How to survive escrita por Hayley Deschannell


Capítulo 17
Cabeça Dura


Notas iniciais do capítulo

I'M BACK! HUEHEUHEUHEAUIEHAUEHI



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Joel

– Como fui tão idiota ao ponto de acreditar que você aceitaria tudo isso... – Maria parecia desapontada comigo. Eu não ligava, eu sabia que ela estava errada em tudo.

– Correção: como foi tão idiota ao ponto de acreditar em toda essa merda que esse moleque diz. Além da Ellie, você também? – Eu disse cerrando os dentes.

Ela permaneceu calada. Tommy se aproximou de mim com os punhos fechados.

– Você não passa de um cabeça dura! Sério, tá ficando um velho chato!

– E você um cabeça oca! Desde quando tá tão amolecido assim?

– Ele é pai. – Maria voltou pra conversa.

– Isso não justifica nada. Eu também já fui.

– E ainda é. E sim isso justifica. Você não entregou a Ellie para os vagalumes 5 anos atrás.

Eu fiquei calado. Maria tinha esse dom de deixar as pessoas sem palavras.

– Você também teve os seus momentos ruins, irmão. Fazemos qualquer coisa pra sobreviver.

– Façam o que quiserem. Mas vocês sabem que eu sempre ando com minha arma no coldre.

* * *

O tempo passou.

Eu ainda não confiava no garoto. Mas ele fazia Ellie feliz, mesmo depois de tudo que ela passou. Com menos da metade dos meus anos de idade, ela já havia passado pelo dobro de dificuldades que eu passei.

Desejava que William não fosse mais uma delas.

Ellie

Verão.

O tempo em Jackson era úmido e com ventos fortes. Os dias eram quentes, quando não estavam nublados, e as noites frias. Joel ainda odiava Willy. Mas antes de tudo ele foi outro Joel. Ele entendia. Então estava tudo bem. Até aquela manhã.

No meio da primavera, a comunidade plantava alguns alimentos. Mas em pouca quantidade, já que não tínhamos máquinas, e perdemos vários cavalos. Esse era o grande problema.

Peter e seus colegas médicos investigaram tudo, e pelos sintomas era um vírus que matou os cavalos. Concluíram que era uma pneumonia viral, infectando seriamente seus pulmões. Temiam que isso poderia afetar humanos, pois não tínhamos remédios e equipamentos suficientes para tratar algo assim.

Antes de amanhecer, William estava no meu quarto com o Duque. O cachorro morria de medo de raios. Era uma tempestade. Eu me sentia segura com Wiliam no quarto comigo. Eu tocava violão. Ele cantava desafinado. Nós nos divertimos. Passamos aquela noite juntos, pela primeira vez, e sem ninguém saber. Muito menos Joel.

Este que gritou meu nome para me acordar. Quando ouvimos o grito, o desespero tomou conta de mim.

– Willy, se ele te ver aqui, nós vamos morrer!!! – sussurrei desesperadamente. Ele acordou e levantou na velocidade da luz.

– Merda! Tchau! – William saiu pela janela do mesmo jeito que estava, escorregou no telhado e caiu no meio dos arbustos. Alguns segundos depois ele levantou a mão fazendo um sinal de que estava tudo bem. Eu abafei uma gargalhada.

Joel me chamou mais uma vez, eu me troquei, escondi a camisa do Willy em cima do guarda-roupas e empurrei a calça pra de baixo da cama, numa velocidade incrível.

Na tempestade da noite anterior, o vento derrubou algumas arvores do pomar, e Joel, Tommy e os outros foram tira-las do caminho. Fiquei sozinha em casa, então era a chance de William entrar em casa sem que ninguém percebesse.

No outro dia, de manhã, Joel parecia estar mal. Mas ele foi ajudar na colheita.

– Lutou com um gato é? – Ele perguntou pra Will.

– É que...

– Ele caiu! – Interrompi. – Eh... na escada!

– Escada?

– Ééé... Na... Escada da varanda do Peter! Eu escorreguei e caí naqueles arbustos e me arranhei nos espinhos.. heh... – Continuou o garoto.

– Hm... Mas que estranho... Os arbustos do Peter não tem espinhos... Só os meus... – Joel parecia desconfiado.

– Nossa... Eh... Sério que não tem? Por que doeu como se tivesse, hehehehehe...

– Hm, esse tem merda na cabeça, só pode... – Disse se afastando, pro nosso alivio. Depois de uma distância segura, soltamos a risada.

Ele parecia desanimado, diferente. Mas não me preocupei. Só queria que ele se afastasse.

Joel estava demorando para o almoço, então eu e Maria fomos chama-lo. O encontramos caído no meio do pequeno pomar. Peter diagnosticou a pneumonia. Ele estava realmente mal. Eu poderia ter impedido ele de ir para a colheita se eu tivesse prestado atenção no estado dele naquela manhã. Mas estava preocupada com outra coisa.

No outro dia era meu aniversário. Mas eu já tinha me esquecido.


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