Finalmente consegui colocar Mel para dormir. Minha princesinha ficou radiante com a notícia de que iria conhecer seu pai. Já são quase nove horas da noite e ela lutava contra o sono dizendo que queria ficar conversando sobre seu papai... Palavras dela.

– Mamãe tá feliz? – perguntou ao me ver sorrindo. Assenti com a cabeça – Porque, mamãe?

– Porque... – respirei fundo - Eu encontrei seu papai hoje filha. – fui sincera.

– Como assim encontrou meu papai, mãe? – olhou em meus olhos com aquele olhar inocente e senti o peso que eles passavam. Ansiedade, curiosidade, esperança... Era tudo o que eu conseguia decifrar em seus olhinhos azuis.

– Já vou te contar amor, mas antes vamos entrar no carro que o tempo está com cara de chuva.

Entramos no carro e logo quando liguei o carro minha filha começou as perguntas, mas não consegui entender devido à enrolação nas palavras consequentemente pela rapidez de sua fala.

– Damon sofreu um acidente, filha. – ela abriu a boca e tampou com a mão demostrando preocupação com o pai que nem ao menos conheceu – Ele não te esqueceu, ele estava dodói por todo esse tempo. Mas agora ele está bem e vai vim morar conosco.

– Ai. Meu. Deus – minha filha com a mania que pegou de Miley de sempre falar isso quando está em choque (Stewart, Miley) – Meu papai não me esqueceu e vai vir morar com a gente. Ai mamãe eu to tão feliz. E ele me ama, mãe?

– Claro que ama filha. – abriu os olhos e pude ver novamente aquele brilho em sua íris brilhar – Mostrei sua foto pra ele e ele quase babou em meu celular.

– Mãe, fala pro meu pai que eu amo ele?

– Eu não preciso dizer, ele sabe. – sorri tirando meu olhar da estrada por alguns segundos – Mas amanhã ele já vai pra casa e você mesma pode dizer isso a ele.

Ver seus olhinhos brilhando por alegria em vez de tristeza pela falta do pai era algo que eu sonhava todos os dias. Não há explicações para tamanha invalidade que sentia toda vez que minha filha chorava pedindo por Damon.

E agora aqui está ela. Dormindo em meu colo depois de horas conversando sobre Damon. Palavras não seriam suficientes para explicar o quão feliz estou. Sou uma neurocirurgiã chefe do melhor hospital de Londres, reencontrei o amor de minha vida... Minha vida finalmente está conforme meus sonhos... Até melhor que eles.

Coloquei Melanie em sua cama e fui para meu quarto. Olhar aquele enorme cama me fez sorrir. Agora não teria mais espaço para solidão.

E com todos os planejamentos e ansiedades para que pudesse ver Damon entrei nos mais profundos sonos, mas desta vez meus sonhos aconteceriam quando eu abrisse meus olhos.

...

– Mãe posso ir com a senhora ver meu pai? – estava tentando arrumar minha filha para escola, mas ela se mexia tanto que a tarefa estava sendo difícil.

– Amor, Damon vai vir hoje pra casa e você poderá conhecer ele. Além do mais, não quero você no hospital e seu pai não iria se sentir confortável de ver você no hospital.

– Tá bom, mamãe.

– Agora deixa terminar de te arrumar minha princesa.

Agradeci aos céus quando minha filha colaborou e deixou-me arruma-la. Não estávamos atrasadas, mas só pelo fato de que hoje terei a vida que sempre sonhei me deixava totalmente ansiosa.

Deixei minha pequena em seu colégio e fui em direção ao hospital com o maior sorriso do mundo no rosto. Só de pensar que meus sonhos se realizaram e tudo o que eu sofri nesses três anos foram apenas momentos nos quais não quero me lembrar.

Sim, sou egoísta por não dar valor à vida que tive ou ao homem que me deu apoio quando mais precisei. Sim, abandonei Liam para viver uma vida aqui em Londres. E sim, eu tinha esperanças de encontrar com Damon. Talvez eu tenha apenas aceitado a proposta por Damon.

Eu queria encontra-lo.

Não abandonaria meu noivo e minhas amigas para morar em um lugar que não conhecia ninguém. Todavia eu abandonaria tudo pelo Damon. Mesmo que em meus antigos pensamentos ele teria me abandonado eu acreditava que ele ainda me amava.

...

– Doutora Elena está aqui a ficha da alta do Damon. – estava na recepção conversando com o Doutor James quando Stefan chegou – Como você é a responsável do paciente pode assinar e ele poderá ir embora.

– Obrigada. – infelizmente tinha que trata-lo com a maior simpatia e profissionalismo, mas a minha vontade era estapeá-lo com todas as minhas forças – Aqui está. – entreguei o papel a ele que entregou para recepcionista.

– Doutora Gilbert, se quiser pode leva-lo e voltar só amanhã. – James disse compreensivo – Como começou a trabalhar há poucos dias quero saber se você vai querer pegar algum paciente ou ficar só checando?

– Estou aqui pra salvar vidas, Doutor. Quero pegar quantos casos puder desde que minha vida seja pra salvar outras. – sorriu e assentiu.

– Damon já está sendo preparado para ir embora com ajuda das enfermeiras. Vou até a ala dele para me despedir.

– Acho que não precisa tudo isso Doutor Pierce. – teimei.

– Cuidei dele por todos esses anos. – irritou-se e virou-me as costas indo em direção da ala neurológica – Se me derem licença.

Fiquei parada apenas observando Stefan se retirar. Tenho medo de que Stefan conte a Damon toda a verdade. Se alguém tem que contar, esse alguém sou eu.

– Vamos amor? – entrei na sala que Damon estava e o vi conversando com Stefan. Gelei.

– Claro, Lena. Não aguento ficar nem mais um segundo aqui. – virou-se para o amigo – Assim que eu comprar um celular te ligo. Obrigado por tudo Stefan.

– Você é meu melhor amigo, não fiz mais que minha obrigação – riram e se abraçaram daquele modo que os homens se abraçam (?) – A Doutora Caroline deu-me a receita com alguns remédios para Damon, nada forte pode ficar tranquilo. E a alimentação isso vou deixar por sua conta Elena – assenti dando de ombros.

Se antes Stefan não gostava de mim agora eu que não lhe suporto. Olhar pra ele era um sentimento total de repulsa. Ele foi o motivo de todo o meu sofrimento. Tudo poderia ser evitado se o mesmo tivesse me contado tudo o que aconteceu com o MEU noivo. Quem ele pensa que é para tomar decisões sendo que eu era praticamente a esposa de Damon? Eu era e sou a responsável por ele.

Maldito Stefan Pierce.

– Vamos Elena – Damon deu outro abraço em Judas (vulgo Stefan) – Quero ver minha boneca.

– Ela ficou radiante com a notícia de que vai conhecer o papai dela – seus olhos azuis ganharam uma coloração mais forte, da mesma forma que ficou os olhos de Melanie – Tchau Stefan.

– Tchau Elena. Tchau irmão. – falou para Damon – Acho que a Elena tem muitas novidades para lhe contar – ironizou e olhou-me como se fosse um mostro e eu a garotinha indefesa. Como se eu tivesse medo.

...

Damon foi tomar banho porque disse que estava com cheiro de hospital. Stefan deu algumas roupas pra ele até comprarmos as dele e claro um celular.

Era como se nossa vida fosse um filme e alguém pausou para um intervalo e depois retomou. Nada mudou, nós estamos da mesma maneira que há três anos. Claro que para ele tudo estava como antes, mas eu também me sinto da mesma maneira. Melhor que isso... Eu nunca amei tanto um homem como eu amo o Damon.

Estava cortando alface para salada já que estava tudo pronto e senti um par de mãos me agarrando e beijando-me o pescoço. Dei um sorriso mesmo que ele não veria e soltei a faca e virei-me ficando em sua frente.

– O que você está preparando? – Damon que ainda beijava-me a bochecha perguntou fazendo uma pausa em seu “trabalho”.

– Arroz, feijão, bife e salada de alface. – fez careta. Damon odiava salada pelo simples fato dela ser verde. Era uma lógica meio maluca, mas ele não comia nada que tivesse essa cor. A comida pode ser a melhor do mundo, entretanto se ela for verde... Pode esquecer – Nem adianta fazer essa cara mocinho. Você vai comer... Recomendações da médica.

– E se eu subornar essa médica com uma coisa que ela vai gostar muito? Será que podemos ter um trato? – ri alto e ele me acompanhou.

– Infelizmente não. – fez bico e o desfiz com um beijo – Se você comer tudo a salada vai ganhar uma ótima recompensa, se é que me entende. – dei um sorriso malicioso e ele riu.

– Acho que a história deu uma mudada. – fingiu-se de indignado e eu assenti rindo – Pode ser. Desde que eu possa fazer o que quiser com a pessoa que me dará a recompensa, pra mim tudo bem.

– Ok. Temos um trato então.

Almoçamos mais devagar que uma tartaruga devido as caretas que Damon fazia enquanto comia a alface resultadas em risos e gargalhadas de ambos. Meu noivo (se paramos como noivos, voltamos como noivos) estava muito feliz e isso me deixava da mesma maneira. Ele ficou três anos em coma e não ficou ressentido ou algo do tipo. Ele estava da mesma maneira que sempre foi. Confesso que estava com medo da reação de Damon com toda essa situação. Todavia ele se superou e agora está sorridente como nunca.

– Preciso de sobremesa. – tínhamos acabado de guardar as louças e Damon como sempre pensando em doce.

– Você não pode comer doce, só daqui a uma semana. No máximo uma gelatina.

– E quem disse que minha sobremesa é um doce? Essa sobremesa é a pessoa mais fogosa que eu conheço e de doce não tem nada. – abraçou-me por trás e virou-me beijando meus lábios e descendo para meu pescoço e no vale de meus seios.

– Damon... – gemi.

– Vai dizer que isso é proibido também? Um noivo não pode levar sua futura esposa pra cama, é isso? – sorri com o “noivo” e “futura esposa”.

– Eu não disse isso. – sorri tentando conter um gemido – Seria crime uma médica proibir o paciente de levar sua noiva à loucura.

– Isso mesmo.

...

– Do que ela mais gosta?

Estávamos deitados apenas com o sobre lençol e Damon fazia algumas perguntas sobre Mel. Ele queria saber tudo sobre ela para não deixa-la frustrada com a ausência do pai.

– Ela ama a barbie, tem todos dvds e sabe as fala de cor e salteado. Adora viajar e como você odeia comidas verdes. – dei um sorriso bobo por pensar que mesmo distantes e sem nunca terem se visto eles tinham quase tudo em comum – Melanie é bem carinhosa e muito inteligente. – sorriu – Acho que é só isso. Com o tempo vai descobrir mais sobre ela.

– Estou doido para conhecê-la. Não vejo a hora de ver minha bonequinha e abraçá-la. – olhei para cima já que estava em seu peito e vi algumas lágrimas saindo de seus lindos olhos azuis.

– Amor, não chore.

– Perdi parte de sua gestação, não estava segurando sua mão quando ela nasceu, não vi seus primeiros passos e as primeiras palavras embaralhadas. – limpei suas lágrimas com o polegar – Eu me sinto tão inútil por não saber nada da minha filha e ser um completo estranho para ela.

– A Mel te ama, Damon. – sorri o confortando – Ela quase não dormiu porque ficou perguntando coisas sobre você, assim como você está fazendo. – sorriu – Temos a vida inteira pela frente meu amor, temos muita coisa para vivermos juntos. Eu, você e nossa princesa.

– Se fosse possível a eternidade, eu viveria ela com vocês. – sorri encantada e dei um beijo castro em seus lábios macios que tanto me fizeram falta – Então... Conte-me o que aconteceu nesses anos?

A maldita pergunta que eu tanto temi apareceu de repente não me deixando ensaiar ou pensar no que falar.

“Sempre fui a favor da verdade, mas se a verdade o machucar... Minta se for preciso.” - Stefan

Eu não queria mentir, não quero omitir tudo o que aconteceu em minha vida. Mas eu simplesmente não posso dizer. Sei que Damon nunca vai me perdoar e mesmo que não tenha feito nada de errado... Tenho medo de que Damon me abandona. Eu não sei mais viver sem ele... Eu não consigo mais viver sem ele. Ele é como meu oxigênio, a gravidade que preciso para por meus pés no chão... Viver sem ele estava fora de cogitação.

– Miley está noiva de Kol, Rebekah que é Cirurgiã Chefe no antigo hospital que eu trabalhava se casou com Matt e como você sabia ela estava gravida e a filha deles se chama Charlie. – Damon ouvia-me atentamente sem saber na confusão que estava meus pensamentos e sem imaginar que sua noiva estava omitindo metade da verdade.

– Só isso? – assenti relutante, mas ele não percebeu – E sobre você? Nenhuma novidade?

– Nenhuma. – engoli em seco. Era isso... Não vou contar a verdade sendo que isso é apenas um passado que eu quero esquecer e viver minha vida com o homem que amo – Só a falta que senti de você.

– Espera. – levantou-se irritado – Stefan sabia e não te contou?

Se eu dissesse a verdade sobre Stefan, Damon iria querer tirar satisfações com ele e isso poderia me causar uma grande confusão.

– Ele não tinha meu número e perdeu contato com a Miley há dois anos. Ele não teve culpa. – quem diria eu, Elena Gilbert, defendendo Stefan. Mas isso era apenas para salvar minha própria pele.

– Tudo bem. Agora estamos juntos novamente e nada mais vai nos separar. – deitou-se novamente e aconchegou-me em seu peito – Tenho que voltar pros Estados Unidos.

– Oi? – ri sem humor, ele só poderia estar de brincadeira – Você não está falando sério, ou está?

– Elena eu não sei como está o meu trabalho. Ah meu Deus! Meus documentos... Pelo o que Stefan me falou eles foram queimados.

– Você não vai viajar sozinho de jeito nenhum, e isso é uma ordem. E sobre seus documentos podemos fazer isso amanhã. – acariciei seu peito.

– E meu trabalho em San Franciso, soube de alguma coisa?

– Você foi demitido por justa causa por abandono do emprego. Os papéis da demissão estão comigo e como sabe isso foi pro seu currículo. Mesmo que parte da empresa fosse sua... – deu um suspiro irritado – Relaxa meu amor. Você mesmo pode abrir uma empresa, com o dinheiro da herança.

– Nossa, tinha me esquecido. – bateu a mão na testa – 1/3 da herança já está em minha conta e o resto cairá 5% mensalmente.

– Que bom. – sorri – Como você vai ficar um mês em repouso você estará estável financeiramente.

– Um mês? – assenti e ele bufou – Tudo bem. Desde que minha Melzinha fique comigo.

– Ela tem escolinha, Damon.

– Jardim, Elena, não primeira série. Por favor, deixe. Eu fiquei tanto tempo longe dela.

– Tudo bem, amor. – ouvi o barulho do meu celular indicando que era hora de pegar minha filha – Está na hora de pegar certa garotinha na escola. – levantei fazendo o olhar de Damon cair em mim devido a falta de roupa – Quer ir?

– Não. Quero ver minha pequena em um momento silencioso, não em um lugar cheio de crianças e choros por todo o lado. – ri alto e assenti.

– Ok, estou indo. Você vai ficar bem aqui sozinho? – assentiu revirando os olhos – E pare de virar os olhos pra mim, senhor Salvatore. Conheço um livro que revirar os olhos dá resultado de uma louca noite de prazer. – ri lembrando-me do livro que Miley me emprestou, acho que é cinquenta tons de cinza.

– Então vou fazer isso mais vezes. – levantou e veio andando devagar em minha direção me fazendo correr em direção ao banheiro – Você é ótima em função de frustra um homem, Elena.

...

Quando ia em direção da escola buscar Melanie meu celular toca. Liam. Rejeitar. Não queria fazer isso, ele não merece isso. Meu ex-noivo foi sempre tão perfeito para mim e minha filha que me dói fazer isso. Mas entre Liam e Damon acho que já fica bem claro minha escolha.

– Como foi a aula meu bebê? – estávamos dentro do carro.

– Foi chata mamãe. - suspirou – A hora não passava nunca, queria ver meu papai.

– Você já vai vê-lo amor... Ele está lá em casa te esperando e doidinho para te ver.

– AI. MEU. DEUS! Vamos logo mamãe. – ri de sua ansiedade e dei partida no carro.

Assim que chegamos à entrada de casa minha filha ficou meio insegura. Talvez a vergonha ou o medo de não ser bem recebida (o que não condiz com a realidade). Abri a porta e meu futuro marido estava sentado no sofá e logo que nos viu se levantou rapidamente.

Damon olhou para Melanie que estava totalmente boquiaberta olhando para o pai. Então ele logo saiu correndo em direção a Mel e a pegou no colo abraçando-a com toda sua força, mas de uma forma delicada. Meu noivo que a abraçava chorava como uma criança. Minha pequena estava toda sorridente com algumas lágrimas em seus olhinhos.

Era a cena mais linda que eu já vi em toda a minha vida. Nem em meus mais lindos sonhos eu imaginei que seria tão... Perfeita.

– Você é tão linda minha princesinha. – Damon disse quando se separam, mas ainda ficaram um olhando pro outro.

– Obrigada. – riu sapeca – Fiz um desenho pra você papai. – Damon sorriu deslumbrado ainda com lágrimas nos olhos.

– É mesmo? Cadê?

– Tá na minha mochila, vou lá pegar. – saiu correndo em direção à mochila que eu tinha colocado no sofá. Pegou um papel dentro de seu caderno da Barbie e entregou para Damon – Essa menininha de rosa sou eu, essa é minha mamãe e esse é o senhor me levando pra escolinha. Ah é, esqueci. – bateu na testa fazendo uma careta – Esse é o nosso cachorrinho.

– Você tem cachorro? – Damon perguntou olhando o desenho.

– Não, mas eu quero. – deu de ombros e rimos.

– Amei o desenho, vou comprar um quadro e colocar ele aqui na sala para todo mundo ver o quanto nossa família é linda e o quanto você desenha bem. – Mel bateu palminhas – Acho que alguém pegou a mania da Miley aqui. – ela riu.

– O senhor vai morar com a gente, pai?

– Vou meu amor, você quer?

– Claro que quero papai. – abraçou o pai dela de repente que retribuiu rapidamente – Eu te amo, pai.

– Eu também te amo, filha. – sorri encantada com a cena e fui em direção deles para participar do abraço – Amo vocês duas.

– E eu amo vocês dois.

Não posso deixar de comentar o quanto fiquei feliz com a reação de Mel. Ela sempre foi uma garota espontânea, alegre e conversadeira, mas achei que ela ficaria um pouco acanhada com o pai. Todavia sua reação foi o oposto da qual imaginei. Era como se ela o conhecesse desde quando nasceu. Estava esperando que a concepção que Melanie desse ao seu pai não era do qual ele imaginava, mas não foi isso.

Sei que meu bebê sofreu muito com a ausência do pai, até porque cansei de vê-la chorando e ir ampara-la. E ver sua filha de três anos sofrendo e chorando era algo totalmente devastador. E o pior é que eu não poderia fazer nada.

Mas aqui está ela. Rindo enquanto seu pai fazia uma omelete com direito a caretas e rizadas. Ficou faceira quando ele pediu ajuda deixando-a quebrar os ovos que ia para o prato com casca e tudo. E lá ia ele tirar as cascas todo paciente.

– Senti falta do seu omelete. – fechei os olhos deleitando do prazer daquela delícia em minha boca.

– Ainda lembro-me de quando me fazia acordar três da madrugada para fazer essa bendita omelete para você. – olhou para Melanie e viu ela se lambuzando – Agora sei por que gostava tanto de omelete.

– Tá muito gostoso. Quero mais – Mel levantou o prato em minha direção e coloquei mais um pouquinho, já que ela não podia comer muito ovo se não passava mal.

...

Estávamos assistindo Meu Malvado Favorito com Melanie que já dormia no colo de Damon. Levantei-me para pegá-la no colo quando Damon se ofereceu.

– Papai... – Melanie chamou ainda com os olhos fechados – Não vai embora...

– Papai não vai embora, amor. – Damon disse de pé com ela em seu colo – Quer dormir com a gente?

– Quero. – disse sonolenta.

– Então vamos princesa... Vem Lena. – Damon me chamou e fomos em direção ao nosso quarto.

Estávamos deitados com uma garotinha em nosso meio nos impedindo da proximidade. Damon e eu abraçávamos nossa pequena que mal havia deitado na cama já estava entregue ao sono.

– Pela primeira vez fico feliz em ir dormir. – Damon sussurrou – Com vocês duas.

– Estou tão feliz, Damon. – sussurrei – Por favor, nunca mais fique longe de mim.

– Nem a divergência conseguiu mudar nosso destino. – Damon levantou-se um pouco para dar-me um beijo nos lábios – Estamos fadados a ficarmos juntos, amor. Agora temos uma nova vida. Eu, você e nossa pequena Mel.

– Eu te amo. – disse assim que desliguei o abajur e fechei meus olhos.

– Eu te amo.

Fico feliz em dizer que esse é apenas o primeiro capítulo do nosso recomeço.