Amor internacional escrita por Walker


Capítulo 7
Excursão e visita da Loira-Peituda




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Estávamos os dois calados. O silêncio pesava no carro como se fosse uma bigorna, e ficava nos lembrando toda a hora do que havia acontecido. Silêncios desconfortáveis. Pra que existem, afinal?

– Olha... – Começamos os dois ao mesmo tempo. Ele me encarou por um segundo e então nós dois começamos a rir sei lá de que. Acho que de nossos rostos. Depois de uma festa, um pulo na piscina e um passeio na praia, nós não devíamos estar nada atraentes.

– O quê que você quer dizer? – Perguntou ele, quando paramos. Fiquei séria de novo.

– Bem... Hum... O que aconteceu na praia foi um erro. – Eu mal havia acabado de falar e ele já concordava com a cabeça.

– Isso mesmo, um erro. – Ele reforçou. – E não vai acontecer de novo.

– Não mesmo. – Concordei. Peguei meu celular e vi as mensagens. Sorte a minha que ele não estava comigo quando eu caí na piscina. – Mas e então, o que você acha de ligar pra Tracy pra dizer o que houve?

Ele me olhou com uma interrogação.

– Porquê? – Perguntou, e eu como resposta mostrei minhas mensagens. “63 mensagens de loira-peituda”.

– Meu Deus... – Ele falou, arregalando os olhos. – Se tem tudo isso no seu, imagina no meu.

John voltou com nossa comida e eu logo devorei meu sanduíche. Como ainda eram três horas, e nós só poderíamos ir buscar a chave às sete, resolvemos ir até a casa de John para dormir um pouco, afinal eu estava quase dormindo sentada. E acredite, eu precisava mesmo tirar aquela roupa molhada.

John me emprestou uma de suas camisas, que ficava gigante em mim, e foi muito estranho me trocar com Peter algemado ao meu braço (meu bracinho delicado, que já estava ficando um pouco machucado por causa da algema). Primeiramente foi um suplício fazer com que eu pudesse me trocar com ele ali (coloquei uma venda nos seus olhos) e, em segundo lugar, meu vestido teve que ficar pendurado na corrente. E como ele também começou a espirrar, tirou a sua blusa e me deixou morrendo de vergonha com aquele peitoral definido (não que eu percebesse, é claro).

Enfim chegou a hora de descansar. Coloquei meu alarme no celular e John estendeu um edredom no chão da sala para que nós dois coubéssemos lá. Eu me deitei o mais longe possível do corpo quente dele, mas mesmo assim a algema –sempre a algema pra estragar meus planos- fez com que eu tivesse que ficar virada pra ele. E novamente veio o silêncio chato. Ele me encarava. Eu o encarava.

– O que é? – Perguntei finalmente, impaciente.

– Tô vendo essa espinha no seu queixo. – Falou ele, pra cair em uma gargalhada debochada. Rolei os olhos.

– Engraçado você né? Boa noite. – Falei e fechei os olhos.

– Ei. – Chamou ele. Abri os olhos. – Desculpa por não ter te ajudado com o John. É que eu não esperava tudo isso. Mas eu ajudo segunda.

– Ah, beleza – Falei. Havia até esquecido disso. – Mas agora vamos descansar, Peter. Daqui à pouco a gente vai ter que sair.

Fechei os olhos novamente, mas demorei bastante para cair no sono.

*-*-*-*

Logo tive que acordar novamente. Vestimos as roupas com dificuldade, pegamos a chave e finalmente destrancamos a algema. Depois pegamos o carro na casa de Alicia e voltamos para nossa casa.

O final de semana passou rápido, e conversei bastante com Kim, que dizia que estava totalmente apaixonada por Michael. Eu mal esperava segunda feira pra poder ver ela e finalmente saber todos os detalhes. E então chegou a segunda-feira.

Se eu fizesse uma lista com as coisas que eu ouvi sobre a festa vocês não iriam acreditar.

– O Marcel foi até pro quarto com a Fanni! – Exclamou Star, já na sala de aula.

– E dizem que o Yalle se drogou – Disse Wayne.

– Nem me falem sobre o Yalle. Só estando drogado mesmo pra fazer o que ele fez. – Meus amigos riram.

Nossa conversa foi interrompida com o professor Tompson entrando na sala. Ele era um homem musculoso e moreno, e todas as meninas suspiravam por ele. E tinha covinhas, ainda por cima.

– Meninos, silêncio! – Pediu ele. – Eu tenho uma notícia pra vocês.

– O senhor resolveu se assumir! – Gritou um menino no fundão, arrancando risos de todos.

– Simpson, direto para a diretoria. – Simpson saiu com a cabeça baixa, reclamando. – Nós vamos fazer uma excursão.

Todos começaram a fazer barulho e comentar com os amigos, animados, inclusive eu.

– Silêncio! Meu Deus, se calem por um instante, criaturas. – Se irritou o professor. – Continuando, como aqui pela cidade não tem quase nenhuma natureza como bosques e coisas do gênero, resolvemos levar vocês para uma trilha – Mais barulho, mas dessa vez o professor não parou. – E então, vamos sair daqui na sexta feira e voltar na segunda. O passeio é trinta dólares e vocês podem pagar só até quinta à tarde.

Depois disso nem prestei atenção. Uma trilha! Meu Deus, eu amava trilhas e estava morrendo de saudade de uma. Resolvi pegar o dinheiro da minha mesada pra isso, afinal Lola e Hudson já estavam me dando comida, casa e roupa lavada, então não ia pedir mais nada.

Cheguei no refeitório animada, e logo uma menina de cabelos curtinhos, alta, cheia de curvas e bem bonita veio falar comigo, me entregando um papel. Agradeci, intrigada, e logo o abri.

Estou esperando na sala do zelador para contar algo importante .Beijos.”

Não tinha assinatura. Como sou muito curiosa, fui logo me encaminhando para lá, e minha conversa de sábado com Peter passou pela minha cabeça. “Desculpa por não ter te ajudado com o John. É que eu não esperava tudo isso. Mas eu ajudo segunda.” Ah minha nossa, será que John estava me esperando na sala do zelador?

Apertei o passo e logo entrei. Mas não era John. Nem Peter. Era a última pessoa que eu estava esperando.

Loira-peituda.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Eu não achei que esse capítulo ficou muito legal mas o próximo vai ser bem divertido. Espero que gostem. Mandem suas opiniões! Beijoss.