A angústia em seu peito estava se tornando cada vez mais forte e intensa. O dia tinha sido exatamente tudo o que ele esperava que não fosse e a dor se alastrava sem previsão de ir embora. Por todos sofrimentos que já tinha vivenciado não cabia lugar para mais nenhum. Decidiu sair de casa para evitar perder o controle de si mesmo, precisava fugir dali e logo.

Entre os mais tropeços passos, Peeta caminhava sem direção e sem hora pra voltar. Sabia que em meio a um turbilhão de sentimentos o que ele deveria fazer agora era se afastar a fim de evitar uma grande discussão. Ele não queria colocar Katniss sobre pressão mas não queria ouvir suas desculpas. Não estava em hipótese alguma pronto pra começar aquele jogo novamente.

A rua estava deserta e não ouvira ninguém gritar o seu nome para que o evitasse de ir embora. Ergueu a cabeça e a cada passo que dava se sentia mais longe, longe da Katniss, longe do Gale, longe de todos os problemas.

Ao chegar no centro da cidade observou uma inquieta movimentação de pessoas, não sabia ao certo o que estava acontecendo até se aproximar. O trem estava passando e com ele, vários passageiros a retornar. Mães felizes ao verem seus filhos, rapazes abraçando carinhosamente suas amadas, meninas com sorrisos indescritíveis ao verem seus pais. Peeta, naquele momento, viu que não tinha nada daquilo. Sua família estava reduzida a cinzas, a mulher que ele pensou que finalmente passaria o resto da vida estava com dúvidas e consequentemente a dor de não poder vir a ser pai um dia o arrematou. Lágrimas caíram pelo seu rosto com motivos suficientes para nunca irem embora. "Eu preciso encontrar minha felicidade, preciso encontrar alguém que sorria incansavelmente ao ver meu rosto, que planeja ter uma vida ao meu lado. Alguém que me queira e não tenha dúvida nenhuma disso." Peeta se aproximou da bilheteria.

– Oi moça, você pode me dar uma passagem pra Cidade 2? - Disse Peeta, embora percebera que algo errado estava acontecendo com ele.

– Peeta, como é bom te ver! Você está bem? - Disse a moça com um sorriso sincero.

– Estou sim... mas... - Peeta começara a se sentir tonto. - Eu não estou me sentindo muito... - Os olhos já estavam ficando turvos quando de repente seu corpo caiu no chão, empalidecido e sem forças. Várias pessoas vieram para ajuda-lo mas o rapaz estava desmaiado.

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– PEETA, OLHA PARA A TELEVISÃO! VOCÊ ESTÁ VENDO QUEM A KATNISS É? AQUELA DESGRAÇADA MATOU A SUA FAMÍLIA, MATOU TUDO O QUE VOCÊ ACREDITAVA.– O homem que gritava olhando fixamente em seus olhos tinha os cabelos cor de fogo e olhos verdes. Era extremamente forte e não tinha pretensões de ir embora até Peeta olhar diretamente para a televisão.

– Eu.. olhando...eu...estou...olhando. - Peeta não conseguia completar a frase.

– OLHA DIREITO E NÃO TIRA ESSES OLHOS!– Bufou irritadíssimo. - ESSE MENINO É IRREDUTÍVEL! NÃO ACREDITA QUE A KATNISS É UMA ASSASSINA E MANIPULADORA! ELE ACHA QUE ELA É UMA INOCENTE, QUE NUNCA FEZ NADA A NINGUÉM E QUE NADA FOI CULPA DELA.– O forte homem gritava com repugnância mas resolveu se aproximar lentamente e em seguida abaixou seu tom de voz. Seu rosto estava quase colado ao seu. - Infelizmente, Mellark. Sua musa e deusa não é aquilo que você pensa. Você vai ver. - Uma pausa acompanhada do silêncio reinou sob o lugar.

Peeta percebeu que o homem estava se afastando mas segundos depois começou a sentir um líquido gelado entrar em suas veias.

Olhou ao redor e suas algemas estavam soltas. Não havia mais ninguém ali. Focou em um pequeno ponto preto. Após sua visão melhorar percebeu que se tratava de uma porta. Caminhou curiosamente em direção e girou a maçaneta.

– Katniss! - Ele suspirou com alívio ao vê-la, mas quando observou-a mais atentamente algo estava claramente errado. Ela estava completamente nua, com um sorriso malicioso estampado em seu rosto. Peeta ficou extremamente surpreso ao vê-la daquela forma, nem no melhor dos seus sonhos ele pudera pensar que Katniss tomaria uma atitude tão intensa.

Peeta a acompanhou. Katniss em nenhum momento falou qualquer palavra, apenas o olhava com desejo. A fim de entender o que acontecia, começou a falar. - Olha Katniss, não estou entendendo. Por que você está nua? - Balançou a cabeça negativamente, se repreendendo pelo o que falara. - Quero dizer, o que você tá fazendo?

– Shhh. - Ela levou o dedo indicador ao lábio.

"Meu Deus, quem era aquela mulher? No que Katniss estava se transformando? Será que essa é a forma dela dizer que me ama? Mas eu pensei... que não seria tão rápido assim... quer dizer, eu não estou pronto... eu acho... ela não pode estar pronta. Meu Deus, o que eu vou fazer?"

Quando Peeta entrou naquele quarto com a Katniss o choque foi tão grande que suas palavras sumiram. Gale estava deitado na cama, nu também, chamando Katniss em meio a palavras obsenas.

– KATNISS, ISSO É DEMAIS! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - Peeta gritava e todos os seus músculos tremiam meio a espasmos. Mas os dois não estavam com pudor algum, pelo contrário. Riam da cara dele e faziam amor aos olhos de quem quisesse ver.

Peeta saiu irritado e chorava em demasia, mal conseguia controlar suas lágrimas quando Snow se aproximou.

– Meu filho, eu sei o que você viu. Quando eu disse pra você que a Katniss era uma manipuladora, você não acreditou em mim. - Snow tinha calma e controle em sua voz. Seu hálito cheirava a rosas e veneno.

– MAS AQUILO FOI DEMAIS, O QUE... O QUE... POR DEUS. - Peeta não conseguia controlar sua voz.

– Ela matou sua família, ela mandou a bomba no Distrito 12. Ela fez tudo aquilo porque é uma bestante. Acredite quando eu digo. Ela não é real.

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Todas as pessoas o olhavam curiosas. A menina que o reconhecera da bilheteria estava segurando sua mão. - Peeta, você estava tendo um terrível pesadelo.

– NÃO ERA PESADELO! SAIAM TODOS DAQUI, VÃO EMBORA! - Peeta gritou, assustando a todos. - ISSO, VÃO PARA SUAS CASAS, O SHOW ACABOU!

– Peeta, o que está acontecendo? Você quer um copo d'água? Quer que eu ligue pra Katniss?

– KATNISS? HÁ. AQUELA BESTANTE! MANIPULADORA, RIDÍCULA! - Peeta se afastou da menina e levantou. - ISSO MESMO, KATNISS! EU SEI QUEM VOCÊ É! SUA TRAIDORA! - Claramente as pessoas que ainda estavam no local tentaram o acalmar. Tudo estava sendo em vão. Peeta estava chutando as latas de lixo do local, espalhando-as para todo o canto. O ódio estava estampado em seu rosto. Peeta se irritou com as expressões das pessoas e decidiu as pressas sair do local.

O medo e o ódio estavam tomando conta de seu corpo. "Até que ponto aquilo era real?" Peeta estava insano lembrando da imagem da Katniss com o Gale juntos. Aquilo ele tinha certeza que jamais tinha visto. "Mas e se aconteceu, me contaram e eu não me lembro?" Katniss fazendo amor com o Gale. Aquilo parecia tremendamente sujo. "A Capital queria modificar minha mente, mas será que não existia nenhuma verdade naquilo? Mas eu perguntei pra Katniss se houve somente um beijo entre ela e Gale." Queria afastar os pensamentos ruins e caminhou por um longo tempo ainda sem rumo. Se aproximou de uma casa abandonada e olhou atentamente para ver se não tinha ninguém lá, se aproximou de um cobertor que estava ao chão, logo após sentir o conforto, seus olhos fecharam.

Passaram alguns dias e Peeta não estava com humor nem para comer e nem para sair daquele local vazio, sem vida. Seu corpo estava sem forças, sua barba já crescera alguns centímetros e sua roupa estava absurdamente suja. Câimbras tomavam suas pernas pelo frio e seus dedos pareciam não conseguir se mexer mais. "É o fim, meu patético fim. Não quero dar trabalho para ninguém, eu não tenho ninguém. Vou morrer aqui, em paz e longe, longe de tudo." Seus olhos fecharam.

– Peeta?! OH MEU DEUS, PEETA! - Haymitch entrou meio aos escombros e o achou. Sua pulsação estava fraca e sua cara absurdamente pálida. - Venha garoto - Haymitch o pegou no colo -, vou te tirar daqui.

Dias se passaram e Peeta finalmente abriu os olhos. A primeira instância notou um cheiro muito agradável de lavanda. "O que está acontecendo?" Olhou para baixo e viu seu corpo desnudo, somente com uma cueca branca.

– Quem me deu banho? - Falou para si mesmo.

– Eu dei, garoto. Você é bem pesado, sabia? - Peeta não notara, mas Haymitch estava ao seu lado. - Desculpa por você só estar de cueca, é que o médico disse para não te colocar muita roupa, por causa da febre.

– Ele acordou, Haymitch? - No instante em que percebera quem era, Katniss entrou no quarto. - Nossa, Haymitch! Por que você não me avisou que ele tava praticamente pelado? - Disse Katniss colocando a mão aos olhos.

– Ah queridinha, ele não é tão ruim assim. Quer dizer, eu era melhor na idade dele. - Disse Haymitch analisando as expressões da Katniss. - Não se acanhe, vai. Você já viu mais que isso. - Disse entre risadas.

– Claro que não, Haymitch. - O rubor em seu rosto ficou visível para todos. Somente ambos sabiam que nada havia acontecido, apesar dos rumores. - Para com isso e coloca um lençol nele. - Katniss puxou dos pés da cama um lençol azul claro e cobriu até a cintura de Peeta. - Olha, pronto. Fácil, viu? - Disse a garota, debochando de um Haymitch sarcástico.

– O que houve comigo? - Disse Peeta, sonolento ainda.

– Garoto, você deu um susto na gente! Eu tive que correr atrás de você que nem um louco por essa cidade. Pedi a Johanna pra ela verificar se você tinha viajado ou se ela sabia de algo, ela me deu muito poucas informações. Uma vizinha da casa abandonada onde você estava me ligou e disse que achava que tinha te visto lá, feito um mendigo. - Haymitch suspirou. - Peeta, você teve outro surto?

– Haymitch, eu acho melhor eu me retirar... - Disse Katniss, mas Haymitch a interrompeu. - Não, docinho. Você fica. - Katniss cruzou os braços e olhou para a janela, tentando parecer indiferente.

– Posso falar? - Interrompeu Peeta. - Haymitch assentiu positivamente com a cabeça. - Eu passei por momentos ruins lá fora. Tive uma crise, mas tive tempo o suficiente de distinguir o que era real e o que não era, mas eu tenho umas dúvidas. - Todos olhavam para ele atentamente.

– Katniss, você teve algum envolvimento físico com Gale. - A pausa que Peeta dera estava dramática. - Sexual. - Cuspiu as palavras. - Verdadeiro ou falso?

– Agora eu quero ver! - Disse Haymitch rindo.

– Falso. - Gale disse se aproximando a porta. Colocou uma das mãos na cintura da Katniss mas ela a retirou rapidamente. - Eu ouvi da escada a pergunta. - Peeta não pode acreditar no que os seus olhos estavam vendo. "GALE, O QUE ELE TÁ FAZENDO AQUI?"

– Está bem. A Capital quis implantar essa ideia na minha cabeça. Eu precisava esclarecer. - Disse Peeta, tentando parecer o mais firme que podia. O rosto de Katniss não escondia o constrangimento e ela saiu batendo as botas em alto e bom som, para que todos pudessem ouvir.

– É, acho que temos outro problema. Vou lá verificar como ela tá. - Disse Haymitch. - Vocês dois... conversem. - Haymitch saiu apressado.

– E ai Peeta, você tá se sentindo melhor? - Gale ponderava suas palavras.

– Na verdade, não Gale. - Disse Peeta sinceramente.

– O que deu em você, cara? - Gale parecia preocupado mas havia uma leve acidez em sua voz.

– Eu pirei, Gale. O que você esperava? - Peeta estava se sentando na cama. - Tinham todas aquelas cartas. A incerteza da Katniss. Eu vi coisas nas ruas... tive pesadelos.

– Peeta, você acha mesmo que a decisão da Katniss escolher um de nós dois depende da gente? Não depende, cara. Depende dela. Achei que você soubesse disso.

– Eu achei que você soubesse que ela tinha me escolhido. - Peeta pôde sentir a raiva emanando em seu corpo. - Por que você mandou aquelas cartas, Gale?

– Porque sinto falta da minha amiga. Eu a amo, Peeta. Sempre vou amar. - Gale tinha tanta dor em sua voz que Peeta pode reconhecer rapidamente que era verdade. Afinal, ele sentia a mesma coisa.

– É Gale. - Suspirou Peeta. - Acho que eu não quero atrapalhar mais vocês, claramente eu estou aqui atrasando o relacionamento que vocês estão ansiosos pra começar.

– Peeta, larga de ser otário! Você sempre foi assim, desde que te conheço! Na escola, você se diminuía. Era nos esportes, nas matérias. Resumindo: Por toda a sua vida! Aqui você tem uma chance boa, talvez a última de ter algo limpo com a Katniss. - Gale parecia não acreditar nas palavras que dizia. - Eu te falei na guerra aquela vez, que ela vai escolher quem ela não consegue viver sem. A única pessoa que ela sabe que pode perder, por enquanto, é você. Por isso a sorte está a seu favor. - Ambos riram da citação. - Mas sei lá, vamos ver no que dá. A Katniss é assim, ela tá confusa e tudo tá acontecendo muito rápido. Eu não quero ser uma pedra no seu sapato, cara... mas eu vou ser. Porque eu fiquei ao lado dela quando tudo desmoronou, eu não posso perdê-la. E se acaso isso acontecer, eu faço um acordo com você, porque pelo menos a amizade dela eu quero ter.

– Gale, não vai existir acordo. Se ela for minha, vai ser só minha. - Peeta tinha certeza e segurança em sua voz.

– É assim que se fala, cara. - Gale disse ao se levantar. - Mas eu não vou cair sem lutar. Acredite quando falo que vou parar de correr atrás dela. Vou passar a andar a seu lado. - Gale piscou seu olho direito, se dirigiu a porta e saiu.

Peeta sentia sua cabeça rodar em meio a tantos acontecimentos. "Gale bonzinho? Falando aquelas coisas pra mim? O que será que aconteceu?" Não queria pensar em mais nada, só queria fechar os olhos e dormir. Suas mãos ainda estavam trêmulas, não sabia se era pela visita do Gale, ou se pela estúpida pergunta que fizera a Katniss. "Mas eu não podia me segurar, se eu não soubesse logo eu talvez surtasse novamente." Sua mente não conseguia parar de trabalhar, mas o cansaço o levou a exaustão.

Pela dureza que sentia em seus músculos, pode perceber que pelos menos alguns dias haviam se passado. Seu corpo estava absolutamente descansado, mas ainda havia fraqueza. Tentou se levantar mas era tudo muito difícil. Não acreditou quando viu que tinham dado banho nele, novamente. "Mas esse Haymitch, hein?! Só pôde ter gostado." Brincou consigo mesmo. Ao conseguir ficar de pé, percebeu que tinha uma carta em cima da mesinha, frente ao espelho. Pegou a carta ansiosamente e leu o que estava do lado de fora.

"Para você, Katniss. Espero que lembre das nossas aulas de piano! A melodia inventamos eu e você, espero a sua criatividade para terminar a letra. Beijos, Madge."

– Mas o que isso está fazendo aqui? Isso deve ser muito importante. Afinal... Madge...- Peeta engoliu seco.

Ao abrir a carta, haviam notas musicais postas em linhas. Não pôde entender nada do que aquilo significava, mas percebeu que abaixo de cada nota, estava a letra da Katniss complementando a música.

"Por todas aquelas vezes que você me apoiou, por toda a verdade que você me fez enxergar. por toda a alegria que você trouxe para minha vida, por tudo de errado que você transformou em certo, por todo sonho que você tornou realidade. Você é quem me sustentou, nunca me deixou cair, você é quem me acompanhou, através disso tudo. Você foi minha força quando eu estive fraca, você foi minha voz quando eu não podia falar, você foi meus olhos quando eu não podia ver, você enxergou o melhor que havia em mim, me ergueu quando eu não conseguia alcançar, você me deu fé porque você acreditou. Eu sou tudo o que sou, porque você me amou. Você me deu asas e me fez voar, você tocou minha mão e eu pude tocar o céu. Eu perdi minha fé e você devolveu-a de volta pra mim. Você disse que estrela nenhuma estava fora de alcance, você me apoiou e eu fiquei de pé. Eu tive seu amor, eu tive isso tudo. Sou grata por cada dia que você me deu, talvez eu não saiba tanto, mas eu sei que isto é verdade. Eu fui abençoada, porque fui amada por você"

Quando Peeta terminou de ler a canção, lágrimas escorriam por seus olhos sem temer. Ele não entendia como uma pessoa tão fria como Katniss conseguia escrever algo tão quente. Não parecia de seu feitio. Mas lembrou-se que ela estava mesmo começando a compor músicas. Fazia parte da terapia.

Ao terminar seu pensamento já se preparava para fechar o papel, quando viu no chão cair uma pequena carta. Começou a ler.

"Garoto, após as terapias que Katniss fez com o Dr. Aurelius eles descobriram que o que bloqueava a Katniss de sentir algo por alguém ou até mesmo demonstrar era o seu complicado relacionamento com o pai.

Após a sua morte, tudo ficou muito confuso e ela teve que amadurecer muitos anos pra poder cuidar da família. O que eu estou contando, não é novidade pra você, é?

Então, o Dr. Aurelius achou que seria importante pra ela compor músicas. Ela sempre cantava com o pai quando podia e a sua ligação com ele talvez a faria repensar melhor suas atitudes. Pois bem, a Katniss chegou aqui em casa com a melodia e a letra. Emburrada porque o Dr. Aurelius pediu para que ela mostrasse para alguém os trabalhos da terapia.

Estávamos eu e Greasy Sae em casa e ela se sentou ao piano. Eu a perguntei o motivo dela não ter cantado para você e ela me deu a desculpa esfarrapada de que o piano estava quebrado. O piano não está quebrado, está? hahahaha

A Senhorita Everdeen começou a cantar a música timidamente e depois soltou a voz. Eu e Greasy ficamos encantados com o talento dela, mas o que era mais evidente, não era seu talento e sim a letra da música. Perguntei pra ela se ela havia composto tudo sozinha e ela assentiu com a cabeça, dizendo que somente algumas partes já tinha pensando com Madge.

Acontece que quando perguntei se ela havia pensado em você ao escrever essa canção ela me chamou de babaca e otário, bateu em mim com a partitura e com as bochechas vermelhas saiu a milhão.

A verdade, Peeta é que ela escreveu essa canção pra você, mesmo sem saber. Foi algo tão indiretamente direto! hahaha Espero que você sinta a mesma coisa que eu senti ao ler. Não desista dela, garoto. Ela precisa saber que o amor da vida dela é você. – H"

– É Gale! Você tem toda a razão. Essa é a minha última chance e eu não vou perder.