Deep Souls - História interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 5
Cap 04- A tormenta.


Notas iniciais do capítulo

Então, ai está o capítulo de domingo ou sábado :v

Espero que achem muito loco, é sobe a campanha da prisão. Rola um misteriosinho ae, obrigado, até o próximo, falo com vocês nos reviews.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468034/chapter/5

– Onde estou? – Diz um homem alto, cabelos compridos e lisos escuros, olhos avermelhados, barba grossa e escura. Traja um peitoral feito de aço com uma única ombreira do lado direito, calças e botas de couro, nas mãos possui braceiras de aço enferrujado, uma espada embainhada banhada em prata e um escudo preso a mão esquerda, este é redondo e com o desenho da cabeça de um urso. O homem acabará de deixar sua cela em uma prisão abandonada, não consegue se lembrar como fora parar ali, encontrou o equipamento no cadáver de um guarda morto.

Ele ajusta o peitoral temendo que ele despenque e encara o corredor a sua frente, cheio de poças d’agua e outras celas, estas estão vazias. O homem sem nome começa sua caminhada pelo corredor pisoteando a terra molhada. Ele chega ao final do corredor, passa por uma porta de madeira e sobe por uma escadaria totalmente escura. Seus passos fazem ecos profundos, ele nem arma sua espada pois acredita que está só ali.

A escadaria o levou a outro corredor escuro, o homem o atravessou em poucos passos e chegou a uma nova escada, encarou a subida e começou a dar passos lentos e cautelosos.

O novo local é diferente, um corredor curto o levou a uma área mais aberta com um degrau que o leva a uma plataforma cheia de agua, não está tão profunda, cobriu somente os pés do homem, ele não consegue ver seu reflexo na agua, bate suas mãos na mesma, está suja, um fedor imenso é exalado ao centro da plataforma, ele percebe. Olha ao redor e uma porta ao canto da sala, caminha em direção ignorando o fedor.

– Aonde pensa que vai? – Ele ouve a voz aguda e penetrante vindo do centro da plataforma preenchida com agua. Sente cada fio de seu corpo arrepiar. O homem gira seus olhos e corpo lentamente, a escuridão da sala o proibi de ver o que há ali. Já temendo o pior ele saca sua espada da bainha e arma seu escudo de madeira.

– Quem está ai? – Ele indaga com a voz grave criando ecos, seus olhos tentam procurar o homem que ditou as palavras que ouvira a alguns instantes. – Vamos! Se apresente! – Ele grita formando mais ecos, dá alguns passos para trás deixando a plataforma com agua.

– Meu nome é Bolton, sou o cavaleiro de Alanor. E quem é você? O que faz aqui? – Ele ouve a voz mas nada consegue ver.

– Não me lembro.

– Não se lembra? Que grande novidade eu tenho aqui, um homem que não se lembra.

– Do que está falando? – Ele apura sua visão mas nada consegue ver.

– Todos que despertam aqui desconhecem qualquer detalhe de seus passados.

– Mas este local está vazio!

– Não, eu estou aqui, você também e... Bem, os outros.

– Que outros? Onde estão os outros?

– Porque não vê com seus próprios olhos? – O homem desisti de tentar visualizar Bolton, com passos curtos ele se afasta da plataforma e bate suas costas na porta de madeira.

– Onde estou?

– Na prisão dos que perderam o direito de ter alma.

– O que quer dizer com isso? É alguma fortaleza? Onde estou?! – Ele volta a gritar impaciente encarando a escuridão, o silêncio prevalece, ele só ouve o aço da armadura de Bolton se afastando e seus passos, o homem não se atreve a segui-lo.

Depois de alguns instantes encarando a escuridão o homem se adentrou da porta de madeira, seguiu por mais um corredor curto e subiu por uma escada de aço o levanto a uma sala redonda e mais uma porta. Está o levou a uma espécie de jardim, todas plantas estão mortas, é cercado por uma muralha de pedra alta, ele consegue ver o céu, nublado. A frente se localiza uma escada que leva a uma porta grande de madeira.

O homem subiu as escadas e abriu a porta de madeira a empurrando com força para dentro, outro jardim, este á sustentado por pilares grandes de pedra, ao canto esquerdo se localiza uma abertura na parede e a frente outra porta de madeira de tamanho médio.

– Bem-vindo. – Ele ouve a voz dócil vindo de trás de um dos pilares.

– Quem está ai? Mostre-se! – O homem exclama encarando o pilar, detrás surge uma mulher pálida, olhos escuros, lábios secos vestindo um manto desbotado, botas curtas com rasgos, suas pernas finas ficam a mostra, por baixo do manto ela veste um robe masculino azulado, velho e amarrotado, sua cabeça está coberta pelo gorro do manto não revelando nenhum detalhe de seus cabelos.

– Não tenha pressa, qual sua causa nobre cavaleiro? – Ela indaga com a voz fraca fitando o homem. Ele abaixa sua espada não vendo perigo algum na mulher frágil e indefesa.

– Minha causa? Eu não sei, só quero sair daqui.

– Porque quer sair daqui? Este é nosso lar.

– Não, esse não é meu lar.

– Tem certeza nobre cavaleiro? – Ele olha para o chão pensativo, a mulher se aproxima com alguns passos tímidos. – Vejo que não, consegue se lembrar de algo? Algum detalhe que seja.

– Não.

– Seu nome? Não se lembra?

– Também não.

– Sabe o que estava fazendo preso lá embaixo com lorde Bolton?

– Não, o que sabe deste Bolton? O que ele faz lá embaixo?

– O mesmo que você eu acredito, preso por não merecer ter uma alma.

– E porque não mereço ter alma?

– Eu não sei, também estou presa aqui.

– Onde fica a saída?

– Saída? Não existe saída daqui.

– Impossível.

– Impossível é sair daqui. – Ele retoma um pouco de ar perdido na caminhada até a superfície, olha para o céu nublado.

– É só pular da muralha.

– Não é uma ideia muito sábia. Mas não vou te impedir de tentar.

– Hum... – O homem dá alguns passos indo ao centro do jardim, ele vê uma única planta viva, esverdeada e pequena. – Porque esta é a única planta viva neste jardim? – A mulher se aproxima parando a dois metros de distância do homem.

– Pode se afastar da planta, por favor? – Ele olha para a mulher, ela está séria, o homem se levanta e se afasta. – Se a planta for retirada do solo... eu morro. – Ele franzi sua testa encarando a planta e a mulher que se abaixa a regando com algumas gotas de seu cantil.

– Quem te disse isso?

– Hansen.

– Quem é Hansen?

– Meu dono, eu jurei servir somente a ele, ele é meu mestre todo poderoso, serei leal até minha morte. – A mulher diz olhando para o céu nublado, o homem se afasta não entendendo muito bem a situação, ele estranha o comportamento da mulher.

– Onde está seu dono? Quero conversar com ele.

– No topo da torre.

– Obrigado.

– Melhor não visita-lo de mãos vazias, Hansen não gosta de visitantes ingratos de sua presença.

– E o que devo dar a ele?

– Hansen gosta de ouro, se não puder paga-lo com ouro pague com carne. – O homem deixa a mulher a sós com sua planta e passa pela abertura na parede ignorando a porta de madeira.

Desce por uma rampa e salta de uma plataforma curta ao solo molhado pela encanação quebrada. A espada foi embainhada para evitar algum acidente caso cair.

O homem sobe por uma inclinação do solo úmido e caminha por um corredor longo e vazio, as paredes estão cobertas por plantas, ele vê algumas portas arrombadas aos cantos mas as ignora devido a não ter algum meio de iluminação. Ele passa por mais um abertura e chega a uma parte alta da prisão, vê lá de cima o jardim e a mulher acariciando sua planta, segue a um corredor a esquerda ainda exposto pelos raios de luz do sol. Sobe mais uma escadaria e chega a outra construção parecida com a inferior, um andar mais acima. Porém está possui um buraco em uma parede, tijolos jogados no chão e ossos. O homem se aproxima ignorando a outra escadaria que leva ao andar superior, ele segue até o buraco na parede e passa por ele, o chão está coberto por agua, bate em seus joelhos, caminhando o homem chega até uma área mais destruída, vários destroços sobre a agua e um cadáver sobe uma viga de madeira caída. Este veste uma armadura parecida com a sua, escudo e espada, o rosto está endurecido, parecido com cera, os olhos fechados, vermes caminhando por seus orifícios faciais e uma chave pendurada no pescoço.

Ele retira a chave com cuidado do cadáver, a prende em uma das braceiras entre os laços de couro, se levanta e segue até o fim daquele estreito corredor em ruinas.

Ao atravessar enormes pilares de pedra que quase bloqueavam a porta por completo o misterioso homem chega a um salão com muitos escombros, seus olhos procuravam por uma saída, mas ao invés disso encontrou uma mulher deitada no chão coberta de pedras de tamanho médio.

–Está morta? – ele perguntou a alguns metros de distância. A mulher toda empoeirada possui os cabelos negros lisos batendo na altura dos ombros. Veste poucas roupas como uma camisa toda rasgada e a parte de baixo não pode ser visualizada pelo homem.

–Sim, me ajude droga! – gotas de sangue saíram de seus lábios e a mulher levantou o rosto encarando o homem com seus olhos acinzentados.

Ele recuou e a encarou de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo já apresento o sistema de lv, flw, até mais e obrigado novamente. Espero que tenham gostado e caso estiverem ansiosos por aparições de personagens não me cobrem porque isso é muito chato, o foco é a história.