The Island of Bird escrita por Lúcia Hill
Notas iniciais do capítulo
..... ouça a leve canção junto aos ventos gelados do inverno ....
Pela manhã, iria ao Gooding Bank e assinaria os documentos do empréstimo para saldar a divida com a editora, referente a quantia que Garret pegara. A leve chuva de primavera pendurou até o entardecer, como era de costume, Chistie esperava a velha Louise fechar toda a floricultura. Ambas caminharam na direção do pequeno estacionamento a céu aberto do outro lado da rua, se despediram e cada uma seguiu em carros separados e em direções opostas.
Christie sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. Respirou fundo e ligou o limpador do para-brisa, sua mente ainda a perturbava por causa do que acontecera na noite passada. Franziu o cenho confusa, pois James Norton quase nunca trocava palavras com ela.
Um pensamento bobo lhe passou na mente.
Estaria Charlie tentando afastá-la de Roman?
Bobagem! A velha Morgan era mandona, mas não seria capaz de fazer tamanha maldade. Recordou- se das duras palavras dela quando Ron as procurou para pedir abrigo.
– Já procurou um Albergue? É pra isso que eles servem. - grunhiu a velha Charlie com um olhar penetrante de puro ódio.
– Bobagem! - repetiu em voz alta enquanto virava o volante.
Estacionou a velha caminhonete na entrada da garagem e por alguns minutos observou a chuva que caía pelo telhado da varanda. Respirou fundo novamente, girou a chave desligando o potente motor. Ao sair cobriu a cabeça com o capuz da blusa e caminhou na direção da entrada, mas ao terminar de subir os pequenos degraus se deparou com Roman.
– Preciso falar com você. - disse Christie quase sem jeito.
Mas ao contrario do que imaginava, ele não disse uma palavra sequer, apenas encarou-a. Estava diferente. Era como se aquele velho Roman tivesse retornado - seu olhar pesado e fechado - ela franziu o cenho.
– Roman você esta zangado comigo pelo que a Charlie fez? - pergunto pasmada.
Christie sentiu um nó apertado de tristeza na garganta. Ele não disse absolutamente nada, apenas concordou com a cabeça em resposta às palavras dela, e continuou seu caminho na direção do velho Chevrolet estacionado na frente da casa que buzinara duas vezes. Sentiu seu sangue gelar, pois conhecia aquele carro e pode ver de relança o rosto de Suzane.
Ela permaneceu parada próxima porta, até que o carro em que ele estava, desaparecesse rua abaixo. Relutou contra as lágrimas, e engolindo o nó na garganta, girou sobre os calcanhares, abrindo a porta.
Trinta minutos mais tarde, após ter tomado banho e se secado, caminhou na direção de seu quarto. Após vestir um roupa simples, se dirigiu à cozinha, preparou uma vitamina, despejou o liquido dentro do copo e caminhou na direção de seu quarto. Mas antes parou próxima janela da sala e notou o temporal do lado de fora, o som da porta se abrindo, fez com que ela sentisse um pequeno alivio - imaginando que fosse Roman - porém, era Charlie e suas amigas da igreja. Havia se esquecido das reuniões das noites de quarta-feira.
Chris suspirou e continuou seu caminho em direção ao quarto, fechou a porta atrás de si, depositou a caneca sobre o criado mudo e desmoronou sobre a macia cama. Fora um longo dia. Permaneceu com os olhos fixos no teto, sentiu seu sangue agitar dentro das veias - só de imaginar Roman com Suzane - tapou os olhos com sua mão direita, tentando inutilmente bloquear esses pensamentos.
Estava com ciúmes dele? Ou pior estava perdidamente apaixonada! E esse era, provavelmente, todo o problema. Refletiu.
Precisava ter certeza do que estava sentindo naquele momento, ou surtaria. Ela se levantou com apenas um impulso e caminhou na direção ao guarda-roupas, vestiu uma calça jeans e sua jaqueta. Abriu a porta com todo o cuidado para que a velha Morgan não ouvisse o barulho e lhe enchesse de perguntas, as quais não teriam respostas, caminhou na direção das portas dos fundos.
Assim que abriu a porta da caminhonete, soltou o freio de mão e deixou que o veículo descesse, para sua sorte, o som das grossas gotas de chuva abafaria o som do motor, girou a chave na ignição e deu a partida.
Seguiu em direção ao bar do Roosevelt - era o único lugar que prestava naquela ilha - assim que fez a conversão para a direita, entrou no estacionamento que ficava do lado do estabelecimento. Chris tamborilou os dedos sobre o voltante - tomando coragem - soltou uma risada nervosa, não poderia estar tão envolvida com ele...mas pelo visto estava.
Tolice!
Ela riu, destravou o cinto de segurança e saiu do carro, cobriu a cabeça com o capuz da blusa e caminhou pelas poças de água, abriu a porta e entrou. Suas pernas praticamente travaram ao ver Roman e Suzane em uma conversa acalorada em uma das ultimas mesas.
Sentiu uma vontade esmagadora de ir até la e tirar satisfações, mais parou. Roman era livre e Suzane também, por mais que odiasse admitir que sua real vontade era de socar a cara de ambos.
Respirou fundo ao notar o olhar de Ron em sua direção, deu as costas e caminhou em direção da saída. Desta vez ele não correu atrás dela, Chris sentia-se em pedaços. Permaneceu parada observando as grossas gotas de chuva se chocarem contra o chão, colocou o capuz e correu na direção da caminhonete. Os olhos castanhos claro estavam repletos de tristeza.
Ao abrir a porta do veiculo, não conteve as lágrimas, logo deu a partida e saiu daquele lugar. Não seguiu para casa - precisava pensar ficar sozinha - virou o voltante em direção ao cemitério mesmo sendo perigoso, não se importou.
Estacionou a caminhonete no corredor central e caminhou por entre os túmulos, parou em frente com o velho anjo de cimento que olhava para o céu.
Aid Steven - um pai dedicado e um oficial com méritos.
Chris ficou ali encarando o gramado verde molhado, sentia saudades.
– Nunca deixe que ninguém estrague seus planos, minha menina se tornara uma ótima contadora. Sempre estarei aqui– apontou para o coração dela - Dentro do seu coração.– disse Aid com um leve sorriso nos lábios pálidos.
Ela começou a chorar, em silêncio.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Quem quer matar o Roman levanta a mão?