Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 7
Capítulo 7 - Johanna


Notas iniciais do capítulo

A história e os personagens estão começando a se encaixar.
Esse capítulo foi cheio de surpresas e espero que gostem.

Eu queria agradecer a Fernanda C. que particularmente foi uma querida comigo o tempo todo. Eu sou fã da fanfic dela, que é esplêndida por sinal e devo confessar que ela me deu umas ideias muito fantásticas pro futuro da minha fanfic! Estou super feliz! yey!
Fernanda, obrigada mesmo, viu? É sempre ótimo trocar ideias com você.
Aqui tá o link da fanfic dela:
http://fanfiction.com.br/historia/436503/Jogos_Vorazes_O_Despertar
NÃO DEIXEM DE LER! É absurda de tão boa!

Não quero atrasar mais vocês, então.
Se divirtam ;D



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– Finn, você é o bebê mais gostoso que eu já vi na vida. Vem cá com a tia Johanna, vem?

O bebê olhava atentamente para ela e sorria em demasia. Ele tinha tantas características do pai que era impossível não lembrar do Finnick toda a vez que colocava os olhos nele. Johanna o pegou no colo e logo após ouviu um barulho na porta.

– Ele acordou, Johanna? - Dizia Annie sonolenta.

– Sim. Eu preparei o leite e já está morno. Só não deu tempo de colocar na mamadeira. Você faz isso pra mim? - Disse Johanna preocupada em achar uma posição confortável.

– Eu estou te dando trabalho, não é mesmo?

– Claro que não, Annie. Não seja boba. Minha única distração na cidade que vivo é trabalhar e passear na floresta. Não acha isso solitário demais? - Johanna balançava o bebê e ele soltava gargalhadas.

– Não tem ninguém pra te acompanhar? - Disse Annie, preocupada se estava tocando em um assunto muito delicado.

– Na verdade... tem. - Johanna disse. Havia dor em seus olhos.

– Ele tem uma risada contagiante, não é mesmo? - Annie mudara de assunto. Olhara para o seu filho e se enchia de orgulho por ter tido uma criança tão cativante.

– É um sedutorzinho, isso sim. - Johanna dizia entre risadas. - Fica tentando me fazer ficar apaixonada por ele com olhares e sorriso bonito.

– Isso eu posso dizer que é totalmente do Finnick. Eu sou tímida demais pra isso. - Annie sorriu com a lembrança.

– É, mas eu não sou fácil. Viu bebezinho? - Johanna o segurou suspenso no ar, virado de frente a ela com as pequenas pernas balançando o nada. - Vai ter que me levar pra passear, fazer um piquenique romântico... você vai ter muito trabalho. - Johanna rio da brincadeira e Finn gargalhava, sem entender o que havia sido dito.

– Você não tem jeito, né Johanna? - Disse Annie, esboçando um sorriso e uma risada solta.

O dia estava ótimo, Annie parecia ter melhorado após a crise. Estava tomando os medicamentos na hora certa e se certificando de comer no horário. Em nenhum momento Johanna pensou que Annie não estava apta psicologicamente para cuidar da criança. Por todos os segundos Annie demonstrava colocar o seu filho a frente de si mesma e isso, achava Johanna, ser a atitude mais materna que se poderia ter.

– Não tenho jeito mesmo. - Disse Johanna enquanto colocava Finn no berço.

– Vou buscar o leite, você fica aqui até eu voltar? - Perguntou Annie.

– Claro. Pode ir. - Assentiu com a cabeça.

Após Annie sair, Johanna expirou aliviada. Ciente de que em breve teria uma missão muito difícil a fazer. "Por que o Finnick pediu isso justamente pra mim?" Johanna estava com o envelope em mãos e sabia que não poderia partir sem antes fazer o que tinha que ser feito.

Annie entrou no quarto e se aproximou rapidamente do berço. Carregou Júnior em seus braços e cantou uma canção de ninar enquanto ele mamava sedento o leite morno.

– Annie, eu preciso te dar uma coisa. - Disse Johanna, sem saber se aquele era o momento certo.

– O que seria? - Annie não demonstrava preocupação, estava atenta aos seus comandos enquanto alimentava seu filho.

– É uma... carta. - Disse Johanna, com medo de perder o controle da voz.

– De quem? - Annie retirou os olhos do filho e os fixou em Johanna.

– Finnick. - Johanna engoliu seco. - Antes dele ir, ele deixou uma carta comigo caso... caso... não voltasse.

Annie empalideceu. Antes de perder as forças colocou o bebê no berço e rapidamente caiu no chão, dobrou-se sobre os joelhos levando suas mãos em um rosto sem lágrimas.

– Eu sei que deve ser difícil, Annie. Mas ele foi bem claro em me dizer que eu tinha que fazer isso quando você estivesse um pouco mais forte. Me desculpa. - Johanna tentava controlar seus sentimentos. Mesmo para uma pessoa tão fria quanto ela, ao se tratar de Finnick e Annie, sua força era reduzida a nada.

Johanna tirou a carta do bolso e devagar colocou no chão próximo a Annie. Johanna ia se afastando aos poucos, quando, antes de fechar a porta, Annie disse com firmeza.

– Posso ler em voz alta? Não quero me sentir sozinha. - Johanna balançou a cabeça afirmando.

"Minha doce Annie,

Se você está lendo isso significa que não estou mais com você. O que é duro para mim só de imaginar.

Sei que parece injusto eu fazer isso com você, aparecer depois de morto querendo dar satisfações mas em um primeiro momento o que quero fazer é te pedir desculpas.

Teve uma grande fase em que você não estava mais em si, mas sei que se lembra do que fizeram comigo. Meu amor, me perdoa. Se eu pudesse ter feito qualquer coisa diferente, eu faria. Mas eles ameaçavam você e ameaçavam minha família. Te peço sinceramente perdão.

Você deve estar sofrendo por mim, se perguntando porque fui embora e chorando todas as noites sentindo a minha falta. Annie, meu amor, não faça isso. Infelizmente, se fui, não tem volta. Eu preciso que você seja forte e preciso que seja agora.

Provavelmente meu filho ou filha já nasceu e você está precisando de mim. Acredite quando digo que odeio o fato de não estar aí com você. Odeio o fato de não poder dividir as noites a cada choro. Odeio o fato de não te abraçar e não poder te amar assim como você odeia o fato deu não estar mais ao seu lado.

É uma tormenta para mim pensar que não vou te ver mais e sei que é para você também. Mas você é jovem, amor. Você tem muito pela frente. Não sei se estamos livres da Capital, mas se estivermos, por favor, aproveite!

Você pode não achar, mas eu estou aí do seu lado. Vivendo a cada momento com você. O bebê é um pedacinho de mim, um pedaço que nem eu e nem você podemos tirar. Então, eu estou aí meu amor.

Promete pra mim que você está se esforçando? Que não está pensando pesarosamente que a vida poderia ter sido diferente? Porque não poderia, minha doce amada.

Eu quero que você saiba que eu amei você, durante toda a minha vida desde o primeiro dia em que pus os meus olhos em você. Você foi tudo o que eu sempre quis e tudo o que sempre sonhei. Você foi perfeita e paciente comigo.

Eu amei você com tudo o que tinha, fisicamente, psicologicamente, emocionalmente. Eu amei você e quero que saiba disso.

Seja feliz, meu amor. Você merece.

Vou sentir sua falta,

Com todo amor que resta,

Finnick"

Johanna não podia acreditar que Annie não havia soltado uma lágrima e nem parado de recitar a carta em nenhum momento. Ela parecia atônita e relia alguns versos sussurrando para si mesma, como se sua mente estivesse rodopiando as palavras de Finnick.

– Annie, você tá bem? - Johanna estava ficando visivelmente preocupada.

– Estou. - Annie mantinha sua voz sussurrando. - "Eu amei você com tudo o que tenho, fisicamente, psicologicamente, emocionalmente..."– Eu estou bem, Johanna. - Annie terminou de ler a carta e a dobrou. Aproximou o objeto de seu nariz e expirou com toda a força que tinha. - Tem o cheiro do Finnick! Você acredita nisso, Johanna? Parece que ele escreveu isso pra mim ontem. Tem aquele cheiro, daquele... óleo. O ÓLEO! Aquele óleo especial que ele usava para proteger a pele do sol! - Annie dizia ansiosa ao descobrir o fato.

– É, Annie. Você quer um tempo sozinha? Precisa de um momento? Eu posso me retirar. - Johanna conversava com Annie percebendo que tinha algo errado com ela.

– Não, eu tô legal. Vou só tomar um banho e guardar isso aqui. - Annie se levantou e parecia ter saído do seu estado de transe.

– Ok Annie.

Johanna esperava alguma atitude louca, mas aparentemente ela tinha entrado nos eixos. Tudo havia acontecido muito rápido mas havia um alívio em suas costas em que não saberia explicar.

O entardecer chegou, a casa estava em silêncio mas Johanna já preparava suas coisas para ir embora quando seu aparelho de mensagens vibrou.

– Johanna, um amigo seu chamado Haymitch precisa entrar em contato com você. Liga pra ele. 555 - 424 - 323.

– Haymitch? Hum, isso não pode ser coisa boa. - Disse Johanna para si mesma.

– Annie, posso usar o seu telefone? - Johanna gritou da sala.

– Pode, fica a vontade!

Johanna prontamente caminhou em direção ao telefone, com medo de efetuar aquela ligação. Em algum momento pensou em desistir, mas Johanna sabia que não havia sobrado ninguém que amasse no mundo para contar história, e se o significado de família fosse união, o que ela tinha com aquelas pessoas era mais do que aquilo.

– Alô? Peeta? - Disse Haymitch exasperado.

– Não Haymitch, sou eu. Johanna.

– Ah Johanna, não tinha certeza que você ia me ligar! Que bom! Você tá bem? - Haymitch dizia querendo parecer cordial.

– Me poupe, Haymitch. O que houve? - disse Johanna apressadamente.

– O Peeta. Você agora tem algum cargo em alguma empresa de transporte. Dos trens, lá. Não é? - Haymitch claramente não fazia idéia do cargo de Johanna.

– Haymitch, eu sou responsável por coletar informações no embarque e desembarque de passageiros de todas as cidades. É no computador isso, eu só preciso verificar se tá tudo coerente. - Dizia Johanna impaciente.

– Eu preciso que você me faça um favor. Você tem como verificar pra mim se o Peeta viajou pra fora da cidade 12 durante esses dias? Eu devo dizer que faz... uns... 3 dias.

– Ah Haymitch, eu acho que a Annie não tem computador em casa. Preciso ver o que dá pra fazer longe da minha estação. - Johanna começou a se preocupar. - O que houve com Peeta?

– Ele discutiu com a Katniss, docinho. O único motivo que faria ele ir embora. - Disse Haymitch de modo sarcástico.

Annie apareceu na sala e parecia ter escutado a conversa.

– Johanna, eu tenho computador sim. Tá lá no escritório. Se precisar usar, vá em frente.

– Haymitch, eu te ligo daqui a pouco. Vou ter que pesquisar a lista de passageiros de saída dos vagões e terei que ver fitas de vigilância. Vai demorar.

– Tá, mas me liga assim que souber. Por favor. - Haymitch demonstrava urgência em sua voz.

– A propósito, Haymitch. Parabéns pelo cargo. Só não bebe quando for fazer contas pra não falir a cidade. - Johanna riu da piada e desligou.

Passaram horas e sabia que era madrugada. A lua estava cheia e sua luz iluminava todos os cômodos da casa de vidro. Verificou por todos os meios que tinha até encontrar um vídeo em particular. "Nossa, meu Deus! Isso é definitivamente alguma coisa."

– Johanna? - disse Haymitch, sonolento.

– Encontrei, Haymitch. Achei um vídeo e uma passagem comprada. A passagem eu achei de primeira, mas eu percebi que ele não tinha chego ao destino, então, fiquei preocupada de algo ter acontecido com ele e tinha certeza de que você iria me perguntar o mesmo. Decidi assistir as fitas gravadas e demorou, mas achei.

– Fala o que é Johanna. - Disse Haymitch com medo e pesar em sua voz.

– Ele não tá bem Haymitch. Mesmo as fitas sendo uma merda deu pra ver. Ele comprou uma passagem pra Cidade 2, mas desistiu. Jogou fora. Começou a chutar algumas latas de lixo que estavam perto da bilheteria. E... Haymitch?!

– Pode falar, Johanna. Eu aguento.

– Ele gritava a todo o momento aquelas...coisas...de quando ele tinha sido telessequestrado pela Capital.

– Que coisas?! - Haymitch parecia desesperado.

– Haymitch, eu acho que piorou o estado dele. Acho que ele voltou a pensar que a Katniss é uma bestante. Ou não sei, as vezes ele só teve uma crise, um flashback. Ele gritava coisas de ódio pra Katniss, eu pude ver que ele não estava nada em si. Eu estou ficando preocupada, Haymitch. - Disse Johanna em meio a incertezas. - O quão grande essa briga foi?

– Não houve briga, Johanna. - Haymitch disse soltando o pesado ar pelas narinas. - Só uma devastadora decepção.


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal? O que acharam?
Vários personagens se encontrando, a história está começando a se unir...
Vocês acham que o estado do Peeta é permanente ou temporário?
Não deixem de comentar pessoal. Eu preciso do feedback de vocês. As reviews são extremamente importantes pra eu continuar a história.
Não se esqueçam.
Beijos,
Line.