Just Breathe escrita por Wonderland


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Triste, dramático... Esse é um estilo que praticamente amo de fanfic, porém, não desclassifico o romance. Se por algum acaso você está achando que está ficando pesado demais, otimo! A intensão é realmente essa! Vai ficar mais tranquila e moderadamente mais fofa e romantica a partir do capítulo 25. O que acham dessa ideia? Menos drama e tragédia e mais felicidade e romance? Escolham!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/466717/chapter/22

O dia continua com neve e a cadeira da varanda está gelada, porém aconchegante. A casa de Haymitch continua a mesma coisa, na verdade, tudo continua a mesma coisa. A não ser a nova fabrica feita do lado esquerdo da vila, um pouco mais afastado do Edifício da Justiça. Haymitch me olha pela janela e acena a cabeça como um cumprimento depois a cortina se fecha e minha porta se abre.

– Ei. – Peeta diz com os olhos vermelhos e machucados, provavelmente de tanto chorar por motivos mais complexos talvez do que pelo qual eu choro.

Fico com medo e ele, como um imã, chega mais perto. Quando vejo seus olhos continuarem como estão, pulo da cadeira e seguro seus braços na parede.

– Para com isso!

– Eu não consigo... – ele me joga no chão e coloca as mãos em meu pescoço e me enforca. Tento respirar o máximo que posso. Ele aperta ainda mais e penso que talvez isso não tenha fim e que eu morra nas mãos dele. Não seria uma morte tão ruim assim, asfixiada? Nada mal, apenas não conseguir respirar. E nos braços de Peeta. ME MATE! TERMINE LOGO ISSO! Quero implorar, mas apenas digo obrigada. E por um milésimo de segundo, me livro da tão aclamada e desejada morte. Meu opressor se afasta indo a cozinha e fico no chão olhando para a neve e vejo o quanto branca ela é, clara, fria e macia. Não recupero a respiração e começo a me engasgar. Peeta olha para mim com uma faca na mão e chega perto. Ele a coloca sobre meu pescoço e vai arrastando, não sinto cortar e então percebo que a faca está virada com a parte que corta para ele.

– Me esqueça. – ele gira a faca e me prende no chão. – Forgive me.

Tento me soltar dele e acaba cortando uma parte da minha testa. Já de pé fico no canto da varanda e ninguém nos vê.

– Me deixe ir embora. – ele aponta a faca para mim e arregalo os olhos. Seus olhos piscam e ele se vira para a casa do Haymitch. Olhar apavorado e assustado, como se eu fosse um mostro que ele tem de controlar. Não. Como se ele fosse um monstro que tem de se afastar de mim. Pega uma mala que eu não havia percebido que estava atrás da porta e joga a faca na neve. Antes de ir, ele apenas olha para mim bem de perto.

– Não se esqueça da cor dos meus olhos. – diz sussurrando e parte sem olhar para trás. Chegando na porta, ele apenas abre e Haymitch aparece na janela. Acenando novamente com a cabeça. Uma mancha vermelha cai no chão. Percorrendo a neve e descendo até onde há terra. Se mistura com o gelo e a poça vai ficando ainda maior. E maior. Minha casa parece vazia e me engolindo ainda mais a cada passo que dou. Algo passa a minha direita, um vento com capa. E a minha esquerda, minha direita, até que fica na minha frente e para. Observando meus feitos e vendo minha reação. Quando vejo melhor Prim está sentada no sofá. Viva, ela está viva. Seus braços abraçam um livro cuja capa é vermelha. Vestindo uma blusa e uma saia ela vem até mim, dando pulos e sorrindo. Quando chega mais perto, faz apenas uma pergunta.

– Porque me deixou morrer nas cinzas?

A olho e coloco minha mão sobre seu rosto. Ela sorri e pega uma faca. Sangue escorre até sujar o tapete e começo a gritar para que ela pare.

– Me deixou ir embora. – ela sussurra de uma maneira mortal. – Me esqueceu. Deixou eu morrer.

Grito mais alto para ela parar e ela é derrubada por outro vento. Caída como a mancha na neve, Prim treme e chora, como no seu primeiro dia como tributo.

– Calma... Prim, calma. – falo tremendo também e tentando colocar ataduras nos cortes. Eles se abrem mais e mais sangue sai. – Não se mexe...

– Sai! Você me deixou morrer! Você me deixou sozinha, queimando! Me deixou morrer! Me deixou sozinha! – os gritos de minha irmã se repetiam e a sala ia diminuindo. Ainda mais pequena e os gritos mais altos. De repente um silencio. E mais uma frase, em forma de sussurro.

A culpa foi sua.

– Katniss! – uma voz vinda da varanda grita. – Katniss onde você está?

Acordo em minha segunda casa, o hospital. Meu braço preso, apenas o direito, por um fio ligado ao soro e a algum tipo de remédio liquido. Um homem loiro do lado da minha cama anota coisas a uma agenda.

– Srta. Everdeen? – ele pergunta sem tirar

Aceno que sim com a cabeça ainda olhando para os lados e terminando olhando para o Dr. Aurelius. O medico meu e de Peeta, terapeuta, psicólogo e qualquer tipo de especialista em traumas como o nossos. Peeta...

– Onde ele está? – falo. – Ele ainda está na casa do Haymitch?

– Não, ele não está na minha casa. – Haymitch entra no quarto e fica encostado na parede. – O Doutor veio ver o estado de Peeta e iria fazer mais uma daquelas...

– O que fizemos no 13 para retirar o veneno. Mas de algum jeito... O pouco do veneno que ficou na corrente sanguínea dele aumentou. Ele tem tomado algum remédio, algum tipo de medicamento que possa ter alterado?

– Não... Ele... – lembrei-me da gaveta de remédios, ela tinha dezenas de comprimidos soníferos. – Ele pode ter... Tomado algum tipo de sonífero para dormir melhor, mas não... Ele não piorou por causa deles...

Tento me mover e logo chega uma enfermeira. Tira o fio do remédio liquido e me sinto tonta. Parcialmente inconsciente. Coloca outro no lugar e recupero a visão e a capacidade de entender o que quer que seja que eles estão dizendo.

– Vai ficar bem aqui? – o Doutor me pergunta.

– Cadê o Peeta? – fecho os olhos.

Aurelius olha para Haymitch e ele sai da sala.

– Katniss, ele está no quarto do lado. Na frente do seu. Só que é diferente, ele está aqui por que... – começa Aurelius.

Olho para a porta fechada imaginando como Peeta está.

– Porque vou fazer a mesma coisa do 13 nele novamente, mas vai ter de passar por uma série de exames antes disso. – ele fecha a agenda e se levanta. – espero ter ajudado. Algum pedido?

– Deixe a porta aberta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just Breathe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.