Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiii. desculpe pelo atraso rsrsrs. Minha cachorra morreu semana passada aí fiquei meio sem criatividade para escrever alguma coisa. Bem, a vida continua e aqui estou eu postando novamente. Espero que gostem! Boa leitura.



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Se passou uma semana desde que o Prefeito deu aquela reportagem na Tv e faz uma semana desde que não recebia trabalhos de ninguém. Acho que estavam todos planejando melhoras nas suas organizações. Para mim tanto faz, ainda tinha dinheiro na conta e comida na geladeira, não me importava com o que eles estivessem fazendo desde que eu ficasse em paz. Coloquei água nas mãos e lavei o rosto. Se bem que as coisas vão ficar agitadas agora.

— Fazer o quê — Dei de ombros para o meu reflexo no espelho. Enxuguei o meu rosto na toalha e fui para o quarto me vestir para ir para o colégio. Vesti a saia e depois minha blusa, olhei para minhas tatuagens e sorri. Elas eram um pouco extravagantes, mas eram a prova do meu poder. Abotoei a camisa e vesti o casaco por cima, coloquei a gravata em volta do pescoço e fiz o nó bem frouxo. Não gostava de nada me sufocando. Penteei o cabelo e passei um pouco de perfume.

Coloquei o que precisava na mochila e sai de casa. Desci as escadas do prédio lentamente e saí pela porta dos fundos, caminhei pela calçada calmamente. O céu estava claro e a rua em silencio.

— Que calmo — Sussurrei e respirei fundo o ar fresco da manhã. Toquei o meu ombro onde a bala tinha entrado e não senti nenhuma dor. Peguei o meu celular e o fone de ouvido e coloquei uma musica para tocar. Fiz o meu caminho até a escola sem nenhum problema, atravessei o portão da frente e entrei no prédio do colégio. Já haviam alguns alunos na sala, eles olharam para mim e desviaram o olhar rapidamente, coloquei minhas coisas na mesa e sentei na cadeira.

Fechei os olhos e fiquei escutando musica, até que senti alguém na minha frente e abri os olhos. Dei de cara com os olhos dourados de Dana, ela levantou as sobrancelhas para mim e cruzou os braços, soltei um suspiro e tirei os fones de ouvido. Esperei ela começar o sermão, já que eu tinha faltado uma semana, por causa do meu ferimento.

— Bom dia — Falei dando de ombros e olhando para fora da janela. Vi os alunos entrando na escola, alguns deles olharam para cima, outros apenas entraram no prédio. — Então?

— Você já sabe o que eu vou falar — Disse ela fazendo cara de brava. — Sabe que essa escola é uma de difícil acesso, não sabe? Sabe, quantas pessoas tentam entrar aqui? — Fiz que não com a cabeça e ela descruzou os braços. — Ela é difícil de entrar justamente por que os que estão aqui dão duro — Ou são ricos, completei na minha mente. — Por isso que não se têm faltas aqui. E bem o que aconteceu? Você faltou por uma semana. Tentei entrar em contato, mas nem eu nem a secretária tinha o seu endereço ou telefone.

— Bem — Cocei a parte de trás da cabeça e dei um sorriso falso para ela. — Eu fiquei doente.

— Sei dessa — Disse se sentando na cadeira a minha frente. Pegou o celular no bolso do casaco e olhou para mim. — Me dê o seu numero.

— Não — Falei cruzando os braços. Ela olhou para mim um pouco surpresa com a minha resposta. — Por que eu daria o meu numero para você?

— Porque eu sou a líder da sala — Respondeu balançando os ombros. — Qual é, eu tenho o numero de todos da sala.

— Continua sendo um não — Digo suspirando. Ela segurou a minha mão com força e eu pensei que não fazia sentido eu não dar o meu numero para ela. Falei o meu numero e ela anotou no celular, tirou sua mão da minha e eu pisquei. — Hã?

— Vou ligar para você, salve o meu numero — Disse Dana para mim, senti o meu celular tocando e olhei para a tela. Como ela conseguiu o meu numero? Lembrei-me de como ela convenceu Richie a ir para a diretoria e cerrei os olhos.

— Você usou o seu poder, não foi? — Perguntei olhando para a tela do celular, a vi dando um aceno com a cabeça e pressionei o maxilar. Ela tinha me pego desprevenida. — Nunca mais use o seu poder em mim.

Ela olhou para mim e eu levantei o olhar, eu tinha certeza que eles ainda eram cinza e não azuis, Dana engoliu em seco e confirmou com a cabeça.

— Ok, me desculpe — Falou baixando a cabeça por um momento, mas logo em seguida levantou e deu um sorriso de canto. — Mas bem, se precisar de mim ou se acontecer alguma coisa você tem o meu número.

Guardei o celular no bolso e suspirei, observei Dana ir para a sua cadeira e coloquei a mão apoiada no queixo. O resto da sala entrou e o professor começou a dar aula, tive que me concentrar para não perder a concentração na aula, afinal eu já estava atrasada uma semana. Quando chegou o intervalo desci as escadas em direção ao refeitório e comprei alguma coisa para comer, que foi um sanduiche e um refrigerante, saí do prédio e fui para o jardim, sentei na grama e comecei a comer em silencio.

Quando terminei deitei na grama e observei o céu azul, tirei um rápido cochilo e depois voltei para a sala, não havia ninguém lá. Fui até o quadro de avisos e olhei para o nosso horário. Educação Física era os dois últimos tempos. Droga.

— Não vim para a aula? — Ouvi alguém perguntar e vi que era Dana.

— Tenho escolha? — Perguntei, ela negou com a cabeça e eu a segui pelo corredor. Entramos no vestiário e vi que estava quase vazio, procurei o meu armário e o destranquei, peguei minha roupa de educação física e suspirei. Eu não poderia usar uma blusa sem ser de manga cumprida, porque senão iria mostrar as tatuagens. Peguei minha roupa de ginástica, que era uma calça de tactel preta, a blusa de manga curta branca e o casaco vermelho. Olhei em volta e vi que não havia ninguém, troquei de roupas rapidamente, prendi o cabelo e saí do vestiário.

Caminhei em direção ao campo e vi a minha turma se alongando, todos eles estavam usando o short e a camisa branca, eles olharam para mim sem entender e eu fiz o meu alongamento. Quando terminei fui até a professora, ela tinha os cabelos castanhos longos, olhos pretos e usava uma roupa de ginástica, muito parecida com a que eu estava usando.

— Professora — Falei, ela olhou para mim em duvida.

— Porque está usando essa roupa? — Perguntou.

— Sabe o que é... — Fingi que estava com receio de falar e respirei fundo. — O meu braço... ele tem... queimaduras.

— Hummm.

— Pois é — Menti, cocei minha cabeça de forma desagradável e olhei para ela. — E bem... eu não gosto que as pessoas vejam.

— Entendo — Ela deu um suspiro e eu quase ri. Ela tinha caído nessa historia. — Tudo bem, você pode usar essa roupa na minha aula.

— Obrigada — Falei me curvando rapidamente.

Logo vi que o que iríamos fazer era corrida em duplas. Dana tentou fazer dupla comigo, mas no fim a professora que escolheu. Acabei fazendo dupla com a menina ruiva, que eu não tinha ideia de qual era o seu nome. Ela olhou para mim de canto e eu percebi que ela não era diferente do resto dos alunos da escola.

— Consegue correr com essa roupa? — Perguntou sem olhar para mim.

— Sim — Falei. Eu corro com um sobretudo e uma espada na cintura pelo telhado das casas, correr com roupa de ginástica era moleza.

— Se você diz — Disse ela. A professora nos entregou um bastão de madeira. Olhei para aquilo e revirei os olhos. — Só não quero ficar em ultimo por sua causa.

— Se aqui não tiver ninguém com o poder de velocidade, podemos ganhar de boa — Sussurrei, ela olhou para mim surpresa.

— Não tem — Disse me observando curiosamente. — Qual o seu poder?

— Não tenho — Respondi dando de ombros. — o seu?

— Campo de força — Respondeu, olhei para ela surpresa, era um poder legal.

— Legal.

— Pois é — Falou, andamos para a primeira saída e ela olhou para mim. — Vai primeiro ou eu?

— Você quem sabe — Dei de ombros e esperei ela dizer alguma coisa.

— Eu vou primeiro — Disse segurando o bastão na mão direita. — Só não deixe o bastão cair.

— Ok.

Caminhei até a minha posição e olhei para o lado, Dana estava lá também, me deu um sorriso e eu dei um aceno com a cabeça. Os outros alunos olharam para mim em reprovação, revirei os olhos e esperei a professora apitar.

Ela soou o apito e eles começaram a correr, a minha parceira estava em 5º lugar de 10º. O parceiro de Dana estava em primeiro, o vi passando o bastão para ela e ela começou a correr. A minha parceira se aproximou e estendeu a mão para mim, segurei o bastão com firmeza e comecei a correr. Meus pés bateram no chão com força e eu acelerei a velocidade, quando percebi tinha passado de Dana que estava em primeiro lugar, cheguei a linha de chegada sem nenhum pingo de suor e esperei o resto do pessoal chegar.

— Ohhhh. Você é rápida — Disse a garota ruiva para mim.

— Eu disse que podíamos ganhar — dei um sorriso de canto. Ela me deu um sorriso de volta, os outros alunos se juntaram e começaram a conversar, Dana se aproximou de mim e parou ao meu lado.

— Você é rápida — Disse Dana dando um tapinha nas minhas costas.

— Não foi nada — Agradeci e olhei para a ruiva. — Falando nisso, eu não sei o seu nome.

— Ah me desculpe — Disse estendendo a mão para mim. — Beatrice.

— Sora — Apertei a mão dela e ela me deu um sorriso.

No resto da aula, Beatrice e eu ficamos juntas, ela era uma pessoa bem legal depois que se conhecia. Me troquei no Box do vestiário e saí para o trabalho. Abri a porta da frente do prédio da escola e vi que havia movimento na entrara da quadra, cocei minha costas e suspirei. Depois do anunciamento na Tv, a policia veio pesquisando e selecionando os possíveis alunos habilidosos para participarem da organização auxiliar. E bem, a minha escola era uma das primeiras a serem averiguadas, nossa quadra serviria para fazer alguns testes já que a área de treino da policia já estava ocupada com outras escolas.

Olhei para alguns policiais de farda e engoli em seco. Segurei a alça da minha bolsa e me pus a andar rapidamente dali. Fiz o meu caminho até o restaurante e entrei, Minna olhou para mim e deu um sorriso de canto, a cumprimentei e fui para o vestiário, troquei de roupa rapidamente e guardei as coisas no armário. Entrei na cozinha e vi Logan apoiado no balcão, olhou para mim e suspirou.

— Boa tarde — Disse.

— Boa — Respondi, olhei em volta e vi que a cozinha estava organizada. — Sem muito movimento?

— Aham — Logan esticou os braços e se alongou. — Parece que há um novo restaurante na rua.

— Novo, hã? — Coloquei a mão no queixo e depois dei de ombros. — Fazer o quê?

— Falando nisso, você já está melhor? — Perguntou passando as mãos pelos cabelos pretos e olhando para mim. — Fiquei preocupado.

— Ah, estou sim — Falei e dei um sorriso para ele. — Não foi nada demais.

— Se você diz — Disse dando de ombros, Cloe apareceu e deu um sorriso para mim.

— Yoh! Finalmente apareceu — Disse para mim.

— Pois é — Inclinei a cabeça e sorri. — Me pergunto como a Minna não me despediu ainda.

— Sua comida é ótima — Disse Cloe levantando as mãos.

— E a minha não é? — Perguntou Logan apontando para ele.

— Não é ruim — Cloe deu de ombros e logo em seguida caiu na risada.

— Que má! — Logan fez bico e eu sorri.

— Bem, apareceu alguém? — Perguntei para Cloe, quando vi que ela estava segurando um papel nas mãos.

— Só um pedido — Disse ela olhando para o papel. — Carne ao molho, batata, arroz e camarão.

— Hummm.

— Sora faz — Logan deu um tapinha leve nas minhas costas e depois um sorriso de canto. — Já que a sua comida é ótima.

— Acho que ele ficou ressentido — Sussurrou Cloe para mim, dei um sorriso e peguei o papel das suas mãos.

— Tudo bem — Falei. Peguei os ingredientes e rapidamente comecei a preparar o pedido. 20 minutos depois estava pronto. Cloe pegou o pedido e levou até a mesa, peguei um copo de água e bebi, Logan estava na sala de descanso. E assim foi a minha tarde, sem nenhum movimento. Troquei de roupa e peguei o meu celular na bolsa, havia uma mensagem apenas. Abri e li. Era um trabalho de segurança em uma boate por três dias, o que valeriam 2 milhões pagos da divida.

Fui para casa e tomei um banho, preparei o meu jantar e esperei dá a hora para ir para o trabalho. Vesti uma calça preta, tênis preto, uma camisa branca regata e um casaco preto. Coloquei o celular no bolso da calça e sai de casa. Andei calmamente pelas ruas escuras e olhei para o céu estrelado, respirei fundo o ar frio e puxei o capuz para minha cabeça. Cheguei ao lugar marcado depois de alguns minutos, era uma boate bem grande por sinal. Tirei o meu capuz e me aproximei de um dos seguranças.

Ele me levou até o vestiário e me entregou uma camisa preta social. Troquei de roupa e guardei minhas coisas no armário. Olhei para mim no espelho e suspirei, estava com uma aparência de segurança de verdade, suspirei e saí do vestiário. Fui para o meu lugar, que era um corredor pouco movimentado, havia um segurança alto e musculoso parado na porta, ele olhou para mim e eu parei do outro lado da porta. Era ótimo ter um parceiro de trabalho para dizer ao contrario.

O meu trabalho era ser segurança de algumas pessoas do alto escalão criminoso, o que não era nenhum dos que eu devia em exceção daquele que me contratou. Essa reunião iria durar 3 dias e era altamente secreta. A policia estava rastreando vários daqueles que estava na sala, cruzei os braços e fechei os olhos. Senti o olhar do meu parceiro em mim e olhei em sua direção, seus olhos eram escuros como a noite.

— Perdeu alguma coisa? — Perguntei olhando para ele.

— Pensei que você era mais baixa — Comentou.

— Me pergunto porque você achou isso — Falei olhando para baixo.

— Boatos — Disse cruzando os braços e dando de ombros.

— Hmmm — Troquei o peso dos pés e me encostei na parede — Qual seu nome?

— Francis — Respondeu o cara ao meu lado.

— Então Francis — Fechei os olhos e suspirei. — Parece que vamos trabalhar juntos por três dias.

— Pois é — Concordou fechando os olhos. — Essa reunião deve ser importante.

— Estava me perguntando a mesma coisa — Falei, descruzei os braços e dei de ombros. — Que seja, desde que me paguem.

— Concordo.

E foi isso. Não conversamos mais. Ele não era muito de papo e eu muito menos. O resto da noite correu tudo bem, sem interrupção de ninguém. Olhei as horas no meu celular, 4 da manhã, peguei minhas coisas no armário e caminhei em direção a casa, estava morta. Subi as escadas rapidamente e destranquei a porta de casa, larguei minhas coisas sobre o sofá e tire minhas roupas, deitei na cama e caí no sono.

Acordei com o meu celular tocando, procurei ele entre as roupas e apertei o botão do despertador. Era 7:30 da manhã, faltava meia hora para a aula começar, fiquei de pé e me arrastei até o banheiro, tomei um banho rápido e vesti o meu uniforme, preparei café com leite e um misto quente, comi rapidamente e fui para a escola.

Sentei na cadeira e coloquei minha cabeça na mesa, fechei meus olhos e respirei fundo. Escutei os alunos entrando na sala e conversando entre si, alonguei os meus braços e bochechei, esfreguei os olhos e vi Beatrice entrando na sala. Ela deu uma piscada para mim e foi para a sua cadeira, que ficava no lado oposto a minha. Colocou sua mochila na mesa e veio na minha direção, vi Dana entrando na sala e dando um sorriso para mim.

— Bom dia — Disse Beatrice parando ao meu lado com um sorriso.

— Bom dia — Falei. Dana colocou sua mochila na mesa e se aproximou.

— Bom dia — Disse ela para nós duas, fiz que sim com a cabeça e bochechei. — Não dormiu direito?

— Não — Respondi coçando a parte de trás da cabeça. Olhei para as duas e vi que elas estavam com um brilho nos olhos. — Porque eu sinto que vocês tem alguma coisa para me contar?

— Bem — Começou Dana, coçou a parte de trás da cabeça e deu um sorriso envergonhado. — Me chamaram para ser parte da Org. Auxiliar.

— Serio? Eu também — Disse Beatrice com um sorriso enorme para Dana. Coloquei a mão na testa e engoli em seco. Ótimo, simplesmente ótimo. Fazia sentido as duas terem sido escolhidas, uma podia fazer com que uma pessoa fizesse o que ela mandasse, ótima para trabalhar na área de investigação, e a outra podia fazer campo de força, seria uma boa para a área de combate.

— Sora? — Ouvi Dana dizer, tirei a mão da testa e respirei fundo. — O que foi?

— Nada não.

— Parece que ela não gostou muito — Disse Beatrice.

— Não é isso — Menti. Eu não poderia dizer a verdade para elas. — E só que... Vocês não acham perigoso?

— Não — Responderam as duas. Deveriam achar, a cidade está cheia de gente perigosa. Beatrice cruzou os braços. — Bem e nós não fomos escolhidas definitivamente, só selecionadas para fazer os testes.

— Nós e mais 48 alunos — Completou Dana, senti minha boca abrir e ela sorriu. — Ao todo vão ser 150 alunos em toda a cidade, do nosso colégio vão ser 30 alunos.

— Tudo isso? — Perguntei levantando as sobrancelhas. Elas fizeram que sim com a cabeça. Bem, isso quer dizer que eu, futuramente, tenho que disfarçar ainda mais quem eu sou. Suspirei e respirei fundo. — E o que vocês ganham com isso?

— Salário, experiência e treinamento — Respondeu Beatrice.

— Pelo menos o salário vale o risco?

— É 3.500 S’s — Disse Dana, me engasguei com a saliva e comecei a tossir. Aquele salário era mais alto que muito serviço digno por aí. Com esse dinheiro eu poderia pagar um apartamento melhor e ter comido boa por muito tempo.

— É bom né? — Beatrice deu um sorriso e eu tive que concordar. O professor de matemática entrou na sala e elas duas foram para suas cadeiras. Prestei atenção na aula, mas ao mesmo tempo fiquei pensando sobre Dana e Beatrice e quem mais que fora selecionado do colégio. O que aconteceria se nós nos encontrássemos na rua na hora de um trabalho?

Antes que eu percebesse chegou o intervalo e eu peguei o meu lanche na bolsa, que era um sanduiche de atum. Dana e eu fomos para o refeitório, onde compramos suco e um sanduiche para Dana, fomos para o jardim e nos sentamos debaixo de uma arvore. Comemos em silêncio e depois deitamos na grama, observei o céu azul e fechei os olhos.

— Dana.

— Oi.

— Quando que vão começar os testes? — Perguntei colocando o braço no rosto.

—Amanha a tarde e vai até sexta — Respondeu.

— Você tem certeza que quer virar Agente?

— Sim — Disse, ela se mexeu ao meu lado e eu olhei para ela, encontrei os seus olhos dourados me encarando. — Porque você não diz logo que não quer que eu participe?

— Não é que eu não queira que você participe — Falei, isso era uma verdade, eu não queria, mas quem era eu para dizer alguma coisa? Cheguei na escola faz duas semanas, não tinha o direito nem de dizer que a grama estava grande. — é só que a cidade está cheio de caras perigosos, caras que você vai preferir nem conhecer.

E de fato era verdade, falava por experiência própria, não apenas pela Lighting Hunter como também por mim, pela Sora. Aquela cidade era cheia de pessoas sujas e más, não eram apenas os gângsteres e os seus seguidores que dominavam a cidade, haviam pessoas psicóticas e sanguinárias por aí também. Logo quando ganhei os poderes tive a infeliz sorte de me deparar com um cara louco que tinha o poder de causar uma dor de cabeça desgraçada nas pessoas.

Ter uma dor de cabeça forte até era o de menos quando se acordava com a testa sangrando e presa por correntes de cabeça para baixo, vendo um cara com um olhar lunático amolar um facão a la estilo Jason. Era de gelar a alma e fazer um mini filme passar diante dos seus olhos em segundos. Só saí viva dessa por que o meu pai explodiu o lugar e eu consegui controlar o meu poder. Então, bem, me julgue por tentar manter uma colega amiga de classe segura.

Dana estava me encarando ainda, soltei um suspiro em desistência e ela olhou para o céu azul. Pelo o olhar dela, nada do que eu dissesse a faria mudar de ideia.

— Tudo bem. Quem sou eu para lhe impedir — Falei dando de ombros. — Não quero dizer que vou lhe apoiar e dizer “vai fundo”, mas se você realmente quer isso se prepare para o que der e vier, e não reclame depois.

— Pode deixar que eu não vou reclamar — Disse para mim dando um sorriso triste. — Mas vai vim torcer por mim?

— Quando?

— Se eu passar amanhã, quinta e sexta você pode vim me ver treinando a noite — Respondeu.

— Acho que posso vim — Falei. O sinal da escola tocou e pegamos nossas coisas e voltamos para a sala. Depois fui para o trabalho, lá o movimento estava voltando ao normal, parece que as pessoas não tinham gostado muito do restaurante novo. Quando terminei o trabalho fui para casa, me joguei na cama e dormir. Acordei novamente apenas quando deu a hora de ir para o trabalho de segurança.

Vesti a calça preta e a camisa social preta, tênis e o casaco com capuz, coloquei celular no bolso e saí para o trabalho, era meia noite. Caminhei pelas ruas escuras calmamente e cheguei a boate, entrei e escutei a musica alta tocando, entrei por uma porta e dobrei em um corredor, vi Francis encostado na parede mexendo no celular, olhou para mim e levantou as sobrancelhas.

— Você chega cedo ou é eu que chego tarde? — Perguntei ficando ao seu lado.

— Os dois — Respondeu dando um sorriso de canto.

— Alguma informação sobre o que tratam lá dentro? — Sussurrei.

— Não — Sussurrou de volta. — Eles estão mantendo muito sigilo.

— O que será?

— Não sei, só sei que depois dessa porta tem outra sala — Falou.

— Então mesmo que tentássemos não ouviríamos nada — Comentei, Francis concordou com a cabeça. — Isso é suspeito.

— Muito — Disse, dei um suspiro e cruzou os braços. — Não é como se pudéssemos fazer algo a respeito disso.

— Depende, se quiséssemos poderíamos invadir o lugar rapidinho e descobrir do que eles estão falando — Sussurrei, ele olhou para mim com as sobrancelhas levantadas.

— Isso é verdade, mas também iríamos ter as nossas dividas triplicadas e talvez seriamos até perseguidos — Falou sussurrando de volta.

— Você tem dividas também? — perguntei olhando para ele.

— Talvez até mais que você — Respondeu descruzando os braços.

— Então é melhor deixar quieto — Completei, ele deu um sorriso de canto e concordou com a cabeça.

Ficamos jogando conversa fora até que deu 4 horas da manhã, me despedi dele e voltei para casa. Deitei na cama e dormir. Quase quebro o meu celular quando o despertador tocou, levantei da cama e me arrastei até a cozinha, preparei o café da manhã e comi em silencio, depois tomei um banho e vesti o meu uniforme. Peguei minha mochila e saí de casa, desci as escadas devagar e uma brisa fria da manhã me envolveu. Respirei fundo e comecei a andar para a escola.

Cheguei na escola e me larguei na cadeira, coloquei meu rosto no braço e fechei os olhos, antes que eu percebesse estava dormindo. Senti alguém me cutucando e abri os olhos, olhei para cima e vi que era o professor de matemática me dando um olhar reprovador. Deu uma lista de exercício para responder até o final da aula como castigo por ter dormido na aula, por sorte eu tinha ideia do que era pra fazer ali e consegui terminar antes do fim da aula. Dana tentou me manter acordada, mas eu estava com muito sono e acabei dormindo nas outras aulas.

Escutei o sinal tocando e peguei minhas mochila, olhei no relógio, meio dia. Me despedi de Dana e fui para o trabalho, o movimento parecia estar maior do ontem e Logan e eu nos desviramos para cozinhar rapidamente. O fim do dia chegou e eu voltei para casa, tomei um banho e fui dormir.

Quando deu 11:30 me levantei para ir para a ultima noite de trabalho. Vesti minha calça jeans preta, olhei para os meus tênis e peguei o de cano preto . Calcei-o e vesti a camisa preta, abotoei o botão e vesti o meu casaco preto por cima. Peguei o meu celular e coloquei no bolso da calça, coloquei o capuz na cabeça e desci as escadas. Fiz o meu caminho até a boate e minutos depois me juntei com Francis no corredor.

— Chegou cedo — Disse sorrindo.

— Pelo menos hoje — Falei abaixando o capuz.

— Não vai tirar o casaco?

— Não. Sinto que hoje vai ter algo diferente — Respondi e ajeitei a gola da camisa. Olhei para Francis e ele levantou as sobrancelhas. — Tem algo para esconder a identidade?

— Pensei que fosse o único aqui — Ele enfiou a mão na camisa e tirou de lá um óculos de skii preto, dei uma riso e ele guardou o óculos novamente.

— Alguma noticia? — Perguntei acenando em direção a porta.

— Não — Respondeu.

Ficamos quietos por uns minutos escutando o barulho da musica da boate, conversamos a respeito de quais times iriam participar da competição olímpica que acontecia na cidade uma vez ao ano. Foi então que um homem loiro com 1,71m, vestindo roupas pretas entrou no corredor, Francis e eu ficamos observando. Ele parou na nossa frente e olhou de mim para Francis.

— Diga ao seu chefe que o Gurt está aqui — Disse o homem loiro. Olhei para Francis e ele abriu a porta e entrou, fiquei na frente da porta encarando o homem. Ele me encarou de volta e coçou a cabeça. — Aposto que estão curiosos a respeito dessa reunião.

Encarei ele silenciosamente e cruzei os braços. Ele deu um passo na minha direção e deu um sorriso frio, senti um arrepio na espinha. Meus sentidos estavam dizendo para dar um choque naquele cara. Ele tinha alguma coisa errada.

— Imagine algo que permitisse a queda definitiva da policia na cidade — Sussurrou ele na minha direção, vi os seus olhos oscilando entre um castanho e verde. — É isso que esses caras querem.

— Você pode entrar — Disse Francis bruscamente a minha costas, dei um passo para o lado permitindo que o homem entrasse e ele deu um sorriso frio. Francis fechou a porta e ficou ao meu lado. Olhou para mim pensativo. — Todo bem?

— Tenho mal pressentimento a respeito desse cara — Comentei e coloquei o capuz na cabeça.

— Eu também — Concordou e colocou o óculos de skii no rosto. — Ele disse alguma coisa?

— Disse que esses caras que estão ai dentro estão vendo algo que pode derrubar a policia na cidade — Falei o que ele tinha me dito. Francis passou a mão pelo queixo pensativo.

— Você acha que eles querem dominar a cidade?

— Eles sempre quiseram dominar a cidade — Comentei e cocei a cabeça. — Mas nunca conseguiram, por que a policia está sempre impedindo.

— Mas se eles estão planejando algo como isso — Disse Francis, olhou para mim e eu entendi. — Então de certeza vai acontecer alguma coisa hoje.

Francis e eu ficamos de prontidão e atentos a qualquer barulho ou pessoa. Nada aconteceu por horas, chegamos a pensar que era apenas nossa imaginação nos confundindo. Olhei no relógio era 3:40 da manhã, olhei para o chão e respirei fundo.

— Acho que não ... — Comecei a dizer, mas então ouvimos um barulho alto e a musica parou, olhei para Francis e ele para mim. — Vou verificar, se eu não voltar em um minuto, tirem eles daqui.

— Certo — Confirmou.

Saí correndo do corredor e abri a porta, olhei em volta para a pista da boate e vi vários policiais, fiz o meu caminho de volta correndo e acenei para Francis, ele entrou pela porta e eu fiquei vendo o corredor. Verifiquei o meu capuz e três policiais entraram no corredor, estalei o meu dedo e as luzes se apagaram, estalei o dedo novamente e lancei eletricidade na direção deles, escutei o barulho de algo caindo e retomei a luz. Os três policiais estava caídos no chão, olhei para trás e vi Francis com 6 caras mal encarados as suas costas. Eles foram para o fim do corredor e destrancaram uma porta, Francis e eu os seguiram.

Escutei a voz da policia atrás de mim e fechei a porta, entramos em um corredor escuro, saímos correndo por ele e uma nova porta surgiu, vi um clarão a minha frente e botei a mão no rosto, pisquei por um momento e vi que eram luzes da policia. Olhei para Francis que estava com o óculos de skii, ele apontou para uma van preta ao lado e eu acenei com a cabeça. Abaixei a minha cabeça um pouco e fui para a frente do nosso grupo, abri a minha camisa e minhas tatuagens apareceram, vi os policiais ficarem agitados e eu sorri.

Estalei o meu dedo e apaguei todas as luzes do lugar, estalei novamente e lancei eletricidade por todo o lugar a minha frente. Escutei o barulho de armas e corpos caindo no chão. Retomei as luzes por um momento e Francis levou os 6 caras em direção a van, deu a partida rapidamente, subi no telhado do carro e então nos saímos dali. Entramos na rua que dava para avenida, e para a nossa surpresa estava cheia de policiais. Francis parou o carro com força e eu caí no chão, fiquei em pé e escutei a porta do carro se abrir, Francis sai lá de dentro.

— Vamos abrir caminho — Disse parando ao meu lado.

— Coloquem os braços na cabeça! — Gritou um homem de sobretudo preto, percebi que ele era o Detetive Bornes. Apontou a arma na minha direção e gritou novamente — Coloquem a mão na cabeça ou nós vamos atirar!

— Eu vou apagar as luzes por um momento — Sussurrei para Francis, levantei minhas mãos para cima lentamente. — Espero que o seu poder seja forte.

— Se não fosse eles não iriam me contratar — Disse me dando um sorriso de canto. Estalei o meu dedo e as luzes se apagaram, até mesmo as dos carros em exceção a nossa van. A luz iluminou as costas de Francis e então ele juntou as mãos, como se fosse bater palmas, por um segundo vi todos ficarem parados esperando. Vi um suor percorrendo a nuca de Francis e ele separou as mãos, todos os carros e policias foram jogados para o lado abrindo um caminho livre na rua. Era como se Francis tivesse feito o que Moises tinha feito, separado o mar ao meio. Ele deu um sorriso e então a van preta passou pela gente, Francis e eu corremos atrás, vi os policiais se levantando e subimos no telhado da van.

— Vá para um lugar secreto de vocês! — Falei me abaixando em direção a janela do motorista. Ele fez que sim com a cabeça. — Vou atrasar eles!

Olhei para trás e vi um carro se aproximando. Respirei fundo e estalei o meu dedo, desliguei todas as luzes, carros e eletrônicos da cidade, fiz outro blackout. Nossa van pode andar pelas ruas sem nenhum problema. Olhei para Francis, ele estava observando as ruas.

— Alguma coisa? — Perguntei acima do vento, estávamos andando rápido e o vento sacudia minhas roupas loucamente, segurei o meu capuz e repeti. — Algum movimento?

— Não— Gritou ele, olhando para mim. — Acho que já nos distanciamos o suficiente.

— Certo! — Me inclinei na janela e olhei para o que estava dirigindo — Estamos chegando? — Ele fez que sim com a cabeça. — Certo, vou devolver as luzes!

Respirei fundo e estalei o dedo, as luzes da cidade voltaram de uma vez, algumas lâmpadas da rua estouraram e eu sorri. Francis sorriu ao meu lado também. Não havia sinal da polícia. Entramos em um deposito e depois em uma espécie de garagem, descemos do carro. E abrimos a porta para os caras saírem de lá, vi que dois deles estavam segurando uma maleta de aço. Francis também percebeu, o que será que tinha lá dentro?

— Tem certeza que não nós seguiram? — Perguntou um dos homens com a maleta.

— Sim — Respondemos.

— Ótimo — Disse ele.

Vi um homem de cabelos pretos e olhos azuis saindo de uma porta, reconheci-o imediatamente. Era o gangster que tinha me contratado, Frank. Ele se aproximou de nós e sorriu.

— Belo trabalho garotos — Disse para Francis e eu. — Vocês podem ir agora, a divida de vocês foi reduzida.

— Ótimo — Disse Francis, nós dois saímos dali o mais rápido possível, paramos sobre o telhado de uma casa e ele olhou para mim. — Parece que a nossa intuição nunca erra.

— Verdade — Confirmei e tirei o capuz da cabeça, sacudi o cabelo negro e respirei fundo. — Você foi massa naquela hora.

— Valeu — Disse abrindo a camisa, vi que tinha uma tatuagem de rosa dos ventos no seu peito. Ele viu que eu estava observando a sua tatuagem e sorriu. — Não é nada comparado ao seu poder.

— Nada a ver — Falei. — Afinal, o que é o seu poder?

— É difícil de explicar, mas é como se eu pudesse controlar o espaço ou objetos em um determinado espaço — Então ele tocou na tatuagem. — Posso controla-los em qualquer uma dessas direções.

— É complicado.

— Sim, e bem é cansativo — Concluiu suspirando, olhou para baixo e depois olhou para as minhas tatuagens na barriga. — As suas são bem grandes.

— São mesmo — Concordei olhando para as minhas tatuagens que iam até a minha barriga. — Foi difícil para controlar ele.

— Imagino — Disse sorrindo. Ficamos quietos por um momento e ele olhou para mim. — Tenho que ir.

— Eu também — Falei. Coloquei o capuz na cabeça e ele sorriu. — Nós vemos algum dia.

— Até — Disse dando um xau com a mão, fiz o mesmo e comecei a correr pelos telhados, demorei uns 10 minutos para chegar na rua do apartamento, olhei em volta e não havia ninguém, subi as escadas do prédio correndo e destranquei a porta de casa. Entrei, tirei minhas roupas e fui para a cozinha, estava morrendo de fome. Preparei um sanduiche e suco, sentei no sofá e comi em silencio. Lavei a louça e fui para o banheiro, tomei um rápido banho, afinal já era quase 5 horas da manhã, vesti uma camisa branca folgada e uma calcinha preta e fui para Cama. Caí no sono quase que imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem galera rsrs. Deixe a escritora carente aqui feliz. Para os que não conhecem, tenho uma fic chamada QUENTE, se puderem deem uma olhadinha e comentem com o que acham. desde já agradeço ^^ :*


Se não foi o link da tattoo do Francis é essa aki. Não sei porque depois do segundo link não consigo mais colocar nada.


http://www.dicaslegais.net/wp-content/uploads/2012/01/Tatuagem-na-Panturrilha-Masculina5.jpg