12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 85
Capitulo 83




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– Sem limites para sonhar...- sussurra. Rosa e ouro em teu olhar, passa o tempo o tempo passará, essa luz contigo irá...
– Rosa dourada...
– Shiu...- acaricia seus cabelos.

Paula segue nesse ritmo até vê-lo dormindo. Cobre-o e deita em seguida para dormir mais um pouco. Ás sete e quarenta da manhã ela se levanta sem acordá-lo. Se arruma e leva Vitória que também acordou para se arrumar.

– Vem com a mamãe...- pega. Dormiu mal essa noite, meu amor...- sai do quarto para o quarto de vitória. Tomar um banho, arrumar esses cabelos...

Arruma a filha e vai para a cozinha onde é recebida com uma mesa já posta.

– Bom dia, Diva! - sorri, colocando Vitória em sua cadeirinha.
– Bom dia, flor do dia! Te sirvo o que?
– Sente-se aí...-senta. Tome café comigo, eu mesma me sirvo. - começa a pegar o suco.
– E Vitor? - senta.
– Dormindo... Acorde ele ás 8h15min.
– Você vai sair?
– Vou...
– Posso perguntar para onde?
– Dessa vez não Diva...
– Ok!

Terminam o café e Paula se levanta para pegar as bolsas de Vitória e colocar no carro.

– Você vai levar ela?
– Vou! - fecha a porta do carro, abrindo a traseira. Traga ela aqui...
– Tome...- entrega. Tchau bebe...- sorri.
– Tchau Divinha...- fecha ela na cadeirinha. Vitória... Não comece! - ela resmunga. Tem que ficar na cadeirinha e pronto! - fecha a porta.
– Ela não gosta, Paula...
– Eu sei Diva...-abre sua porta. Mas ela tem que ficar ali. - entra e fecha a porta. Diva...- abre a janela. Não esqueça de acordar Vitor... E peça que Elias o leve.
– Ele também vai sair?
– Vai! Tchau...- sorri e fecha a janela. Vamos Vitória... Teremos um dia cheio! - sai.

Vai para a cidade, mais especificamente para o hospital em que Vitória nasceu. É recebida na recepção e pede um horário com a Dra. Camila.

– Só um minuto...- sorri, enquanto faz a ligação. Letícia, Dra. Camila está aí? - ela responde. Ok... Tchau. - desliga e olha para Paula. Ela está lá... Pode subir, segundo andar vire à direita... A primeira porta próximo a recepção de lá.
– Muito obrigada! - sorri e sai com Vitória nos braços.

Faz o que a recepcionista falou e ao chegar já bate na porta e Camila atende, pensando ser um paciente. Ao ver Paula fica surpresa, talvez com medo.

– Entre, por favor...
– Obrigada! - senta-se.
– Não esperava...- fecha a porta e vai até sua cadeira.
– Desculpe se estou incomodando...
– Imagina! - sorri e olha para Vitória. Como ela cresceu! - pega na mãozinha dela. Está cada dia mais linda...- brinca com a bebê.
– Sim! - sorri e observa o retrato sobre a mesa. Essa é a Maria?
– É...- olha para Paula. É a minha Maria...
– Quantos anos ela tem? - passa a mão sobre o retrato.
– Fará cinco daqui alguns meses.
– De coração eu desejo que dê tudo certo! - olha para Camila.
– Ele já te contou?
– Já...
– Não quero destruir sua família! Juro que não quero...
– Eu sei que não! Mas não vou ser hipócrita, quando eu soube tive medo disso acontecer...
– Não tenha medo! No que depender de mim sua família permanecerá intacta.
– Você quer que ele seja o pai?
– Eu quero encontrar um doador para minha filha! Se ele for o pai e poder doar, estarei satisfeita.
– Se ele for ele irá querer um contato com a criança... Vai querer estar com ela em todos os momentos importantes! Vai querer ouvir ela o chamando de pai. Você não conhece Vitor... Por um filho ele faz tudo! Ele ama esse carinho fraterno e jamais abrirá mão disso.
– O que quer dizer com tudo isso Paula?
– Que uma das preocupações dele é você levar a menina embora. Ele não se importa na repercussão que isso irá dar... Talvez ele não se importa com o fato de que isso pode me afetar também. Mas ele quer a filha dele ao lado dele!
– Nós nem sabemos se ele é o pai...
– De um jeito ou de outro Camila eu sinto que ele já sente o pai dela, ele vai passar noites sem dormir pensando se ela ficará bem ou não... Independente dela ter o sangue dele.
– Não tive outra alternativa!
– Eu também não teria...
– Paula... Ele pensar na minha filha te incomoda?
– Não... Mas se você afastar a menina dele me incomoda, porque eu vou perder o meu marido!
– Tenho que atender... Se você não se importa.
– Não... Já disse o que tinha para dizer! - sorri. E... Se sua filha for irmã da minha, ela será tratada como parte da minha família. Não se preocupe quanto a isso...
– Não me preocupo...
– Ótimo! - levanta-se. Vitor não sabe que vim conversar com você, para ele eu não deveria nem me envolver porque acha que isso pode me ferir. E está me ferindo...- arruma Vitória em seu colo. Mas está me ferindo mais ainda saber que você pode afastar essa criança e ele começar a se afastar de mim porque vai se sentir culpado, se sentir menos pai! Então pense bem no que você quer dele e no que vai oferecer para ele... Porque eu serei uma das pessoas que vou cobrar por isso! - se retira.

Paula senta-se na sala de espera do consultório de Camila. Sabia que Vitor iria ali antes de fazer os exames. Coloca Vitória ao seu lado no sofá e brinca com a filha.

– Será que papai já está vindo? - pega o celular e disca para Diva. Diva...
– Oi Paula!
– Vitor já saiu?
– Já... Tem uns vinte minutos. Nem precisei acordá-lo, assim que você saiu ele apareceu já todo arrumado.
– Ótimo... Deve estar chegando na cidade já.
– Você vem para o almoço?
– Provavelmente sim.
– Ok...
– Vou desligar aqui Diva... beijos. - desliga.

Pega uma revista e começa folhear enquanto Vitória mexe em um dos seus brinquedos.

– Quer abrir? - pega o brinquedo e abre. Tem varias coisinhas aqui...- sorri. Um sapatinho, um espelho...- pega. Olha filha... Um batom! Vamos ver...- finge que passa nela e ela ri. Que linda! - riem. Mais? - finge de novo. Aí Vitória...- riem.
– Paula? - cruza o elevador.
– Oi...- olha. Ainda bem que chegou!
– O que está fazendo aqui?
– Te acompanhando nos exames...- pega os brinquedos de Vitória. Dá para mamãe...- pega.
– Você não precisava vir! - vai até ela.
– Eu sei...- guarda os brinquedos da filha em sua bolsa.
– Vivi...- vai até a filha sorrindo. Vem com o papai...
– Carolina deve estar te esperando...
– É...
– Essa é a sala dela? - finge não saber.
– Sim!
– Ótimo...- bate na porta.

Carolina atende e engole seco. Finge não ter visto Paula mais cedo e a cumprimenta, assim como Vitor. Agradece ele ter vindo e os acompanha até o laboratório.

– Não vai doer nada...- um enfermeiro o prepara.

Paula acompanha tudo com Vitória no colo que não tira os olhos do pai. Vitor olha para elas e busca sorrir como se tudo estivesse bem.

– Quando sai o resultado?
– Ainda hoje...
– E dependendo do resultado ele já pode começar fazer os outros exames?
– Não...- olha para a Paula. Precisamos aguardar... Ao menos dois dias.
– Dois dias? É muito tempo... Ela está aqui?
– Maria não está aqui Vitor...- Camila responde.
– E onde ela está?
– Ângelo...- Camila vai até o enfermeiro. Tudo certo?
– Sim, Dra. - pega os frascos com sangue. Vou levar para a análise...
– Ótimo! Vitor você está liberado por hoje...
– Liberado? - se levanta.
– Quando sair o resultado eu telefono... E...-observa-os. Dependendo do resultado amanhã você retorna para novos exames.
– Eu quero vê-la.
– Vitor...
– Eu quero ver ela!
– Não... Ainda não! Você nem sabe se é o pai... Não posso te...
– Você envolveu nossa família nisso e agora...- Paula diz sem pensar. Desculpa... - olha para Vitor e sai.
– Paula...- olha ela se retirar.
– Está vendo? Não queria causar isso.
– Hoje eu vou... Mas não vou deixar de querer conhecer a Maria! - se retira da sala em busca de Paula.
– Estou aqui...
– Minha Pulinha...- vai até ela. Você não precisava vir, não precisava disso!
– Está tudo bem!
– Não precisava passar por isso! - a ajuda com a bolsa.
– Já falei que está tudo bem!
– Não Paula! Não está tudo bem! Não está nada bem e parece longe de ficar... Se te pedi para não se envolver é porque sei o quanto te machuca!
– E você quer que eu faça o quê? Fique emburrada dentro de casa? Vitor...
– Não diz nada...- a abraça. Não precisa explicar...
– A gente procura...- olha para ele.
– Procura o quê?
– A gente procura a Maria. Ela deve estar aqui sim... É o melhor hospital de Uberlândia.
– E se estiver em casa? Camila pode ter internado ela em casa.
– Se estiver a gente descobre, Vitor! - olha ao redor. Aquela moça ali... Não olha! - segura ele. O nome dela é Letícia, ela é secretaria da Camila. Vai lá...
– Eu?
– Não Vitor! Vou eu lá...- respira fundo. Olha para mim e olha para você... Para quem será que ela vai querer passar alguma informação!
– Isso já está virando maluquice!
– Você quer ou não conhecer a menina?
– Quero...
– Então vai. Joga um charme, faz alguma coisa que ela te dá informações...
– Marco um encontro?
– Nunca! De jeito algum.
– Tá...- ri. Vou lá...- se aproxima para beija-lá.
– Não! - segura ele. Ela está reparando a gente... Não vai querer te falar nada se ver você achegado em mim!
– Você tem umas coisas! - se afasta. Vou lá...
– Tá... Vou te esperar no andar de baixo.
– Ok...
– Vitor... Juízo! Não exagera...
– Você me coloca nessa situação, me usa para conseguir informação e fica se preocupando?
– Você entendeu! Estou indo...- sai com Vitória que chora por querer o pai. Jaja meu amor...- entra no elevador.

Vitor aguarda uns minutos mexendo no celular, observa a secretaria de longe fazendo o mesmo com ele e resolve ir de uma vez.

– Bom dia! - sorri, colocando as mãos sobre o balcão.
– Bom dia! - sorri.
– Letícia, não é?
– Sim...
– Letícia sou paciente da Camila...- lembra-se que ela é obstetra. Quero dizer... Ela é uma amiga de longa data e vim vê-la. Mas, acabou que entrando paciente e nem conversamos direito...
– No que posso ajudar?
– Queria ver a filha dela... Ela ficou de me falar o quarto, mas... Não deu tempo!
– Ela está na ala infantil...
– Então ela está aqui? - sorri animado.
– Está! Pensei que já soubesse...
– Sei! Já sabia que ela estava aqui... É que... Enfim! Qual o quarto? Quero vê-la... A vi quando era muito bebê ainda.
– Estranho...
– Estranho? - teme.
– Ela veio a pouquíssimo tempo para o Brasil, como a viu tão bebê?
– Eu...- pensa. Fui aos EUA quando ela nasceu! Amigos né... Fazemos de tudo por eles! - sorri.
– É...
– E então... O quarto?
– Não tenho autorização...
– Mas Letícia...- pega gentilmente a mão dela. Sou amigo dela, olhe para mim... Pensa que posso fazer mal a pequena Maria?
– Não... É que...
– Por favor...- a encara.
– Tá...- observa se Camila se aproxima. Que a Dra. Camila jamais saiba.
– Não se preocupe! Ela mesma quem me pediu para falar com você... Que você me informaria!
– Se é assim...- entrega um papel com o número do quarto.
– Obrigada! - sorri olhando o papel. Serei eternamente grato! - solta a mão dela e sai com pressa.

Vitor vai em busca de Paula e a encontra na lanchonete do hospital sentada com Vitória.

– E aí? Conseguiu!?
– Sim! - mostra. Ala infantil, apartamento 13.
– Ok...- bebe seu suco e levanta-se.
– Você tem certeza que quer ir comigo? Você não precisa...
– Pegue Vitória! - pega sua bolsa e entrega a filha. Vou pagar e já volto...

Paula paga seu suco e retorna para onde estão Vitor e Vitória. Pega a filha no colo e saem da lanchonete.

– Vitória não poderá entrar...- olha para ele.
– Sim... Vai para o carro que eu irei conhecer a menina.
– Aqui...- vasculha a bolsa. Leva...- retira um brinquedo de Vitória, uma bonequinha que trouxeram da viagem aos EUA. Acho que ela vai gostar...- entrega para ele.
– Paula...- pega.
– Tente não ser tão...
– Eu sei... Vou tentar ficar calmo.
– Isso...- evita olhar para ele, para que veja que ela está se emocionando. Então... Vou indo. Vou para casa da minha mãe...
– Tudo bem! Quando sair daqui eu vou para lá.
– Te aguardo!
– Eu te amo! - a beija.
– Temos que almoçar juntos hoje... Não esqueça...- fica sem saber o que dizer.
– Iremos para casa! - passa as mãos no cabelo dela. Está doendo, eu sei... Mas nada entre nós se acaba. Nada.
– Vai, meu amor...- coloca sua mão sobre a dele.
– Vou! Tchau filha...- beija Vitória e vai.

Ela o observa por um tempo e sai para o estacionamento. Vitor vai para a ala infantil do hospital, o reconhecem na recepção e ele para pra algumas fotos. Aproveita e pergunta sobre o quarto 13, as enfermeiras se entreolham.

– É a filha da Dra. Camila, né?
– Sim! Mas ela tem uma equipe própria aqui dentro.
– Entendo! Mas, eu vim visita-la.
– Maria nunca recebe visitas...
– Mas, sou amigo da família e só soube a pouco que ela estava aqui, por isso vim. Foi a própria Camila quem me deu o número do quarto...
– Sendo assim...- sorriem. Pode ir... É o apartamento á esquerda. Ao chegar lá, eles irão te vestir com uma roupa própria para visitas e diga que foi a Dra. Camila quem permitiu.
– Ok! - se despede amimado.

Ao chegar encontra encontra uma enfermeira na porta do quarto. Conversa com ela que é resistente para permitir a entrada dele, mas no fim acaba o ajudando.

– Espero que tenha sido Dra. Camila quem permitiu mesmo. - fecha o roupão sobre a roupa dele para que possa entrar.
– Foi! Obrigada. - olha-se.
– Venha...- seguem para o apartamento 13 novamente. Maria está acordada...- para na porta. Não a canse muito...
– Não farei isso!
– Entre...- abre a porta e ele entra.

Observa cada canto daquele quarto e ao olhar para a cama emociona-se. Ela sorria como se o esperasse há anos, Vitor corresponde e se aproxima sutilmente.

– Oi...
– Oi! - sorri.
– Você é linda! - senta-se ao lado da cama.
– Obrigada! - diz ainda sorrindo. Você me conhece?
– E muito inteligente! - ri entre lágrimas. Eu te conheço!
– Não lembro de você...
– É!? Mas não tem problema. A gente vai se conhecer melhor...
– O que é isso aí? - aponta para a mão dele.
– Ah! - sorri. Eu tenho uma filha, o nome dela é Vitória e ela te deu uma bonequinha...- entrega.
– Que lindinha! - pega. Cadê sua filha?
– Minha filha foi para casa... Ela é um bebê ainda.
– E como ela me deu, hein? Se ela não fala! - ri e Vitor ri dela.
– Você já lê? - olha uns livros na prateleira.
– Minha babá lê...
– Qual você mais gosta? - pega os livros.
– O da princesa...
– Esse? - mostra.
– É...- passa as mãos no cabelo da boneca.
– Posso ler?
– Pode...

Vitor abre o livro e começa ler a história. Atenta, Maria pede para ver as ilustrações a cada página, comentando o vestido, o cabelo que a princesa usa. Ao terminarem, a enfermeira aparece na porta .

– A visita acabou...
– Não... Deixa a gente só mais um pouco! Por favor...
– Não posso! Ela tem medicação daqui alguns minutos...
– Tudo bem...- se entristece. Maria...- olha para ela que continua sorrindo enquanto brinca com a boneca. Preciso ir...
– Não! Lê mais...
– Amanhã eu volto! - sorri emocionado.
– Ninguém volta depois... Só falam.
– Não diga isso... Eu volto! Prometo que volto. Mas... Você não pode contar para ninguém que venho aqui.
– Tá bom! Um segredo né, espertinho?
– Isso! - riem. Um segredo! - enxuga as lágrimas.
– Por que tá chorando? - ela o olha.
– Você é muito especial, Maria! - se abaixa para falar com ela. Gostei muito te conhecer.
– Você também...- pega na mão dele. Olha... Você me deu um presente e eu vou te dar um para levar pra sua filha...- pega atrás do travesseiro um desenho e coloca na mão dele.
– Que lindo! - arregala os olhos para mostrar surpresa.
– Uma árvore e uma princesa...
– Uma princesa, é?
– Sim... Toda menina é princesa.
– Concordo... Toda menina é uma princesa! - a observa sorrir emocionado.
– Acho que eu vou morrer...
– Não! - se espanta. Você não vai morrer!
– Não saio daqui... E toda criança fica lá fora brincando. Só escuto gente chorando... E vovó uma vez disse que só chora quando alguém morre e você está chorando.
– Não Maria! - passa a mão no rosto dela. As pessoas choram quando estão felizes também! - sorri, tentando se conter. E estou muito feliz em ter conhecido você!
– Verdade? As pessoas choram quando estão felizes?
– Choram! - ri.
– Hum... Mas não estou chorando e estou feliz que você veio me ver, mesmo sem eu sabê seu nome...- ri.
– Vitor! - lembra que não disse a ela. Meu nome é Vitor! - ri.
– Tá... Você é bonito Vitor.
– Você é mais linda!
– Eu sou criança... Por isso sou mais bonita! - riem.
– Senhor...- abre a porta novamente. Por favor...
– Já estou indo! - enxuga as lágrimas.
– Não Dida! - pela Maria. Deixa ele ficar! Ele leu para mim...
– Maria, você sabe que não pode...
– Ah...- se entristece.
– Mas amanhã eu já volto! - aperta a mãozinha dela.
– Você vai trazer sua filha?
– Não... Ainda não... Mas posso trazer uma outra pessoa...
– Quem? - se anima.
– Minha esposa...
– O que é isso?
– Então...- ri da carinha que ela faz. Nos livros não existem os reis e as rainhas pais das princesas?
– Sim! - sorri.
– Esposa é a rainha! A mãe das princesas...
– Ah... Você tem uma rainha? - pergunta animada.
– Tenho! - responde a imitando. E amanhã a gente vem te ver! Combinado?
– Combinado! Vou te esperar, hein...
– Pode esperar! Virei! Você...- se levanta. Quer que eu traga algo?
– Todo mundo pergunta isso! - ri.
– Sei...- ri do jeito dela. E você nunca quer nada?
– Quero!
– Então diga que eu trago!
– Quero um chocolate...
– Maria...- a enfermeira fala. Você não pode...
– Mas, nem um pedacinho? - Vitor pergunta.
– A mãe dela não permite...
– Mas porque a faz mal por conta da...-olha para ela e a enfermeira entende que ele não quer doença. Ela não pode nenhum doce?
– Nenhum... Os doces tem açúcar, não faz...
– Eu vou pedir que façam um especial para ela! E sei que não haverá problema algum...
– O senhor está se metendo...
– Não estou me metendo! Maria...- olha para ela. Só isso?
– Não... Mas as outras coisas você não pode trazer.
– Me diz o que! Quem sabe...- sorri.
– Você pode falar para minha mãe ficar mais tempo aqui comigo?
– Eu...- fica sem ter o que dizer.
– Ela não vem... Nem minha avó, nem meu avô! E meu papai morreu!
– O que?
– Por favor, o senhor já extrapolou...- vai até ele.
– É bom a senhora parar onde está! - olha para enfermeira curto e grosso. Diga Maria...- volta-se para ela. Quem falou que seu pai morreu?
– Minha mãe... Nunca vi ele e ela disse que ele não gostava de foto.
– Entendi! - sente o sangue ferver. Preciso ir...- sorri.
– Amanhã você volta com a rainha?
– Volto...- sorri.
– Vou te esperar! - passa a mão no rosto dele.
– Pode esperar! - fecha os olhos e agradece baixinho. Tchau, princesa Maria...- abre os olhos e beija a mãozinha dela.
– Tchau rei Vitor! - pega sua boneca novamente.
– Tchau...- fala com a voz falhada, se afastando dela.

Sorri para ela pela última vez e sai do quarto chorando. Retira o roupão que lhe colocaram e coloca nas mãos da enfermeira que havia saído do quarto.

– Desculpe se fui grosseiro...
– Tudo bem...
– Amanhã eu volto...
– Senhor...- pensa no que dizer. Quase ninguém vem vê-lá! A não ser a mãe para aplicar remédios e logo se vai e a avó que vem uma vez ao mês e olhe lá... Dra. Camila não quer que a menina se apegue a ninguém.
– Percebi...
– Faz tempo que ela não ri assim... Por isso eu te peço que não a machuque. Ela ainda é só uma criança e por mais que o senhor volte amanhã, depois e depois haverá um momento que não irá querer mais voltar! E ela vai sofrer.
– Não se preocupe! Preciso ir... Cuide bem dela! - sorri e sai.

Retorna a sala de Camila e entra sem falar com a secretaria que vai atrás dele.

– Você disse a ela que o pai dela morreu! Você é fria Camila... Sua família é fria! Como podem deixar que uma criança de só 4 anos fique sozinha nessa situação?
– Quem permitiu que...- se levanta.
– Não importa!
– Você não tem direito nenhum sobre ela! Não deveria ter ido vê-la! Não deveria ter a iludido acreditando que depois você voltará e será educado.
– Não estou a iludindo, eu voltarei! E quanto aos direitos sobre ela saberemos mais tarde.
– Mesmo que seja o pai continuará sem direitos! Você nunca a criou...
– Porque você a escondeu de mim!

Camila o olha furiosa, pede que se retire mas Vitor não aceita.

– Quando o resultado desse exame sair, quero ser o primeiro a saber!
– Você saberá! Agora vai e não ouse voltar aqui para ver Maria.
– Isso eu não posso cumprir, Dra. Voltarei e verei sua filha sendo o pai dela ou não e acho melhor você se acostumar com essa ideia. - sai da sala e passa pela secretaria que retorna para sua mesa antes que Camila a veja.

Vitor pega um táxi até a casa de Dulce. No caminho liga para Paula e conta como foi a visita. Não demora muito chegar e ela o recepciona na porta.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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