Fiquei olhando as nuvens brancas e fofas, as lágrimas escorriam por vontade própria, já não me importava mais. Eu estava sendo mandada para longe, como se eu fosse uma granada da qual queriam se livrar. Senti meu coração falhar em uma batida. Fazia algumas horas que eu estava trancada no avião, tendo como companhia, minhas músicas, já que Thalia dormia profundamente.

Minhas cabeça latejava, meu coração doía. Mas eu estava destinada a tornar disso uma oportunidade, fazer com que valesse a pena, mostraria que Annabeth Chease não era uma garota fraca, eu faria a diferença.

Senti Thalia bater no meu braço e olhei para ela. Seus cabelos pretos eram repicados, com as pontas azuis, seus olhos, que agora estavam fechados, eram de um azul elétrico, que quando estavam com raiva, davam medo. Ela realmente era bonita, com um estilo rockeiro. Nunca soube o motivo da nossa amizade, mas, felizmente, é forte o suficiente para ajudarmos uma a outra em horas como essa.

Senti um leve tremor, logo em seguida, a aeromoça avisou que estavamos chegando. Acordei Thalia e olhei pela janela, minha futura cidade estava com um tempo nublado, o que me deu uma imensa vontade de chorar e voltar para casa, minha casa.

Saímos do avião sem ter ideia do que fazer, ou para onde ir. Logo avistei dois homens altos e fortes, com plaquinhas com o nosso nome escrito. Junto com eles, havia uma grande quantidade de adolescentes. Pareciam impacientes, e , ao nos juntarmos, percebemos que eles eram todos meio conhecidos, rapidamente, me senti excluída.

–Percy? - murmurou Thalia, baixinho.

–Thals? - falou um menino de olhos verdes e cabelos pretos, na minha opinião ele era perfeito, forte e usava uma camiseta azul, calça jeans e um all star preto. Em uma das mãos, segurava um celular e na outra um óculos de sol. Logo que viu Thalia, deu um abraço apertado nela, como se fossem melhores amigos.

–Como eu senti sua falta, bocó.- falou Thalia animada, fingi uma tosse para perceberem que eu estava ali.- Ah, desculpa, essa é Annabeth, minha melhor amiga, e Annie, esse é Percy, meu primo!

–Prazer - falei, dando um rápido aperto de mãos.

–Digo o mesmo, mal influência a Thals pra você, não é mesmo?- falou em com uma voz rouca, e ao mesmo tempo sexy.

–Acho que não - falei um pouco ríspida, como ele podia falar da Thalia dessa maneira?.

–Calma bonequinha, só estou brincando-falou ele, em tom divertido.- Pelo jeito tá cansada da viagem, vamos logo, eles nos levarão ao condomínio, estávamos cansados de esperar vocês.

–Você também mora no condomínio?- perguntou Thalia.

–Sim, a Bi e o Niquito também, parece que nossa família cansou da gente- disse rindo.

–Podemos ir?- perguntou uma voz grossa atrás de mim. Me virei e vi que era um dos homens de terno.

–Vamos pessoal, elas devem estar cansadas.- Falou outro homem, que até antes eu não havia reparado ele ali.- Desculpe, prazer Apolo, tio da Thalia.- ele era loiro, tinha olhos azuis e aparentava 18 anos, um sorriso sedutor e uma voz arrepiante.

Caminhamos em direção aos carros, eram quatro, e dentro de cada, iam 4 adolescentes e um adulto. Dirigimos por uma estrada sinuosa, rápido, e logo estávamos no local, um condomínio fechado, com altos muros de proteção. Quando adentraram, meu queixo caiu, pois tudo era incrível. Havia quatro casas, que, segundo Apolo, as de costas pro mar, eram as das meninas, e na frente delas, eram as dos meninos. As casas eram parecidas com chalés, todas grandes e bem abertas, com janelas gigantes. No final da rua, havia uma especie de edícula, na qual possuía uma churrasqueira, uma mini cozinha e uma mesa grande de madeira. No lado da edícula, tinha uma piscina, não era grande, mas também não era pequena. Ao redor da piscina, havia mesas, guarda sóis e cadeiras. Tudo arrumadinho e perfeito. Meu olhar correu para a praia, onde o mar era azul e a areia fofa, o sol já estava se pondo, dando uma vista incrível para todos no carro.

Fomos levadas até uma das casas, onde dividiríamos com outras duas meninas, Piper e Hazel, que pareciam ser bem gentis. Escolhemos os quartos, todos com vista para o mar. O meu era todo branco, com um banheiro, closet e uma sacada, com a vista incrível para aquela perfeita imensidão azul. Joguei minhas coisas em qualquer lugar, louca para dormir. Fui para a sacada e me sentei lá, colocando as pernas para fora da grade, e fiquei balançando, como uma criancinha. O sol estava tocando o mar, deixando o céu com uma cor linda, e o mar, como se fosse fogo líquido. Uma lágrima solitária escorreu pela minha bochecha sem minha permissão. Me levantei dali, e fui em direção a cama, jogando os tênis em algum canto do quarto. Me deitei, fechei os olhos e dormi quase instantaneamente.