Alexandra May

– Como assim você não tem esse vestido no meu tamanho?- perguntei para a vendedora de uma loja de grife.

– Ahn... Se-senhorina May, e-eu não tenho m-mais esse vestido no seu n-número.- ela gaguejou um pouco, provavelmente intimidada, já que eu poderia fazer ela ser demitida em um estralo de dedos.

Bufei pesadamente e lhe falei para achar algum praticamente igual, e ela saiu da minha frente em um piscar de olhos. Estou comprando um vestido de gala para uma premiação em que eu fui indicada, será esse fim de semana e eu preciso arranjar algo para vestir, já quem em eventos como esse não se repete roupas.

A vendedora achou o mesmo vestido, só que com o detalhe no ombro prata em vez de dourado, lhe disse que isso não importava e que eu iria levar.

Sai da loja e coloquei meus óculos escuros, para despistar paparazzis, e entrei no carro que me levaria até em casa. Cheguei e dei graças a Deus que não tinha ninguém em casa, já que se estivesse não haveria diálogo, só gritos e discussão.

Subi para o meu quarto e deixei a sacola como vestido em cima da cama, tirei os óculos e a jaqueta, e aproveitei o pequeno espaço de tempo que eu tinha até a aula de etiqueta e sai pela janela e me sentei no telhado.

Lá de cima dava para ver todo o jardim da frente, a caixa de correio, a calçada, a rua, e as outras casa, até algumas árvores que se encontravam pela vizinhança. Tudo visto de cima parece ser mais simples, eu adoro vir aqui em cima para escapar da realidade, principalmente a noite, que nos dias estrelados é linda.

Estava perdida em meus pensamentos até que ouvi o barulho de um carro, na hora achei que fosse meu pai, e me preparei para descer do telhado, já que ele não pode saber que fico aqui em cima, mas não era meu pai, e sim o carteiro. Ele desceu da van do correio e colocou algumas cartas na caixa de correio, e logo uma empregada se encarregou de ir buscar as cartas.

Como sou muito encherida, resolvi descer do telhado e ver se tinha algo endereçado para mim, já que à poucos dias mandei minha ficha a um filme e talvez a resposta já tenha chegado.

Desci as escadas e perguntei a empregada se havia algo endereçado à mim. Ela me entregou duas cartas, então subi para o meu quarto e fechei a porta, depois me sentando na cama.

Abri a primeira carta, era do filme, vamos ver.... "Senhorita May... blá, blá blá, agradecemos o interesse... blá, blá... mas sua ficha foi rejeitada..." e eu não fui aceita. Ok, bando de imbecis.

Resolvi abrir a segunda carta, ela era vermelha e continha o símbolo oficial de Iléa, então deve ser importante, talvez a empregada tenha me dado por engano, já que provavelmente era para o meu pai, mas conferi a quem estava endereçada, e realmente é para mim. Abri o envelope e vi a carta para A Seleção, meu coração pulou uma batida, essa é a oportunidade perfeita, para fugir desse inferno que eu chamo de vida. Resolvi me inscrever, e contanto que eu fosse aceita, sairia daqui.

Estou torcendo para ser Selecionada.

Ariana Grande

Ouvi os gritos vindos da plateia, enquanto me preparava para entrar o palco fazendo alguns exercícios vocais, e tomando água.

– Calma Ari, você já fez isso milhões de vezes, todos te amam. Frankie estava tendo me fazer relaxar, já que antes de todo show eu praticamente tenho um ataque cardíaco, mas é incrível como tudo isso some no momento em que eu piso no palco.

– Eu sei Frankie, mas é que eu sempre tenho esse nervosismo antes, já virou hábito!- rimos um pouco, até eu ser chamada, eu entraria em 1 minuto.

– Boa sorte Ari.- ele me deu um beijo na testa, e eu já me preparei para subir no palco, me entregaram um microfone e eu esperei o sinal para sair.

Subi no palco e assim que vi todos os meu fãs, pulando e gritando meu nome, com vários cartazes, escritos coisas como "Eu te amo Ariana!" ou até mesmo alguns "Casa comigo?" que me faziam rir e vez em quando, todo o meu nervosismo acabou e eu estava me divertindo, tudo graças aos meu fãs.

Logo comecei a cantar uma de minha músicas, a primeira do álbum, Honeymoon Avenue, e nem vi o tempo passar.

(...)

– Obrigada a todos por terem vindo! Amo vocês!- disse antes de sair do palco.

Assim que desci, fui rodeada por membros da equipe, cada um colocando algo na minha frente, garrafas de águas, toalinhas, telefones, tudo que você possa imaginar.

Dispensei todos e fui até meu camarim, onde poderia fazer as coisas por mim mesma, como pegar a minha própia água. Bebi um pouco de água e peguei alguns biscoitos para comer, e resolvi entrar no twitter, para saber a reação dos fãs quanto ao meu show, pois mesmo que ele mal tenha acabado, um monte de gente já deve ter postado vídeos, fotos e até áudios do show.

Comecei a ler alguns dos comentários, que não eram muitos, já que só poucas pessoas haviam visto as postagens e temos que levar em conta que são 2 da manhã. Favoritei alguns comentários, segui alguns fãs e respondi alguns twitts, até chegar na parte ruim, que são os haters me xingando e me criticando.

Resolvi fechar o laptop e terminei de comer meus biscoitos, logo indo tomar um banho.

Depois de tomar uma ducha rápida para tirar o suor, coloquei uma roupa simples e fui até Frankie, onde um carro preto nos levou até em casa. Dei boa noite para ele, e subi até meu quarto, coloquei meu pijama e praticamente me joguei na cama, sentindo o cansaço do dia inteiro todo de um vez, e cai no sono.

(...)

Acordei como alarme do meu celular, devo ter esquecido de desliga-lo, já que não tinha nenhum compromisso para hoje. Levantei e coloquei minhas pantufas, descendo até a sala de jantar, onde Frankie já estava sentando comendo e bebendo seu suco.

Me sentei do lado dele, e uma empregada veio me servir, deixei que ela colocasse as panguecas e o ovo, já que eles não estavam na mesa, mas não deixei ela colocar o suco, já que eu poderia muito bem por meu própio suco no copo.

– Hey Ari, chegou uma carta para você!- exclamou Frankie como se lembrasse de algo de repente, e me entregou um envelope vermelho com o símbolo de Iléa.

Abri o envelope e me deparei com a carta da Seleção.

– O que é?

– É a carta da Seleção.

Ouve um silêncio de repente, como se nada mais fizesse barulho, até que Frankie quebrou esse silêncio desconfortável.

– Vai se inscrever?

Parei para pensar por um momento, se fosse aceita, poderia ter um descanso, já estou cansada das críticas e da falsidade de várias pessoas, que só mostram interesse na minha vida pela possibilidade de poderem ter sus 15 minutos de fama. Se acontecesse de eu ser Selecionada, eu poderia ter um tempo para mim mesma, para parar por um instante, o mais breve que fosse.

– Vou me inscrever.