Joel.

Ótimo. Como esconder pegadas. Mais uma para adicionar á lista de coisas que me arrependi de ensinar para Ellie. Eu já tinha passado da área que nós costumávamos caçar há algum tempo. Jé faziam 8 horas desde quando ela tinha saído, e nós nunca demoramos tanto.

No mínimo tinha se metido em encrenca. Bem típico daquela garota.

Minha preocupação passou do limite quando encontrei dois corpos não infectados à beira de um penhasco. Flechas enfincadas neles.

Logo abaixo, tinha um pequeno e calmo rio. "Ela não foi por aqui". Então ouvi uma explosão que me fez mudar de ideia. Não era uma explosão qualquer (como se isso fosse possível), era familiar. Bomba de pregos. Eu pulei do penhasco.

Ellie.

– Wow! Onde aprendeu isso?? - Perguntou Aiden sussurrando.

– Joel me ensinou. Meia dúzia já foi.

– Ainda tem muitos deles. Uma dúzia eu acho. É só o que dá pra ver.

– Eu só tinha essa bomba.

– Quantas flechas você tem?

– Oito. E você?

– Seis.

– Então nossos tiros têm que ser fatais. Praticamente todos. - Eu disse me abaixando.

– Isso se não tiver mais um monte deles mais pra frente. - Ele se abaixou ao meu lado. - Vamos passar por eles silenciosamente. Só atire se for uma emergência.

Continuamos abaixados, andando lentamente. Duque estava atento. Passamos por vários deles. Começou a nevar mais forte. Entramos em um velho galpão para nos abrigar. Ainda em silêncio. O velho chão de madeira rangia sob nossos pés.

– Esse lugar... Não parece muito seguro... - Aiden disse olhando para o chão.

Duque farejou algo no fundo do salão. Suprimentos. Comida.

– Parece que não vamos mais caçar hoje - Eu disse e nós dois fomos na direção do cachorro. Antes de chegarmos o chão cedeu.

Eu estava mais preocupada com o barulho do que com minha queda. 4 metros e um som ensurdecedor das tábuas caindo. Uma delas caiu sobre o pé direito de Aiden. Eu não me machuquei. Duque estava latindo, encurralado em algum lugar acima de nós.

– Merda! - Gemeu Aiden entre os dentes. Sua expressão era de pura dor.

– Eu levanto a tábua e você tenta tirar seu pé daí de baixo, ok?

Ele assentiu, se segurando para não gritar de dor. Suor escorria de sua testa. Eu a levantei e ele arrastou a perna para o lado.

– Fomos pegos! - Aiden disse desesperado.

– O que? - Demorei para entender o que ele disse.

– Olhe em volta, Ellie! Não tem saída e a única escada foi destruída!

– Uma armadilha! Droga!

– É, e não são os donos dela que vão pegar as presas!

Desespero. Estava pensando em uma maneira de sair dali quando infectados pularam para dentro do galpão. Duque latia e eu atirava flechas uma atrás da outra. Bem, aquilo era uma emergência. Esfaqueava os que chegavam perto, protegendo Aiden, que ainda deitado usava sua besta com precisão. Derrubava alguns deles com apenas uma flecha cada. Mas as flechas eram poucas. As minhas também acabaram. Eu usava um pedaço de madeira para afastá-los, mas eram muitos.

Eu estava quase desistindo quando ouvi tiros do lado de fora. Segundos depois os tiros vinham de dentro. Ouvi um grito áspero.

– PRO CHÃO!!

Não pensei duas vezes e me joguei do lado de Aiden. Tiros de escopeta ecoaram, e os infectados que estavam na minha frente, prestes a me atacar, voaram para meu lado direito. Não se mexiam mais. Estavam mortos.

Era Joel. Estávamos salvos.