Family Secrets escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 5
Capítulo 04 - Sinais




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O sol nasceu novamente. Mais um dia naquela casa. Quando Matt acordou-se, Paige estava sentada no chão, em frente ao guarda-roupa aberto. Parecia que estava organizando as roupas.

A luz do sol ainda passava fracamente pela janela, então ele olhou no despertador e viu que ainda eram cinco da manhã.

– O que está fazendo? – Ele perguntou.
– Organizando o guarda-roupa – Ela respondeu friamente.
– Você está acordada desde quando?
– Desde as duas, não consegui dormir, porque a pergunta?
– Por nada, eu só... – Ele coçou a cabeça – Deixa pra lá – E então se levantou e saiu do quarto.

Paige deu um longo suspiro e continuou dobrando as roupas.

Depois de alguns segundos, ela desceu a escada e Matt estava sentado no sofá, com os olhos fixos na tv desligada. Quando percebeu que ela estava ali, parada, começou a falar:

– Desculpa por não acreditar no que você disse ontem – Ele se levantou do sofá e se aproximou dela.
– Eu não lhe culpo, é difícil de acreditar – Ela forçou um sorriso – Acho que foi imaginação minha.

Ele aproximou-se e segurou sua mão.

– Eu quero que saiba – Ele disse, abrindo finalmente um sorriso – Que eu estarei ao seu lado pra sempre, tá bom?

Ela sorriu e ele a abraçou, dando um beijo na testa dela.

– Eu te amo – Matt disse.
– Eu também – Paige respondeu.
– Então você me perdoa?
– Sim – Ela respondeu e segurou sua mão, deixando que ele percebesse os cortes no seu braço.
– O que foi isso? – Ele perguntou, olhando mais de perto os ferimentos.
– Nada.
– O que houve com o seu braço?
– Você não acreditaria em mim.
– Ah, por favor, não me venha com a mesma história.
– Está claro que há algo de errado com essa casa.
– Já chega – Ele pegou suas chaves e o casaco que estava sobre o sofá – Eu preciso sair daqui.
– Aonde você vai? São cinco e quinze da manhã!
– Eu não sei – Ele abriu a porta – Vou dar uma volta – E depois a bateu.

Paige deitou-se no sofá, queria chorar, mas não conseguia, então apenas ficou ali deitada, até que o sol começasse a brilhar.

***

Ella acordou às sete da manhã, era um sábado de manhã. Agora, caminhava em direção ao banheiro para lavar seu rosto e escovar os dentes, quando passou pelo quarto de sua mãe e ai viu parada em frente à janela, apenas observando algo.

– Mãe? – Ella perguntou e Paige prontamente se virou.
– Oi filha – Ela disse.
– Você está bem?
– Sim, sim, porque a pergunta?
– Você anda tão estranha ultimamente.
– Eu acho que estou doente.
– Não precisa esconder a verdade, eu também estou apavorada.

Paige a lançou um olhar de tristeza e a abraçou.

– Vai ficar tudo bem – Ela disse.
– Eu também não sei se consigo aguentar mais, está acontecendo com mais frequência, e eu tenho tido uns sonhos estranhos.
– Você também?
– Sim – Ella respondeu – Eu estava nessa casa, sozinha, e vocês estavam... – Seus olhos começaram a lacrimejar – Mortos.
– Não se preocupe – Paige a abraçou com mais força – Vai ficar tudo bem.
– O papai ainda não acredita em tudo o que está acontecendo ainda, não é? – Ella perguntou.

Paige afastou-se e sentou na cama.

– Não – Ela respondeu, olhando uma foto ao lado do abajur. Na fotografia, ela e Matt estavam abraçados e sorrindo – Nem mesmo após eu ter mostrado isso – Ela levantou a manga esquerda do casaco e revelou os cortes no braço.
– O que aconteceu? – A filha perguntou, preocupada.
– Foi um sonho, eu estava deitada na cama e ao meu lado, tinha uma mulher – Ela fez uma pausa – Na verdade eu mesma, então, a mulher, eu, sei lá, agarrou meu braço e gritou para que nós saíssemos da casa, e quando eu acordei, estavam aqui.
– O que?
– Exatamente – Paige disse – As coisas estão fora do controle, nós precisamos sair dessa casa.
– Mas para onde iríamos? – Ella perguntou.
– Eu não sei, mas se não formos logo, a situação vai piorar e essas coisas ficarão mais violentas.
– O que vamos fazer?

Paige pensou um pouco e então disse:

– Acorde Emma e Ethan, eu já sei o que podemos fazer.

***

Matt voltou para casa quando já havia escurecido, estava na casa de seus pais. Havia pensado sobre o assunto e decidiu apoiar a esposa, mesmo que não acreditasse. Ele subiu a escada e foi até seu quarto.

– Paige? – Ele chamou, não obtendo resposta. Percebeu que ela estava dentro do banheiro quando viu sua sombra passar pela porta. A luz estava acesa – Querida? – Ele foi até a porta do banheiro, continuou chamando e bateu na porta. Ela não veio abrir, então ouviu algo. Sons de choro – Querida, eu quero me desculpar com você, por favor, abra a porta.
– Vá embora – Ouviu-a gritar do outro lado da porta.
– Paige, por favor, abra a porta! – Ele bateu.

Neste momento, o telefone na sala tocou. Ele ignorou, mas depois de dois toques, decidiu atender.

– Eu vou atender o telefone, quando voltar, esteja no quarto, quero conversar – Ele avisou e então saiu.

Desceu as escadas rapidamente e quando chegou perto do aparelho, ele parou de tocar e um bipe avisou que a pessoa havia deixado um recado, que começou a ser reproduzido imediatamente.

– Matt, é a Paige – Ela dizia do outro lado – Estou na casa da Jenn com as crianças, vamos ficar aqui por alguns dias, pois essa casa me dá arrepios. Quando ouvir ess...

Ele correu e tirou o telefone do gancho.

– Eu estou aqui, estou aqui – Ele disse, nervoso. Era impossível ela estar na casa de sua irmã. Paige estava no banheiro, ele havia acabado de falar com ela.
– Querido, eu sinto muito, mas não posso mais ficar nessa casa.
– Você está na casa da sua irmã?
– Sim, estou e...

Ele não ouviu o resto, apenas deixou o telefone cair no chão e um calafrio percorreu todo o seu corpo.

Matt correu até o quarto e foi até o banheiro. Afastou-se alguns centímetros da porta e depois correu, dando um chute, que fez a fechadura soltar-se da madeira e a porta se escancarou. Não havia ninguém no banheiro.

Ele se afastou lentamente e sentou-se na cama. Estava perplexo. Podia jurar que havia alguém ali.

Matt correu os olhos pelo quarto até chegar no grande espelho que estendia-se quase do teto ao chão, onde viu o que lhe deixou absolutamente aterrorizado. Havia duas mãos saindo debaixo da cama, prontas para agarrarem seu pé, então ele pulou da cama num susto e verificou. Também não havia nada lá embaixo.

Matt andou pelo corredor e estava quase descendo as escadas, quando todas as portas que estavam abertas se fecharam violentamente e os quadros pendurados na parede caíram. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, várias vozes gritavam várias coisas. Vão embora daqui e Libertem-nos foram algumas das frases que ele conseguiu identificar.

Após isso, ele desceu rapidamente a escada, pegou o telefone e ligou para o celular de Paige.

– Matt? – Ela perguntou, quando atendeu. Estava surpresa – Porque desligou o telefone na minha cara?
– Paige, querida – Sua voz estava fraca, ele estava ofegante – Você tem que voltar pra casa agora mesmo.
– Por quê? O que houve?
– Eu acredito – Ele disse – Eu acredito em tudo o que você disse, há algo de errado com esse lugar, eu não sei onde estão minhas chaves e estou começando a ver coisas, o que está acontecendo?
– Querido, escute-me – Ela orientou, parecia estar nervosa também – Você precisa se esconder, rápido, essas coisas não são nada amigáveis. Eu estou indo pra casa.
– Paige, não. Não venha pra casa! Não venha pra casa! – Ele gritou, mas era tarde. Ela já havia desligado.


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