Meu Amigo Cafajeste escrita por Nixie


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Era a quinta peça de roupa que eu pegava do chão e pelo visto não seria a última. Encarei o relógio de pulso, mais cinco minutos ali e eu estaria oficialmente atrasada. Deixei a cesta de roupas sujas em cima do sofá e fui dar mais uma olha no homem estirado na cama.

Era mais uma manhã de ressaca para ele, e mais um dia que eu ouviria reclamações do meu chefe por causa do “Boa vida” e dorminhoco do Eduardo.

Eu realmente não sei o motivo de eu ainda estar ali. Nem mesmo deveria ter me importado de ir até lá assim que recebi sua ligação.

Quando cheguei ele estava com boa parte do corpo inclinado para dentro da privada. Reclamava de dor de cabeça e estava com uma aparência péssima. Coloquei-o na cama, depois de empurra-lo para dentro do chuveiro e lhe dar um comprimido para amenizar sua dor de cabeça. Após isso a idiota aqui decidiu arrumar a sala que estava uma perfeita bagunça. As garrafas de cerveja e vinho em cima da mesinha de centro espalhadas entre os maços de cigarro e os quatro copos vazios me levavam a crer que ele havia tido uma daquelas noites agitadas. E ver as diferentes marcas de batom nos três copos ali em cima era quase como um tapa na minha cara. O idiota sabia se divertir. Ele se divertia e eu arrumava a bagunça.

Só achava estranho o fato de as três mulheres não estarem ali com ele. Provavelmente ele as dispensou assim que me ligou, o que era mais estranho ainda. Sempre que eu fazia uma visita ele estava lá todo se fazendo de bonito indo para um encontro ou já acompanhado por uma ou duas mulheres. Ele nunca foi de esconder nenhuma mulher que tenha pegado, na verdade ele às vezes até as mostrava para os amigos como um troféu. E eu era um desses amigos para quem ele gostava de se gabar.

Isso tudo porque ele achava a minha vida um tanto entediante. Quantas vezes eu já não o ouvi dizer que eu deveria mandar meu chefe ir à merda e procurar um emprego decente. Não que o meu emprego não seja bom, na verdade eu trabalhava em uma das revistas mais conceituadas do país. Era o sonho de muitas mulheres da minha idade. E o que o Eduardo entendia de emprego? Ele era um perfeito filhinho de papai, não se bancava com seu trabalho como a maioria dos cidadãos tem que fazer. Nem ajeitava a própria casa, ele não tinha nenhuma moral para dizer o que eu deveria fazer.

Além do mais, minha vida não era entediante. Não era cheia de festas, bebidas, drogas, e nem mesmo era uma louca por sexo como ele. Mas eu já tinha meus vinte cinco anos, tinha meu emprego saía para um cinema, ia à biblioteca municipal, às vezes era convidada para um teatro e tinha o noivo dos sonhos. O noivo que deixara de me ligar ontem para avisar que ia trabalhar até tarde, mas com tanta coisa para se preocupar coitado... Ele merecia um desconto.

Eu disse mais cinco minutos, e já tinha passado dez. Estava mais que atrasada agora. Cobri Eduardo com o lençol e deixei um bilhete na escrivaninha ao lado. Deixei os restos das coisas por fazer, acabei não arrumando quase nada. Senti um pouco de pena da dona Solange, mas eu não podia fazer mais nada. Corri para porta e assim que sai do prédio fiquei esperando mais vinte minutos até meu ônibus aparecer.

Foi nesses minutos de espera que eu percebi porque ele dispensara as três mulheres. O Don Juan contratara prostitutas. Pelo menos algo me fez sorrir durante aqueles míseros minutos.


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Notas finais do capítulo

Então gente, espero que se interessem estou animada com essa história. Sintam-se a vontade para favoritar, comentar, ignorar, enfim... rsrs



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