The Loving Dead escrita por NandaHerades, Agui


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

YEPI! Estamos felizes que vocês tenham gostado!! ;) Sugestões e comentários (bons e ruins) são sempre bem vindos.



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Os outros demoraram bastante para poder chegar à estrada. Eu e Tom já tínhamos encontrado algumas mochilas dentro dos carros e enchido-as com as coisas que encontramos. Ao que me parecia todos estavam bem, todos tinham sobrevivido e conseguido se salvar. Menos a minha mãe.

Jenna colocou as suas coisas no chão e se sentou. Estava visivelmente cansada. Bianca chegou logo atrás e correu para os braços de Cássio. A mochila não estava nas suas costas. Jack veio andando com a arma em punho, tinha o rosto duro, como se tivesse matado toda a horda de zumbis.

— Onde está sua mãe, Sophia? – Jack perguntou

— Ela... — Engoli em seco. Todos me olhavam. — Ela morreu — Tentei parecer uma pessoa fria como Jack. Talvez não tenha soado tão convencida, mas algum dia eu iria.

Jenna se levantou e me abraçou. O abraço foi estranho. Eu tinha perdido muitas pessoas na minha vida — principalmente depois da infestação — mas receber um abraço da Jenna foi de certa forma ruim, mesmo sendo tudo o que eu precisava. Ela se afastou de mim, mas manteve as mãos nos meus braços.

— Sinto muito — disse ela.

— Está tudo bem. — eu disse.

— Como aconteceu? — perguntou Bianca que ainda estava abraçada com Cássio. Eles eram perfeitos um pro outro.

— Como tudo acontece hoje em dia. Foi mordida por um zumbi, morreu com um tiro na cabeça...

— Quem atirou? — perguntou Jack.

— Eu.

Todos me olharam com espanto. Eu podia entender afinal eu parecia somente uma menininha. Mas de agora em diante não ia parecer mais assim. De agora em diante eu sou a pessoa que matou a mãe após ela virar zumbi. Sou a pessoa que superou os medos e que agora é fria. Pelo menos por fora.

— Sinto muito. – disse Jack.

— Está tudo bem. Agora podemos partir? Eu e Tom já pegamos tudo o que podíamos dentro dos carros — mostrei a mochila cheia para eles.

— Claro — Jack disse — Mas antes temos que encontrar um carro.

Jack encontrou outra caminhonete cabide dupla. Colocamos as coisas na parte de trás, enquanto isso Cássio fazia a ligação direta. O carro pegou e nós entramos. O mesmo esquema de antes, Cássio e Bianca na moto e os outros no carro. Estava um pouco mais folgado, pela falta de uma pessoa.

Antes de o carro começar a andar, Tom segurou a minha mão e deu o seu melhor sorriso. Eu sorri para ele, mas deve ter parecido uma careta porque ele passou a mão na minha testa e a beijou.

— Eu estou bem. Sério, eu estou bem – eu disse. Já estava cansada de todos me olharem como se eu fosse uma coitada.

— Eu sei — ele me olhou e virou o rosto para a janela. Continuamos de mãos dadas.

A estrada estava vazia. E à medida que avançávamos a paisagem ficava mais bonita. O carro parou.

— Estamos quase sem gasolina — disse Jack, depois de quase uma hora de viagem.

Cássio parou a moto do lado.

— A minha tem meio tanque, mas seria bom se encontrássemos alguma.

— Sabe onde tem um posto por aqui? – perguntou Jenna

— Tem uma cidade ali na frente. Talvez tenha alguma coisa — Disse Cássio.

— Vale a pena tentar.

Cássio arrancou a moto e nós fomos logo atrás dele. Poucos minutos depois nós chegamos á Feira de Santana, na Bahia.

— Esse lugar era lindo antes de tudo — Tom disse.

— Você já veio aqui? — perguntei enquanto admirava a paisagem que estava mais linda, já que agora não havia interferência humana.

— Eu vim aqui há alguns anos com minha família — ele suspirou — Foi bem divertido.

— Está tudo bem pra você Tom? — Jenna perguntou

— Claro. Me traz boas lembranças. — Ele sorriu e voltou o rosto para a janela. Tudo o que eu queria era ter boas lembranças agora.

— Mas essa cidade é bem grande — eu disse preocupada — Vocês já imaginaram a quantidade de zumbis que pode ter ai? — Me lembrei de uma pesquisa que eu havia feito para a escola sobre as principais cidades da Bahia e Feira de Santana era segunda maior cidade do Estado.

—Temos que correr o risco — Jack disse — Sem gasolina não chegamos a lugar nenhum.

Fiquei em silêncio. Se isso era o que eles queriam. Na rodovia encontramos um posto da policia rodoviária, Jack parou o carro e entrou com Cássio e Tom para procurar armas. Fiquei esperando. Não demoraram a voltar.

— Peguem — Jack disse para nós — Uma arma para cada, imagino que já sabem usar — peguei uma arma e fiquei olhando-a — Já então carregadas.

— Não acho que algumas balas podem deter milhares de zumbis — eu disse.

— Eu sei que você sofreu com a morte da sua mãe, mas dá pra parar de ser chata — Jack disse com raiva — Eu não tenho obrigação de te aguentar.

— Calma ai, Jack. Não fala assim com ela — Tom tentava me defender.

— Não tem problema — eu disse indiferente. - Não me importo com o que Jack acha. Ele sabe muito bem que estamos a caminho de uma fria, mas ele prefere me culpar.

Jenna ficou em silêncio. Continuamos até a cidade. Passamos por alguns bairros abandonados, mas nenhuma ameaça aparente. Comecei a acreditar que estaríamos seguros. Após alguns minutos Jack parou.

— Não dá mais, vamos procurar o posto e dá o fora daqui — Saímos do carro — Fiquem atentos — Jack pegou uma garrafa para colocar a gasolina.

Tom estava do meu lado, como sempre. E depois de tantas emoções não tivemos tempo de falar do beijo. Estávamos com os olhos atentos.

— Obrigada por me defender — eu disse para Tom.

— Não foi nada — ele disse — Eu sei o que você tá passando.

— Tem um posto ali na frente — Bianca disse para todos.

Andamos mais rápido. O posto de gasolina estava vazio, por sorte não havia nenhum morto. Cássio correu para pegar o combustível.

— Tem uma loja de conveniência ali — Jenna disse para Bianca e eu — Vamos aproveitar que os rapazes então ocupados e pegar alguma coisa — ela disse com um olhar cúmplice.

Fomos até a loja. A porta não estava trancada. O interior estava escuro e com cheiro de comida estragada, mas ainda tinha muitas coisas para pegar. Jenna e Bianca foram para a parte de cosméticos e eu fiquei olhando as outras coisas. Afastei-me delas. Fui para o fundo da loja. O cheiro de estragado vinha de vários freezers que já estavam desligados há quase um ano. Passei por eles e encontrei o estoque da loja, entrei devagar e com a arma apontada para todos os lados. Abri uma das caixas e encontrei chicletes, peguei alguns e coloquei nos bolsos. Ouvi um barulho. Estava um pouco escuro, olhei ao redor e não vi nada. Sai do estoque e encontrei o banheiro. A porta estava emperrada, fiz um pouco de esforço e consegui abri. Tomei um susto, havia dois zumbis presos lá dentro. Uma mulher e um homem com o uniforme da loja, os rostos estavam irreconhecíveis. Afastei-me um pouco, eles se aproximavam com os passos lentos. Não dei tempo para eles, atirei nos dois. Atingi em cheio os crânios apodrecidos, tive uma sensação muito boa. Bianca e Jenna gritavam do outro lado da loja, corri até elas. Elas estavam atirando em um grupo de seis zumbis. Não precisei ajudar.

— Vamos sair daqui — Jenna disse indo para a porta. Fiquei olhando os corpos chão.

— O que aconteceu? — Jack perguntou para nós — Ouvimos os tiros.

— Zumbis na loja — Bianca disse. Ela não estava com uma expressão muito boa, Jenna também estava desconfortável. Eu era a única que estava normal, mas não conseguia entender isso. Jenna era muito mais experiente que eu e estava se abraçando com o marido como se fosse morrer de medo. Bianca estava conversando com Cássio e algumas lágrimas escorriam pelo rosto. Não vou dizer que nunca tive medo de zumbi, isso é mentira, mas eu sei que atirar neles é melhor do que ser mordido.

— Você tá bem? — Tom perguntou passando a mão no meu rosto. Ele cheirava a gasolina.

— Não me assustei — eu disse — Já me acostumei com isso.

— Você tá diferente — Tom disse me abraçando. Afundei o meu rosto no seu ombro. Soltei-me — Tá mais madura, sei lá.

— Vou levar isso como um elogio — eu disse tentando sorrir como antigamente.

Voltamos para perto do resto do grupo.

— Já coloquei gasolina no carro, mas acho que devemos parar para descansar — Jack disse — Esse lugar é seguro. Podemos montar nossas barracas perto da loja e preparar um jantar decente.

Concordamos. Montei minha barraca e fui ajudar Bianca a cozinhar. O sol foi embora e deu lugar a lua cheia. Fui dormir.


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