para o carro ajudar Oliver enquanto May conversava com o Sr. Akito lá dentro.

Tem mais alguma coisa para pegar? - Perguntou Rin dando um breve sorriso e observando o porta-malas vazio.

Não eu peguei tudo. Pra que trouxemos tanta coisa?

Não sei, foi Kaito quem fez minha mala. O que vocês vão fazer depois dessa semana?

Ah… Estava pensando em programas normais, que tal cinema?

Parece bom. May queria ver aquele filme novo sobre o menino perdido em Marte mesmo.

Não, eu quis dizer… Eu e você

Rin parou e ficou olhando enquanto Oliver corava e balançava a cabeça. Suas informações diziam que era um pedido de encontro, porém o fato dela estar fora da categoria “namorável” para humanos descartava essa opção. Informações conflitantes a deixaram com um leve lag que foi suficiente para deixar Oliver ainda mais vermelho, já que ela não dizia nada.

Desculpe Oliver, não tenho dados consistentes na database para situações como esta.

Dados... Ah, ok. Bom deixa para lá. Depois escolhemos o que fazer, o Shiro só volta daqui a duas semanas mesmo.

E batendo com força o porta-malas ele entrou na casa carregando o restante da bagagem. A vermelhidão já não era mais visível em seu rosto e no lugar apenas uma expressão séria denunciava sua chateação com algo. Rin olhou o carro e depois em volta, então deu o local como potencialmente seguro e entrou.

 

 

Como pudera ser tão burro… Claro, ela não era humana. Não era como May por exemplo, não tinha como sair com ela e realmente se envolver. Sua cabeça girava e doía com o esforço de não pensar naquilo tudo, mas fazer o que? Iria se focar no que importava dali em diante e esquecer essa história toda. Não era como se ele realmente estivesse se apaixonando afinal, era apenas um deslumbramento causado por… Sabe-se lá pelo quê. Mas passaria. Ele sabia que passaria. Não tinha como namorar uma IA, certo? Não ia rolar. Mas se ela ao menos fosse humana…

 

 

O último a chegar paga a pizza!!

May pulou segurando as pernas e levantando muita água no processo, o que deixou Rin e Oliver completamente molhados. Não que se importassem já que estavam ambos correndo para dentro do mar gelado mesmo… May surgiu pouco depois de afundar e soltou um gritinho enquanto tremia, afinal a água estava mesmo fria, então ela levantou os braços e afundou de novo. Nada melhor para se acostumar com a água do que se submeter a ela.

Era uma terça-feira de sol onde as gaivotas faziam barulho na praia. Rin tinha colocado o maiô preto com detalhes amarelos que Kaito enfiou em sua mochila e May, exibida, estava com seu biquini cor de rosa. As duas juntas pareciam propaganda de alguma vitamina estranha: Rin era reta, sem nenhum sinal de seios despontando em parte alguma, mas com quadris até bastante redondinhos e só por isso não era completamente plana, enquanto May era cheia de curvas com seus seios médios e bumbum grande combinando com a cintura fina. Para descrever melhor, May era a adolescente enquanto Rin era a criança corporalmente falando. E obviamente isso não passou despercebido por Oliver, que mesmo sendo muito amigo de May não conseguia deixar de olhar o bumbum dela.

Os três brincaram na água por algum tempo e então May foi para a areia se expor ao sol – e a quem mais quisesse ver – enquanto Oliver e Rin caminhavam pela areia quente sem conversarem entre si. Rin sabia que lugares como aquele eram usados para fugir do stress da cidade e por isso eram considerados agradáveis, portanto exibia um sorriso satisfeito para combinar com a paisagem. Oliver a olhava de vez em quando mas nunca ficava mais do que três segundos observando seu rosto.

Rin… O que vai acontecer com você quando nos formarmos?

Kaito está preparando um programa para mim. Ele não me deu detalhes sobre isso mas disse ser um emulador, ele chamou de “Kokoro”. Significa

— … Coração.

Oliver pareceu um pouco confuso no começo, mas logo uma pequena ideia do que se tratava surgiu e ele ficou incrédulo. Não era possível. Não tinha como. Não era ético e nem viável… Era?

Ele disse quando ficaria pronto?

Não.

E ele concordou, afinal não tinha ideia alguma da complexidade de um programa como esse, então não tinha como imaginar quando ficaria pronto. Mas algo em seu íntimo desejava que, se fosse mesmo o que ele imaginava, que ficasse pronto logo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E é isso... como falei foi curtinho.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kokoro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.