Mate-me se for capaz escrita por KyonHiryu


Capítulo 7
Capítulo 7 - Ferimentos


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me a demora.



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Darius e Ariel, furtivamente, subiram até o apartamento onde Lexi e Aiden estão morando. Desceram na varanda. Eles destrancaram a porta e sem fazer barulho algum, entraram. Darius ficou ao lado da porta do quarto de Aiden, para detê-lo caso se levantasse. Ariel foi ao quarto de Lexi, ela tinha uma faca em punho, especial para cravar no peito de alguém.

Ela entrou e viu a garota, que dormia virada para cima, seria fácil cravar a faca nela. Só que, aconteceu um contratempo totalmente inesperado para a subordinada de Kevin. Lexi acordou de mais um pesadelo. Ela abriu os olhos e a primeira coisa que avistou foi Ariel com a faca para sua direção. Arregalou os olhos e gritou, achando que aquilo fosse uma continuação do pesadelo.

O grito ecoou pelo pequeno apartamento, o que acordou Aiden. Ele ia correr até o quarto, mas o homem o impediu.

–Ora, você de novo, seu filho da puta! - o rapaz gritou

–Olá! E dessa vez, eu não vou deixar você fugir.

Ariel não se sentiu incomodada pelo som ensurdecedor que Lexi soltou. Apenas falou:

–Isso não é pesadelo, queridinha.

Com a faca apontada, a mulher golpeou, mas apenas perfurou a cama, pois a menina girou para o lado e caiu no chão. A assassina foi atrás dela.

–Levi!

–Não adianta chamar pelo seu protetor. - comentou, puxando Lexi pelo cabelos - Alias, ele vai embora depois de você.

Ariel tentou acertar o peito de Lexi, porém a garota sabia bem evitar essas coisas. O problema era que ainda assim ela foi atingida. Ela começaram uma briga naquele minúsculo cômodo.

Enquanto isso, tinha uma outra entre os homens. Darius foi bem mais rápido e prendeu Aiden pelo pescoço e ameaçando enforcá-lo. O ex-agente tentava sair daquela prisão.

Ariel estava levando vantagem sobre Lexi, já que ela tinha uma arma. A garota acabou sendo presa da mesma maneira que seu protetor. Ariel a segurava contra o seu corpo, com o braço sob seus ombros. A garganta da garota estava vulnerável e foi bem ali que a Ariel decidiu atacar. Antes, falou:

–Essa lâmina perfura, mas também corta que é uma beleza.

A assassina desferiu o golpe, contudo este acabou cortando o braço de Lexi. Ela conseguiu se proteger cobrindo o pescoço.

Aiden começou a sofrer de um enforcamento. Se lembrou a tempo de um ponto fraco daquela posição: A região da barriga. Não pensou meia vez, deu um cotovelada certeira na boca do estômago de Darius. Ele soltou e sentiu a dor. O garoto, então, pegou a cabeça do adversário e deu uma bela joelhada, desacordando-o. Enfim, correu para salvar Lex.

Ariel soltou Lexi, que caiu sobre a cama.

–Ora, sua...

Ela não completou a frase, pois foi apagada por Levi com um belo golpe no ponto certo.

–Lex, tá tudo bem?

Ela assentiu com lágrimas nos olhos. Foi ai que ele viu o sangue.

–Caramba!

–Eu tô bem... Sério! Ou isso, ou era meu pescoço.

–Faz uma coisa: Pega seu celular e liga para a polícia.

–Você disse que a polícia era ineficiente.

–Eu sei, eu sei! Mas, é um flagrante e tentativa de assassinato. Eu vou ligar para um colega meu para fazer um curativo e pontos nesse braço.

Assim, eles realizaram as ligações. Aiden amarrou os outros dois e os colocou na sala, a fim de que não fugissem. Levou uns dez minutos até a polícia chegar. Os dois ainda estava desmaiados, pois a pancada foi bem forte. O amigo de Levi chegou logo em seguida e enquanto cuidava dos ferimentos de Lexi. Os policiais interrogavam o ex-agente. A garota conversava com o outro:

–Meu machucado tá muito feio?

–Foi um corte comprido, porém não profundo. Vou só colocar uns pontos e daqui a uma semana vai poder tirar.

–Menos mal! Alias, qual seu nome?

–Dan! Dan Memphis. Eu sou o irmão do Aiden. - ele sorriu

–Irmão? Não sabia que ele tinha um. É um prazer! Sou a Lexi Donovan.

–Ele me falou de você pelo telefone nas últimas vezes que me ligou. Ele tá protegendo você, certo?

–Isso mesmo! Minha madrasta quer me matar para ficar com a minha parte na herança.

–É sempre a mesma coisa: dinheiro. Infelizmente, é o que move o mundo. Inclusive, meu irmão só aceitou o trabalho por isso.

–Sei bem! - ela fez uma careta pela dor da agulha que Dan usava para suturar a sua ferida – Você era agente como ele?

–Nós dois fomos agentes. Mas eu me aposentei mais cedo que ele. Ai eu fiz enfermagem e comecei a trabalhar como alguém normal. Já meu irmão... Bem... Ele ficou mais uns anos na área e também nunca foi muito habilidoso em outra coisa. Então ele virou um agente aposentado que depende de alguns serviços particulares para sobreviver. - suspirou – Já falei para ele fazer alguma faculdade e largar essa vida, sei que ele é capaz. Acha que ele me escuta?

Lexi riu.

–Notei que o Levi é bem inteligente, me ajuda em um bocado de coisas da minha faculdade.

–Levi? Ele deixou chamá-lo assim?

–Eu perguntei e ele disse que podia.

–Ele não gosta muito desse nome do meio dele. Faz ele se lembrar de umas coisas.

–Que coisas?

–Do tempo dele de agente.

–Ele me falou pouco sobre isso.

–Não gosta muito de lembrar. Pronto, último ponto.

–Obrigada, Dan!

–De nada, Lexi. Vamos só enfaixar para você poder sair de casa agora e peça para o Aiden enfaixar seu braço sempre que forem sair. Em casa, pode ficar com ele destampado.

Dan enfaixou o braço de Lexi, despediu-se dela e do irmão. Saiu em seguida.

Lexi foi interrogada pela polícia. Os dois saíram para a delegacia para registrar o ocorrido. Darius e Ariel, já acordados, foram presos para a delegacia e só sairiam com pagamento de fiança.

Como o processo é bastante demorado, Lexi e Aiden acabaram conversando na delegacia.

–Dan costurou direito seu braço?

–Sim! Ele é também é bem simpático.

–Todo mundo diz isso dele. Pena que comigo seja diferente.

–Diferente como, Levi?

–Coisas que não quero falar.

–Do seu passado de agente?

–Bem por ai!

–Por que você não me conta? Eu já te contei tanta coisa minha. - falou,com carinha de criança pedindo doces

–Tá bom! - respirou fundo – Sabe, eu sempre fui um agente mediado, nunca me destaquei em nada do que eu fizesse. Podia ser em treinos ou missões, sempre havia alguém que ficava na minha frente. Minha carreira de agente foi bem dispensável ao ver de algumas pessoas. Sem nenhum grande feito, sem nenhum prêmio e nenhum mérito. Alguns ainda acham que fiquei por tempo demais. Outros dizem que eu devia ter ido no lugar dos meus amigos, que era bem melhores do que eu.

–E por que eles falam tudo isso?

–Eu fazia muita merda naquela época. Eu cometia muito erros infantis, até hoje eu faço isso. Pode perceber pelo o que nos aconteceu hoje. - colocou a mão na testa, como se tentasse segurar algumas emoções – Eu já errei tanto!

–Mas todos nós erramos, Levi, não fique assim! Alias, seu irmão, que você não disse que era seu irmão, me falou que você não gosta muito que te chamem por seu nome do meio.

–É por causa de uma coisa que me aconteceu!

–E não quer me contar?

–Pode ser em outro lugar? Não me sinto confortável falando isso aqui.

–Tudo bem, Levi.

O resto do tempo se passou sem uma troca de palavras entre eles. Apenas foram interrogados, registraram o boletim de ocorrência e assinaram. Em seguida, voltaram ao apartamento. Lexi foi logo querer saber da história que Aiden não quis contá-la na delegacia. Eles se sentaram no sofá para tal.

–Levi, agora você pode me contar?

–Posso! Mesmo com esse sono. - bocejou – Sabe, eu tinha um amigo, de infância. Nós treinamos e nós tornamos agentes juntos. Ele era o meu parceiro e sempre me ajudava nas merdas que eu fazia durante as missões. Até que...

Ele parou e uma única lágrima escorreu por seu rosto. Respirou fundo e prosseguiu:

–Estávamos em mais uma missão e eu acabei ativando um alarme sem querer. E... Bem... Fomos fugir dos guardas e ele foi atingido por diversos tiros. Não consegui ajudá-lo e ele morreu. - enxugou a lágrima – Eu me culpo por isso até hoje. Foi tudo minha culpa! - agarrou e puxou seus cabelos, se debulhando em lágrimas

–Levi, calma!

–Não me chama assim! - ele vociferou

Lexi se assustou com a reação dele. Aiden, ao se lembrar do amigo, sempre sentia toda a culpa e raiva por si de novo. Aquilo era um ferimento em sua vida.

A garota tentou encostar nele, a fim de acalmá-lo. Aiden, nervoso, empurrou a mão dela e foi a caminho de seu quarto. Ela foi atrás dele e fez uma coisa um tanto surpreendente. Ela o puxou pela camisa e lhe roubou um beijo. Foi a única maneira que ela conseguiria fazer o ex-agente se acalmar. Começou com um simples tocar de lábios e só depois as bocas começaram a se encaixar em uma sinfonia. Sentiram o gosto um do outro por um tempo. Quando se separaram, ela apenas falou:

–Desculpa, Aiden.

Ele tinha caído em si e se acalmado com o beijo.

–Eu que peço desculpas, Lex. Quando eu lembro disso me sinto tão mal. Ele me chamava de Levi. Desde que ele morreu nunca mais deixei que ninguém me chamasse assim. Mas decidi esquecer isso quando me perguntou se podia me chamar assim. Desculpa ter sido grosso!

–Tá tudo bem! Eu entendo. Só mais uma pergunta: Qual era o nome dele?

–Alexander Valentine. - E sorriu, teve boas lembranças dele – Ela era hilário! Só falava merda, esse filho da puta! Saudade dele.

E do mesmo jeito que aquela tarde, eles estavam com as faces próximas.

–Você vai a faculdade mais tarde?

–Que horas são?

–São 4:27.

–Então não irei!

–Tudo bem, senhorita. Se assim quiser...

–Boa noite de novo, Levi.

–Espera – segurou o braço dela – É... Será que...

A frase não se completou, um segundo beijo veio antes.


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Notas finais do capítulo

Alguém surtando pelo beijo? :3