12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12
VITOR
A luz do sol me faz tapar os olhos assim que se abrem. Viro-me e não encontro-a:- Paula?
Ela não responde então me levanto e vou até o banheiro. Com os fones no ouvido e olhos fechados, só vejo sua cabeça enquanto seu corpo encontra-se submerso. Não percebe minha presença até que eu a beije:- Bom dia.
Ela ri:- Bom dia, estava tão concentrada na canção que acabei não percebendo. Nunca usamos a banheira, né?
O riso dela me faz rir:- Nunca deu tempo...
Paula:- Mas agora nós temos muito tempo...
Sorrio:- Todo tempo do mundo!
Ela sorri:- Me acompanha?
Respiro fundo:- Será um grande esforço, mas farei por você... - Ela ri e me aconchego nela:- Como está se sentindo?
Paula segura minha mão:- Nem sei dizer... Quando acordei senti Vitória se mexer.
Beijo o rosto dela:- Ela está feliz.
Paula:- Nós temos um almoço na sua mãe, né?
Respiro fundo:- Nós não vamos.
Ela se vira:- Mas por que não?
Encaro ela:- Você quer ir almoçar com aquele tanto de gente em vez de almoçar só comigo?
Ela ri e se aproxima:- Mas aquele monte gente é sua família...
Interrompo:- É nossa família!
Ela se entrelaça em mim:- Nossa família... Mas realmente prefiro ficar só com você.
Sorrio:- Temos que aproveitar, principalmente enquanto Vitória não nasce.
Paula:- Por falar nisso, poderíamos sair pra comprar coisinhas pra ela...
Me espanto:- Mais coisas?
Paula ri:- Mas nem compramos ainda... Bebês precisam de muitas coisas.
Viro-a de costas para que eu possa lava-la:- Pensaremos nisso depois. Me passa isso aí...
Ela me entrega e solto seu cabelo:- Você acordou muito cedo?
Paula:- Acordei. Queria te acordar, mas não tive coragem.
Rio:-Da próxima me acorde...
Paula:- E aturar seu mau humor? Não...
Viro-a de frente pra mim:- Você ia me excluir do seu banho?
Paula ri:- Não. Por isso só estava relaxando esperando você acordar...
Me coloco sobre ela, segurando-a para que não afunde:- Vou te contar um segredo... Me sinto tão atraído com você grávida.
Ela ri e não resisto. Não resisto a nada que venha dela. Faz-me ser dela sem dizer nenhuma palavra. Paula:- E quando eu não estiver mais grávida?
Beijo-a:- Não importa. Será da mesma forma...
Passamos o inicio da tarde ali, prolongando mais nossa saída daquele momento que era só nosso.
PAULA
Depois de muito enrolarmos pra sairmos da banheira, tomamos coragem e nos arrumamos para almoçar:- Você vai fazer o almoço ainda?
Vitor termina de se aprontar:- Qual o problema?
Rio:- Eu estar com fome é um problema...
Vitor:- Em um instante comemos!
Me aproximo dele:- De jeito nenhum! Não me venha com seus virados... Quero algo bom. Pode demorar, desde que seja algo bom...
Ele me olha:- Vou ser se encontro a graça na cozinha, me acompanha?
Começo rir:- Vai indo, eu vou postar sobre nosso casamento...
Vitor:- NÃO! Nós faremos isso juntos, depois que comermos. Vamos...
Faço careta pra ele:- Vitor, me deixa ficar quietinha aqui... Só um pouco. Por favor!
Vitor:- Já entendi...
Ele me beija e se retira do quarto. A facilidade que tem para me entender quando quer é inigualável, com uma palavra, um gesto, meu sorriso, meu olhar ele me entende como nenhum outro homem entendeu. Pedi pra ficar sozinha pra na verdade pensar em tudo; pode parecer estranho recém-casados agirem assim, mas as coisas em minha vida têm mudado tanto que necessito repensar a cada acontecimento e me emocionar novamente com cada detalhe de tudo. Sinto Vitória se remexer dentro de mim e rio, passa meu tempo comigo revendo tudo sem perceber que ia me aconchegando ao travesseiro de Vitor por ter seu cheiro e adormecer.
Vitor:- Psiu... Pulinha?
Ainda sonolenta ouço ele rir:- Oi...
Vitor:- Está tudo bem?
Me sento e sorrio:- Está, eu que dormi.
Vitor levanta os olhos:- Babou no meu travesseiro...
Rio:- Vamos comer aqui?
Ele se ajeita na cama:- Não. Eu trouxe aqui só pra vermos...
Respiro fundo:- Se soubesse que você ficaria tão engraçadinho depois do casamento, não teria casado...
Ele se aproxima fazendo charme:- Não?
Começo rir e empurro ele:- Me deixe comer...
Vitor pega os talheres de minha mão:- Antes eu quero fazer uma coisa...
Olho pra ele e ele coloca na minha boca, começo rir:- Obrigado.
Ele me entrega:- Agora coma sozinha. É só primeira impressão.
Não consigo parar de rir de Vitor não me deixando comer sossegadamente. Depois que limpamos toda a bagunça, abro a sede da fazenda onde já retiraram a maioria das estruturas:- Vitor, será que tem problema eu usar a piscina? Estão retirando as coisas ainda.
Vitor está sentado na cozinha, comendo seu doce sagrado:- Melhor não...
Argumento:- Mas nem irão me ver.
Ele respira fundo:- Não. Espera mais um pouquinho!
Vou até ele:- Poderíamos começar a pensar no quarto da bebê.
Vitor:- Você quer falar com Tati sobre isso?
Fico observando ele:- Como será que ela é?
Ele me olha:- A Tati? Ué...
Interrompo rindo:- A Vitória, Vitor.
Ri:- Linda.
Me levanto inquieta:- Você só fala isso.
Ele se levanta e sai:- Porque é a verdade. Se quiser ir na piscina, pode ir.
Viro-me:- Você vem?
Vitor:- Te espera lá...
Me apronto e em alguns minutos encontro ele sentado:- Comendo de novo?
Sorri:- Tão lindas!
O resto da tarde passa. Aliás, o resto dos dias, das semanas. Meus shows continuam, assim como os de Vitor. A barriga não para de crescer e fico encantada com a maneira que Vitor ama olhá-la. Parece que Vitória já o conhece. As conversas que tem com ela, faz quem não sabe, crer que ela já nasceu...
Dulce:- Paula?
Retorno de meus pensamentos. Mamãe tem me acompanhado nas viagens:- Oi?
Dulce:- Está tudo bem?
Rio:- Sim. Estava só pensando...
Ela ri:- No que? Anda pensando demais.
Sorrio:- Na vida. No giro que a minha deu...
Dulce:- Um excelente giro. Saudades de casa?
Me levanto:- Ai... Um pouco. Mas é maravilhoso ainda fazer shows, a energia das pessoas me torna mais forte. É minha vida!
Ela sorri:- Está sentindo alguma dor?
Pego meu celular:- Nenhuma. Só a barriga começando a pesar...
Rimos:- Vitor não telefonou?
Confiro:- Não. Estou preocupada com isso... Tanta saudade do meu branquinho.
Cintia entra:- Oi... Tudo bem?
Sorrio:- Tudo. Que horas saímos?
Cintia:- Agora mesmo, vim buscar vocês...
Nós arrumamos e vamos rumo ao aeroporto.
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