Family Secrets escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 7
Capítulo 06 - Cai o Pano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/467481/chapter/7

Faltavam apenas vinte minutos. Matt e os outros estavam parados de pé na sala de estar, pensando no que iriam fazer, o problema é que não havia tempo para pensar.

– Nós precisamos ir embora daqui – Paige disse – Não precisa ser de carro, vamos embora a pé mesmo.
– Para onde nós vamos? – Matt perguntou – A casa da sua irmã é muito longe daqui.
– Podemos ficar na casa da vizinha.
– Vamos chegar na casa dela e dizer o que? “Nossa casa é assombrada, viemos pedir pra ficar aqui por alguns instantes”?
– Você tem alguma ideia melhor? Precisamos dar o fora daqui em vinte minutos!
– Vinte minutos? Do que estão falando? – Ella perguntou.
– Nada, querida, não é importante – Ela olhou para a filha, com vontade de chorar por estar naquela situação, depois olhou para Matt – Nós precisamos ir, agora! – Ela foi até a porta e girou o trinco, mas ele não abriu. Ela chacoalhou a porta, mas ela nem se movia.
– Deixe-me tentar – Matt foi até a porta e tentou abrir, sem sucesso.
– Não está trancada – Paige verificou – Simplesmente não abre.
– Oh meu deus – Ella disse e os pais prontamente se viraram.
– O que? – Matt perguntou.

Ella apontou para um lápis que parecia estar colado no teto. Depois, algumas folhas de papel começaram a flutuar até o teto, e lá ficaram.

– O que está acontecendo? – Ethan perguntou, levantando-se no segundo degrau da escada, onde estava sentado com Emma.
– Eu não sei.

De repente, o abajur da sala começou a levitar lentamente, junto com os porta-retratos da família que estavam na estante. As luzes começaram a piscar e de repente, um grito feminino foi ouvido. Era Emma. Apontava para alguma coisa na cozinha.

– O que houve, Emma? – Ella perguntou.
– Uma mulher – Ela continuava apontando para a cozinha, de onde lentamente uma mulher saía caminhando.
– O que é isso? – Ethan perguntou, percebendo que aquela mulher era idêntica a sua mãe.
– Oh meu deus – Paige disse, correndo até os filhos – Fiquem atrás de mim! – Ela gritava, enquanto a mulher pálida caminhava em direção a Matt.

Ela parou e começou a falar:

– Eu não estou aqui para machuca-los.

As crianças estavam apavoradas com o que viam.

– Quem diabos é você? – Paige perguntou.
– Eu sou você – Ela sorriu, revelando dentes amarelados.
– Você não é eu!
– Vocês precisam sair daqui, está chegando a hora.

Os objetos pequenos continuavam a flutuar na sala.

– Ele está chegando – Ela continuava falando – Vocês têm que ir embora!
– Nós não vamos embora até você nos dizer o motivo disso tudo! – Matt a enfrentou.
– Isso não é real – Ela falou.
– Como assim? – Matt perguntou.
– Isso não é real – A mulher respondeu – Nada disso é real, você não é real, eles não são reais – Ela apontou para Paige e os filhos, perto da escada.
– Do que você está falando?
– Isso tudo é como um pesadelo para você.
– O que?
– Você está morto, Matt, assim como eles.
– Você está brincando, só pode estar brincando.
– Não estou – Ela disse – E você só não sabe disso porque sua mente não permite – Ela passou a mão em seu rosto.
– Eu não entendo.
– Tudo começou no dia 15 de setembro, vocês se mudaram para essa casa e estavam muito felizes com o que de acordo com você seria uma vida nova, depois que vocês dois haviam se recuperado na crise no casamento.

Matt lembrava-se muito bem do dia, até porque havia sido apenas quatro dias atrás.

– Mas não deu certo – Ela abaixou a cabeça, como se sentisse na pele – Vocês voltaram a se desentender e certo dia, você saiu de casa pela madrugada depois uma briga feia.

Gritos. Lágrimas. Paige deitada na banheira, lamentando. Ele começava a lembrar.

– Na mesma noite em que você saiu – Ela já estava chorando – Eu... – Ela fez uma pausa – Digo, Paige, e as crianças foram assassinadas depois de um assalto a essa casa. Na mesma hora em que você estava chegando. Enquanto você entrava pela porta da frente, e os bandidos saíam pela porta de trás.

As crianças chorando com medo das brigas cada vez mais violentas. Matt voltando a beber. As lembranças continuavam vindo.

– Você encontrou os corpos – Ela abaixou a cabeça novamente, chorando – E não aguentou ver aquilo – Ela fez uma pausa, depois enxugou os olhos – E então pegou a arma que você tinha em uma caixa no guarda roupa – Os corpos de sua família com ferimentos de bala. Ele retirando a colt de dentro da caixa de sapatos. Colocando balas dentro dela. Matt lembrava – Colocou em sua boca, e atirou, exatamente às duas e meia da manhã. – O sangue da família derramado. O tiro – Ele lembrou de tudo, então se afastou e cobriu a boca com a mão.

– Não pode ser verdade – Ele não podia acreditar. Não queria acreditar.
– Mas é – O espírito de Paige lamentou.
– Então porque ainda estamos aqui, nessa casa?
– Porque você se sentiu culpado pelo que aconteceu com eles, e se castigou inconscientemente, obrigando a si mesmo a reviver os últimos momentos de suas vidas em um ciclo infinito. Esta não é a primeira vez que acontece, existem várias almas perdidas nessa casa, almas da sua família. Eu sou uma delas.
– Como assim não é a primeira vez?
– Vocês se mudou há quanto tempo?
– Há quatro dias – Ele respondeu.
– Não – Ela disse.
– Como assim não?
– Há quatro dias, você iniciou outro ciclo.
– Como assim?
– Matt, nós estamos presos nessa casa há três meses.
– Oh meu deus.
– Mas há um jeito de quebrar o ciclo e nos libertar.
– Como?
– Você se matou às duas e meia da manhã, é quando o ciclo começa, mas você não estiver em casa no momento em que o ciclo se reinicia, não há como haver mortes, então ele é quebrado.

A conversa foi interrompida por um grande barulho vindo do andar de cima. As luzes começaram a piscar.

– Ele está aqui – A mulher disse, olhando para uma das lâmpadas que piscavam.
– Quem está aqui?
– O causador disso tudo – Ela respondeu – Você – E então correu para a escada – Eu não posso ser pega!
– O que eu devo fazer agora? – Matt perguntou – Essa coisa não vai nos deixar sair.
– Tentem sair por alguma janela do andar de cima, tem que haver um jeito.

Paige e as crianças correram escada acima e Matt ia segui-los, mas algo o agarrou pelo pescoço. A coisa começou a rir e a voz era familiar. Matt não conseguia se mexer.

– Quem é você? – Ele perguntou, gritando – O que é você?!
– Eu – O homem disse em tom de ironia e Matt percebeu de quem era a voz. – Sou você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Family Secrets" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.