Deep Souls - História interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 6
Cap 05- Encontro inesperado.


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é sobe os CAÇADORES DE RECOMPENSAS.

Espero que gostem do capítulo. Flw.



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Dia 26 do quarto mês.

Passaram-se alguns dias após o inusitado encontro com os mortos congelados. Freyr e Helena se recuperaram dos ferimentos com algumas poções e mágicas feitas pelo próprio homem. Acamparam noite por noite em cavernas escuras e em pontos altos para evitar os monstros que residem nas profundezas geladas.

Mas finalmente chegaram ao castelo de gelo, enorme e cercado por altos pinheiros congelados. A neve chegava aos joelhos dos aventureiros. Helena estava coberta por um manto de pele de cordeiro, Rigardo todo encapuzado carregava seu enorme machado e estava logo atrás de todos, sua barba protegia o rosto e a neve havia se misturado com os pelos.

–Enfim chegamos. Acendam suas tochas e lamparinas. – disse Freyr com o rosto laçado por um cachecol longo e quente. Seus cabelos louros caiam sobe os ombros e a barba espetava-lhe fortemente. Dylan deu passos a frente indo em direção a ponte rumo ao castelo ignorando os avisos.

–Vamos entrar logo. – disse o homem desprovido de cabelos. Rasos fios começavam a crescer e sua barba estava tão grande quanto à de Rigardo.

–Esse grimório velho já não serve em mais nada. – resmungou Helena enquanto Rigardo e Dylan abriam a enorme porta de entrada ao castelo. Freyr sorriu encostado na beira da ponte.

Fortes ventos atiravam aos ares a neve gelada, era quase uma tempestade de gelo. Estavam vivos por terem fogo e comida o suficiente para a viagem, se não fosse aquele fazendeiro teriam morrido. A porta se abre e todos se apressam a entrar encontrando-se em um enorme salão espelhado. Uma escada estava logo à frente e uma porta aos cantos.

–Feche a porta. – disse Freyr a Rigardo e assim ele fez a empurrando com força. Helena olhava para o teto vendo a si mesma, mesmo sombrio era lindo de se admirar aquela construção.

O quarteto subiu as escadas e passaram por mais uma porta. Então seguiram por um corredor escuro iluminando a área com tochas e lamparinas até chegar a seu fim. Uma parede negra os impediam de passar por ali, Freyr a examinou de cima para baixo enquanto Rigardo o ajudava clareando os cantos da parede.

–O que é? – indagou Helena impaciente. Freyr levantou-se.

–Parece que precisa de um par de chaves para abrir. Olhem esses círculos no centro. – eram círculos pequenos e com diferentes formatos.

–E onde infernos estariam essas malditas chaves? – Dylan mostrava-se tão impaciente quanto Helena.

–Talvez estejam aqui no castelo. Não seria tão fácil pegar a espada e todos sabiam.

–Se tivéssemos nos preparado com decência isso não teria acontecido. – reclamou Dylan.

–Se as chaves não estiverem aqui vamos fazer o que? Rezar para que apareçam? Viajamos metade de um mês para chegar aqui. – disse Helena irritada.

–Se não estiverem aqui seremos tachados como amuletos de má sorte! Não sejam pessimistas, o local está abandonado.

–Deveriam nos informar sobe esta maldita porta antes! – quase gritou à bela. Rigardo interrompeu todos e quebrou seu silêncio de dias dizendo.

–Achei uma passagem. – todos o olhavam quietos. O gigante abaixou sua cabeça e passou por um túnel que estava escondido em um canto daquele corredor.

–Muito bom. Alguém aqui usou a cabeça. – provocou Freyr. Dylan franziu seu rosto irritado.

Os quatro passaram por aquele túnel e chegaram a outro salão espelhado com várias escadas, corredores, portas e passagens embutidas.

–Não pensei que seria tão complexo... – comentou Helena coçando seus cabelos.

–Melhor nos dividirmos. – disse Dylan.

–Certo, eu e Helena vamos vasculhar a ala esquerda e vocês cuidam da direita. – disse Freyr e todos concordaram sem nenhum conflito.

Freyr e Helena subiram as escadarias que os levaram a enormes corredores com mais portas e gelo, a cada andar o frio aumentava mais ainda. O homem de cabelos louros tomava passos a frente com uma lamparina em mãos iluminando cada corredor e sala do qual se adentravam.

–Escutei algo. – disse Helena fitando uma enorme porta de aço semi-aberta. Freyr precipitou-se e logo fora abri-la com a espada em mãos. A bela engolia o seco ao ouvir o soar do outro lado da porta.

–Merda. – disse Freyr vendo um enorme salão iluminado por poucos feixes solares. Lá estavam aqueles denominados de Ibixians, o povo bode.

São considerados primos dos Sátiros, bravos soldados com pernas e torso de bode, armaduras que eles mesmos manufaturam junto a machados e espadas. São musculosos e altos, seus chifres são maiores que a espada que Freyr carrega. Os Ibixian estão todos de pé encarando-o junto a Helena, são cinco e estavam reunidos ao redor de uma fogueira se alimentando de restos humanos junto com alguns animais.

–Humanos! – gritou um aos fundos erguendo sua espada bastarda de duas mãos com uma só.

–Deuses! – exclamou Helena tomando o grimório em mãos a procura de um feitiço para protegê-los. Ela sabe o quão terríveis são os Ibixians.

–O que querem aqui humanos? – indagou o suposto líder, seu peitoral é cor de vinho e empunha um enorme machado de dois gumes prateado com jóias azuis.

–Estamos... – Freyr procurava por uma resposta a pergunta, mas sabia que se contasse sobe a espada despertaria o interesse dos Ibixians. – perdidos. – os bodes entreolharam-se e riram como animais.

–Que brincalhão! – comentou um Ibixian levando um enorme copo de madeira cheio de cerveja a sua boca de bode e a bebendo de uma vez. Estava completamente bêbado.

–O que Ibixians fazem perante tais ruínas geladas? – a pergunta de Freyr os aquietou. O líder deu dois passos a frente acariciando um dos gumes de seu machado.

–Fomos contratados pelo lorde do açúcar para tomar guarda deste local.

–Estão protegendo este lugar de que?

–Invasores.

–E por quê?

–Não é de interesses humanos.

–O lorde do açúcar pagou bodes para guardar um castelo antigo que ninguém da à mínima e eu não tenho interesse nisso? Estão cometendo atos de canibalismo, quantas pessoas já mataram?

–Muitas, mas temos permissão do lorde de nos alimentarmos de invasores e nada mais. Quer ler o contrato?

–Eles vão nos matar. – Helena cochichou nos ouvidos de Freyr.

–Vão tentar. – ele retrucou o comentário negativo. Era evidente que eles estavam dispostos a matá-los, os olhos dos Ibixians clamavam por sangue derramado.

Eis que Helena não perde tempo e lança em direção aos bodes distraídos uma esfera carregada de fogo que explode ao tocar um deles. Chamas se espalharam e sumiram rapidamente fazendo quase todos se machucarem com terríveis queimaduras em segundo grau e terceiro. Freyr avançou após o ataque com sua espada sendo encantada pela outra mão do jovem guerreiro, a lâmina absorveu um brilho avermelhado semelhante a chamas ardentes.

–Ataquem! – gritou o líder com a voz grave e forte. Então levantou seu machado e o desceu em uma pancada potente tentando atingir Freyr, mas o jovem fora mais rápido e desviou com um salto a esquerda.

O Ibixian bêbado usava um arco e flecha e disparava como louco tentando atingir Helena próxima a porta. A bela não era boa com magias e corria escapando dos disparos. Freyr bloqueou um forte golpe do bode dono da espada bastarda, mas o impacto o lançou para trás o expondo a um rápido movimento de lança de outro bode que o cercou. A lâmina da arma acertou seu braço esquerdo cortando como se fosse papel e abrindo mar de sangue que jorrou no mesmo instante. A espada bastarda voltou e Freyr inclinou seu corpo para trás ficando sobe joelhos vendo aquela lâmina enorme cortar alguns fios de seus cabelos louros. O líder não perdeu oportunidade e saltou com o machado investindo bem no corpo de Freyr que se encontrava inclinado, então o partirá ao meio em uma simples encrava de machado ao gelo. Mas não fora Freyr e sim um Ibixian que Helena conseguiu empurrar atrapalhando a morte de seu companheiro nas mãos do líder bode.

–Ah! – o grito dela se espalhou pela sala escura e o sangue daquele Ibixian jorrou como uma cachoeira manchando ela e o líder. Agora carregando a espada bastarda com as duas mãos a jovem mostrava confiança mesmo não agüentando o peso da mesma.

–Obrigado! – agradeceu Freyr desviando de uma flecha e golpeando o Ibixian da lança no peito com sua espada encantada em chamas.

O líder baforava em fúria encarando Helena. Ele girou seu machado agilmente e tentou acertá-la em cheio nas laterais do corpo. A jovem ergueu a espada bastarda e bloqueou o golpe, mas foi lançada a alguns metros de distância com o peso do machado e com o peso da espada caiu de costas no chão encoberta pela arma gigante.

–Vou matar essa vadia! – o líder clamava enquanto os demais tentavam atingir o ágil e habilidoso Freyr.

Helena abriu seus olhos ao escutar a frase dita pelo Ibixian. Aqueles olhos azuis prateados tomaram tons escuros e sua expressão mudou de preocupada para irritada, ela rapidamente se levantou e correu em direção ao líder com a espada gigante por cima dos ombros. Mesmo pesada ela fazia esforços para carregá-la e finalmente golpear o bode, um golpe rápido e seu corpo fora junto com o movimento da espada fazendo um deslize no gelo e abrindo um corte preciso no abdômen do líder rasgando sua armadura e pelugem marrom.

–Ahh! – ele gritou de dor, nem foi capaz de se desviar, se fosse mais a frente teria metade do corpo de um lado e a outra metade do outro. Se fosse para trás iria escorregar no gelo e possivelmente morto no solo.

Freyr lançou uma magia flamejante atingindo em cheio aquele arqueiro que o atrapalhava no combate. Então sentiu uma ardência em suas costas e uma lâmina pontuda atravessou seu peito, acabou se distraindo na batalha e esqueceu-se do outro que carregava a lança.

Helena arregalou seus olhos azuis ao ver seu companheiro receber um golpe mortal pelas costas. O líder Ibixian aproveitou o momento de distração do qual ela largara a espada bastarda em uma tentativa nula de ajudá-lo e correu na direção da garota com o machado em mãos e ferido.

–Pega ele! – era a voz de Dylan e Rigardo o fez. Saltou em frente ao Ibixian líder e acertou seu peito com um dos gumes de seu machado abrindo uma enorme ferida avermelhada arremessando o bode a alguns metros.

Já o outro foi pego por Dylan que arremessou duas de suas espadas, uma atingiu a espinha e a outra a região do pescoço perfurando a pele e órgãos do Ibixian que empunhou a lança. Helena ajoelhou-se e viu a quantidade de sangue que Freyr perdia a cada segundo, abriu sua mochila e o fez beber três poções avermelhadas. Aquilo ajudaria a parar a dor e sangramento.

–Meu. – Rigardo se referia ao líder que se levantou apoiado no machado e com a mão no ferimento que o bárbaro abrira em seu peito.

–Forte... – elogiou o líder Ibixian ofegante.

Os dois se rodeavam com seus machados, Rigardo com sua expressão séria e má. O líder cansado e fraco.

–Venha, vamos levá-lo para aquele muro secreto. Encontramos as chaves. – Dylan pegou Freyr em seus braços e deixou a sala junto a Helena. Ficaram somente Rigardo e o líder Ibixian.

O bárbaro não demorou e partiu para cima dando vários golpes com o machado. Já o líder aparava alguns e tentava atingir movimentos mais rápidos e não tão pesados para não expor sua falta de velocidade na batalha. As faíscas saltitavam a cada brandir de gumes pesados dos bárbaros, sangue se misturou com o gelo e o ofegar com o ar. Rigardo bloqueou um golpe vindo por cima e notou a oportunidade de matar o líder com um golpe no peito. Mas ao invés disso lançou com força seu machado no gelo causando um verdadeiro estouro fazendo com que lascas, neve e o líder fossem arremessados a quase um metro do chão, então girou rapidamente seu corpo junto com o machado e com o Ibixian nos ares passou o gume mais afiado de sua arma cortando-lhe das coxas peludas para baixo por completo.

–Hum. – Rigardo resmungou ao virar suas costas. O líder Ibixian caiu no chão após o movimento habilidosos do bárbaro, suas costas já se molharam com sangue. Suas pernas decepadas caíram bem distantes, ele só gritava de dor.

–Me mate! Mate-me! Mate! Mate! – gritava o líder Ibixian agonizando girando seu corpo de um lado a outro em lágrimas. – Mate-me! Mate-me!

Rigardo virou-se e o encarou friamente vendo os corpos dos humanos que eles devoraram.

Dylan encaixou as chaves e a parede se abriu em um leve deslize.

–A espada. – disse Dylan abrindo um sorriso. Freyr estava deitado sobe os joelhos de Helena que tapava o ferimento com seu manto.

Uma linda espada de lâmina brilhante ofuscava presa a uma pedra pela ponta prateada. É o artefato que devem devolver a Gatros.


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Notas finais do capítulo

Escolha para Rigardo (somente dono do personagem) :

1-Mata-lo como ele deseja.

2-Não mata-lo e deixar a criatura a sofrer.

Escolhas interativas sociais (Somente um.)
(Amizade, romance ou dispensável.)
Dylan.

Helena.

Freyr.

Rigardo.

Obrigado e até mais.