Family Secrets escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 8
Capítulo 07 - Máscaras


Notas iniciais do capítulo

último capítulo, mesmo que eu tenha acabado de postar tudo agora, quero agradecer a você aí que está lendo essa fic, obrigado *-*



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– Matt!!! – Paige gritou do topo da escada.
– Proteja as crianças, eu vou ficar bem!
– Mas e você?
– Eu cuido disso, agora vá!!!

Paige obedeceu e continuou correndo com as crianças.

Matt livrou-se da chave de pescoço e virou-se, encarando aquela coisa. Era assustador estar de frente para si mesmo.

– Você não sou eu – Ele disse – Quem é você?!
– A pergunta não é quem sou eu – Ele sorriu maliciosamente – E sim, o que sou eu?

Matt estava intrigado.

– Eu sou a sua culpa – Ele gritou, dando um tom de grandiosidade à frase – Eu sou a personificação do seu remorso e culpa. Você me criou! Ainda acredita que a morte da sua família foi sua culpa, né? Se você não tivesse discutido com a Paige naquele dia, nada disso teria acontecido, se não tivesse saído de casa, nada diss...
– Cale a boca!!! – Matt gritou, interrompendo-o, estava chorando – Cale sua maldita boca!!! – Então se levantou e avançou, tentando acertá-lo com o punho, mas a coisa desviou-se e revidou com um soco que acertou seu olho esquerdo. Ele caiu no chão novamente. Estava ajoelhado.

– Você não tem tempo, precisa desistir – A coisa disse.
– Tenho o suficiente – Ele levantou-se e acertou o estômago do seu “clone”. Ele pareceu não sentir nada.
– Precisará de mais força... De vontade.

***

Paige e as crianças agora estavam no quarto de Emma, iriam sair pela janela. Estava escuro, a luz não acendia e eles estavam apavorados.

Ethan foi primeiro. Colocou o pé pra fora da janela e preparava-se para sair, descendo pelo cano, mas a janela fechou no seu pé. Ele gritou de dor e Paige e as garotas o puxaram de volta pra dentro.

Ethan estava fazendo uma careta de dor e Paige verificando o ferimento, enquanto Ella tentava abrir a janela.

– Está trancada – Ella disse.

De repente, as luzes acenderam e começaram a piscar. A porta do armário começou a abrir e fechar furiosamente, assim como a janela do quarto.

– Corram para o quarto do Ethan! – Ela gritou e as crianças obedeceram. Ella e Emma ajudavam Ethan a andar.

As crianças passaram pelo corredor e entraram no quarto de Ethan, mas Paige parou na metade do caminho, impressionada com o que havia no corredor. Ela própria. Havia várias delas e também de seus filhos, todos distribuídos pelo imenso corredor, com seus rostos que expressavam terror e tristeza.

– Mãe, venha! – Ella gritou, e Paige obedeceu, entrando no quarto logo em seguida.

***

Matt já estava no chão, com o nariz sangrando. Sua cabeça doía. Estava sangrando também.

– Isso só pode acabar... – A coisa começou, levantando Matt pelo pescoço e o pressionando contra a parede. Seu rosto mostrava uma felicidade perturbadora – Se você conseguir se perdoar – Ele estava sorrindo – E mandar sua culpa embora – Matt estava ficando sem ar, estava lutando para escapar dali – Mas isso não vai acontecer, Matt.
– Seu desgraçado!
– Não adianta fugir, não adianta correr, eu sempre estarei com você, bem aqui, ó – Ele tocou a cabeça de Matt com o dedo indicador.
– Eu vou acabar com você, seu filho de uma puta!
– Você não vai acabar comigo, porque você sabe que você só se sente culpado por que é verdade. A culpa é sua Matt, eles morreram por sua causa.

***

No quarto de Ethan, Paige tentava abrir a janela, mas ela sequer se movia.

– É tarde demais – Alguém disse, atrás deles.

Paige e as crianças se viraram e perceberam que havia uma mulher parada na porta, provavelmente um dos espíritos dela.

– Como assim é tarde demais? – Paige perguntou.
– Vocês não vão sair – Ela lamentou – Vocês nunca vão sair!!! – Ela gritou, avançando em direção a eles. Paige estava protegendo os filhos de qualquer coisa que aquela mulher tentasse fazer, então fechou os olhos e preparou-se, mas não sentiu nada, e quando abriu os olhos novamente, a mulher havia ido.
– Como vamos sair daqui, mãe? – Ella perguntou, aos prantos.
– Eu não sei, querida – Paige abraçou as crianças, estava começando a chorar também – Eu não sei.

***

Matt estava nas mãos daquela coisa. Enquanto ele sofria, a coisa sorria e olhava para o relógio.

– O tempo está acabando – Ele continuava sorrindo.

Matt olhou de soslaio para o relógio e viu que faltavam apenas três minuto para as duas e meia.

– Está chegando a hora, Matt – A coisa disse.
– Não – Ele tentou se soltar.

Um barulho alto de tiro foi ouvido. Milésimos de segundos depois, outro, e então mais outro. O último veio segundos depois.

– O que foi isso? – Matt perguntou, assustado.
– É a sua família – Ele sorriu – Morrendo.
– Não!!! – Ele começou a chorar.
– Você falhou mais uma vez, Matt.
– Não!!! Seu desgraçado! – As veias da sua testa estavam pulsando, ele estava desesperado, com raiva e medo.

Agora faltavam um pouco menos de dois minutos.

– Foi neste momento que você entrou em casa por aquela porta – A coisa apontou para a porta da frente – Subiu até o andar de cima e viu os corpos da sua família, depois pegou a sua colt de dentro da caixa de sapatos e sentou-se na cama ao lado do corpo sem vida da sua mulher.

Um minuto. O ponteiro vermelho, que marcava os segundos, estava se aproximando do topo. Quando ele chegasse, seria o fim.

– Você pegou a arma, – A coisa disse, e Matt estava com os olhos fechados lembrando-se de tudo. Chorando – Carregou, – Ele continuou falando. O ponteiro se aproximava do topo – Colocou abaixo do seu queixo, bem assim, desse jeito – Ele imitou uma arma com as mãos e colocou no queixo de Matt. O ponteiro estava a cinco segundos do topo. Duas e vinte e nove e cinquenta e cinco segundos. – E então... – O coração de Matt estava batendo forte, ele estava com medo. – Você atirou.

O ponteiro atingiu o topo. Duas e meia da manhã. Matt conseguiu ouvir o barulho da arma, e depois não havia nada. Apenas a escuridão. Estava morto. Mais uma vez estava morto.

***

Era outono em Marylin, uma pequena cidade localizada no condado de Suffolk, no estado de Nova Iorque. A família Clark chegava à nova casa em sua caminhonete, logo atrás do caminhão cheio de móveis. A mudança era necessária. A casa ficava mais perto do colégio dos filhos, o lugar era mais calmo, e a casa era muito boa, por um ótimo preço.

O caminhão parou em frente ao jardim da residência, os Clark pararam bem atrás e as crianças foram as primeiras a sair do carro, animadas com a mudança.

– Nossa, é maravilhosa! – Emma, a filha de quatro anos, disse, abraçando sua boneca de pano contra o peito.
– Está pronta para isso? – Matt, o pai, perguntou a Paige, a mãe da família.
– Sem dúvidas – Ela sorriu e abriu a porta do carro, descendo com a caixa cheia de fitas e álbuns de família.


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