Acordei com o nascer do sol, como todas as manhãs. Meus fios vermelhos caiam sobre meu delicado rosto, meus olhos brilhavam como a água do lago, tão bonitos, tão límpidos. Me levantei e me vesti com o mesmo vestido de sempre, bagunçei os meus cabelos fogosos e estava pronta para fazer a mesma rotina diária, comer uma maçã e montar no meu leal cavalo, Angus.

De repente ouvira um bater na minha frágil porta de madeira. Quem seria? Normalmente ninguém me bate à porta a esta hora, mas mesmo assim, deduzi que seria a minha mãe me querendo mostrar o vestido que usaria no dia de meu casamento. Abri lentamente a porta e um velho alto vestido de vermelho me abordou e falou:

"Você foi escolhida!"

Peguei no meu arco e ele me puxou e me levou para um trenó com um garoto de cabelo branco, camisa azul escura, calças justas a seu corpo e um cachado de madeira. O que estava acontecendo?! Realmente não tinha a certeza mas seria melhor do que ficar com minha mãe preparando o casamento, então apenas o segui tranquila, sem medo alguma, pois sabia se alguma coisa me acontecesse eu sempre conseguiria me defender!

"Já tem cabelo branco? Ahahaha." Falei para o misterioso rapaz.

"Que gracinha." Ele falou.

"Calma cara, apenas estava brincando." Disse. Ele apenas suspirou.

"Ele não é muito social, verdade?" Perguntei ao grande homem.

"Ahaha, você tem muito sentido de humor, mas sinceramente, ele não costuma ser assim." Respondeu o velho.

"Não acredito, Ahahaha." Falei seguido de um riso alto e harmonioso.

"Bem, só uma pergunta. Você não está com medo de estar indo num trenó com um velho desconhecido?" Perguntou o rapaz.

"Bem, agora que penso nisso... Não, desde que seja para me livrar de minha mãe. Ahahahaha." Respondi com um sorriso.

" Ah, ta..." Ele falou.

O trenó "descolou", vamos dizer assim, pois eu sinceramente não sei ao certo o que se fala quando um trenó começa a voar repentinamente...

Eu fiquei muito espantada e ao primeiro segundo do voo falei atrapalhadamente:

"I-Isso voa?!"

"Sim, você não sabia que o trenó do Papai Noel voa, garota? Ahahaha." Perguntou o rapaz.

"Papai Noel?!" Falei surpreendida.

"Não me tinha reconhecido? Ahahaha!" Falou o velho.

Fiquei espantada. Como ele podia ser o Papai Noel? Esse cara não existe! Pensei e pensei, era impossível! Ainda por cima o Papai Noel nunca teria tatuagens e não seria musculado!

Pouco tempo depois o garoto me perguntou:

"Então, como se chama?"

"Ahnm? Ah, Merida e você?" Falei um pouco atrapalhada.

"Ainda pensando como o Norte pode ser o Papai Noel? Ahaha, Jack Frost." Respondeu o garoto.

"Espere, você é...?" Perguntei.

"Jack Frost." Respondeu.

"Você é o Garoto Gelado! Aquele que faz gelo por onde passa!" Gritei.

"Como você sabe que eu tenho esses poderes?" Falou Jack espantado.

"Bem, minha mãe me contava histórias sobre um Jack Frost, o guardião do Inverno." Disse.

Ele ficou imóvel com um grande sorriso no seu rosto, o conseguia ouvir a murmurar frases como: "Ela sabe de mim...", "Ela me conhece...", desse tipo.

"O-O que foi? Falei algo de errado...?" Perguntei.

"Não, não! Claro que não!" Falou atrapalhado.

"Bem, acho melhor não perguntar mais nada..." Pensei.

Honestamente, não sei o que tinha falado de errado... Provavelmente foi por ter citado os seus poderes.

Chegámos a uma torre com uma grande e linda cascata por trás. O velho saiu do trenó e falou:

"Volto já!"

"Espere! Eu vou com você!" Falei.

Sinceramente, apenas fui com o velho rugoso porque não sabia o que falar se ficasse sozinha com Jack no trenó e... Também queria ver o que teria dentro daquela torre e talvez, mas só talvez me banhar na água da cascata...