Mate-me se for capaz escrita por KyonHiryu


Capítulo 6
Capítulo 6 - Última prova


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo!



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Um outro dia nascera. Era o último dia de provas para os alunos da faculdade de artes, incluindo Lexi e Eilinora. A garota dirigiu por meia hora até o campus como fazia todas as vezes, acompanhada do seu guarda-costas.

Naquela semana, o ex-agente teve que ficar do lado de fora da sala. Ele não era um aluno da faculdade e muito menos faria prova. Acampava em algum banco em frente a sala e ficava ali, apenas lendo. Já tinha lido uns dois livros desse jeito e já iria terminar um terceiro. Ou era isso, ou ficaria horas olhando para o teto.

Estranhamente, naquele dia, Aiden não vira nenhum dos dois subordinados que causaram aquele atentado no dia anterior. Isso era bom por um lado e ruim por outro. Bom que o rapaz poderia ficar despreocupado com Lexi por ali, mas poderiam estar armando algo bem pior e seria, sem dúvidas, no apartamento.

A garota só tinha duas aulas, então, duas provas, que fazia nos tempos das próprias. Pouco antes das onze da manhã, ela acabara a segunda prova. Sem contar o tempo livre depois de acabar a primeira. Depois de sair, Lexi, Aiden e Eilinora foram almoçar juntos em um restaurante em frente a faculdade. Uma espécie de comemoração de “Finalmente acabaram as provas”.

–Ai, até que enfim terminaram as provas. - exclamou Eili – Não aguentava mais estudar.

–Eu também, Eili. O jeito que se estuda para provas me irrita.

O garçom veio e anotou os pedidos deles. Levi foi ao banheiro e deixou as amigas fofocando sozinhas. Então, Eili resolveu tocar em um assunto.

–Lexi, amiga, esse seu guarda-costas é um pedaço de mau caminho.

–Ah, sim. Ele é bonito!

–Bonito? Ele é gostoso e tudo de bom. Eu pegava fácil! - e gargalhou – Alias, você não viu como as outras olham para ele na sala?

–Ele chama bastante atenção mesmo. - a garota começava a enrubrecer

–E não rolou nada entre vocês?

–Não, Eili. Ainda não estou em clima para essas coisas. Alias, ele não deve querer nada comigo, sou só uma mimadinha boba que nem sabe se defender.

–Não se subestime. Vocês estão morando juntos e ele é simpático e inteligente. Um espécime raríssimo!

–Eili, por que fala tantas besteiras né?

–Besteiras? Vocês combinam bastante. É sério!

–Eu não quero forçar nada com o Levi. Nossa relação é bem profissional. - ela pôs a mão no queixo – Prefiro deixar tudo como está, se tiver que acontecer, acontecerá!

–Assim espero! - e mudou de assunto - E ele te falou alguma coisa daqueles dois que estavam observando vocês?

–Ele só me disse que não os viu por aqui hoje. E que é um mau sinal!

–E a Paisley, sabe alguma coisa dela?

–Não! Mas ela deve ter pedido uma ajudinha do irmão dela para me matar. Por isso que tem aquele casal.

–Nossa! Quanto rolo nessa história.

–Eu só quero receber a minha herança logo e ter paz.

–Com a Paisley? Im-pos-sí-vel!

–É só dar um jeito de sumir. Trancar a faculdade e sumir por uns seis meses. Comprar uma casa do outro lado da cidade e seguir com a vida esquecendo que ela existe.

–Outra casa? Seu pai deixou para ela?

–Meu pai amou aquela mulher nojenta.

–E o Bennett? Vai ficar sem vê-lo.

–Com ele arrumo um jeito. É a única coisa que veio da Paisley que eu realmente gosto. - sorriu – Olha que saiu das entranhas dela.

As duas amigas riram e ouviram a risada de Aiden chegar a mesa. O agente realmente tinha um bom ouvido. “Será que ele ouviu a conversa toda?”, pensou Lexi. Eilinora continuou a conversa:

–Veio uma coisa de relance na minha cabeça, por que não chamou ninguém da polícia até agora? Sabe, podem mandar a Paisley ficar longe de você.

–Até adiantaria por um ponto, mas a Paisley deve conhecer bastante gente que pode sujar as mãos por ela. - se meteu Aiden – E tem um outro detalhe, a polícia é ineficiente. Eu pelo menos acho isso! De certa forma, a ideia do tio da Lex foi a melhor. Vai ser preciso um excelente flagrante para prendê-la.

–É, Aiden, sou obrigada a concordar. - respondeu a amiga

Logo a comida chegou e eles se alimentaram em um clima agradável, esquecendo todos os problemas que enfrentavam. Em seguida, Eili e Lexi se despediram e seguiram seus caminhos.

Lexi colocou música alta no carro e veio cantando. Era o seu modo de dizer “Acabaram as provas”. Aiden apenas a observava. Em uma nota alta, uma gotinha de saliva escorregou para onde não devia e a garota se engasgou. O ex-agente gargalhou. Lexi tossiu um tempo, o engasgo cessou com um pigarro.

–Não tem graça, Levi. - ela resmungou

–Tem graça sim!

–Sorte que o sinal estava fechado, podia ter pedido o controle do carro.

–Não seja dramática, Lex!

–Estou sendo realista.

–Tá bom! Desculpa!

Alguns minutos depois chegaram ao apartamento. Aiden foi tomar uma ducha e Lexi ficou de bobeira em frente ao notebook. Aproveitou para conferir seu e-mail e suas redes sociais. O telefone dela tocou, era seu tio.

–Alô, Lexi?

–Oi, Tio Maximus! Já sei, ligou para saber se tá tudo bem. - ela nem deixou o tio perguntar nada – Está tudo bem! Estou finalmente usando o computador depois de uma longa semana de provas;

–Era sobre isso mesmo que eu queria saber. - ele riu – Acha que foi bem nas provas?

–Claro, tio! Eu fiquei estudando todos os dias com a Eili.

–E o Aiden?

–Ele ficou conosco. Na hora das provas, ele ficava lá fora. Acho que ele leu uns três livros só essa semana.

–E aconteceu mais alguma coisa? Outro ataque ou algo do tipo.

–Ainda bem não. Mas o Levi me disse que aqueles dois não estavam lá na faculdade hoje.

–Isso é um péssimo sinal!

–Foi exatamente o que ele falou.

–Lexi, tome cuidado em, querida!

–Tudo bem, tio!

–Qualquer coisa me ligue.

–Tá bom. Tchau!

–Tchau!

E desligou. Nesse instante, Aiden saiu do banheiro, apenas enrolado na toalha. Nada que o rapaz não tivesse feito antes, só que depois do que Eili falou para Lexi, ela acabou ficando encabulada. Como o seu quarto era em frente, ele deu apenas um passo. Abriu a gaveta, vestiu uma cueca e uma calça de moleton. Secou os cabelos com a toalha e sacudiu a cabeça para ajeitá-los. Saiu do quarto e falou com Lexi:

–Quem era no telefone? Seu tio?

–Ele mesmo.

–E contou tudo para ele?

–Sim!

Apenas assentiu.

–Vou levar o lixo para fora.

O garoto virou de costas para Lexi e ela viu uma coisa que não notara anteriormente: Aiden tinha uma tatuagem no topo das costas, uma espécie de desenho tribal. Ele pegou o saco de lixo e abriu a porta. Naquele prédio, cada andar tinha onde se podia despejar o lixo. Era como uma gaveta de arquivo, abria-se e colocava-se lá. O lixo descia até o térreo, em um enorme galão.

Aiden realizou o procedimento e começou o caminho de volta. Até que... Uma coisa o assustou completamente. Havia um apartamento para alugar naquele andar e quem foi vê-lo? Darius e Ariel. Um disfarce excelente. A um primeiro momento, eles não pareceram notá-lo, olhavam para o outro lado. Então, o corretor apontou para a direção em que o ex-agente estava. Aiden não evitou de arregalar os olhos. Não pensou que realmente fossem eles. Os três trocaram olhares por alguns segundos. Aiden não tinha o que fazer a não ser voltar para o apartamento. Obviamente, os dois outros viram.

Ele entrou no apartamento e suspirou. Lexi o abordou:

–O que houve, Levi?

–Eles estavam aqui!

–Eles quem?

–Aqueles dois que te atacaram na faculdade.

–Como é que é? Como vieram parar aqui?

–Se fizeram de clientes para alugar o apartamento. E eles me viram no corredor e também entrar aqui. Lex, desculpa!

–Levi, tá tudo bem!

–Tudo bem nada. Acabei de acabar com o nosso único local seguro.

–Caralho! Porque eu não fingi que ia a outro lugar? Tem horas que eu sou tão burro.

–Levi! Levi! - ela chamou, mas ele ainda estava nervoso - Aiden!- Ele se atentou ao que ela falava - Você não me disse que o próximo alvo deles seria aqui?

–Disse! Mas eu dei nossa localização de mão beijada.

–Você já me defendeu duas vezes, pode muito bem fazer isso uma terceira, quarta, quinta ou quantas vezes mais forem necessárias.

–Eu sei, Lex.

Seus rostos estavam muito próximos. Aiden sorriu, meio tímido.

–Só tranca a porta! - disse Lexi ao se afastar, e completou – Alias, gostei da sua tatuagem.

–Achei que já tivesse visto.

Lexi passou o resto das tarde mexendo na internet e Aiden terminou o terceiro livro da semana.

Alguns dias se passaram desde esse “encontro inesperado”. Era noite, Lexi e Levi foram dormir. Lá em baixo, na esquina da rua, estava um casal, com alguns equipamentos para escalada e assassinato: Darius e Ariel. O telefone do homem tocou e ele atendeu.

–Sim, chefe!

–Já estão ai?

–Sim, senhor. Logo vamos subir e matar essa garota.

–Assim espero. Alias, detenham aquele agentezinho que está com ela. Não aceitarei falhas.

–Pode deixar!

Esta era a última chance para os dois provarem ao chefe que podiam dar conta do serviço.


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