Destino ou apenas Coincidência escrita por Nena chan, Inngryd


Capítulo 2
Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Então gente...ai está outro cap da minha fic,só que deve ter uns errinhos de português porque dessa vez não ajeitei direitinho como no primeiro cap!Me preocupei mais com a história,por isso espero que não liguem pelos errinhos e tenham uma boa leitura :) E obrigada por lerem!!Deixem reviews,onegai.E quem quiser ser meu co autor,ajudando nos erros e como melhorar a história é só falar!:DBeijoos



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Capitulo II



Na manhã do dia seguinte, Zero recebe uma lista de novos vampiros que precisa exterminar. Ele se arruma e quando põe o pé para fora de seu quarto Saiory surge cantarolando toda alegre - do nada.

–Bom dia sr.Rabugento! Não vai comer antes de sair ou já comeu?-Pergunta para puxar algum assunto.

–Não tenho tempo para isso agora. E o que está fazendo aqui? Saindo junto comigo? - Um mau pressentimento entrou pela sua mente.

–Você tem perda de memória agora, é? Não lembra que eu te disse que vou acompanha-lo quando for trabalhar? - Ela estava cheia de determinação.

Ele revira os olhos impaciente, pensando: "Que menina mais teimosa e irritante."

–Você ainda está com essa ideia absurda na cabeça? Não seja idiota e vá fazer outra coisa em vez de me encher a paciência! - A paciência dele estava em seu limite.

Ela confere um tapão - cordialmente, bom...pelo menos foi o que ela pensou estar demonstrando- no ombro dele - Ele retribui o tapa lançando um olhar fuzilante na direção dela.

–Pelo jeito o sr. Rabugento acordou com o pé esquerdo hoje, hein! -Solta uma risadinha debochada.

Sem lhe dar ouvidos Zero caminhava sem se importar com o que ela dizia, e ainda tenso pelo tapão que levou dela. Contudo, antes que se desse conta, ela estava ao seu lado andando, animada pelo no seu primeiro dia de “trabalho”.

–O dia está lindo hoje!

"Finja que ela não esta aqui, ela não existe." Raciocinou procurando ignora-lá e continuou sua caminhada, em busca de sua primeira presa na lista. Nesse mesmo instante Saiory estava entretida com uma expressão radiante, olhava curiosa o lugar em volta e refletiu sobre como o dia ensolarado deixa tudo mais bonito. Após andar bastante, Zero subitamente para alerta e cauteloso sai correndo silenciosamente. Saiory o segue e tenta acompanhar o ritmo dele. Em um canto obscuro de um beco -desprovido de raios de sol, por isso era frio- sem saída estava o vampiro que procuravam, em uma situação já deplorável para um ser humano(se é que poderia chama-lo de humano). O ser estava babando, sedento de sangue, os olhos arregalados de fúria e angústia.

Quando sente a presença dos caçadores ele rapidamente tenta escapar para um outro ponto onde pudesse estar em vantagem sobre o inimigo para em seguida devora-los. Todavia, antes que o vampiro escapasse Zero consegue ser mais rápido, ele saca sua bloodyrose e dispara um tiro em direção a sua presa. O indivíduo escapa rapidamente, desviando dos dois e sai do beco o mais cedo possível. Zero sai correndo atrás dele e acaba deixando Saiory sozinha no beco. Só que o que ele não contava, é que um outro vampiro também de nível E estava pelos arredores.

O segundo vampiro é uma mulher que percebeu o confronto que estava ocorrendo acerca de onde estava e se apressa em busca dos outros. A vampira se depara com Saiory, que nota a presença da sanguinária e também que estava encurralada naquele beco. Então Saiory se desvia da vampira, que avançou em cima dela, e corre em busca de um lugar mais seguro.

Enquanto Zero está perseguindo o vampiro e quase o alcançando, Saiory tenta achar a oportunidade mais propicia para contra-atacar a vampira. Quando ela visualiza uma mansão, abandonada, escura e caindo aos pedaços toma a decisão -"Essa é a minha oportunidade." Pensa ela antes de entrar na casa. A sanguinária também entra na mansão, só que pelo lado de trás. Depois de perder sua presa de vista, Zero consegue acha-la. Entretanto o vampiro estava quase atacando uma garotinha que brincava no parque.

Ele atira no vampiro e mata-o, acertando dois tiros na presa, um saiu de raspão e o outro certeiro no peito. Após matar o vampiro ele sente a presença de um outro vampiro nível E e saí a procura do novo alvo. Neste momento Saiory cautelosamente sobe as escadas da casa e entra em um quarto espaçoso, a procura da vampira. Quando uma sombra surge por trás dela. Ligeiramente ela segura um vaso empoeirado, que estava em cima de um cômodo, acertando na cabeça da pessoa atrás dela. Ela o fez para poder distrair e fazer seu próximo movimento. Com a outra mão livre puxa uma pequena e afiada kodachi, dentro de sua bota.

No entanto, quando ela se vira sua expressão era firme com a kodachi na mão apontando para a pessoa, ela leva um susto!

–O que você pensa que está fazendo atirando um vaso na minha cabeça? -Resmunga Zero bastante irado, massageando a testa ferida.

–Ahh...é você. Desculpe-me. -Ela responde mais aliviada, por saber que não era a vampira, e um pouco sem graça por ter atirado o vaso nele.

–Fale mais baixo, que o vampiro ainda está aqui!

"Nem em momentos como este ela deixa esse jeito desengonçado de lado." Suspira ele meditando sobre isso.

Contudo no instante que ele esta pensando isso Saiory se dirigia para o corredor, que tinha acesso aos quartos. Ela sente um bafo frio no seu pescoço e quando se vira, dá-se conta de quem o fez. Subitamente ela se afasta da outra e, se apoiando no corrimão, pula para o andar de baixo. Os instintos de Zero também estavam alerta, ele dispara para o corredor, até que percebe que... era tarde demais!

Neste instante que o Zero chego no corredor, Saiory já pisava no hall da mansão, no andar de baixo, segurando suas kodachis em mãos, que tinha retirado enquanto pulava. Saiory saltou para cima da vampira,esta que estava avançando contra ela e cai sentada em cima da vampira. A criatura tenta deferir um golpe em Saiory, antes que ela reaja, e a caçadora pula para trás com as pequenas facas ainda em mãos. Porém a sanguinária avança novamente para cima dela mostrando suas garras afiadas.

Com um movimento ágil Saiory, para se defender das garras, mutila um dos braços da vampira. Mas o ser não se dá por vencido e ataca com seus dentes pontudos o pescoço de Saiory. Para distrair a criatura, Saiory corta o braço que restava do indivíduo e com a outra mão inseri sua arma no lado esquerdo do peito da vampira. O ser cambaleia, caí no chão contorcendo o corpo e morre.

Zero observa a briga e antes que tomasse a decisão de atacar a vampira,enquanto as duas ainda brigavam, Saiory já tinha dado conta de mata-la. Mesmo vendo toda a cena Zero não consegue acreditar no que assistiu. Sua expressão demonstrava desconfiança e surpresa, pois quando se iniciou a luta até aquele momento Saiory parecia uma outra pessoa. Estava séria, decidida e sabia exatamente o que fazer com a presa. Enquanto ele a analisava notou ela o encarando e em seguida da um sorriso em retribuição ao olhar dele.

Zero desvia o olhar decepcionado pensando consigo. "Por um instante atrás ela tinha virado uma pessoa normal, enquanto estava lutando, e agora voltou a ser o que era antes e ainda por cima, como se não tivesse acontecido nada demais." Ele se dirige para fora da casa, no quintal. Ela o segue curiosa.

–O que achou, hein? -Detalhe: ela ainda estava com um pouco do sangue da vampira na roupa e nem se importou com esse fato.

Ele nada responde permanecendo com seu olhar sério.

–Está calado assim, porque viu que estava errado sobre mim, não é? Eu avisei a você para não ficar achando que estava certo ou talvez porque achava que já me conhecia e sabia como eu iria reagir. Mas não!! Nem quis me ouvir… -Diz ela com ar de zombaria.

Ele continua a olhar adiante, enquanto andava lentamente com aquela expressão enfadada. Ela ficou meio desconcertada, mas continuou a falar, só que agora em um tom mais sóbrio.

–Eu posso ser um tanto boba, porém, falo sério quando estou referindo a mim.

Ele parou de andar e a empurra com força contra uma parede da casa. Antes dela reagir ele põe a sua arma pressionando contra a cabeça dela, com a mão livre apertava o braço dela contra a parede.

–Aii! -Gritou ela baixinho.

Ela se assustou com a atitude repentina dele. "Que atitude ridícula é essa? Ele só pode estar brincando com conduta." Todavia, quando vê a cara sombria dele, entende que a situação era grave. Saiory fica mais chateada ainda. "Como ele pode desconfiar que eu poderia fazer algo, como mata-lo ou algo do gênero? Se eu quisesse já teria tentado antes. Depois dessa eu realmente estou com vontade de mata-lo." Refletiu ela, achando que só poderia ser por aqueles motivos já que ele estava agindo daquela forma. Ela o encarou de volta.

–Porque você anda com aquela arma? E porque sabe lutar daquele jeito? O que você está escondendo? -Indaga com bastante censura e sombrio.

–Não é nada disso seu burro! Meu pai me ensinou a lutar e meu deu essa arma, pois ele disse que era hora de eu saber me defender sozinha e que esse mundo estava bastante perigoso. Eu sou de uma família rica e devido a isso tínhamos muitos inimigos.-O respondeu deveras enfurecida, por ter que revelar tais coisas sobre ela, e também pela atitude violenta dele.

Ele não se da ainda por convencido.

–Não sei não...mas vendo por este lado talvez esteja sendo sincera. -Ele arqueou uma das sobrancelhas ainda receoso das palavras dela.

–Eu falei para você que se nós fossemos continuar a conversa e tudo o mais, pedi para não ter de falar do meu passado! Por causa dessa sua frescura de desconfiança tive que confessar alguns fatos! Você é ridículo! Porque não conversa como todo mundo em vez de ir agredindo? -Ela cruzou os braços evitando contato visual. - Ela joga as palavras em um acesso de raiva e consegue soltar seu braço da mão dele, em reação ele abaixa a arma que ainda estava apontada na cabeça dela.

– Você não me deixou outra opção, depois de que suspeitei do que lhe vi fazendo. E irei fazer isso quantas vezes tiver de ser feito! Não venha com essa raiva para cima de mim novamente, porque da próxima vez não irei aturar isso. -Disse ele taciturno, com uma pitada de ameaça.

Ela deu de ombros e demonstrara não se importar com as palavras dele.

–Eu entendo o motivo de estar desconfiado -explicou ela mais calma-, mas não necessita de toda essa grosseria. Nem tudo na vida é resolvido com agressão, sabia disso?

Ele baixou mais a guarda em relação a ela, contudo permaneceu inexpressivo. E ainda nem respondeu a questão dela por pura teimosia e orgulho. Ela ainda continua.

–Agora que você sabe, não tem porque ficar dando esses ataques e ficar fazendo esse tipo de indagações. Portanto, não quero mais perguntas sobre mim de antes de nos conhecermos! E lembre-se que você concordou comigo anteriormente sobre nada de perguntas desse tipo. - Ela parecia ter voltado ao seu estado de espirito habitual.

–É só não agir de uma forma que me deixe desconfiado e eu não perguntarei mais nada. -Ele afirmou com uma certa convicção.

–Não se esqueça que não precisa dessa…agressividade toda para falar com outros, converse antes e depois se realmente necessária e não tiver outro maneira, ai pode partir para agressividade. - Sua atitude lembrava a de uma mãe aconselhando o filho, porém sua ironia mudou quando um pensamento lhe veio a mente.

–Espere um minuto! Você fala de mim, mas pensa que não percebi? -Ela pôs uma expressão séria, acobertando o tom brincalhão.

Uma das sobrancelhas de Zero arqueia e inconscientemente sua boca entorta para o lado esquerdo, mostrando que estava confuso. Mesmo não compreendendo o que ela quis dizer com aquilo ele não gostou nada do modo provocador dela.

–Eu sei algo sobre vampiros....e você me disse que caça vampiros, só que nunca me disse que é um deles! Porque não me disse isso antes? - A cara dela não demonstrava nenhuma expressão.

A fisionomia dele congela e seus olhos pareciam sobressaltados. "Não esperava que ela fosse descobrir tão rápido. O ponto é, não esperava que ela fosse descobrir! Muito menos que ela falasse com toda essa tranqüilidade sobre o assunto, como se estivesse dizendo que eu esqueci algo queimando no forno ou algo idiota do tipo." Os pensamentos tomaram conta da cabeça de Zero, sem ele nem mesmo notar.

–Isso não é da sua conta, não tenho obrigação de contar sobre mim para você. Contudo, como descobriu? - Ele respondeu cauteloso, escolhendo suas palavras.

Ela se divertiu com a reação dele.

–Quando você perseguiu o vampiro, que me atacou ontem, eu não teria conseguido acompanhar sua velocidade mesmo que quisesse. E note que sou boa corredora, entretanto a sua velocidade não era normal, até mesmo seus movimentos. Quando joguei o vaso em você parecia que estava jogado uma almofada recheada de plumas, por mais que você seja resistente, é estranho o vaso não ter tido efeito nenhum em você. Sem contar, que o ferimento que o vaso devia ter deixado na sua testa não poderia ter sido desse tamanho (estava menor, pois uma parte da ferida já havia se regenerado) e ainda assim não vejo nenhum outro corte na sua testa ou rosto. -O olhar dela aparentava perspicácia.

–Ainda mais, quando matei aquela vampira notei por alguns instantes, que quando você sentiu o cheiro do sangue dela mostrou-se meio alterado. Então pensei, se você ficou incomodado daquela maneira por sangue, não seria uma reação natural para um ser humano. Juntando os pedaços, eu lembrei que se você for um vampiro e essa manhã disse que ainda não tinha comido, era outro motivo pelo qual reagiu daquela forma, só por sentir o cheiro de sangue. - Continuou sua explicação com vigor.

"Afinal ela não é tão tonta como eu pensava. Tenho de ser mais cauteloso daqui por diante para que ela não descobra mais coisas sobre mim. Nunca tinha pensado, até agora, que um dia teria de estar mais alerta com meus movimentos, justamente por achar que ela não iria ser tão observadora. Julgou ele pensativo, pondo a mão no queixo.

–Você não se importa pelo fato de eu ser um vampiro? -Indagou intrigado.

–No inicio fiquei surpresa, mas só! Aprendi a sempre esperar mais das pessoas e que elas em geral -humanos e vampiros- possuem um lado bom e um ruim. Acontece que uns preferem usar mais um lado que o outro. E ainda há aqueles que preferem esconder o que realmente são. -No final, ela lançou uma olhada irônica para ele.

"Novamente ela me surpreende e ao mesmo tempo me sinto aliviado por saber que ela não se importa por eu ser um vampiro. Prefiro assim, não gosto de pensar o que fazer com ela se a reação dela fosse outra, e ainda ter que perder meu tempo com esse tipo de assunto." Zero refletiu consigo suspirando.

–Mas isso não muda nada, para mim você é e sempre será o sr.Rabugento! - Ela soltou uma zombação para descontrair.

Ele apenas deu uma mirada reprovadora e fez uma cara de alguém que acabou de comer algo ruim. Em seguida meditou para si. "Incompreensível… ela nem me conhece e nem se quer se importa por eu ser um vampiro?"

–Pela forma que você fala, da a impressão de que, por você eu deveria ter demonstrado nojo ou algo parecido pelo fato de ser um vampiro. Você pensa assim por ser um vampiro ou é devido a não gostar de nenhum deles?

–Todos são sanguinários calculistas, eles, na minha opinião, merecem a morte. -Falou ele com uma áurea extremamente sombria.

–Porque você os odeia assim? Eles fizeram algo para você? - Ela se assusta com a reação dele, porém o pergunta calmamente.

–Digamos que sim, não quero falar nisso. - As palavras dele pareciam vagas e carregas de melancolia.

–Tudo bem, eu entendo. Não deveria ter comentado quando reparei que o assunto não lhe agradava, me desculpe. -Ela abaixa a cabeça olhando para o chão, como se estivesse um tanto arrependida.

Reparando que ela estava sem graça, ele tomou a iniciativa.

–Não se preocupe. -Respondeu também sem jeito, pois não esperava que ela pedisse desculpas.

Ela imediatamente quis mudar de assunto.

–Não vamos caçar os outros vampiros da lista?

–Não, vou caça-los amanhã ou nos dias seguintes.

–Humm…- Ela não quis comentar o que ele disse, mas não gostou do “vou” , dizendo como se só ele fosse caçar.

Ela o analisa e ele expressa uma cara de quem não estava entendendo nada. Então sem dizer nada ela rasga um pedaço da parte inferior de sua blusa.

–O que está fazendo? -Pergunta ele perturbado, misturado com sua desconfiança de sempre.

–Você nunca abaixa sua guarda, não é? -Ela soltou uma risada.- Não se preocupe!

Ela procura em volta e após alguns minutos acha uma torneira gotejando em um tanque, que estava no quintal da casa. Saiory verifica se não há ninguém por perto e vai feliz em direção a torneira. Pega uma lata velha que encontrou jogada no chão e enche com as gotinhas que estavam saindo da torneira. Se aproxima de Zero mostrando um sorriso amigável e um olhar tranquilizador. Saiory molha o pano na água, que estava na latinha, e depois pressiona o pano na ferida da testa dele.

Por reflexo, ele afasta a cabeça para trás, contudo acaba cedendo e permitindo que ela limpasse o ferimento. Só que no momento em que Zero olha para Saiory, no lugar dela visualiza a imagem de Yuuki ,como se ela estivesse cuidando dele. Talvez, por isso, ele parece mais “manso” quando Saiory tenta ajuda-lo. Depois de limpar a ferida ela segura a outra parte da blusa que rasgou e enfaixa a cabeça dele cuidadosamente para não incomodar a parte ferida, ainda não cicatrizada.

Quando finalizou a tarefa ela o encara, notando que ele está com uma expressão diferente, que ela não tinha visto ainda e que não esperava ver tão cedo. Ele permanecia tranquilo, até demais, como se estivesse bem relaxado. Saiory estranha o comportamento dele.

–Porque está com essa cara?

De repente a imagem da Yuuki humana vira uma vampira (Na cabeça dele) e ele relembra do ultimo encontro deles. As palavras que disseram um ao outro ainda estavam frescas na sua memória. Então ele se afasta abruptamente de Saiory, demonstrando desprezo.

–Aconteceu algo? O que foi que eu fiz? - Ela estava totalmente perdida.

Então a imagem de Yuuki desaparece e ele percebe que estava delirando, que quem estava a sua frente não era Yuuki, e sim, Saiory.

–Não é nada, acabei pensando em algo que não devia. Não tem nada a ver com você. -Diz ele recuperando o fôlego. Afinal as lembranças o atormentavam de tal forma incontrolável.

–Ahh…-Ela estava receosa. - Se você não queria que eu cuidasse do ferimento era só dizer, não precisa ser rude!

–Não falei por mal e não tem nada a ver com você, já disse isso! Você quis tratar do ferimento por sua vontade, não pedi nada disso. - As palavras dele saiam com secura.

–Eu sei que o ferimento vai curar rápido por você ser um vampiro, só que não custa nada ajudar os outros, não acha? - Ela devolveu na mesma secura.

Ele não diz nada -Talvez por ter se sentindo culpado- e apenas fitou o horizonte.

–Não importa quem seja, contudo quando você ajuda alguém sempre haverá retribuição de alguma forma. -Diz ela meio sem jeito e sorri.

Ele a observa e pensa nas palavras dela. Em seguida, abriu a boca para algo, porém não disse coisa alguma. Ela observa que ele não iria falar mais nada e respeitou o desejo dele.

Eles prosseguiram a caminhada e sem perceberem, ambos estavam submersos em pensamentos. Zero, por sua vez, refletia; "Pela briga que houve entre Saiory e a vampira somando ao que Saiory me disse, o mais lógico a concluir sobre o ocorrido é que já tinha sido atacada por um vampiro, antes de eu te-la encontrado. Se não me engano, após isso seu pai lhe ensinou como se defender e também pode ter instruído algumas tópicos relacionados a vampiros, ou talvez ela mesma pesquisou sobre o assunto. Possivelmente ela ficou mais corajosa depois do que lhe ocorreu, devido aos vampiros, e soube lidar melhor com situações perigosas. Por isso que ela reagiu daquela forma inesperada quando encontrou com aquele vampiro."

Uma pausa surgiu antes da linha de raciocínio continuar. "Entretanto, mesmo assim, só é uma suposição minha. Não se pode confiar em ninguém a essa altura. Apesar de que, ela passa a impressão de uma pessoa que passou por momentos difíceis, mesmo tendo o conforto da riqueza e ter feito o que lhe desse na cabeça. Passa a sensação de ser uma garota alegre e cheia de vida, mesmo que eu a subestime achando ser boba. Mas prefiro ficar só observando e esperar como ela vai reagir daqui por diante...

...Contudo, não sei se haverá uma próxima vez. Não sei o motivo, mas por alguma razão concordo ou digo coisas sem pensar -E normalmente ele sempre pensava antes de fazer ou dizer algo. É uma sensação estranha, fico incomodado por não agir como o de costume. E ao mesmo tempo, me sinto a vontade com ela mesmo sem saber o porque."

No final ele, involuntariamente, segue para casa -porque estava com fome- totalmente pensativo.

Já Saiory também estava rodeada de reflexões. "É impressionante como o lugar fica mais belo com o por do sol, o céu fica com diversas cores e pairando um ar misterioso e aconchegante… E ainda sim, diante de toda essa beleza, Zero é rabugento e carrancudo demais para o meu gosto. Quando pus meus olhos nele reparei que seus olhos só transmitiam tristeza e solidão e suas palavras frieza. Todavia, de alguma forma, senti que ele tinha algo de bom lá no fundo e que talvez poderia confiar nele. É curioso, porém é divertido andar com ele, mesmo com toda aquela irritação emanando dele. Ele parece ter sofrido muito na vida, sinto pena por ele e alguma solidariedade por seja lá o que for que ele tenha passado...

...Que coisa… quando ele disse que caçava vampiros...ele não disse “nós”, mas sim, ele -ela suspira. Ele vai precisar de muito esforço até ele pôr a palavra nós no vocabulário dele, ainda mais quando se referir a algo relacionado a coisas para ele fazer junto com ela. É…talvez eu nem chegue a ouvir essa palavra vinda dele -suspira novamente. E o pior, é que temo que não possa ter mais “trabalho” como ajudante dele, logo agora que finalmente achei algo que me identifiquei para fazer. Dessa vez tive sorte de puder acompanha-lo, só que não sei se terá uma próxima vez para trabalhar com ele. Será mesmo?"

Ela estava tão entretida nos pensamentos que acaba vagando sem perceber pela cidade, próximo as vitrines das lojas ainda abertas.


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