Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aehhh, estava ansiosa pra postar kkkk. Espero que gostem XD
Boa leitura.



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Digitei a senha no painel digital do cofre, que ficava camuflado embaixo de um azulejo do banheiro. A porta se abriu e eu olhei o que tinha dentro, uma foto minha com o meu pai, um bolinho de dinheiro, que eu tinha conseguido do assalto, e uma chave cor de bronze. Segurei a chave nas mãos e tentei imaginar o que ela abria. Fora a única coisa que meu pai deixara de herança para mim, isso e a imensa divida. Soltei um suspiro e peguei a foto, na foto estava papai e eu, os dois com as roupas e cabelos ensopados, ele tinha uma barba rala e olhos cinza iguais aos meus, a foto estava um pouco borrada, mas dava para ver que nós estávamos cansados e machucados, eu inclusive, pois tinha um bandeide na minha testa e minhas roupas estavam em frangalhos.

Virei a foto e li o que tinha atrás. “ Observe tudo, sinta tudo, cada detalhe é importante, como está chave”.

— O que supostamente isso quer dizer? — Sussurrei fechando os olhos. Tentei lembrar do dia que tiramos aquela foto.

Estávamos em uma espécie de deposito abandonado, uma grande área aberta. Carlos o melhor amigo de meu pai estava sentado em uma lata, observando meu pai e eu treinando. Papai estava usando uma camisa preta de mangas curtas, bermuda jeans e com os cabelos ensopados. Já eu, estava em frangalhos, minhas roupas estavam rasgadas e minhas tatuagens estavam aparecendo. Mudei o peso da perna e avancei contra o meu pai, um jato de água me atingiu e eu fui jogada no chão a vários metros de distancia, meu poder saiu do controle e eu me eletrocutei.

— Isso é serio? — Disse meu pai caminhando em minha direção, parou a minha frente, mas o Maximo que eu conseguir ver foi um borrão — Vai deixar o SEU poder ser o SEU ponto fraco?

— Água é meu ponto fraco — Resmunguei encontrando minha voz.

— Quem te machuca não é a água, e sim a sua eletricidade — Disse ele estendendo a mão para mim.

— Isso não me indica nada do que serve esta chave — Sussurrei voltando ao presente. Peguei o bolo de dinheiro e retirei de lá 3 mil S’s. Enfiei no bolso da calça jeans e coloquei a chave e a foto dentro do cofre, tranquei a porta e coloquei o azulejo sobre ele. Fiquei de pé em frente ao espelho da pia e dei um sorriso para o meu reflexo, estava bem arrumada, na verdade não tanto. Estava vestindo uma camisa branca de manga curta, por cima um casaco vermelho e calças jeans, um tênis preto completava o visual. — Vamos às compras.

Saí do banheiro e fui até a mesa da sala, peguei um envelope e coloquei mil S’s lá dentro, fechei o envelope e olhei o verso. “ Sr. Filips, consegui arranjar mais mil S’s do aluguel, Sora”. Enfiei o resto do dinheiro, um cartão de credito e o celular no bolso da calça, destranquei a porta de casa e fechei-a logo que saí. Caminhei pelo corredor até chegar as escadas, parei no 1 andar e olhei no relógio, 19:00, era a hora que Filips estava jantando em seu apartamento, fui até a porta da sua casa e escutei o barulho da Tv ligada, enfiei o envelope no correio e bati na porta.

— Já vou — Gritou Filips, dei um sorriso para a porta e voltei para as escadas, escutei a porta abrindo e sai pelas portas do fundo do prédio.

Caminhei pela rua tranquilamente e olhei para o céu, poucas estrelas apareciam, culpa das luzes da cidade. Olhei de um lado para outro e atravessei a rua, parei em um caixa de dinheiro e enfiei o cartão na máquina, apertei a opção deposito e depois digitei 2 mil, coloquei o dinheiro no buraco da máquina e o dinheiro sumiu. A tela do caixa brilhou e logo em seguida saiu o saldo da minha conta. Dois mil S’s na conta, retirei o cartão e dei um sorriso. Era bom ter um dinheiro depois de tanto tempo. Coloquei o cartão no bolso e dobrei na próxima esquina a direita, avistei um supermercado no final da rua e segui em sua direção.

Aquela rua era cheia de lanchonetes, restaurantes, lojas de roupas. Vi um grupo de meninas saindo de uma loja com vários sacos de compras nas mãos, elas olharam para mim e eu levantei minhas sobrancelhas, elas desviaram o olhar rapidamente e seguiram na direção oposta, não segurei o sorriso e caminhei silenciosamente pela rua. Entrei no supermercado e peguei um carrinho. Andei entre as prateleiras e fui pegando o que precisava para sobreviver, bolacha, suco, leite, pão, queijo, presunto, arroz, carne, macarrão, ovos, verduras, chocolate e alguns itens de limpeza.

Empurrei o carrinho em direção ao caixa e a mulher olhou para mim desconfiada. Revirei os olhos e mostrei o cartão para ela, o olhar dela aliviou um pouco. Comecei a colocar as coisas no caixa e ela foi passando na sua maquina de códigos, 7 minutos depois ela me mostra a conta. Quase morro quando vejo que tinha dado 850 mil S’s, paguei com o cartão e peguei as milhares de sacolas, não estavam pesadas já que eu distribui os pesos para cada braço, mas mesmo assim. Minha casa estava longe.

Depois de 20 minutos cheguei ao prédio de casa e apertei o botão do elevador, Senhor Filips não estava na recepção ainda. Entrei no elevador e esperei chegar no 3º andar, caminhei pelo corredor e peguei a chave de casa no bolso da calça, destranquei a porta e levei as compras para a cozinha. Larguei as sacolas no chão e sentei no sofá.

— Cansei — Sussurrei fechando os olhos e tirando o casaco, larguei-o do meu lado e sacudi a minha blusa que estava suada. Tirei meus tênis e fiquei relaxando um pouco, até que tomei coragem e comecei a guardar as coisas na geladeira e no armário. Peguei os itens de limpeza e levei para a área de serviço, um pequeno espaço que tinha apenas um tanque e uma maquina de lavar, e um mine varal improvisado.

Peguei uma das bolachas que tinha acabado de comprar e abri, coloquei uma delas na boca e saboreei o gosto. Como eu gostava de bolacha! Fui até a geladeira e peguei um pouco de leite em um copo, sentei no sofá e liguei a Tv. Comi enquanto assistia um filme, estava quase dormindo quando senti o meu celular tocar, peguei-o do bolso da calça e atendi.

— Sora.

— Ei, o Chefe tem um serviço para você — Escutei a voz de um dos capangas de Sam do outro lado. — E ele quer que venha aqui.

— Quanto vale? — Perguntei olhando para o meu copo de leite vazio.

— 7 milhões — Respondeu. Bem, eu devia 25 milhões para aquele Gangster, Sam. Esse cara era um dos mais “pesados” da cidade. Fiquei me perguntando que tipo de trabalho ele queria que eu fizesse. — Então? O chefe disse que é uma ordem.

— Tá, eu tô indo. Me dê 10 minutinhos — Respondi e então a ligação ficou muda. — Ótimo.

Deixei o copo na mesa e fui para o meu quarto, tirei a roupa que estava e vesti o meu uniforme, coloquei o capuz na cabeça e peguei Sabre, coloquei-a na minha calça por debaixo do sobretudo e sai do quarto. Desci as escadas em um piscar de olhos e subi no muro de uma casa, e depois no telhado. Corri de casa em casa por vários minutos, olhei em volta e estava em um bairro da periferia, pulei do telhado e aterrissei na rua. Olhei em volta e não tinha ninguém ali, corri rapidamente e dobrei para a esquerda e depois para a direita, até que vi uma porta preta com dois caras parados na frente.

Aproximei-me deles e abriram a porta, entrei em uma sala grande, havia um pessoal bebendo e conversando com algumas mulheres, passei por eles e fui em direção a uma porta, entrei em um corredor e encontrei um dos capangas de Sam, acompanhei ele até uma porta e entrei. Sam estava sentado sobre a mesa, seus cabelos loiros estavam penteados para trás e seus olhos verdes ficaram cerrados quando me viram.

— 11 minutos — Disse ele olhando para o relógio. — Acho que vou diminuir o seu preço.

— Fala serio, cara! — Falei com raiva. — Você fica na p...

— Hã? — Disse ele parando na minha frente, engoli em seco o que eu estava falando e fiquei calada. Sam era um gangster sujo, fazia o inferno com a vida de quem era contra ele, não sei como que meu pai se meteu com ele. Seus olhos brilharam como o de um felino e ele se afastou. — Vou levar em consideração que você é uma boa servente.

Ele deu as costas para mim e se sentou novamente na mesa, pegou uma pasta nas mãos e levantou na minha direção. Peguei a pasta e a abri, vi que era a ficha de um cara de cabelos pretos que tinha uma cicatriz no rosto. 22 anos, 1,80m de altura, 80 kg, poder : invisibilidade, nome : Locarte. Havia dois endereços também, levantei o olhar da ficha e encarei Sam.

— Este homem, Locarte, trabalhava para mim até alguns dias atrás. O desgraçado roubou 1 milhão de mim e desapareceu da organização — Explicou ele. Organização era como eles chamavam aquele grupo de bandidos. Ficou de pé e parou a minha frente, vi os seus olhos verdes brilhando. — A sua missão é capturar o desgraçado e trazê-lo para cá. Vivo, para que eu mesmo possa acabar com a raça dele.

— Certo. Este é o endereço dele? — Perguntei olhando para o endereço na folha.

— Tem dois aí — Respondeu acenando para a folha. — Ele se juntou com um grupo que estão o mantendo em um dos dois lugares. Ache-o e o traga para mim. Você tem até o amanhecer.

Dei as costas para ele e saí dali, fiz o meu caminho de volta e voltei para a rua, parei embaixo de um poste e olhei novamente um dos endereços. Eram totalmente opostos, olhei bem para a foto e depois fechei os olhos. A imagem dele já tinha ficado na minha mente. Mas o problema era saber se ele realmente estava lá, o poder de invisibilidade dele iria dificultar um pouco. Respirei fundo e comecei a correr, pulei por cima de uma cerca e subi no telhado de uma casa, saí correndo por cima das casas, quase caí quando parei abruptamente em uma rua, que havia uma patrulha da policia parada.

Desviei o caminho e continuei correndo, até que cheguei em um dos endereços. Cerrei os olhos e vi que havia dois caras na porta, armas na cintura. Chequei o endereço novamente e realmente era ali. Observei o rosto dos dois e vi que nenhum deles era o meu cara. Não tinha como eu saber se ele estava lá dentro ou não sem entrar. Desci do telhado e parei na frente dos dois, eles olharam para mim e vi que eles tinham percebido quem eu era. Estalei o meu dedo e os dois caíram no chão. Chutei as armas para longe e abri a porta. Vi um grupo de caras jogando baralho, eles olharam para mim rapidamente e sacaram as armas deles.

— Vamos brincar um pouco — Falei fechando a porta atrás de mim, estalei o meu dedo e eletricidade percorreu todo o lugar, as lâmpadas explodiram e os caras caíram no chão se tremendo. Caminhei entre os corpos deles e entrei em um corredor, toquei a parede com a minha mão e lancei eletricidade sobre ela, senti o meu poder se espalhando por todo aquele território e atingindo algumas pessoas. Depois que eu vi que todos ali estavam desmaiados, comecei a checar os rostos de cada um, de todos os cômodos. Ele não estava lá. — Droga!

Fiz o caminho de volta e abri a porta da frente, vi uma arma apontada para mim e me joguei para o lado bem na hora que a arma disparou, estalei o meu dedo e quem quer que fosse caiu no chão. Fiquei de pé e olhei para quem era, um dos caras que estavam na frente. Dei um chute nele e saí dali. Subi no telhado novamente e comecei a correr, o outro lugar ficava do outro lado da cidade. Olhei para o relógio 2 da manhã, iria demorar uns 10 minutos para chegar lá. Tracei um caminho na minha mente que evitaria alguns postos de policia e sua patrulha, desci do telhado e respirei fundo. Seria mais rápido, me pus a correr novamente, agora por terra.

Conforme entrava nas ruas, eu fazia ter uma queda de energia. Senti suor nas minhas costas e fiz cara feia. Diabos de lugar que não chega nunca! Dobrei em uma rua e dei de cara com um policial, ele olhou para minhas tatuagens e abriu a boca, segurei o braço dele e o derrubei no chão com força. Foi mal, pensei e estalei o dedo. O policial se contorceu por um segundo e desmaiou.

Cheguei no endereço e vi que este era bem diferente do anterior, era um prédio de dois andares. As luzes estavam todas acessas e ninguém guardando a porta do lado de fora. Tentei ver alguma coisa, mas não dava a menos que entrasse. Parei no meio da rua e estalei os dedos, todas as luzes da rua apagaram inclusive a do prédio. Corri em direção à porta e entrei, estalei os dedos e despejei eletricidade naquele andar. Nenhum barulho. Estalei os dedos e acendi as luzes. Não havia ninguém ali.

Aproximei-me da mesa que tinha várias garrafas sobre ela, peguei uma delas e vi que elas tinham sido acabadas de sair da geladeira. Eles sabiam que eu vinha. Olhei em direção a porta do elevador e depois para a porta que entrei. Se eles sabiam que eu iria, concerteza sabem que há apenas um meio de entrar, pelo elevador. Dei meia volta e sai do prédio, olhei para cima e vi que tinha uma janela, me aproximei da parede e coloquei eletricidade em minhas mãos e no meu tênis. Escalei a parede sem problemas e parei ao lado da janela, vi uma movimentação lá dentro, e joguei meu corpo para dentro do prédio, o vidro da janela se quebrou e eu caí de joelhos no chão. Olhei rapidamente em volta e vi que havia cerca de 12 homens lá, todos eles estavam apontando as armas para mim.

— Olha se não é a querida Lightning Hunter — Disse alguém, olhei em volta e não vi ninguém. — Eu sabia que Sam iria lhe mandar atrás de mim. Aquele bastardo não sabe fazer as coisas por sim mesmo.

Foi então que ele apareceu na minha frente, Locarte. Usava uma camisa preta e jeans, olhei a cicatriz no seu rosto e ele deu um sorriso. Encarei-o e tentei me mover, as armas acompanharam o meu movimento.

— Sabe não é legal encarar o rosto de alguém quando tem armas apontadas para você — Disse Locarte colocando as mãos na cintura e balançando a cabeça para mim. Andou até uma mesa e vi que tinha um balde. Ele o pegou e parou na minha frente, vi que tinha água dentro. — Sabe, eu acho que você deve saber que água é o ponto fraco dos usuários de eletricidade. Eu me pergunto, o que vai acontecer se eu te molhar?

Cerrei meus olhos azuis para ele, eu poderia derrotar todos ali, mas haviam armas de mais para ter que desviar.

— Bem, acho que tenho que testar para ver — Disse Locarte e então derramou água sobre o meu capuz, me ensopando das cabeças aos pés. Caí no chão e senti o meu poder saindo de controle, dei um grito de dor e meu corpo começou a tremer. Escutei Locarte sorrindo e eu parei, senti a água sobre mim no chão. A maravilha de ter água no chão é ver o quão rápido ela se espalha, um sorriso frio se formou no meu rosto e eu estalei o dedo, minha eletricidade percorreu o espaço de chão molhado e 5 dos que estavam apontando as armas para mim caíram no chão tendo espasmo. Fiquei de pé e levantei as mãos, Locarte estava me encarando de boca aberta.

— A água deixou de ser o meu ponto fraco há muito tempo — Falei sorrindo. Depois de muito tempo treinando com o meu pai, finalmente eu deixei de perder o controle quando estava molhada. Chegada até ser ridículo quando eu pensava que podia ser eletrocutada pela minha própria eletricidade. Dei um passo para frente e estalei o meu dedo, fiz todas as luzes se apagarem, derrubei Locarte no chão e os seus comparsas atiraram no escuro, dei um passo para trás quando senti uma bala passando por mim e caí no chão, senti uma dor no ombro esquerdo e estalei o dedo, lancei o meu poder contra todos que estavam ali e parei quando a carga chegou o Maximo que um humano aguentaria. Retomei as luzes e olhei para o meu ombro, sangue escorria dele.

Fiquei de pé e fui até o corpo de Locarte, cortei um pedaço da sua camisa e enfaixei o meu ombro. Olhei para o corpo dele ali e senti uma raiva passando por mim.

— Desgraçado! — Rangi, flexionei o maxilar e retrai minha raiva, tinha que levar ele vivo. Olhei no relógio 3:30 da manhã. Locarte era maior do que eu e mais pesado, não tinha nem perigo de eu conseguir carregar ele. Peguei um pedaço de pano e amarrei suas pernas e seus braços, arrastei o corpo dele para o elevador e entramos no primeiro andar. — Agora como eu vou te levar?

Escutei o barulho de uma moto se aproximando e sai correndo do prédio, olhei para a rua e vi que tinha um cara de moto. Parei no meio da rua e estalei o meu dedo, os freios da sua moto ativaram e ele cai da moto, corri em sua direção e cutuquei o cara com o pé, ele se mexeu e se sentou rapidamente.

— Vou levar sua moto — Falei, ele olhou para mim assustado e concordou com a cabeça. Subi na sua moto e parei na frente do prédio, coloquei Locarte na frente e fui atrás, dei a partida na moto e acelerei. Cortei caminho e cheguei a base de Sam, estacionei a moto e peguei Locarte que acordou na hora.

— Quê? Onde?

— Cala a boca e anda — Falei dando um empurrão nele, levei- o para a sala de Sam.

— Não, por favor, ele vai me matar — Disse Locarte para mim, empurrei ele porta a dentro e ele caiu no chão aos pés de Sam. Sam olhou para mim com um sorriso.

— Muito bem — Disse ele para mim, abaixou o olhar e encarou Locarte, dois caras entraram na sala e pegaram ele pelos braços, colocaram Locarte de joelhos e de frente para Sam. — Agora deixa que eu cuido deste ladrão.

Fiquei parada no meu lugar e esperei, não sairia dali enquanto ele não dissesse que minha divida tinha diminuído para 18 milhões. Locarte deu a volta na sua mesa e abriu uma gaveta, de lá tirou uma pistola, apontou para a cabeça de Locarte.

— Não, espere, eu digo onde está o dinheiro — Disse Locarte desesperado, Sam pareceu que ia escuta-lo.

— Está dispensada, sua divida agora é de 18 milhões — Disse Sam para mim e olhou de lado para Locarte.

— Ótimo — Falei, dei as costas e sai dali, o meu ombro estava me matando. Peguei a moto roubada e dirigi para casa, o céu estava começando a ficar claro. Larguei a moto em um estacionamento e taquei água nela, para tirar as digitais. Corri para casa o mais rápido que podia e entrei pela porta dos fundos, subi as escadas correndo e destranquei a porta do apartamento. Tranquei a porta e fui para o banheiro. Tirei minhas roupas e o pano do ombro, sangue escorreu pelo meu peito.

Abri a gaveta da pia, e puxei de lá o meu quite de primeiro socorros, tirei gases, água oxigenada, uma pinça e esparadrapo. Me inclinei para o espelho e pude ver que a bala não estava muito profunda, peguei um pedaço de pano e coloquei na boca, segurei a pinça e a enfiei no buraco da bala, uma dor percorreu o meu ombro e mordi com força o pano, a bala não iria sair com a pinça, procurei a faca, que se parecia muito com um bisturi, no quite e o segurei na mão direita. Eu estava tremendo.

— Calma, você já se machucou antes — Falei tentando me acalmar. Respirei fundo três vezes e enfiei a faca no ferimento, uma dor dilacerante percorreu o meu ombro e a bala caiu no chão. Coloquei água oxigenada no ombro e rangi os dentes, passei remédio cicatrizante e antibacteriano e fiz um curativo no ombro. Olhei as horas e já eram 5:20 da manhã. Lavei o rosto, pescoço e as mãos, tirei o sangue que sobrara e limpei o banheiro.

Deitei na cama morta. Puxei o lençol até o pescoço e tentei dormir. Passei horas suando frio e tremendo, até que quando foi lá pelas 18:00 foi que eu finalmente despertei totalmente. Peguei o meu celular e vi que tinha uma ligação do restaurante. Sentei na cama devagar e olhei para o meu ombro o curativo estava ensopado de sangue. Disquei o numero de Minna e ela atendeu.

— Alô — Disse ela.

— Chefa — Falei, minha voz estava acabada. — Desculpe, eu não consegui avisar mais cedo, não estou me sentindo bem desde ontem a noite.

— Estou percebendo pela sua voz — Disse ela compreendendo.

— Sinto muito mesmo — Dei uma pausa para engolir a dor que tinha percorrido o meu ombro. — Mas realmente não estou bem.

— Tudo bem, vou avisar aos outros que você ficou doente — Minna disse. — Enquanto isso descanse e volte apenas quando estiver melhor.

— Obrigada — Agradeci.

— Mas vai ter uma punição, quando chegar, por não ter avisado antes — Falou em tom serio.

— Tudo bem — Respondi. — Até mais Chefa.

— Até e melhoras — Disse e a ligação ficou muda.

Larguei o celular na cama e fui até o banheiro, entrei debaixo do chuveiro e me senti melhor quando a água me envolveu. Uma linha de sangue escorreu pelo meu peito e eu respirei devagar, passei sabonete pelo meu corpo devagar e me enxaguei. Peguei a toalha e sequei o meu corpo, peguei novas gases e fiz um novo curativo no ombro, vesti uma camisa folgada branca e uma calcinha azul.

Andei até a cozinha e fiz um sanduiche de queijo, presunto e ovos, peguei um copo de suco de laranja e sentei no sofá. Estava faminta. Devorei tudo em um tapa e voltei para a cama, e não demorou muito para cair no sono.

Fiquei o resto da semana toda em casa, me recuperando. Estava com aparência cansada, mas pelo menos estava com um pouco de cor em comparação há um dia. Cozinhei um pouco de arroz e carne para a janta e sentei a mesa para comer, liguei a Tv e aumentei o volume. Parecia que diversas lojas tinham sido assaltadas no centro da cidade por delinquentes, a policia conseguiu capturar alguns, mas a maioria fugiu. Foi então que o prefeito de Skillity apareceu, vários reportes ficaram em sua volta.

— Senhor Prefeito é verdade que o senhor propôs algo para o Governador a respeito de todas estes crimes? — Perguntou um repórter.

— Sim — Respondeu o prefeito. Ele tinha os cabelos pretos e olhos castanhos, tinha uma estatura baixa e uma boa lábia.

— O senhor pode dizer qual era a proposta?

— Sim — Disse ele parando de andar, olhou bem para a câmera. —Bem, para fortalecer a segurança da cidade, apenas policiais não seriam o suficiente. Então, a minha proposta era de criar uma organização de jovens estudantes que sejam responsáveis e que tenham poderes, para manter a ordem da cidade.

— Mas você não acha que é perigoso envolver Jovens nisso?

— Sim, é verdade. Por isso que essa organização trabalhara apenas como um auxiliar da policia, que continuará fazendo o trabalho perigoso— Disse o Prefeito.

— E o que o governador respondeu?

— Ele aprovou — O governador deu um sorrisinho para a câmera e a tela mudou.

— Mas o quê... — Falei embasbacada. Se aquilo era verdade, as coisas iriam ficar difíceis. Já que a falha na segurança da cidade é justamente o que me permitia andar por ai e cumprir o meu dever livremente. Sem dizer que esses jovens que vão participar da organização, provavelmente serão aqueles que são mais inteligentes ou que são extremamente habilidosos, o que quer dizer que podem ser pessoas da minha escola. Richie ou até mesmo Dana podem participar. Passei a mão pelo meu rosto e engoli em seco. — ótimo.


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Notas finais do capítulo

Entao? Que acharam? hsuahsuah. Comentem XD



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