Kokoro escrita por Claire


Capítulo 11
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Espero que não tenha demorado MUITO para postar esse, escrevi toda apressada depois de um coment que recebi ^^' Mas tá aí, e só para avisar faltam mais ou menos 3 capítulos para o fim MHUAHAHA



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O salão era um sonho. Como todo ano, a festa foi dada em um sítio afastado da cidade que tinha de tudo: Piscina, quadra de esportes, sauna, até mesmo árvores haviam ali. E é claro que o comitê de decoração fizera um ótimo trabalho com todo aquele clima de festa nas nuvens. Haviam balões brancos na piscina, detalhes que imitavam flocos de neve na fachada do salão principal, e todo o interior era como a fase do gênio no antigo joguinho do Aladim. As meninas estavam muito bem arrumadas com vestidos longos e rodados de princesa, e os meninos eram príncipes com terno e limousine. Oliver ajeitou a gravata preta quando passou pela porta com uma Rin baixinha pendurada no braço direito, mas ao contrário do que acontece nos filmes absolutamente ninguém se virou para olhá-los. Havia música suave tocando e um grupo de meninos conversavam em um canto enquanto as meninas entravam e saíam do banheiro na tentativa de arrumar a maquiagem. Alguns poucos casais dançavam na pista de dança e outros conversavam nas mesas, todos ocupados demais para perceber quem chegava. Então Oliver levou Rin até uma das mesas e a fez se sentar.

 

Você quer um refrigerante? Tem salgadinhos se quiser.

 

Eu não como, Oliver, mas obrigada por oferecer.

 

Ah é

 

Apesar de tudo Rin ainda era um robô e Oliver tinha a mania de esquecer. Mas ela parecia tão angelical naquele vestido branco com pedrinhas formando flores na altura da cintura e a coroa de flores que ele não conseguia manter a condição dela em mente por muito tempo… Ele se sentou com ela e começaram a conversar banalidades já que ainda haviam várias pessoas para chegar antes da festa de fato animar, e acabaram por esquecer completamente onde estavam ou por quê estavam ali. Mas infelizmente outra pessoa estava extremamente ciente da presença deles naquele salão.

 

Lia Farris. Ela estava linda em um vestido vermelho com decote coração e o cabelo agora ondulado preso em um rabo alto. Seu acompanhante era um garoto de cabelos pretos que não parecia muito interessado em deixá-la em paz, afinal ela fizera de um tudo para que ele a convidasse e agora ele queria o que fora prometido. Mas ela não estava disposta a cumprir sua palavra naquela noite e nem em nenhuma outra. Apenas precisava de alguém para colocá-la na festa e ele viera bem a calhar… Ela observava o feliz casal na mesa do outro lado do salão com uma atenção digna de jogadores de xadrez. O rapaz chegou mais perto dela e sussurrou algo em seu ouvido com um sorriso pervertido tão grande que qualquer um perceberia o teor da conversa, e também perceberia o nojo estampado no rosto de Lia. Ela apenas sorriu quando ele se afastou e concordou, então ele se levantou e foi até a mesa das bebidas pegar algo para ela. Que idiota… A única pessoa em quem ela se interessava estava com Rin e sorria como um imbecil apaixonado.

 

(…)

 

O salão era o primeiro cômodo de um casarão de dois andares; no primeiro havia o salão, uma cozinha nos fundos e dois quartos que estavam abertos enquanto no segundo ficavam os banheiros e vários quartos trancados para evitar acidentes durante o baile. As pessoas subiam e desciam as escadas com frequência e Rin ficou se perguntando se era normal aquela quantidade de pessoas indo ao banheiro ao mesmo tempo, mas Oliver estava tão anormalmente falante que ela preferiu continuar conversando com ele. Era agradável para Oliver ter a presença da pequena robô já que ela sabia falar de absolutamente todos os assuntos. Seria a garota perfeita se…

 

Que coincidência Oliver!— A voz de Lia interrompeu subitamente a conversa e fez ambos virarem o rosto rapidamente – Acredita que o Tanaka aqui me convidou para vir?

 

Hmm… É “Takano”…— Sussurrou o garoto de cabelos negros que estava ao lado dela.

 

Tanto faz. Não é ótimo?

 

Lia sorria de orelha a orelha e Oliver achou aquilo estranho, mas também sorriu. Gostava de Lia apesar de tudo o que ela aprontara nos anos anteriores e sabia que ela estava tentando mudar. Rin também sorriu embora o olhar de Lia lhe fosse glacial.

 

É muito legal mesmo, só faltou May e Shiro para ficar a turma toda reunida.

 

É, mas tudo bem. Então o que estão pensando em fazer depois do baile?

 

Nada, vou levar Rin para casa e voltar para a minha, por quê?

 

É que eu vou dar uma pós festa na minha casa e queria que fossem.

 

Takano olhou-a com uma enorme interrogação no rosto. Ela não tinha comentado nada sobre um pós festa, e na verdade eles tinham combinado algo completamente diferente para depois daquilo. Para a felicidade de Takano, Oliver dispensou-a com delicadeza e Rin resolveu seguir a deixa para subir até o banheiro. Queria ver por que tantas meninas iam e vinham de lá então subiu as escadas com rapidez e entrou no cômodo com uma bonequinha gravada na porta. Ali dentro uma verdadeira batalha de secador, maquiagem e falatório se desenrolava e ela achou estranho já que todos estavam arrumados e não precisavam de retoques. Haviam meninas enfiando papel dentro do sutiã, outras tirando a maquiagem só para colocar outra em cima, algumas esticavam ainda mais os cabelos lisos, mas todas pareciam desesperadas em busca da perfeição e Rin não entendeu direito aquilo pois nunca soubera como era o interior de um banheiro até aquele momento, mas não iria se envolver com tudo e saiu dali o mais rápido possível. E quando saiu Lia esperava por ela.

 

Oi geniazinha. - Falou com um sorriso falso no rosto.

 

Olá Lia. Está linda.

 

Eu sei. E tenho meus motivos, mas você está no meu caminho e eu não tenho problemas em te tirar dele.

 

A que se refere?

 

Oliver, sua anta. Você é uma criança e ele precisa de uma mulher, então vai pra casa brincar de casinha e saia de perto dele!

 

Você… Está interessada no Oliver? Por que eu posso falar para ele se você quiser.

 

Tá surda? SAI DAQUI!

 

E em seguida tudo aconteceu tão rápido que ninguém conseguiu explicar ao certo o que foi. Lia empurrou Rin com força e jogou a Robô contra a porta do banheiro, que se abriu e fez com que ela caísse lá dentro. Rin se sentou no chão e olhou para Lia, que mantinha os olhos completamente arregalados, depois olhou em volta e percebeu que as meninas estavam caladas com o olhar preso nela. A princípio ela não identificou nada que fosse digno dessa reação, mas então percebeu que na queda ela quebrara um secador e estava sentada em cima dos pedaços de plástico e fios faiscantes, o que obviamente teria eletrocutado uma humana normal.

 

Você é uma

 

(…)

 

Rin desceu as escadas como um raio cortando por entre os vestidos coloridos. Não fazia nem 3 horas desde que chegara ali e já sabia que teria que ir embora. O modo como os sussurros começaram, o olhar de ódio e espanto das meninas, tudo indicava que ela não seria aceita na escola novamente. Ela demorou pouco mais de 2 segundos para processar todas essas informações antes de sair correndo até encontrar Oliver na mesa dos doces.

 

Oliver as meninas no banheiro descobriram que não sou humana.

 

E o que tem?

 

Elas irão hostilizar você por ter me trago até aqui. Humanos ainda não aceitam este tipo de interação.

 

Que tentem! Não tenho vergonha de você Rin. Não vou embora só por isso, quero curtir a noite contigo.

 

E Rin demorou para processar este novo dado sobre Oliver. Ele não se importava com as outras pessoas, mas se importava com ela. Era estranho, mas não era incomum que humanos desenvolvessem sentimentos afetivos por objetos, então ela compreendeu aquele comportamento. Não poderia se sentir feliz em saber disso, mas a informação ficou guardada em sem HD. E eles continuaram na festa sem se importarem com os rumores e os olhares, e dançaram música atrás de música, e Lia não chegou perto do casal novamente. Em vez disso ficou no celular por mais de meia hora antes de voltar para seu encontro com seu par.

 

(…)

 

Kaito estava onde disse que estaria: em seu escritório/laboratório. Ele teclava violentamente quando Rin entrou e lhe tocou o ombro, então ele levantou o olhar vermelho de cafeína e sorriu. Sentia-se muito cansado e muito alerta por causa do café e não iria parar de programar até estar exausto, então Rin lhe fez mais café e também alguns biscoitos pois não sabia quando fora a última vez que Kaito comera alguma coisa. Ela fez um longo discurso sobre como passar tanto tempo na frente de uma tela não era saudável, mas Kaito só fez sorrir e abraçá-la enquanto sussurrava que era tudo por ela. Rin sorriu de volta sem realmente compreender o sentimento por trás do sorriso de Kaito.


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