The Island of Bird escrita por Lúcia Hill


Capítulo 16
Capitulo - Beware of Good Intentions


Notas iniciais do capítulo

.... devemos sempre desconfiar das "boas intenções" que nos chegam em formas de rosas..........



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Christie sentou se sobre a beirada do macio sofá. Estava descalça, usando apenas uma calça de moletom preta que já vivera melhores dias e uma camisa branca. Coçou ambos os olhos e bocejou, havia pegado no sono enquanto lia "Noites Sombrias".

A televisão estava ligada, encostou-se contra o macio sofá, já deveria passar das seis - presumiu - levantou-Se de forma preguiçosa e caminhou na direção da cozinha, pegou o bilhete da velha Morgan que dizia: "Fui a igreja, deveria fazer o mesmo" a jovem balançou a cabeça e esboçou um sorriso.

Agachou-se para pegar uma maçã na gaveta da geladeira, mais um barulho vindo da porta a fez cair, batendo as costas contra a perna da cadeira.

– Merda! - praguejou virando-se para ver quem era. Roman não conteve um sorriso, aproximou se dela e estendeu sua mão para ajudá-la, Chris retribuiu o sorriso e aceitou sua ajuda. A puxou em sua direção e lhe beijou os lábios com fervor, ela se apoiou nas pontas dos pés e enlaçando seu pescoço, não se importara com o cheiro do suor dele. Ron a levantou e colocou em cima da mesa.

Mas o cheiro do perfume de Chris o fez soltar um espirro, ela não conteve uma risada.

– Como foi seu dia? - quis saber.

Ron se afastou e antes de responder e abaixou-se para pegar a maçã caída no chão, virou de costas para ela e abriu a torneira, para lavar a fruta. Assim que se virou novamente, pode ver os olhos cheios de admiração de Chris nele, estendeu-lhe a maçã. Ela agradeceu com um gesto.

– Tirando que não vi o James durante todo o dia, isso significa que foi normal. - respondeu enquanto puxava uma cadeira para se sentar. - E você como passou?

Chris deu uma mordida na bela maçã vermelha, balançou a cabeça de forma espontânea.

– Ele passou pela floricultura essa manhã, estava calado e um pouco inquieto. - pausou como se estivesse tentando achar as palavras certas, mas logo prosseguiu - Comprou um buquê de rosas vermelhas e não disse nenhuma palavra.

Roman assentiu. Chris desceu da mesa e pegou na mão dele, ambos caminharam na direção da sala, a jovem se aproximou do velho DVD e colocou um filme. Fazia tempo que não assistia um filme a dois no escurinho.

– Falta a pipoca, não acha? - perguntou Ron enquanto esticava as pernas sobre a mesinha central.

Chris se virou e o encarou, franziu o cenho enquanto se aproximava dele, sentou-se ao seu lado.

– Não temos pipoca. - respondeu sem encará-lo, apontou o controle na direção da televisão e apertou o play.

Ron se ajeitou passando o braço sobre os ombros dela, que se encostou o largo ombro dele.

– Como não tem pipoca nessa casa? Isso é obra da velha Morgan, não é? - perguntou.

Ele tinha razão, quase tudo naquela casa era regida conforme as vontades da velha Morgan, mas - graças a Deus - ambos tinham duas horas sem suas intromissões.

Casablanca era um dos filmes favoritos de Christie, mas Garret quase não tinha tempo ou vontade de assisti-lo, deixando-a sozinha, diferente de Roman que continha os olhos vidrados na tela da televisão.

Aquele homem de aparência vazia estava lhe saindo uma ótima companhia, um pensamento lhe passou na cabeça. Roman até parecia um pouco com o personagem do filme Rick Blaine. As leves gotas de chuva começavam a cair do lado de fora, ela não resistiu e lhe beijou a maçã do rosto.

No momento seguinte, com um breve sorriso melancólico aflorou-se nos pálidos lábios de Chris, fazendo com que Roman não resistisse a beija-los de forma ardente, a puxando em seguida, fazendo-a sentar em seu colo. Em questão de segundos ele a levantou deitando-a no sofá macio, suspendeu as pernas dela - ficando entre elas– enquanto seus lábios consumia os dela de forma urgente.

Mas, o som da campainha fez com que ele se afastasse rapidamente. Chris praguejou por dentro. Relutante, se levantou do sofá e caminhou na direção da porta enquanto arrumava sua blusa e o cabelo.

Ao abrir a porta se sobressaltou ao ver James parado em sua frente com o buquê de rosas vermelhas nas mãos. Chris ficou parada encarando-o sem reação, Roman se aproximou, mas logo parou perplexo com a cena.

– Será que posso conversar com você a sós, Chris? - quis saber encarando Roman nos olhos.

Chris piscou confusa, mas assentiu. Virou-se para encarar Ron que entendeu o recado e desapareceu na direção da cozinha. Ela fechou a mão em um aperto não muito firme contra o maçaneta e bateu a porta, os olhos escuros de James se estreitaram.

– O que você quer? - perguntou de forma áspera.

James desviou os olhos para o canto. Chris protegia os braços da leve brisa gelada, não demorou para que os olhos dele novamente se voltasse para ela.

– Sei que vai achar estranho, mais esses dias me lembrei de uma antiga conversa que tivemos,na época de faculdade e me dei conta que não deveria ter feito o que fiz com você. - pausou recuperando o fôlego - Espero que não seja tarde para te pedir desculpa e te convidar para um jantar em forma de amizade.

Antes que ela pudesse responder, ele estendeu o buquê. Ela não esboçou nenhuma reação, apenas franziu o cenho, era claro que se lembrara o que ele havia aprontado - quase fora expulsa de Yale por causa daquela brincadeira de mau gosto - encarou-o por alguns segundos.

– Esta tarde e não me deve nenhuma desculpa. Alias, tem muita cara de pau de vir aqui depois de tantos anos. - respondeu - O que está aprontando James? Pois tudo que vem de você é carregado de problemas, me deixe em paz!

Chris se virou na direção da porta mas sentiu a mão dele a impedir, a fazendo emitir um gemido de protesto. Antes que pudesse reagir, ele a puxou em sua direção e a beijou de forma forçada, Roman abriu a porta naquele exato momento.

– O que está acontecendo aqui? - perguntou fazendo James se afastar de Chris que parecia atordoada.

A jovem limpou a boca com a costa da mão e sentiu seu rosto ferver de vergonha devido ao olhar de Ron em sua direção, mais virou se para encarar James que mantinha um sorriso satisfeito nos lábios.

– Não é da sua conta marginal. - respondeu altura - Isso é entre Christie e eu, afinal deveria ter ido embora a tempo, já que não tem mais nada que o prenda aqui.

Antes que Roman tomasse uma atitude precipitada Christie entrou na sua frente e o encarou dentro de seus olhos - como se pudesse ler seus pensamentos - ele recuou. Não demorou para que a velha Charlie Morgan aparecesse.

– James o que devemos a honra de sua presença? - perguntou como se estivesse surpresa.

Christie encarou-a.

– Isso é obra sua não é, Charlie? - perguntou.

Charlie se virou na direção dela e mostrou-lhe um sorriso, deixando evidente que era. Mas sua expressão se fechou ao ver Roman parado atrás de Chris.

– Ora ,pensei que iria adorar uma visita de um cavalheiro, já que esta viúva. - respondeu com uma pontada de irônia - E como tinha conversado com o jovem James na igreja no domingo, pedi que viesse visitá-la.

Chris emitiu um gemido de protesto. Como assim? A jovem balançou a cabeça e não conteve as lágrimas, se virou na direção da porta e desapareceu, deixando os três a sós. Não demorou para que Roman a seguiu. Charlie agradeceu pelo buquê de rosas se despediu de James.


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Notas finais do capítulo

Devem estar se perguntando, o que tu faz ai James meu fio? Lembre-se as sórdidas intenções dele.



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