12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 52
Capítulo 51




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O caminho todo Paula demonstra o entusiasmo por estar fazendo coisas que antes se tornaram incomuns para ela. Ao chegarem na concessionária, se apaixona por um carro.

– Ela vai amar esse... - entre no carro para ver. Ui... Eu também! - ri.

– Você ou ela?

– Nós duas! - pisca para ele.

– Vai, deixa eu ver... - entra. Ual... Eu também vou adorar! - ri. Mas, para mim é pequeno... - sai.

– Para ela é perfeito, amor! - faz bico para seu reflexo na janela.

– Pra que isso? - faz o mesmo.

– Idiota! - riem. Só estava vendo meu batom...

– Vamos levar esse então?

– Vamos! - bate palma. Será que embrulham para presente? - ri.

– Embrulham... Você não sabia? Embrulham de uma maneira que dá para levar no porta-malas do nosso carro!

– Vitor...

– Você faz cada pergunta, meu bem... Vamos! - a puxa.

Fecham o contrato e pedem para entregar o carro no próximo dia, pela tarde. Ao saírem da concessionária, Paula se apaixona por outro carro.

– Esse é modelo mega família! Olha o tamanho do carro... Adorei.

– Será nosso próximo carro!

– Para isso Vitória terá que ter irmãos... Muito grande!

– Não seja por isso, a gente pode fazer! - sorri.

– Você não vai ter jeito nunca! Vamos logo... - saem.

– Agora, vamos ao shopping...

– O que quer fazer no shopping?

– Levar você para fazer compras... Não quer? - coloca o cinto.

– O que? - ri.

– O que foi?

– Você me levar para fazer compras?

– Qual a graça?

– Ah Vitor... - continua rir. Você está falando sério?

– O que você acha? Comprar o presente de sempre... Não tive tempo esses dias. Nós vamos e você aproveita para fazer compras... Ou vai dizer que não quer comprar nadinha?

– Vitor...

– Vamos, liga esse carro e vamos. Nunca passeamos por Udi... Aproveita! - sorri.

– É... - sorri. Vamos! - saem. Uhul...

– Boba... - riem.

– Qual presente de sempre comprará para mim?

– Não se faça se desentendida...

– E eu vou poder escolher, ou você quem fará isso? - ri.

– Você vai escolher... Me surpreenda!

– Tenha certeza que se surpreenderá mesmo!

– Estou começando a gostar disso... - sorri.

– Posso comprar um presente para você?

– Mas esse já é meu presente...

– Vamos comprar roupas para você! Novas camisas... Novas calças. E sapatos também... E não me deixa esquecer que você precisa de um novo terno.

– Para quê tudo isso?

– Porque quero meu marido mais lindo ainda...!

– Pensei que eu era lindo para você sem nada dessas coisas...

– Que drama...- ri. Você é maravilhoso, com ou sem...

Vitor passa o caminho todo tentando convencê-la de que não precisa de mais roupas, mas é em vão. Ao chegarem, a primeira loja que visitam é uma grife de lingerie. Paula ri da reação de Vitor dentro do local...

– Quem pede?

– Eu, né!? - ri. Vitor, sente-se lá... Vou escolher minhas coisas e já te chamo.

– Tudo bem... - se senta em uma poltrona e aguarda por quase trinta minutos, impaciente.

– Pronto!

– Pensei que estava assinando o contrato da loja... - se levanta.

– Vamos!? - ri. Já acertei tudo...- o puxa para fora.

– Mas, era um presente...

– Isso também é um presente para mim! Qual a nossa próxima loja?

– Ali, de sapatos...

– Meu Deus... Tem certeza? Sapatos são...

– As suas paixões, é eu sei...

– Não gosto de ficar comprando coisas sem necessidade... Mas, sou mulher! Então é melhor passarmos reto. - ri.

– Pulinha... Não temos culpa da nossa atual situação. Te admiro muito por ser tão responsável com isso, mas você merece e um sapato é sempre necessário para você. Vamos entrar... - entram.

– Meu Deus... Essa loja é uma perdição!

– Bom dia! - sorri. Sejam bem vindos a Farfetch! Me chamo Clara... - os cumprimentam. Posso ajudá-los?

– Olá Clara... Gostaria de ver essa sandália, nesse mesmo número, mas na cor preta. - mostra.

– Excelente escolha! Já retorno... Enquanto isso, sentam-se, por favor... - indica as poltronas. Serão servidos em instantes... - sai.

– Nossa... - ri. Sente-se aqui, Senhora Chaves...

– Pare de graça...- riem.

– Bom dia, aceitam?

– Claro... - pega a taça de champanhe.

– Não, obrigada... - recusa.

– Tenham um bom dia... - sai.

– Vi, pare de beber tão cedo!

– É so uma taça... Quer um pouco? Hum...- bebe novamente. É francesa!

– Aqui está...- retorna, auxiliando Paula a calçar. É uma sandália de couro, modelo "Kattie" do Jimmy Choo... Avaliada em R$ 7.460,00.

– Pau...- se engasga rindo. La! Ficou linda em você, amor...

– Tudo bem!? - sorri, ironizando para que ele pare com a situação. Vai com calma, meu amor... Ainda é muito cedo para champanhe... Clara, - olha para a moça; gostaria de ver também uma bota em couro, preta. Uma bolsa também...

– Certo, já retorno... Sra?

– Chaves.

– Só um instante.

– Pulinha... - riem.

– Pare me fazer passar vergonha! Que maluquice... Quase oito mil reais em um sapato? Compro nos EUA por bem menos que isso.

– Estamos no BR, são impostos... E é Jimmy Choo!

– Você é linda, meu benzinho... - retira. Mas, nos veremos só nos EUA! Vou ver só a bota mesmo...

– Fique com a sandália... É linda em você. Não tenho experiência nisso... Mas, seu pé ficou lindo nela.

– Pare com essa champanhe! - ri.

– Bota em couro, com aplicação de Valentino Garavini. Avaliada em R$ 5.140,00... - retorna.

– É linda, nossa... - experimenta. E essa bolsa?

– Linda também, né? Achei a cara da Sra.- entrega.

– Valentino Garavini, também. Modelo tote, coleção "Rockstud", avaliada em R$ 10.500,00...

– Ok... - respira fundo. Vou experimentar e já procuro você, ok!?

– Está bem, qualquer coisa é só chamar... - sorri e se retira.

– Vamos comprar suas roupas...- retira a bota.

– Você gostou?

– Eu amei... Mas, não preciso disso agora.

– Está bem... Pegue as sacolas e vai indo. Tenho que pagar a champanhe ali...

– Não é uma serventia?

– Não... - se levantam rindo. Vai indo, já vou...

– Está bem... - se organiza e o aguarda na entrada da loja.

– Por favor, Clara...

– Olá, Sr. Chaves. - se aproxima.

– Olá, obrigado pela atenção... - entrega o cartão. Vou levar os sapatos e a bolsa... - sorri.

– Eu que agradeço... - sorri. Só um minuto. - faz o procedimento e o devolve o cartão com as sacolas minutos depois. Muito obrigado, retornem sempre. - o cumprimenta.

– Até mais pessoal, bom trabalho! - sai.

– Vitor...

– Sem falar nada, vai... - a empurra para fora. Vamos em qual loja agora?

– Você não precisava ter comprado nada disso!

– É claro que eu precisava...

– Desde quando você usa sapatos de salto, bolsas?

– Desde que você apareceu na minha vida...- a beija. Vamos... Deixe de falar um pouco!

– Vou evitar de vir em shopping com você...

– Outras mulheres gostariam disso. Mas, é claro, a minha Pulinha não é "outra mulher"...- enfatiza. Então tudo tem que reclamar! - sorri para as pessoas que passem e os observa.

– É bom que sabe que não sou "outra mulher" - o imita. Agora é sua vez! - o puxa para dentro de uma loja masculina.

São atendidos por uma mulher simpática, para Paula até demais. Vitor começa experimentar as roupas que ela escolhe...

– Essa ficou linda em você... - arruma a calça nele.

– Concordo...- diz a atendente, sorrindo. E as camisetas?

– Experimente aquelas outras...- indica.

– Está bem. - pega.

– As camisetas você pode trazer, querida. - sorri educadamente.

– Esta calça está apertada demais! - mostra.

– Que lindinho...- sorri. Pronto para sair daqui e ir cantar Sertanejo Universitário em bar...

– Olha a graça, Paula... - riem.

– Ficou até com uma bunda...- mostra no espelho, apertando.

– Hei...- ri. Nossos próximos filhos estão extremamente apertados...

– Ai, meu Deus... - coloca a mão no rosto. Vá tirar essa calça! - riem.

– Aqui estão as camisetas...- entrega para Vitor.

– Certo... - vai experimentar.

– Você trabalha aqui há muito tempo?

– Não muito, fazem três meses...

– Pouquíssimo tempo... - avalia.

– Sim...

– Pronto! Adorei essa...- retorna.

– Ficou linda mesmo... Vou arrumar aqui para o Sr. - se aproxima dele. Essa gola é um pouco mais para cá... - passa a mão sobre os ombros dele. E esse botão, não fecha... - o abre.

– Ah...- engole seco, olhando para Paula. Muito obrigado... - se afasta. Ficou bonito...?

– Lindo! - a atendente diz, o interrompendo.

– ... Paula? - continua.

– Horrível. Coloque outra... - diz friamente.

– Tudo bem... - sai, retornando minutos depois. E essa? - ri.

– Essa ficou linda... - se aproxima dele antes da atendente. Você pode buscar mais, querida?

– Claro... - se retira.

– Pulinha... Tenta disfarçar um pouco!

– Para quê? Ela é quem é atrevida... Passando a mão em você, onde já se viu isso?

– Eu sei... Se concentra aqui para irmos logo! Gostou dessa? - ri.

– Amei essa...

– É a mesma camiseta... Só muda a cor.

– Não é a mesma... É uma camiseta sem mãos de gente abusada!

– Paula... - riem.

– Aqui está! - entrega.

– Pensando bem, não queremos mais não... - devolve.

– Vou me trocar... - sai.

Paula sorri para a atendente, a desafiando. Vitor retorna já com sua roupa e as peças que irão levar.

– Pode ir Vi... Eu acerto aqui.

– Não... - tenta argumentar.

– Por favor...

– Então, pegue meu cartão!

– Claro... - pega.

– Tá...- estranha. Te espero lá...

– Unhas bonitas...- entrega o cartão.

– Muito obrigada! - faz o procedimento e devolve o cartão.

– Fui obrigada mesmo... - segura a mão dela. Se olhar mais um pouco para meu marido, vou atrás do seu supervisor e você estará fora daqui em poucos segundos...- fala baixo. Não pense, jamais, em colocar essas mãos sobre ele... Respeito é bom e nós agradecemos. - solta.

– Não...- engole.

– Tenha um bom dia, também...- fala alto, a interrompendo.

– A Sra...

– Até breve, querida... - sai.

– O que você fez, Paula?

– Nada...

– Fez sim, você nunca pegaria meu cartão.

– Ah... - entrega para ele. Quis mostrar para ela que o limite é bem maior do que ela imaginava...

– Paula, você não...

– É isso que a faz crescer o olho em você... O dinheiro. Mostrei que você realmente tem, bem mais do que ela imagina! E o resto... Só de longe mesmo. - se vira e dá tchau para a moça, que ainda olha.

– Você sabe muito bem o que acho de tudo isso! Não se importe com estas mulheres... São pessoas ambiciosas, iludidas com algo que não existe.

– São mulheres que te testam. Que querem uma brecha para se jogarem em você... Vamos!

– Você provoca demais...! - saem.

– Eu provoco? Ela olha o marido dos outros e eu provoco?

– Isso te prejudica tanto...

– Vitor, você acha mesmo que ela dirá alguma coisa? Ela não quer perder o emprego...

– Não quero você fazendo isso...

– É só não aparecer mais ninguém que me desrespeite. E... Se eu souber que você permite certas coisas, seja por educação ou sei lá o que, pode ir me esquecendo...

– Eu me afastei...

– Continue assim! Rode a baiana se for preciso...

– Vamos almoçar, vem... Deixe de besteira. - riem.

– Onde iremos comer?

– No Bobs.

– O quê? - riem. É sério que você não vai me levar para nenhum restaurante?

– É sério... - riem.

– Nem me lembro da última vez que comi em um fast food...

– Agora vai se lembrar! - coloca as sacolas em uma cadeira. Sente...

– Coloca a minha bolsa aí... - entrega.

– Vou lá pedir... - sai.

– Tudo bem... - pega o celular.

Paula observa Vitor fazer os pedidos e aguardar a vez. Se distrai com o celular, até que é surpreendida por um homem.

– Posso?

– Estou acompanhada...

– Não tenho ciúmes... - se senta.

– Lucas!?

– Sim... Lucas... - estende a mão.

– Paula... - o cumprimenta.

– Impossível não saber quem você é.

– Veio falar com Vitor? Estamos passeando e...

– Vim falar com você... - a interrompe, sorrindo.

– Comigo?

– Sempre te achei linda, mas assim, tão de perto é quase irreal...

– Não estou entendendo onde queira chegar... Mas, seja lá onde for, por favor, nos dê licença para passearmos.

– Já haviam me avisado que você é bem curta, mesmo! Não diria grossa...

– Você está me incomodando...

– Desculpe... Patroa, né? Já que você é dona da agência...

– A agência é do... - desiste. Não adianta discutir, não estou aqui para me estressar com isso. Por favor, nos dê licença...

– Acalme-se...

– Cai fora, Lucas! - Vitor chega.

– Vitor... - se levanta.

– Gosta de brincar com perigo, né? - se senta.

– Apenas estava conversando com sua...

– Não quero saber.... Deveria estar bem longe dela. - sorri para que as pessoas não estranhem.

– Vitor, meu amigo, jamais...

– Não sou seu amigo, Lucas... - empurra uma bandeja em direção a Paula.

– Não queria causar esse mal estar... Não tive má intenção.

– Conheço suas intenções... - olha para ele. Conheço como você joga... E quero você longe da minha família. - sorri. Principalmente da minha esposa... Ela não é como você julga. - volta-se para o lanche. Agora, nos dê licença!

– Com licença... - sai contrariado.

– Vi... - observa Lucas sair. O que aconteceu aqui? - olha para Vitor. O que ele julga que sou?

– Isso está muito bom... - come. Ele é um imbecil...

– Não entendi nada... - começa comer. Hoje o dia está...

– Maravilhoso! Esquece essa gente invejosa...

– Me diz qual a intenção dele em vir atrás de mim...

– Quer saber mesmo? Verdade nua e crua...? - mexe no celular.

– Sim...

– Te comer.

– Vitor, olha a maneira que você fala!

– Você não queria a verdade? Essa é a intenção... Conseguir te ganhar na lábia e começar receber promoções...

– Que nojo desse homem!

– Sim...

– Você vai deixar ele continuar na agência? Não tem respeito nenhum por mulheres...

– Não... Já enviei uma mensagem para o administrativo demitir ele. Estava só aguardando ele aprontar mais uma...

– Ele deve ter saído com todas da agência, né?

– Saiu...

– Existem mulheres que se dão por tão pouco...

– Para você ver...

– Isso é bom mesmo...- come.

– É viciante...

– Não quero que Vitória se vicie nisso...- ri.

– Ela precisa ser uma criança como qualquer outra... E merece umas escorregadas de vez em quando... - ri. Qual o problema de comer um lanchinho desse?

– Nenhum, né? Inofensivo... Só que não.

– Onde vamos depois!?

– Ao supermercado! Vamos em uma feira que fazem aqui, quero te apresentar uma pessoa...

– Está bem. Sabe o que vi ali?

– O quê?

– Vai ter um show do Bruno e Marrone...

– Quer ir?

– Quero! - sorri. É na semana que vem... Vou pedir para comprarem nossos ingressos...

– Peça sim...

Ao terminarem, seguem para a feira tradicional que ocorre em Uberlândia em um "mercadão".

– Estava imaginando um supermercado...

– Isso não é um? - saem do carro.

– Isso é um mercadão... - ri.

– Vamos... - se dão a mão e entram. Bom dia, Edgar! - sorri.

– Bom dia, Vitor!

– Bom dia Clarice... - manda um beijo.

– Saudades de você aqui! - grita.

– Famoso aqui, hein? - se envolve nele.

– Por isso eu queria trazer você... - passa algumas pessoas conhecidas. Oi...

– Obrigado por trazer...

– Chegamos... - param em uma barraca. Dona Eliza? - entra.

– Vitor! - uma senhora aparece sorrindo e o abraça. Que saudades...

– Também estava!

– Já fazem meses que você sumiu...

– Aconteceu muita coisa na minha vida...

– Então me conte... - olha para Paula. E essa mulher linda? Quem é?

– Paula...- estende a mão para ela se aproximar. Minha esposa, Eliza...

– A tal moça.

– Ela mesma... - sorri.

– Entrem... - entram em uma sala atrás da barraca.

– Eu também já sou pai...

– De uma menina, eu sei...

– Você sabe...

– E ela se parece muito com você, né? - se senta. Mas, vai parecer a mãe quando crescer... Será a cara da mãe e tão talentosa quanto.

– Obrigado... - sorri, sentando-se.

– Que bom que aprenderam no momento certo.

– Sim... Hoje entendo do que você disse antes.

– Eu não disse, eu senti meu querido. Querem? - oferece.

– Não obrigado... - Paula recusa.

– Explique para ela, Vitor... Ela está com medo.

– Paula, a Eliza é uma pessoa que encontrei aqui no mercadão e sem falar nada de mim, ela olhou nos meus olhos e disse o que eu precisava. Desde então, conversamos muito!

– Inclusive de você... Ele te fez sofrer demais. Mas, sofreu também... O importante é que serão muito felizes. Só peço que se cuidem com o orgulho... Ainda está grande! - Vitor baixa a cabeça. Mas, não se preocupem com isso... Se preocupem em aprender exercitar a paciência um com o outro. Vocês se amam demais... Vocês são intensos demais e tudo entre os dois é como uma avalanche. Precisam tomar cuidado... - se levanta. Levem isso... - entrega uma corrente para cada um. Não vai se romper nunca... O amor de vocês é muito grande. - sorri. Agora vão.. Preciso trabalhar!

– Está bem... - a abraça. Tchau...

– Me traga sua filha quando estiver entre seu primeiro, segundo ano.

– Por que Eliza...? - se preocupa.

– Para mim vê-la... Deixe de se preocupar com tudo que falo! As coisas vão acontecer como Deus quiser e no tempo dele...

– Certo...

– Tchau...- Paula se aproxima.

– Deixa de medo... De tanta desconfiança. Se permita mais... Para se resolver tudo.

– Tudo bem...

– Foi um prazer conhecer vocês... Sentir esse amor tão grande! Você...- olha para Paula. É tão linda quanto ele falou... E bem mais de verdade estando perto dele.

– Obrigado...

– Tenha um bom trabalho, Eliza...

– Tenham uma boa tarde... Terão! - sorri.

– Tchau... - saem.

– Vitor...?

– Está tudo bem... - sorri para ela.

– Ela é cigana?

– Não... - ri. É muito religiosa... Gostava de conversar com ela, porque ela me apontava todos os meus defeitos.

– Ela não me conhecia... - sorri. Me senti bem por isso... Me senti comum... - ri.

– Ela não lê revistas, não vê TV e se te ouve aqui, não sabe quem é por não ver nada. Diz que isso é pra alienar gente...

– É... Em partes não está errada.

– Sabe essa cordinha que elas nos deu...?

– Sim... Ela disse que nunca ia se romper.

– Antes de me casar com Claudia, vim aqui. Ela me deu uma igual...

– E então...?

– Quando ela me entregou, fechei na mão. Ao abrir de novo, já estava solta...

– A minha ainda está na mão... - para.

– A minha também... - se vira para ela.

Paula abre os pulsos e mostra o cordão intacto. Vitor faz o mesmo e sorri...

– Nunca vai se quebrar! - a beija.

– Vamos para casa...? - sussurra.

– Vamos...

Saem conversando, rindo do que viam e do que lembravam das épocas passadas. Paula relembra suas épocas em feira, contando para Vitor coisas inusitadas. Entram no carro e vão em direção a fazenda...

– Que saudadinha da minha pequena...

– Você quer buscá-la...?

– Não... A gente precisa ficar um pouquinho sozinhos... E ela está bem! Vou ligar lá... - disca. Mãe?

– Oi... - ri.

– O que está rindo?

– Estávamos conversando aqui.

– E minha pequena?

– Está bem... Tomou o suco, brincou e agora dormiu...

– Não teve mais febre, né?

– Não filha... Ela está agitada!

– Ela acordou cedo...- ri. Qualquer coisa me telefone, tudo bem?

– Está bem... Onde estão?

– Indo para casa... Vamos ver um filminho... - coloca a mão sobre a perna dele. Ficar um pouquinho junto, depois vamos buscar ela.

– Façam isso... Desligue este celular, para ninguém te incomodar.

– Vou fazer isso... - ri.

– Vou voltar para a conversa...

– Cuida bem da minha menina...

– Estamos cuidando, Paula... Tenham uma boa tarde. - desliga.

– Desligou... - desliga o celular. Cadê o seu?

– Na sua bolsa...

– Vou desligar também... Posso?

– Pode...

– Qual filme vamos ver?

– Paula... - olha para ela. Quando foi que chegamos ao final de um filme?

– Vitor... - riem. Mas, o começo nós assistimos!

– É... Isso é.

– E então, qual iremos ver?

– Qual estilo você quer?

– Comédia... Merecemos rir mais um pouco.

– Certo... Chegando lá eu procuro.

– Tá...

Algum tempo depois chegam na fazenda, retiram as compras e entram na casa.

– Deixaram aberto... - fecha a porta..

– Sim... Deve ter alguém aí.

– OIII!? - procura. Ninguém Vi...

– Devem ter apenas esquecido... Ou pensado que voltaríamos logo.

– Sim... - faz um coque no cabelo. Vou tomar um banho enquanto você prepara o filme!

– Tá bem... - retira os sapatos e a camiseta.

– Coloque essas coisas no lugar! - sai.

Vitor encontra um filme e vai para o quarto. Coloca-o na televisão, guarda sua roupa e sapatos, retirando o resto e indo para o banheiro.

– Demorou... - sorri.

– Estava colocando nosso filme. - entra. Por que não encheu a banheira?

– Prefiro assim... Recordando os velhos tempos. - se aproxima dele.

– Precisava tanto relaxar...

– Como foi seus dias de trabalho? - acaricia-o peito.

– Foram tenros... Isso de gravar um novo disco é estressante sempre.

– Mas, porque?

– Leo quer uma coisa, eu quero outra...

– O que você quer que Leo não quer?

– Não entramos em um acordo quanto aos arranjos.

– Você é difícil...

– Não mais que ele, sempre acabo cedendo. - a segura pela cintura.

– Faz o certo... Você é o mais velho, precisa evitar brigas. E as canções novas?

– "Tomo um banho de flores, passe o seu perfume... Coloque aquela roupa que me traz ciúmes..." - canta.

– Aaa... - riem. Já ouvi Leo cantarolando essa...

– Pensei em você quando gravamos...

– "Me espere com sorriso de lábios vermelhos, prepare nossa cama, põe vinho no gelo..." - canta.

– Isso... - ri.

– É linda...

– É um sensual romântico!

– Sim! - ri. E as suas?

– Ainda não me decidi sobre elas. Tenho pena de deixar alguma para trás...

– Eu sei bem como é isso!

– Se vire... - solta o coque dela.

– Você vai molhar meu cabelo, mesmo? - reclama.

– Vou... - a puxa para a ducha. Gosto dele molhado...

– Você está sempre falando sobre o que gosta em mim...Nunca me pergunta o que gosto em você.

– Não seja por isso... - beija-a a nuca. O que gosta em mim?

– Deixa-me ver... - respira fundo. Quando você está nervoso... - ri. Você fica tão lindo enfurecido! Sinto uma vontade enorme, gritando dentro de mim, para te acalmar. Gosto também depois que a gente se ama... Você fica mais quente, com a pele mais sensível... - suspira com as mãos dele massageando os seus ombros.

– Continua... Me conte o que mais gosta em mim.

– Sem sombra de dúvidas... Das suas mãos.- fecha os olhos e relaxa.

– O que mais? - aperta mais.

– Ui...- ri. O que mais?

– É... O que te chama atenção em mim?

– Tudo. O beijo, o abraço... Tudo em você me chama atenção!

– Digo o mesmo... - a vira pra si. Gosto de tudo em você...

– Eu sei...- sussurra. Eu sempre soube... - sorri.

– Fico muito idiota como dizem, quando olho para você?

– Fica...- ri. Você não percebe...

– A gente não se vê sendo a gente, Paula. Não vejo meus olhos para você, porque só sei ver você...

– Continua...- fecha os olhos.

– Ninguém se vê... Apenas temos uma leve impressão de nós mesmos. Mas, não nos vemos rindo com os amigos, com a família. Não nos vemos chorando por filmes ou por solidão... A gente não se olha em momentos em que somos nós mesmos, como nos olhamos em um espelho antes de sair para algum lugar. Não me vejo olhando para você... Não faço ideia de como eu pareço fazendo isso. Olhar para você é meu hobby predileto... Te ver desconcertada. me sentir surdo para tudo que estiver ocorrendo em minha volta. É uma viajem para dentro de mim mesmo, me concentrando dentro de você.

– Vitor...- o abraça.

– O que está havendo com você? - a envolve. Está carente... Falta algo? Não estou sendo um bom marido, um bom amante?

– Não me falta nada... - sorri. Tenho tudo! É que tenho um medo enorme disso tudo acabar... Porque é inacreditável que seja de verdade. Tenho saudades... Isso tudo também é saudade de você!

– Então, vamos acabar com tudo agora... - desliga a ducha. Aqui ou no quarto? - a beija.

– Esqueci de falar que também gosto disso...! Desses teus lados... - ri.

– Você não viu nada...- a puxa para fora.

Vitor retira Paula do banheiro, a encostando em uma das paredes do quarto. Levanta os braços a altura da cabeça, distribuindo beijos por cada espaço que se fazia entre os corpos.

– Vitor... - ri.

– Escuta... - a solta, envolvendo com suas mãos o rosto dela.

– O que? - sussurra.

– O meu amor, Paula... - se aproxima dela, vagarosamente. Todo ele... - beija-a.

Paula se move, junto dele, em direção a cama. Envolve suas pernas sobre o quadril de Vitor até se deitarem.

– Eu te amo... - tira um fio de cabelo sobre o rosto dela. Não se esqueça nunca disso, independente de qualquer coisa! Vou amar você sempre...

– Não irei me esquecer... - passa as mãos sobre a cabeça dele. Nunca!

Vitor sorri, clareando toda escuridão que pudesse existir naquele momento. Os dois se envolvem, formando um só corpo, compartilhando da mesma pele, do mesmo calor. Amando-se em sintonia, em harmonia, onde o beijo de um terminaria quando o do outro terminasse. Ritmicamente, em compasso ao coração que acelera a cada minuto que passa, ele a invade, revira o que há dentro dela para preencher tudo o que há em si. O corpo vai pedindo mais, a mente vai parando e o coração começa a queimar vagarosamente...

– Vitor... - o pressiona em si.

– Diz... O... Meu... Nome... - a beija, sugando-lhe ar.

– Vitor... - suspira. Vitor...- se contorce a cada vez que mais profundamente ele a toma.

– Minha Pulinha...- a vira sobre ele.

Ela o acaricia. Cada parte do que havia nele, enquanto o cavalga sobre a luz do sol, como se nada mais no mundo existisse naquele momento. Se tornou tão comum para si perde-se quando invade por ele. Perdia os sentidos, o comando sobre seu próprio corpo... Apenas sentia ele gritante por cada vez mais tudo daquilo. Sua boca seca, implorava que ali ele também a preenchesse. Desde que se ama com Vitor, desconhece o que não é sentir-se mulher com todos os seu prazeres em pequenos e grandes momentos.

– Conti...- se esforça para falar. Continua, Paula...

O corpo estremece, vai apagando devagarinho, vai cedendo as fortíssimas sensações que se escorre pelos dois. O cheiro que o amor exala se gruda a pele reluzente de suor e água. Os olhos se fecham enquanto os pulmões tentam retornar ao seu lugar, inspirando todo aquele aroma que saiam de dentro dos dois.

– Vi... - ergue a cabeça, não enxergando-o nitidamente.

Ele a puxa para si, colando seu rosto ao dela e revirando sua boca, como se lhe devolvesse a vida.

– Estou aqui... - respiram o ar que escorre dela.

– Ah...- geme. Amo isso... - riem, relutando com o cansaço. E ainda temos o filme...

– Para honrar os velhos tempos...- sorri. Desse jeito eu não aguento você...

– Por mim passaríamos o dia inteiro assim...

– Nós podemos...

– Podemos? - sorri.

– Enquanto tivermos tempo, podemos...

– Isso é um sonho...- ri.

– Não...- sussurra em seu ouvido. Para minha felicidade, você é de verdade...

– Ai...- se contorce. Sou capaz de tanta coisa ouvindo você falar assim!

– Ainda temos o presente...- ri.

– Quem te vê não diz que você é tão espertinho assim...- riem.

– Sou tanta coisa que ninguém pensa, que ninguém diz... Principalmente assim e com você!

– Eu bem sei disso... - o beija.

– Só tem um problema...

– Qual? - o acaricia.

– Tenho medo de não aguentar mais daqui alguns anos...

– Aí Vitor... - se vira. Estava bom demais para ser verdade...

– Paula...

– Não acredito que você estragou o nosso momento! - se levanta. Como me irrita!

– Espera... - a puxa. Esquece isso... Desculpa.

– Pare de falar isso!

– Tudo bem... - a abraça. Esquece o que eu disse...

– Você vai voltar com isso toda vez?

– Não... Foi a última vez.

– Mesmo?

– Palavra.

– Ok... Vou acreditar. Se você voltar com isso, não fará nada desde agora!

– Tá...- ri.

– Vamos terminar nosso banho... Depois a gente volta pro filme. - riem.

– Vamos...- se levantam.

Voltam ao banheiro para terminarem o que interromperam. Ao retornaram para o quarto, deitam-se para ver o filme...


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