Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 21
Capitulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas... como prometido olha eu aqui. :D


Antes de tudo,quero aqui agradecer a todos voces que acompanham, comentam, gostam, em especial a CaSiSa, acho que é assim que escreve, pela recomendação LINDA, até me emocionei e a Sweet Killer que já havia recomendado a fic e eu não agradeci devidamente, Obrigada a vc SK que é uma fofa e tem uma das fics mais legais que acompanho atualmente. Por enquanto é isso. Sintam-se todas amadas



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– Como assim? Me conta isso direito!

– Já disse tudo, Mulan. Foi um beijo incrível, mas do nada Neal resolve aparecer. Sorte nossa que ele bateu a porta da frente com força. - Para olhando a arquibancada. Estavam no campo de Rugby numa manhã ensolarada de domingo. A treinadora estava pegando cada vez mais pesado com as garotas treinando no final de semana. Aquele com certeza era um dia perfeito para passar sem fazer nada ou fazer aquilo que atualmente Emma mais gostava: pensar em Regina. Mas estava ali, longe da morena, apenas recordando os momentos da noite anterior e lembrando de suas palavras. Não iria mais fugir, será mesmo? Emma duvidava e tinha fortes motivos para crer que no primeiro contato visual com ela a mulher sairia correndo.

– Puts Emma, que chato! Pelo menos ele não foi levar você em casa, né?

– Não, foi muito pior, ele apenas deu em cima de mim na frete da Regina.

– E ela?

– Ela o que? Não fez nada, claro. Nos deixou lá na sala e foi pro quarto.

– E você?

– Eu apenas me despedi do Neal e fui embora. Queria que eu fosse atrás dela e pedisse desculpas por algo que eu nem fiz? Neal estava lá, seria totalmente estranho. - Emma fala bufando - Isso foi totalmente frustrante. Na hora em que eu consigo algo, me acontece uma coisa dessas. - Fala decepcionada.

Nesse momento Henry aparece correndo até o campo acompanhado de Neal. Os dois sentam-se na arquibancada. Henry acena para Emma.

– Hey, garoto... Neal, tudo bom?

– Tudo ótimo. - Henry responde pelos dois.

– Ele queria por que queria vir aqui ver o treino. Foi meio difícil convencer a Regina, mas ela cedeu. Acordou com um péssimo humor hoje.

– É. Eu imagino. - Emma fala sem entusiasmo quando ouve o apito da treinadora soar pelo campo. Despede-se dos dois e sai em direção às outras garotas.

*****

Na mansão Mills Regina não estava tendo um domingo tão primaveril. A mulher andava em círculos pelo escritório. Devia estar organizando o trabalho da semana, mas não conseguia manter a atenção em mais nada que não fossem as palavras de Henry ecoando em sua cabeça. O que o filho lhe falara durante o café deixou a morena num estado pensativo.

*A Emma é tão legal, se ela não tivesse família você poderia adotá-lá, né mãe? Ela seria uma excelente irmã pra mim e acho que uma ótima filha para você, mas como não é possível, vou fazer ela casar com o Neal, assim ela se torna minha prima, não seria ótimo?*

Uma ótima filha para você ....

Uma ótima filha para você ...............

Uma ótima filha.

As palavras ecoavam em sua cabeça. Regina gostaria naquele momento de ter a certeza que nunca em vida precisaria contar para Henry que havia beijado sua melhor amiga e ainda pior, que havia gostado e que ao invés de serem irmãos ou primos, era mais provável ter Emma como uma segunda mãe. Repreende-se em Pensamento. "Segunda mãe", segunda mãe. Você só pode estar maluca, Regina".

Mas como esquecer aqueles olhos verdes suplicantes? E o toque da garota? Seu cheiro, o gosto da sua boca? Seu jeito fofo e conquistador de se aproximar como se não quisesse nada. Vivia um turbilhão de pensamentos. Uma inquietação. Queria com todos seus sentimentos se entregar aquilo, se entregar a Emma, esquecer de tudo, de todos: família, filho, trabalho. Esquecer o próprio nome nos cabelos loiros da garota. Perder-se completamente nos seus braços, seus braços fortes que a morena ainda sentia em volta de si. Por que Emma era assim tão irresistível? Por que seu toque ainda se fazia presente mesmo estando distante? "Você precisa pensar, Regina, você precisa pensar direito".

******

–O.k., garotas. Por hoje chega. Não quero tomar mais o domingo de vocês. Estejam livres para se divertir com moderação. Não esqueçam que o jogo é na sexta e é muito importante que vocês tragam amanhã a carta com a autorização de seus pais. Serão duas horas de viagem daqui até Newtown, não iremos levar ninguém que não tenha trazido a autorização. Todas avisadas, até o treino de amanhã. Cuidem-se.

– Ela está empolgada.

– Sim.

– É a primeira vez que temos um time tão bom, graças a você Emma. -Mulan fala dando tapinhas nas costas da amiga.

– Fala baixo, Zelena não para de olhar pra cá, não estou afim de socar ninguém hoje.

–Qualquer dia desses ela fica verde de inveja.- As duas riem alto caminhando em direção a arquibancada onde Henry e Neal ainda esperavam pela loira.

– Hey, garoto! Gostou do treino?

– Emma, você é incrível!

– Que isso, nada de demais... - Fala fazendo uma expressão de modéstia. - Mentira, eu sou incrível mesmo. - Conclui sorrindo.

– Posso falar com você, Emma? Em particular? - pergunta Neal.

– Claro. Se importa de ir comigo até o vestiário? Preciso de um banho.

– Tudo bem. - Confirma. - Me espera aqui Henry, já volto.

– Tuuuuudo bem. - O garoto concorda abrindo um enorme sorriso. Na sua cabeça era certo que Emma e Neal iriam conversar e se entender de uma vez e aquilo o deixava totalmente radiante.

– Você é amiga da Emma, né? - Pergunta a Mulan que ainda se encontrava parada em pé de frente pras arquibancadas.

– Sou. - Confirma sentando ao lado do garoto.

– Então me diz, o que você acha da Emma com o Neal? - Pergunta esperançoso.

– Eles são amigos, bons amigos. - Responde a morena já sabendo onde o garoto queria chegar.

– Hum...., mas você acha que eles poderiam ser mais que amigos? Eles já se beijaram uma vez, poderiam fazer isso de novo. - Mulan ri da linha de raciocínio do garoto.

– Olha, Henry... Eu sei que nós nunca nos falamos antes. É até meio estranho estar aqui conversando com o filho da diretora. Você sabe a fama que seus família tem. - O garoto confirma balançando a cabeça positivamente. - Mas você quer saber sobre alguém que considero minha amiga, na verdade sobre duas pessoas que considero amigos, Neal e Emma, então eu me sinto na obrigação de dizer que se eu fosse você não apostaria todas as minhas fichas num possível namoro.

– Por que não? Eles fazem um ótimo casal, só precisam de um empurrãozinho.

– Podem até fazer, mas você tem que concordar comigo que pra ficar com alguém é necessário primeiro que estejamos gostando dessa pessoa.

– Eles se gostam, eles se beijaram.

– Eu sei, eles se gostam como amigos, e eles se beijaram sim..., mas isso já é mais complicado. Nem sempre beijamos uma pessoa por que estamos apaixonados por ela. Às vezes é algo momentâneo e depois você para pra se questionar e nem mesmo sabe o porquê de ter feito aquilo. Você entende? - Henry faz um bico e Mulan continua:

– Emma gosta de outra pessoa.

– Ah... Então a questão toda é essa? Você poderia ter dito logo. Quem é?

– Isso eu não posso te contar, apenas ela pode.

– Entendo. - Fala num misto de curiosidade e decepção.

– Henry, eu posso te perguntar uma coisa?

– Pode.

– Eu gosto de garotas. Gosto de garotas como a maioria dos garotos gostam das garotas...

– Você é lésbica? - Henry interrompe a garota espantando-a com sua atitude.

– Sou. - Confessa.

– Não precisa ficar acanhada . Eu sei dessas coisas, sou bem grandinho e tenho internet em casa, tem um monte de casais gays nas séries e filmes e tal.- Sorri.

– O.k., eu queria saber o que você acha disso.

– Não acho nada. O que teria pra achar?

– Não sei talvez você achasse isso estranho ou anormal.

–É um pouco diferente, mas não anormal ou estranho. Pode ficar tranquila, não vou contar pra ninguém sobre vocês.

– Nós?

–Sim, você está falando da Emma, né.? É de você que ela gosta?

Mulan estava desconfortável tendo aquela conversa com o garoto. Por alguns segundos hesitou em responder, era óbvio que não era dela que Emma gostava, mas o que ela diria? "Não é de mim que ela gosta, garoto, é da gostosa da sua mãe?", pensou.

Antes que a morena pudesse pronunciar qualquer coisa a voz rouca e forte de Regina foi ouvida aproximando-se da arquibancada.

– Henry....

– S-senhorita Mills . - Mulan fala meio atrapalhada pondo-se de pé no mesmo segundo para cumprimentar a diretora.

– Senhorita Lee. - Regina retribui o cumprimento e volta-se para o filho:

– Vocês estavam demorando, já está na hora do almoço. Vim Buscar vocês. Onde está Neal? - pergunta olhando ao redor.

– Com a Emma. - Responde Henry.

– Com licença eu preciso ir. - Mulan fala apressada e despede-se deixando mãe e filho conversarem sozinhos.

– Então seu plano deu certo? - Regina pergunta enquanto caminham até o estacionamento.

– Acho que não. Descobri que Emma gosta de outra pessoa.

– Outra pessoa? - A morena sente um frio na espinha.

– Sim.

– Quem? - Pergunta tentando não demonstrar mais interesse que o necessário.

– Não sei, mas tenho a impressão de que é de uma garota. Mulan demorou muito pra responder se era ela, isso significa que não é e que ela não quer me dizer.

– Ohh, detetive Henry, como você se sente sobre isso?

– Normal. Vou perguntar pra Emma. Quem sabe posso ajudá-la.

– Príncipe, detetive, cupido... - Henry sorri para a mãe que lhe retribui o sorriso num abraço.

******

– Tem certeza que está tudo bem e você não está chateada comigo? - Pergunta Neal enquanto caminhava com Emma em direção ao vestiário da escola.

– Tenho. Por que eu estaria chateada?

– Não sei. Você saiu lá de casa tão rápido.

– Não era nada com você eu apenas precisei ir pra casa, já estava tarde.

– Regina tratou você mal? É bem o jeito dela mesmo.

–Não, ela não me tratou mal. - Responde olhando a grama.

–Desculpa ter falando que gosto de você na frente da Regina, deve ter sido constrangedor, né? Ela é sempre tão superior. Eu tinha tomado umas coisas e estava meio feliz, desculpa.

– Eu percebi. Não tem problema, de verdade. - Pararam de caminhar na porta do vestiário feminino.

– Você vai almoçar em casa?

– Não, combinei com meus pais no Granny's.

– Nos vemos lá então.

– Ok, até.

****

No Granny's Emma e Mulan almoçavam com Mary Margaret e David. Emma podia ver Regina, Henry e Neal numa mesa quase a frente a eles. Os dois garotos estavam de costas para a mesa da loira, apenas Regina estava de frente. Emma olhava para a morena sempre que podia para que ninguém percebesse seu interesse e Regina retribuía os olhares, passaram o almoço todo nessa conversa muda até a família Mills se retirar e minutos depois Emma ouvir o bipe do celular.

______

No Jolly Roger hoje, 20:00hrs.

______

Emma não conseguiu segurar um sorriso.

– O que foi filha? Boas notícias? - Pergunta Mary Margaret.

– Não,... Quer dizer, sim. É Tinker perguntando se não queremos ir à casa dela hoje à noite. - fala voltando-se para Mulan.

– E nós...?

– Vamos, claro que vamos. Vocês não se importam, né? - Pergunta aos pais interrompendo a amiga.

– Não, só não volte pra casa tarde, você tem aula amanha cedo.

–Entendido, xerife! - Emma fala sorrindo.

______

Estarei lá.

Xoxo

______

Emma passou uma tarde torturante. Mal cabia dentro de si de tanta ansiedade. O que Regina queria com ela? Conversar provavelmente, mas sobre o que? Sobre o dia anterior? Queria dizer que estava arrependida e que nada daquilo devia ter acontecido? Deus, como aquela mulher era complicada, mas o que ela tinha de complicada tinha de encantadora e linda. Não havia como negar Emma estava cada vez mais perdida por aquele encanto moreno.

*****

A hora tão esperada finalmente chegou. Emma pôs uma camiseta preta, jaqueta de couro azul, um gorro, calça jeans e botas e partiu em direção ao Jolly Roger. Ao chegar encontrou o alçapão que dava acesso a parte de baixo do navio apenas encostado. Desceu a escada. Seu coração dava pulos dentro do peito.

– Regina?

– No final do corredor, Emma. - Fala a morena. Sua voz vinha do mesmo lugar, aquele lugar do primeiro beijo: o quarto do capitão.

Emma caminha pelo corredor em passos lentos. Quanto mais se aproxima ouve uma música leve, distante, a velha vitrola do pai de Regina tocava Frank Sinatra.

Something in your eyes was so inviting

Seu coração se acelerava a cada passo em direção à música.

Something in your smile was so exciting

O que era quilo que Regina conseguia fazer com seus sentimentos mesmo não estando ali próxima dos olhos? Como ela estaria? Com que rosto? Com que sorriso? Sentia seu cheiro por antecipação , sentia seus lábios, sentia seu gosto.

Something in my heart,

Told me I must have you.

Emma entra no pequeno cômodo. Regina estava sentada na cama, uma pequena cama que ficava acoplada a parede a esquerda da porta. Estava lá, simplesmente sentada, esperando. Um vestido vermelho social simples, um blazer preto descansava em sua coxa, botas, meia calça; formal, como costumava se vestir sempre, mas naquela noite algo em seus olhos, em seu sorriso parecia tê-la deixado ainda mais bonita, mais livre, mais solta. Ao ver Emma entrar pelo portal arruma a mecha de cabelo que lhe caia no rosto e sorri. Bate levemente na cama indicando um lugar ao seu lado para que a garota sente. A loira aproxima-se. Senta-se. Ambas sem dizer palavra, apenas a música num volume baixo preenchia o espaço entre seus corações, até que Emma decide quebrar o silêncio.

– Me sinto num conto de fadas nesse navio.- Fala timidamente olhando para a outra.- e depois de alguns segundos, continua: - Desculpa por ontem...

Regina leva o dedo indicador aos lábios de Emma, impedindo que a loira continuasse o que queria dizer. Aproxima-se levando as mãos ao rosto da garota. Desenhava com a ponta dos dedos seu queixo, pescoço. Tira-lhe a jaqueta lentamente, queria ver seus braços, tocá-los, senti-los. O corpo inteiro de Emma estremece com aquele toque, paralisa, entorpece.

Regina aproxima-se ainda mais a olhando nos olhos, deixando-se levar por um mar verde, imenso, profundo. Estava totalmente tomada pela vontade de ter-se nos braços da garota e de tê-la em seus braços, de abraçá-la, senti-la, amá-la. Seus rostos muito próximos. Suas pernas quase entrelaçadas. Emma leva a mão direita a coxa da morena, não conseguia evitar aquilo, era automático. Regina causava-lhe uma atração que a fazia perder os sentidos, perder a noção, esquecer que na noite anterior tinha dito que iriam levar as coisas devagar.

– Reg...

A morena leva novamente o dedo indicador aos lábios da loira. Retira-o para depositar um beijo em sua boca, um selinho longo, demorado, quente.

– Eu me sinto num conto de fadas toda vez que olho pra você. - Fala rouca e sussurrante.

Emma não sabia como era possível, mas seu coração conseguiu acelerar ainda mais com as palavras da morena. Não resistindo mais, leva as mãos a cintura da outra a acolhendo em seus braços, beijando-lhe o pescoço, os ombros, o decote; Regina permitia-lhe aquela aproximação, a cabeça arqueada facilitando os beijos, o toque. Emma queria tê-la mais próxima, queria senti-la mais perto como se pudesse atravessar seu corpo, unir suas peles. A morena deixa escapar um gemido fino e abafado quando Emma a toma nos braços. Era o que queria, o que desejava, sentir os braços firmes da garota em volta de seu corpo, tinha sentido falta daquilo a noite inteira, o dia todo. O que fazer agora que já não conseguia ficar sem aquilo? Se existia um lugar ao qual pertenceria com certeza era ali, naqueles braços. Regina os segura firmes tomando impulso e sentando no colo de Emma. O vestido levantado até o final das cochas, a cinta liga ali aparecendo, enlouquecendo a loira. Encaixa seu corpo no dela.

As mãos de Emma passeiam pelas costas de Regina, sobem até sua nuca, descem até seu cóccix, suas pernas, aperta-lhe as nádegas firmes e ela mais uma vez solta um gemido abafado no pescoço da garota. Olham-se ofegantes. Beijam-se sensualmente, vagarosamente, deliciosamente apreciando o gosto uma da outra, deixando suas línguas dançarem livres no espaço infinito de suas bocas.

Regina segurava firme a nuca de Emma com ambas as mãos tornando o beijo ainda mais ardente. A loira leva suas mãos novamente as nádegas de Regina, aperta o corpo da morena com mais força contra o seu. Agora a segurava pelos quadris num vai-e-vem cada vez mais forte e enlouquecedor. Regina tinha as mãos por baixo da camiseta da garota, apertava sua pele e arranhava suas costas levemente.

–Em... Emma...! - Regina fala ofegante entre um beijo e outro. Agora dava gemidos curtos, ofegava deliciosamente na boca da loira, fechava os olhos, abria-os numa expressão de prazer que estava matando Emma de tanto desejo.

–Emm... devagar... - Pedia ofegante retirando as mãos da blusa da garota. Queria parar aquilo, queria que fossem devagar, queria levar aquilo de maneira calma, mas seus quadris rebolavam no corpo da outra por vontade própria. Somente quando Emma leva a mão para baixo de seu vestido na intenção de livrá-la de sua calcinha encharcada que não permitia um contato mais cru com seu sexo, Regina pula de cima da loira como um gato que acaba de cair na água.

– Devagar!!! - Fala ofegante levantando-se da cama.

Emma solta o ar todo pela boca relaxando as costas. Levanta-se também. Vai até Regina. Abraça-a por traz com as mãos em sua barriga. Levemente conduz a morena numa pequena dança, leva seu corpo para esquerda e para a direita lentamente roçando seus corpos.

– Emma... Eu pedi pra parar. - Fala de olhos fechados num sussurro.

– O que estou fazendo? Só estamos dançando um pouco. - Fala sussurrante no ouvido da outra.

– Isso não é dança, Emma. - Fala tombando a cabeça para trás entregando seu pescoço aos beijos da loira.

– O que é então?

– É uma tentativa sua de me seduzir ainda mais. - Fala manhosa roçando os quadris no corpo da outra.

– Eu seduzir você? Você que me seduz, senhorita Mills. - Diz num sussurro.

– Emm... Por favor. - Regina vira-se de frente pra outra a empurrando devagar até a cama. Emma senta-se.

– Eu realmente quero que possamos fazer isso devagar, um degrau por vez, lembra?

– O.k., - Emma concorda. Senta-se na borda da cama que ficava colada a parede do barco, encosta-se.

– Senta aqui. - Convida Regina para sentar-se entre suas pernas. - Vamos conversar um pouco.

– Regina sobe na cama sentando de costas entre as pernas da loira.

– Sobre o que você quer conversar? - Pergunta pra morena enquanto cheira seus cabelos tirando de cima de seus ombros para depositar um beijo em seu pescoço.

– Vamos falar de você. Está gostando de Storybrooke?

– Sim, principalmente por que tem você. - Fala depositando um beijo molhado no pescoço de Regina.

– É sério, Emma. - Fala estremecida. - Está sendo como você imaginou?

– Não. No começo eu relutei em vir pra cá. Fiz cara feia, fui meio birrenta.

– Uma criança chata? -

–Exatamente. - Falava enquanto mecha nos cabelos de Regina.

– Não gosta de cidade pequena?

– Não. Sempre gostei de movimento, de ver as pessoas passando, de observar o comportamento alheio. Lá em Boston às vezes eu ia à praça com uma máquina fotográfica e tirava várias fotos tentando capturar o movimento das coisas.

– Você conseguia?

– Sim, fazia umas fotos legais, qualquer dia te mostro. - Regina sorri.

– E os seus amigos? Sua namorada? Ficaram todos lá? - Emma ri com a pergunta.

– Eu tinha poucos amigos, poucos e nem tão amigos assim. E não, eu não tinha namorada. Tive um namorado uma vez, já estávamos separadas há meses quando nos mudamos.

– Então você nunca esteve com uma mulher antes?

– Não. - Regina se cala meio pensativa por alguns minutos.

– Isso é complicado.

– Porquê?

– Bem, é a sua primeira vez com uma mulher. Vai chegar um dia em que você vai querer definir melhor sua sexualidade e experimentar outras coisas, ter experiências diferentes pra só então saber o que você realmente quer. Você é muito jovem ainda, Emma. - Fala com a voz mais rouca que o normal. Não queria deixar visível, mas saber daquilo lhe trouxera uma insegurança que não entendia, até por que, não estava começando um relacionamento com Emma, ao menos era o que pensava. Na sua cabeça estava apenas se permitindo ser feliz por alguns momentos e quando acabasse, e isso teria de acabar um dia por que Emma era apenas uma garota, cada uma iria pro seu lado. Não havia, portanto, um motivo pelo qual se preocupar se era a primeira mulher em sua vida, mas aquilo a deixou preocupada. A menor chance de vir a perder a garota fez Regina sentir uma pontada de tristeza que logo teimou em dissipar até porque, ninguém ali estava prometendo um romance eterno ou um casamento.

– Não sei como eu poderia querer outra coisa se tenho você. Não vejo mesmo.

– Talvez você não veja agora que esta com esse desejo todo.

– Não acho que seja assim, não apenas desejo. - Fala meio triste.

Ficam caladas por longo minutos, aquele assunto as deixou pensativa, mas ainda assim, era bom estar uma nos braços da outra. Era como se o mundo inteiro pudesse desabar naquele momento que elas não seriam atingidas.

Quantas horas passaram ali não importava. Naquela noite as duas conversaram sobre coisas bobas e aleatórias, contaram pequenas lembranças de infância e gostos pessoais e também ficaram bastante tempo caladas num silêncio só delas. Emma teve de se conter varias vezes para não avançar o sinal com a morena e sair deslizando suas mãos por seu corpo escultural, uma verdadeira prova de auto-controle. Sabia que não conseguiria nada com a morena naquela noite, principalmente depois do que Regina havia dito. A loira sabia que teria de provar pra morena que não era apenas uma garota deslumbrada desejosa por uma mulher mais velha, por uma mera experiência ou curiosidade. Regina ainda não estava completamente aberta, mas Emma teria paciência suficiente pra descasar ainda mais as camadas que a protegia da entrega total, mas, se chegasse a esse nível, a loira seria capaz de lhe dar com o que estaria por vir? Não, não sentia medo. Fechou os olhos e deixou estar-se ali sentindo o cheiro e o corpo pesado de Regina, era um momento infinito.


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Notas finais do capítulo

Música que estava tocando no Jolly Roger:

https://www.youtube.com/watch?v=nHuko5BCFzA

Amo Frank Sinatra é tão lindo dançante e romântico.
É isso, até quarta, Abraços de urso.