Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 23
Preparativos para o julgamento


Notas iniciais do capítulo

Cap dedicado à InesTMM, minha BETA :3



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— Mamãe, quando a Kira volta?

Lily suspirou. Todos os dias ouvia a mesma pergunta. Ela colocou os ovos mexidos do filho num prato e se sentou à mesa. O pequeno esfregava os olhos cansados e bocejava, encarando a mãe.

— Ainda não sei, meu amor. Mas prometo que não vai demorar muito.

Yuri assentiu com a cabeça e comeu seu café da manhã. Brock entrou na cozinha e depositou um beijo casto no topo da cabeça da esposa. Logo depois foi até a geladeira e pegou leite.

— Podia ter me acordado. Eu faria o café – o moreno bocejou enquanto prepara uma xícara de leite com chocolate. Quando terminou, colocou-a na frente do filho.

— Você precisa descansar. Estava tão – ela olhou para o garotinho à sua frente, e evitou dizer “abatido”. Yuri precisava de pais fortes, e eles tinham que ser isso – cansado ontem à noite.

— Você também – Brock se sentou ao lado da esposa com duas xícaras de café preto bem forte. Entregou uma delas para a rosada, que sorriu em agradecimento.

— E a tia Misty? – insistiu o pequeno.

— Ela logo, logo vai sair de lá. – prometeu Lily.

— Mas por que a tia ta presa, mãe? Ela nunca fez nada de errado! – um pequeno biquinho apareceu nos lábios finos.

Yuri estava certo, claro. Misty não fizera nada para ser presa. Nada além de tentar salvar a vida de sua pequena princesa. Sabia que a irmã não fugiria, mas precisava ir ver como a sobrinha estava. A ideia de Yukira estar sozinha com Rudy a assustava mais do que qualquer outra coisa.

— Aprenda uma coisa agora, filho. Cuide com quem você anda. Se andar com as pessoas erradas, isso pode acontecer.

Yuri bebeu sei leite, criando um bigode escuro sobre sua boca.

— Com quem a tia andou de errado, pai?

— Com Rudy. – foi Lily quem respondeu, e ela mal pôde controlar sua raiva.

O pequeno ficou em silêncio por um bom tempo, apenas engolindo sua comida. Não sentia fome. Era esperto para a idade que tinha e sabia que a prima e a tia estavam com problemas, e precisava pensar em um jeito de ajudá-las. Ficou pensando por um bom tempo, mas acabou percebendo que precisaria da ajuda dos amigos para conseguir isso. Mal conseguia acreditar que coisas tão normais como escola ainda estavam acontecendo. Tinha que ir para a escola hoje. Escola! Com a tia presa e a prima confinada ao idiota do Rudy, queriam que fosse à escola!

Escola sem Kira quase não parecia ser escola. Não entendia por que a prima não podia frequentar a instituição, mas sentia saudades dela. Sentia muitas saudades.

Ficou quieto por mais alguns segundos, antes de finalmente perguntar aquilo que estava entalado em sua garganta:

— Pai… o Rudy não é o pai da Kira, né?

A pergunta foi feita de forma tão natural que até assustou aos dois adultos. Yuri falava aquilo como se não fosse nada demais, como se não fosse algo surpreendente.

— Yuri, do que você… – a rosada queria manter o segredo da irmã, mas sabia que não conseguiria por muito mais tempo, visto que Misty já contara para Kira.

— Kira me contou. – Interrompeu o menino – De certa forma, isso me anima.

Kira contara para ele antes que Misty tentasse fugir, e a revelação fora um alívio para os dois.

— Ele não é pai dela – admitiu o moreno, após um suspiro.

Yuri percebeu que aquele era o momento para fazer a pergunta realmente importante. Aquela que não fizera nem mesmo a Kira.

— É o Ash, não é?

Dessa vez os dois engasgaram com o café. Tinham certeza de que isso Misty não falara para Kira. Como Yuri poderia saber de uma coisa dessas? Será que ouvira suas conversas atrás da porta? Se o garoto tivesse feito isso, Lily iria garantir que ele nunca mais fizesse nada do tipo.

— De onde você tirou isso? – tentou se recompor, mas a surpresa, o espanto em sua voz e expressão deixavam a resposta mais do que óbvia.

— Não foi tão difícil descobrir. Tia Misty nunca apresentou a Kira pro tio Ash, enquanto todos nós o conhecíamos? Por quê? Eles namoraram quando jovens e agora nem mesmo se olham na cara? Por quê? Conheço os dois muito bem pra saber que não seria por traição. Você me garantiu isso, papai. Os outros também me ajudaram a descobrir. Ficamos muito tempo pensando. O que realmente nos revelou foi aquela foto e a carta da tia, que dizia que não era pra gente chamar o tio Ash pra ajudar a achar ela. E o cabelo da Kira é igual ao dele.

Lily e Brock suspiraram. Haviam esquecido que aquelas crianças eram espertas demais. Mas não se preocuparam muito. Em breve, eles tinham certeza, a verdade viria à tona.

— Acho que você está certo, meu querido. Acho que você está certo. – Lily respondeu.

A rosada suspirou e bebeu mais um gole de seu café. Yuri, em frente aos pais, começou a pensar. Precisaria reunir os amigos, pois eles tinham que encontrar um jeito de ajudar a tia e a prima.

~~xx~~xx~~xx~~xx

Lily estacionou em frente à delegacia, com um pedaço de torta nas mãos; acabara de deixar Yuri na escola. Estava com vontade de bater em Violet e Margarida, que pareciam dois bebês chorões. Não paravam de se lamentar, mas não faziam absolutamente nada para resolver a situação!

Caminhou apressadamente pela calçada e adentrou na delegacia sem baixar a cabeça. A mulher olhou determinada na direção do delegado, que pressentiu que o assunto teria a ver com Misty. Mesmo que os olhos de Lily fossem mais claros, o brilho que possuíam era muito parecido com o da ruiva que estava presa em uma cela próxima a eles. Chikao, assim que viu a rosada, soube que era uma Waterflower.

— Bom dia, senhora. O que deseja? – perguntou educado.

Mas Lily estava impaciente, e respondeu, irrefutável:

— Sou Lily Waterflower e desejo ver a minha irmã.

O homem sentiu vontade de sorrir ao perceber que acertara. Realmente tinha uma Waterflower à sua frente. Não sabia se ria ou se chorava. Se essa tivesse metade da teimosia da irmã, sabia que não conseguiria expulsá-la dali tão facilmente.

— Ela não pode receber visitas. – tentou.

Entretanto, contrariando qualquer uma das expectativas que se pudesse ter a respeito da vida de cativa, Misty apareceu.

— Você me deve uma, Chikao. – bocejou. – Deixei seus policiais viverem ontem de manhã.

O fato de que Togepi a segurara não era importante. O homem arregalou os olhos na direção da mulher, e Lily sorriu antes de ir abraçar a irmã, que retribuiu com força.

— O que quer dizer com isso? – perguntou irritado, mesmo que já soubesse a resposta.

— Você me deu sua palavra de que Kira seria vigiada vinte e quatro horas por dia, mas ontem eles a deixaram sozinha com Rudy, e ele teve a ousadia de bater na minha princesa. – o punho cerrado de Misty tremeu perigosamente naquele momento; sua voz saía entrecortada. – Ele vai pagar por isso quando eu sair daqui. Eu poderia matá-los quando eles voltaram para cá. Acredite em mim quando eu digo que tive muita vontade de fazer isso. Mas os deixei viver, o que significa que me deve uma. Preciso conversar com a minha irmã. Pode até ser na sua frente, se quiser.

Ele pesou suas opções. Ainda não acreditava que o moreno tivesse feito aquilo com a pequena e já fora avisado por seus homens que ela apenas havia caído, mas a ruiva tinha razão quando dissera que poderia tê-los matado na manhã anterior. Ele vira a força que o pobre Pokémon fizera para impedi-la.

E então percebeu que havia uma pergunta um pouco mais urgente.

— Como saiu da sua cela? – a ruiva ergueu uma sobrancelha. – Esqueça. Acho que não quero saber.

Ele suspirou e Misty e Lily começaram a rir. Chikao sabia que aquilo era perigoso. Não podia ficar muito na presença da ruiva; se ficasse, talvez acabasse se apegando. Mas naquela situação sabia que não tinha muita escolha.

— Na minha frente. – decidiu.

A rosada pegou uma cadeira e estendeu a torta para a irmã.

— Obrigada Lil, realmente estou com fome.

A ruiva desembrulhou o doce e, com a colher que estava ali, começou a devorar o alimento. Ela sorriu. Delicioso. Os olhos de Chikao estavam presos na torta, tentando encontrar qualquer indício de que havia um objeto escondido por ali.

— Agora vamos ao importante. – Lily falou, séria. – Como pôde deixar a sua filha cair nas mãos daquele filho duma égua? E que história é essa do Rudy bater na minha sobrinha? – uma veia saltou na testa da rosada, que começou a imaginar uma verdadeira carnificina envolvendo o cunhado.

— Minha irmã, temos muito o que conversar. – suspirou Misty. – Mas, obviamente, não deixei minha princesa desprotegida. Há policiais com ela o tempo inteiro.

Chikao começou a ouvir a conversa das duas. Tinha de haver algo subentendido ali. Elas falavam como se realmente se importassem com Yukira, por isso o homem tentou encontrar um código secreto, descobrir segredos que eram falados de forma subliminar. O homem, entretanto, não conseguiu descobrir nada e isso o frustrou mais do que qualquer outra coisa.

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— Que saco. Essa é a terceira vez que nos reunimos pra encontrar uma forma de ajudar a Kira e ainda não encontramos nada. O julgamento é em DOIS dias! – Julia estava desesperada.

A garota começou a caminhar de um lado para o outro, nervosa. O irmão estava atirado à grama, inconsolável. As PP pareciam meditar, pois tinham os olhos fechados e as pernas cruzadas. Yuri encarava todos eles, mais nervoso a cada segundo. O garoto respirou fundo, se quisessem uma solução, teriam que pensar juntos, visto que cada um ter uma ideia diferente não funcionava.

— Ok. Todo mundo senta aqui perto – ordenou Yuri.

Paula e Pietra abriram seus exóticos olhos arroxeados e se aproximaram. Diego levantou, mas o desespero em seus olhos ainda era evidente. Nos olhos de todos eles. Julia sentou. Todos encararam Yuri, elegendo-o como “líder” meio que sem querer.

— Vamos juntar tudo o que temos – ele pegou um caderno e olhou para os amigos, indicando que eles deviam falar.

— Kira está presa com um monstro, mas tem policiais ao redor dela, por enquanto, e a tia Misty tá presa – falou pessimista.

— O julgamento é em dois dias. – Julia complementou.

— Rudy não é o pai da Kira, mas mesmo assim quer a guarda dela. E provavelmente vai conseguir. – Pietra suspirou.

— E o babaca do Ash vai perder a filha sem nem saber disso. – Paula completou.

E então os cinco se olharam espantados, a mesma ideia passando pela mente de todos. Como não haviam percebido isso antes? Claro! Rudy não poderia ter a guarda de Kira, pois não era o pai biológico dela! Julia pegou o telefone e ligou para o pai.

— Pai, venha nos buscar. Sabemos como tirar a Kira e a tia Misty dessa.

O esverdeado não perguntou nada, apenas desligou o telefone e avisou aos amigos que tinham as crianças mais pentelhas e inteligentes do mundo. Os amigos não discutiram, apenas se dirigem à escola das crianças. O desespero estava grande o suficiente para acatarem aos desejos das crianças.

~~xx~~xx~~xx~~xx

Yukira, em seu quarto, encarou os dois policiais. Osamu e Masao retribuíram o olhar da pequena. Já se passara uma semana desde que Kira voltara a morar em sua casa e, no dia seguinte, finalmente, a pequena veria sua mãe. Kira abraçou seu travesseiro rosa e seus pequenos olhinhos brilharam. Masao, o ruivo, sorriu para ela. Nesse pouco tempo todos os policiais haviam se encantado pela pequena menina. Osamu estava apoiado na parede, ao lado da penteadeira branca da garota, que ficava na parede oposta à sua cama, quando disse:

— Pronta para o “grande dia”? – Osamu abriu um pequeno sorriso.

— Estou animada – admitiu Kira. – Finalmente verei a mamãe!

Masao estreitou os olhos. Em nenhum dos dias em que esteve com ela, mesmo que Togepi nunca tenha vindo conferir o seu bem estar, a morena vacilara na fé que sentia pela mãe. Rudy parecia ser um pai extremamente dedicado, mas a pequena menina não abria uma brecha, por menor que fosse, para que o moreno se aproximasse. Parecia que estava se protegendo. O que deixava o ruivo com o pé atrás, entretanto, era que dificilmente veria a menina novamente, visto que um dos pais, provavelmente Rudy, conseguiria a guarda integral dela. Tinha medo do que aconteceria quando parassem de vigiar a pequena. E, também, apegara-se a ela e não queria mais ficar longe dela. Pelo menos, não sem ter certeza de que ela estava com a pessoa certa.

— Quem você acha que vai vencer? – pergunta Osamu, realmente curioso.

No ponto de vista do homem, Rudy tinha mais chances de vencer. Mas pelo que conhecera de Misty, a ruiva não seria fácil de lidar, muito menos em um julgamento. A garota era perigosa, disso ele tinha certeza. Todos eles a tratavam como prisioneira e a garota aceitava agir como tal, mas ninguém naquela delegacia era ignorante o suficiente para realmente crer que tinham a mulher sobcontrole. Se Misty Waterflower resolvesse escapar, ninguém conseguiria detê-la. O julgamento do dia seguinte seria interessante, disso Osamu não tinha a menor dúvida.

— Não importa. Não de verdade – ela deu de ombros. – Se mamãe ganhar, tudo fica maravilhoso. Se ela perder, nós fugimos. Não é como se ele realmente fosse conseguir nos separar, sabe?

E então se lembrou da ilha, do tempo que passaram separadas, e seu coração apertou. As lágrimas voltaram, porque ela realmente sentia saudades da mãe. O peito apertava, porque queria que tudo fosse bom de novo. Que pudesse ter para onde correr quando sentisse medo, que pudesse voltar a se sentir segura. Limpou as lágrimas que ainda escapavam por seus olhos, e então pensou em Ash. Encolheu-se ao pensar nele. Ash devia ser seu herói, mas ele não viera salvá-la de Rudy. Sentiu saudades do moreno também, mas apenas por um segundo. E lembrou-se da informação que a tia deixara escapar quase sem querer, um dia antes de conhecer Ash.

— Preciso ir pegar uma coisa!

Osamu e Masao trocaram um olhar desconfiado. Aparentemente sem motivo algum, a garota começara a chorar. E então o choro passara, tão rápido quanto viera. Resolveram não perguntar nada, com medo de que ela voltasse a prantear.

A menina se levantou de sua cama e correu até a porta, abrindo-a com cuidado. Olhou para os lados, certificando-se de que o pai não estava no corredor. Ao não encontrá-lo, abaixou-se e escorreu até a escada. Sorriu ao vê-lo distraído, olhando televisão, e engatinhou até o quarto dele. Abriu a porta com cuidado, tentando não fazer barulho.

Osamu e Masao a seguiram sem terem o mesmo cuidado que a garota, que teve vontade de bater neles.

— SHIIIIIIU! – pediu, cobrindo os lábios com um dedo.

Os policiais se entreolharam e, numa promessa muda de que ninguém jamais saberia daquilo, a seguiram, pé ante pé. Yukira entrou no quarto que a mãe dividia com o pai e deixou que os policiais também entrassem.

— Tio Masao, você fica na porta, cuidando pro papai não vir aqui. O tio Osamu vai me ajudar a procurar.

A menina foi até o armário da mãe – onde encontrara as fotos pela primeira vez –, e o abriu. Fez um bico ao perceber que não havia nada ali. Olhou para trás, e viu que Osamu não se mexera.

— Procure! – ordenou.

— Procurar o quê?

— O diário da mamãe, oras!

Ela abriu um sorriso sapeca e olhou embaixo da cama. Osamu suspirou e foi até o armário onde antes estava Yukira, suspeitando de que aquilo não daria certo. A menina saiu, sorridente, com uma caixa em mãos.

— Tá aqui dentro!

Masao abandonou seu posto de guarda e foi até a cama, onde Kira já colocara a caixa lilás e decorada. A menina começou a remover as fotos, dando pouca atenção a elas. Queria achar o diário.

Diferente da menina, Masao e Osamu passaram a olhar para as fotografias. Arregalaram os olhos, assustados. Conheciam o garoto que aparecia em quase todas elas, era o Mestre Pokémon Ketchum. Piscaram, confusos, tentando entender de onde que Misty poderia conhecê-lo. De tão entretidos que estavam com as fotos – que se mostravam mais comprometedoras a cada momento –, acabaram por nem perceber que Yukira montara seu melhor beiço de indignação.

— Não tá aqui! – estava chorosa, e deixou-se cair na cama, sobre o travesseiro da mãe.

Ela reclamou de dor ao sentir-se cair sobre algo duro. Voltou a se sentar, e levantou o travesseiro. Seus olhos brilharam ao reconhecer o diário que virá há muito tempo. Era como se meses houvessem se passado desde a conversa que tivera com a mãe.

— Achei!

Ela sorriu, vitoriosa, e arrancou as fotos das mãos dos policiais, voltando a guardá-las. Pegou a caixa lilás e a deixou debaixo da cama. Então correu até a porta e saiu, sem se importar se o pai a veria ou não, em disparada para seu quarto. Invadiu-o e se jogou sobre a cama, contente. Masao e Osamu a seguiam de perto.

— Como sabia sobre o diário, Kira? – a pergunta veio do policial ruivo.

— Titia Lily me contou sobre ele quando eu e o Yuri távamos tentando convencer o tio Brock. A gente precisava falar com o Ash, porque só ele podia saber pra onde que o Rudy tinha levado a mamãe, porque a gente não sabia. E quando eu falei em ficar separada da mamãe, eu lembrei, porque quando ele levou ela embora…

Aos poucos, Masao ia ligando os pontos. Yukira não falara a palavra, porém, pela narração, uma estranha suspeita estava começando a se formar em sua mente.

— Espera um segundo – Maso falou, seu semblante demonstrava preocupação. – Você está dizendo que seu pai sequestrou sua mãe?

— Não meu pai. Rudy fez isso. Pra ser sincera, eu não sei quem é o meu papai – sua face demonstrou uma tristeza passageira.

Afastou o pensamento. Não queria saber quem ele era, porque ele não amava sua mamãe, e ela não queria saber nada de alguém que não amasse sua mamãe.

Os policiais não ligaram muito para a parte sobre o pai. Crianças tendem a negar o que não gostam, então talvez Kira apenas não quisesse ser associada a uma pessoa que considerava um monstro, alguém ruim, negando a paternidade do outro.

— Explica isso bem direitinho pra gente – pediu Osamu, preocupado.

Os dois sentaram-se aos pés da cama da morena, que, mesmo um pouco surpresa, resolveu contar tudo para eles, desde o dia em que encontrou aquela foto no quarto da mãe. Descreveu nos mínimos detalhes cada acontecimento, e os policiais apenas ouviram o relato com os olhos arregalados. A cada palavra da menina eles suspeitavam mais da veracidade dos fatos ditos por Rudy. Se Yukira estivesse sendo manipulada por Misty, a ruiva fizera o melhor trabalho que eles já haviam visto no mundo. O melhor. Ao longo da história começam a desconfiar que, talvez, Kira estivesse certa a respeito de seu pai. Escutaram o relato da pequena em silêncio, mas, no fundo, os dois sabiam que, se necessário, ajudariam Misty a fugir com Kira. A pequena era preciosa demais para ser deixada com alguém como Rudy, principalmente se apenas um terço dos fatos contados por ela fossem verdadeiros. Os dois finalmente entenderam porque ela ainda estava trancafiada na cela. Fariam o mesmo por seus filhos, tinham certeza.

Continua…

Continua…

No próximo capítulo...

"— ABRE A MERDA DESSA PORTA, ASH!"

"— Vai colocar uma roupa,

Hãn?

— Ótimo, temos um bêbado aqui"

"— Calada. Ou quer que eu chame a Kira pra te dar uma surra de novo?"

"— Vamos te contar uma história. Você não vai falar nada, vai apenas ficar sentado aí e ouvir cada palavra que nós temos a dizer.

— Que história?

— Fique calado. Nem uma palavra. Quando terminarmos, você fala ok?"

"— Ash, a Yukira é sua filha."


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Notas finais do capítulo

Gente, sei que demorei, ms é que eu fiz o cap, mas achei q faltava alguma coisa, então fiz umas modificações, peguei o final e fiz um cap 23 e deixei o outro como 24

isso significa q o 24 ta pronto. Posto entre terça e sexta dessa semana, ok? ^^

espero q tenham gostado. Q acharam da provinha do próximo q eu deixei? ;3



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