The Loving Dead escrita por NandaHerades, Agui


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Ouçam Metallica – Enter Sandman (Essa música serviu de inspiração). E comentem, favoritem e recomendem *-*
Os capítulos podem demorar um pouco agora, mas é porque nossas aulas voltaram!



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Acordei e o sol já estava começando a nascer. Virei para o lado e vi que a minha mãe não estava. Aquilo realmente me doeu. Flashes do dia anterior começaram a passar pela a minha mente, mas dessa vez, eu não deixei as lágrimas rolarem. Tom apareceu ao lado de fora da minha barraca, ele estava de guarda aquela noite junto com Jack.

— Tudo bem? — ele parecia muito cansado.

Olhei para ele o fitei por alguns segundos. Ele era tão lindo, uma beleza quase angelical. O sonho de qualquer garota, ali do meu lado no meio de um apocalipse.

— Estou ótima! — falei me levantando.

— Tem certeza? — ele parecia preocupado — Se quiser podemos ficar mais um pouco.

Comecei a arrumar as coisas rapidamente.

— Não — disse secamente — Vamos embora daqui.

Virei-me para ver o rosto dele e vi que estava um pouco espantado com a minha grosseria. Respirei fundo e o puxei para longe de tudo e para perto de mim.

— Me desculpa ok? Eu estou processando isso tudo. Não é fácil passar por isso...

Tom me olhou e deu um sorriso. Colocou uma mecha atrás da minha orelha e acariciou a minha bochecha.

— Eu entendo — ele disse com um pouco de tristeza.

— Você é a única pessoa que eu quero que entenda — dei um sorriso e o beijei. Foi um beijo calmo. Nenhum dos dois tinha dito uma palavra sobre o que tinha acontecido na floresta. Nem sabíamos o que estávamos sentindo, ou pelo o que estávamos passando. Ele colocou as mãos no meu pescoço e me inclinou alguns centímetros. O beijo começou a ficar mais quente eu passei as mãos pelas costas dele.

Tom me olhou e sorriu novamente. Um sorriso lindo e doce que eu me apaixonei aos poucos. Quase todos já estavam fora das barracas. Deram-nos uns olhares rápidos e juro que pude ver um sorriso no rosto do Cássio. Passei direto e fui terminar de arrumar a minha barraca. Não cheguei a desmontá-la, mas dei uma boa ajeitada ali dentro.

— Quando partimos? — não perguntei para ninguém específico.

— Pra que essa pressa toda Sophia? É o fim do mundo. – disse Bianca. Sei que ela estava de bom humor porque Cássio estava ao lado dela. Aqueles dois ainda vão nos arranjar problemas.

— Me desculpem se só fiz uma pergunta – Peguei um prato e comi um pouco. Meu apetite estava fora do comum. Desde que isso tudo começou, a comida virou uma coisa nojenta para mim, e nesse dia foi à primeira vez que eu a vi como o que era: só comida.

Partimos logo depois do que me pareceu meio dia. Cássio levou Bianca na moto por quase metade do caminho que estávamos percorrendo, e com o falatório de sempre de Jenna e Jack, eu e Tom tivemos um pouco de tempo pra conversa.

— Estou trabalhando em uma coisa — disse Tom

Eu olhei pra ele com certa surpresa no rosto. Ele mexeu em sua bolsa e tirou o caderno de desenho. Ele abriu em uma certa página e me mostrou. Não tinha nada mais do que alguns poucos esboços, mas eu pude me reconhecer dormindo.

— Oh Tom! Isso é... lindo! — Eu olhei pra ele com algumas lágrimas nos olhos.

— Enquanto estava de guarda ontem escutei alguns barulhos em sua barraca e fui ver o que estava acontecendo. Você estava linda dormindo. — Ele sorriu com o que eu deduzi ser a lembrança na mente. Seu olhar estava vidrado no vazio de um jeito especial.

Eu não sabia o que fazer, mas queria desesperadamente beija-lo ali mesmo. Tudo bem, o mundo está acabado, mas nem por isso eu precisava pegar alguém na frente de todo mundo. Eu olhei pros lábios dele e a sensação de beijá-los me atingiu em cheio. Ele olhou pra mim com carinho.

O carro parou e como sempre a tensão nos dominou. Bianca desceu da moto desesperada, e eu já imaginava outro momento de medo.

— Estão escutando esse barulho? — Lágrimas corriam os olhos dela, ela estrava transtornada.

Ninguém conseguiu ouvir nada e todos olharam para Bianca, confusos.

— O que você está ouvindo Bianca? – Perguntou Jack descendo do carro.

— Vocês não estão ouvindo? — ela disse como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

— Se você não falar fica difícil. – Eu disse.

— Um choro de criança. Vocês não estão ouvindo?

Todos pararam e encararam uns aos outros. Cássio estava com uma cara um tanto suspeita.

— Você está delirando Bianca. – disse Cássio cautelosamente — Isso é normal em situações de grandes estresses.

— Mas, mas... Eu tinha tanta certeza de eu tinha ouvido.

— Você continua ouvindo, querida? – perguntou Jenna.

— Não. O choro passou — Ela continuava a chorar. Eu quase senti pena dela – Deixem pra lá. Eu vou no carro agora.

— Tudo bem — Jenna respondeu.

Bianca entrou no carro e me lançou um olhar triste. Tudo o que eu pude fazer Foi dar um sorriso xoxo pra ela. O que eu poderia fazer? A menina estava delirando.

— Eu tinha tanta certeza... – Bianca murmurou.

—Não se preocupe – Disse Jack — Vamos dá uma olhada pela região de carro. Se tiver alguma coisa descobriremos.

— Mas e se for uma armadilha? — ela disse imediatamente.

— Mortos não pensam Bianca — Eu disse — Mas, alguém pode está escondido com algum bebê.

— Ou não — Disse Tom.

— Acho que Sophia tem razão. Se ele existe, não pode estar vivo e sozinho depois disso tudo. – Disse Jenna.

— Vamos olhar. Se não tiver nada continuamos nosso caminho — Jack disse.

— Não acho seguro. Se alguém está com um bebê com certeza ouviu o barulho do motor do carro. Não vale a pena nos arriscar, pode ter zumbis...

— Estamos aqui para procurar sobreviventes, Sophia. – Disse Jenna.

— Achei que era pra sobreviver — eu disse.

— Quanto mais gente ajudarmos, melhor. Nós vamos procurar – E Jack deu a última palavra.

Ele arrancou o carro e fomos em direção a uma pequena cidade que estava à meio quilometro de onde estávamos. Na estrada havia uma placa desgastada e velha. Como se não fosse cuidada muito antes disso tudo acontecer.

— Ainda estamos na Bahia. – Disse Jack.

— Que cidade é essa? – quis saber Jenna.

— O que importa? É só mais uma cidade morta. – eu acabei por dizer.

Seguimos em silêncio pelo resto do caminho. Saímos todos do carro e olhamos por todos os lados sem reconhecer ou ver nada. A cidade estava completamente deserta.

— Não vi nenhum morto ainda — Tom disse

— Não devem estar por aqui — Disse Bianca meio na defensiva. Ainda estava com receio da loja de conveniência.

— Acho isso tudo muito estranho — Continuou Tom.

— É melhor nos separarmos — Cássio disse.

— Cássio tem razão — Jack concordou — Será melhor para podermos cobrir toda a cidade. Tom e Sophia vão pro Norte. Cássio e Bianca pro Sul. Eu e a Jenna vamos pelo leste. Como viemos do oeste não precisamos olhar por lá. Nos encontramos aqui antes do por do sol. Tomem cuidado!

Todos seguiram as instruções de Jack. Eu peguei a barra de ferro e por segurança levei a arma na cintura. Tom estava com a dele na mão caso precisasse. Andamos para o Norte em direção ao que nós sabíamos que poderia ser nosso fim.


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Notas finais do capítulo

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