12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 17
Desentendimento




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No aeroporto com tudo já encaminhada, o avião atrasa 15 minutos, um Record ainda:- Rumo ao Texas!

Paula ri e nos sentamos nas poltronas:- Coloca isso no pescoço para não doer quando dormir.

Pego uma almofadinha rosa e coloco no pescoço:- 10 horas de voo.

Paula:- Ai...

Aperto a mão dela:- Aiai... Se eu babar você não vá falar para ninguém.

Ela começa rir:- Desligou o celular?

Pego e entrego para ela. Começam a passar as instruções e em minutos decolamos. Paula dorme primeiro, tento deixá-la confortável mas é quase impossível nesse avião. A primeira refeição chega, ela acorda e comemos, o voo só fará uma parada para abastecer, mas não trocaremos de avião e nem desceremos. Demoro para pegar no sono, fico olhando pela janela e fico admirado com o céu:- Como pode ser lindo né?

Paula:- Sim. Quer seu livro? Coloquei aqui, quando quiser você pega.

Resolvo ler e ela cai no sono de novo. Quando dou por mim Paula está pegando o livro da minha mão:- Estamos chegando?

Paula:- Acordei a pouco também. Sim, ESTAMOS!

Suspiro:- Minhas costas estão doendo.

Rimos:- A minha também, confere seu cinto, vamos pousar...

Aperto a mão dela e pousamos:- Em terras americanas!

Ela ri e desce do avião:- Maravilha!

Resolvemos tudo e partimos para a casa que ficaremos:- Deixa eu tirar uma foto.

Paula se vira no carro:- Todas!

Começamos a falar do lugar, das coisas, o clima está perfeito, está tudo maravilhoso. Quando chegamos na casa, tudo perfeitamente organizado:- Maravilha, deixa eu te ajudar...

Pego as malas e ela entra:- Vamos brincar de casinha?

Rio:- Vamos treinar. Dizem que quando você quer descobrir se ama ou odeia alguém, é só viajar com a pessoa.

Paula:- Nem sempre... Muitas podem guardar na mala facas e te presentear com flores locais.

Encaro ela:- Você por acaso tem alguma faca na mala?

Ela ri:- Palhaço. Vamos ver os quartos?

Saímos pela casa, são dois quartos e me jogo em uma cama:- Gostosinha... Deixa eu ver a outra!

Vamos no outro quarto:- Essa é melhor. Deita aqui.

Paula se deita e começa rir:- O que fazemos agora?

Abraço ela:- Estamos em uma cama, abraçados, está rolando um clima...

Paula:- Vitor...

Rio:- Vamos dormir... Você pensou outra coisa, né?

Ela me bate:- E depois?

Tiro os sapatos, meus e dela, e me deito novamente:- Depois, é depois... Estou exausto.

Paula:- Você vive exausto. Eu vou tomar um banho, me acompanha?

Respiro fundo:- Ta bem... E depois dormimos!

Ela sai rindo.

Paula..

Tomar banho com Vitor tem dois lados, ou é muito intenso ou muito chato:- Deixa eu me enxaguar primeiro...

Vitor:- Espero que nos hotéis tenha uma banheira.

Encaro ele:- Espertinho...

Ele me empurra e entra na água:- Sempre.

Quando terminamos não demora muito para que possamos cair no sono.

4 dias depois...

Os dias no Texas têm sido maravilhosos, hoje é nossa última noite e saímos para jantar em um restaurante local:- Legal aqui, né!?

Paula sorri:- Muito. Pena que amanhã já vamos.

Pego a mão dela:- Os próximos dias serão melhores ainda.

Temos uma carta dificuldade para nos comunicar, mas acaba tudo bem e em muitas risadas:- Amanhã vamos pegar o carro de manhã.

Paula:- Ta bem.

Começo observá-la:- Está tudo bem?

Ela me olha e sorri:- Só estou cansada. Vamos tirar uma foto?

Vou para o lado dela e tiramos:- Quer ir?

Ela faz que sim e partimos. Na casa arrumamos tudo para deixar organizado:- Se deita que vou arrumar suas coisas na mala.

Ela ri mas faz o que peço:- Cuidado...

Começo dobrar as roupas, organizar, pegar os presentes que ela comprou:- Será que vai caber?

Paula:- Sim, arruma direitinho.

Quando termino e me deito, estamos mortos:- Está com saudades de casa?

Paula:- Um pouco. E você?

Rio:- Também, mas aqui está bom...

Ela se aproxima:- Muito bom. Passaremos o dia em Cidade do México?

A abraço:- Sim, vamos conhecer alguns lugares e depois vamos pra praia.

Paula:- Eu te amo.

Não me contenho e a beijo:- Talvez eu te ame mais.

Ela sorri e meu coração se prende ao dela:- De doer...

Sorrio:- Fazer cócegas!

Paula ri:- Nem fale em cócegas. E NEM se atreva em fazer!

Puxo ela para perto e a abraço o mais forte que posso. Estar com ela é sentir os pulmões bombeando ar, é tocar a alma no mais intimo possível. É em uma palavra, viver.

O dia amanhece mais bonito para nos despedirmos:- Bom Dia.

Meu chato, vulgo Vitor, abre os olhos e o sol parece ficar mais lindo ainda:- Bom dia pequena.

Como levantei mais cedo, preparei o café:- Acorda Vi, daqui a pouco já vamos.

Ele se senta na cama:- Mas já?

Rio:- Sim. Toma aqui um café e agiliza.

Saio do quarto para limpar a sujeira que fiz enquanto ele, acredito eu, se arruma:- Vitor, está pronto?

Me viro e ele já está na mesa com cara de quem não dorme faz séculos:- Se esperta.

Vitor:- De onde você tirou essa animação toda?

Começo rir:- Ansiedade.

Vitor:- Está explicado. Já liguei pro táxi, ele vai nos levar.

Olho para ele:- Ta bem.

Começamos a conversar enquanto o táxi não chega, passaremos 1 dia e uma noite em Cidade do México, depois pegamos um outro táxi até a Benito, nas belas praias de Cancun. Aproveito o tempo para ligar para casa, contar um pouco do que já foi, Vitor e eu visitamos museus, restaurantes, uns parques e estamos levando muitas fotos para mostrar e contar as histórias e os micos que pagamos, como um belo escorregão dele em um dos passeios:- O táxi chegou.

Vitor leva nossas malas e partimos. O caminho é lindo, uma paisagem inacreditável, minutos depois chegamos ao aeroporto e nos prontificamos no que falta:- Tudo pronto?

Vitor:- Só embarcar agora.

E assim é feito:- Esse avião é mais espaçoso.

Ele segura minha mão:- Sim.

Começo rir da atitude, e me pergunta o porquê:- Nada, é que só achei engraçado. Não pode?

Ele me olha de canto de olho e deita no meu ombro:- Ainda com sono?

Vitor:- Um pouco. Quando chegarmos lá irei dormir.

Dessa vez a viagem foi de menor tempo e bem tranquila. No México falam muito rápido, mas são acolhedores, realmente um país de pessoas quentes, que não desgruda os olhos de nós. Depois de pegar outro táxi, o que está começando a me cansar, chegamos ao Hotel, tão aconchegante e simples que eu viveria aqui para sempre:- A recepcionista te olhou de cima, embaixo.

Vitor ri:- Mas eu não olhei.

Aperto a mão dele:- Se olhasse...

Ele me beija e sorrio:- Que maravilha, uma cama.

Organizamos as malas no quarto e deitamos um pouco:- Que delicia de lugar!

Realmente o México é encantador. Recebemos uma cartilha de turismo e deitados marcamos todos os lugares que queremos conhecer:- Vamos pedir o almoço no quarto?

Vitor:- Sim.

Ele se levanta pega o cardápio que deixam perto do telefone e começa fazer os pedidos, fico abismada com o tanto de coisa que ele pede, parece querer comer o México de uma vez só:- Continua assim que é perigoso não te deixarem entrar no avião na hora de voltar pro Brasil.

Vitor:- Muito engraçado. Pra ser perfeito é só não demorarem para trazer.

O hotel é perfeito! Começamos a rir depois que Vitor vai dar uma de mexicano nato:- É melhor você ficar calado enquanto tiver aqui.

Vitor:- Mas você viu? Eu sei falar muito bem...

Não aguento:- Eu mereço...

Vitor:- Esquece e vamos comer, é melhor.

Ele vai me mostrando coisas que ele já experimentou quando esteve aqui. A comida é forte, apimentada, como eu já era apaixonada desde o Brasil, amei. Vitor como come de tudo, não reclamou:- Uma delicia, né!?

Vitor de boca cheia:- Aham, vamos terminar e ir logo conhecer os lugares. Existem museus...

Interrompo ele:- Come, depois fala. Sim, vamos! Vou me arrumar enquanto você termina.

Saio para separar algumas coisas, quando estou no banheiro retocando a maquiagem ele aparece:- Pronto?

Ele sorri:- Você está tão linda.

Estes momentos são tão...:- Já disse que te amo hoje?

Ele faz careta negando:- Não...

Vou até ele e me entrelaço no pescoço:- Então eu te amo...

Vitor ri e me beija:- Acho que vamos ficar aqui!

Começo rir:- De jeito nenhum, já me arrumei. Anda...

Ele se apronta e saímos. Pegamos um táxi até o centro, é tudo FANTÁSTICO. Pessoas cantando na rua, os monumentos, as comidas em exposição, as lembranças do lugar, tudo muito colorido, quente, cheio de vida. Passamos por um floricultura e Vitor resolve entrar, me pede pra escolher flores:- Estas aqui são lindas.

Vitor pede para a florista, que consegue nos compreender com muita calma separar aquelas flores, juntamente com umas outras, lindas demais por sinal:- Para quê são?

Vitor:- Para nós.

Ele paga e leva as flores em um carrinho. Encontramos um lugar que alugam bicicletas de dois, Vitor engata o carrinho em uma delas e saímos. Vou rindo o caminho inteiro, estou na frente e ele quase não ajuda a pedalar:- Ajuda ai!

Vitor:- Estou vendo a paisagem...

Rio parando:- Cansei...

Ele desce e me pede pra ficar. Carrega uma máquina pra onde quer que vá, e me pede pra fazer pose, começo rir sem nem mesmo me arrumar e ele já tirou várias:- Agora que estou pronta...

Ele se aproxima:- Nada disso, pronta você estava quando rio, fica muito mais linda assim...

Ele não é o melhor homem do mundo, mas é o que mais preciso:- Vamos tirar os dois?

Ele concorda e gira máquina para nossa direção. Por incrível que pareça, um fotografo local passa no momento e se oferece para tirar naquelas máquinas antigas, que imprimem as fotos na hora, pensei que nem existissem mais destas. Tiramos várias, uma mais linda que a outra, Vitor também pede que o cara tire na máquina dele. Me abraça, faz careta, me beija, faz pose, faz o meu dia único, e a partir daquele momento, inesquecível. Ainda visitamos alguns lugares, mais fotos... mais risadas, mais micos:- Está ficando tarde, vamos voltar?

Ele aprova e retornamos. No hotel espero que ele se deite, mas faz o contrário:- Que foi?

Ele está me olhando de um jeito engraçado, não compreendo e fico mais tímida ainda:- O que é Vitor?

Vitor:- Nada... só gosto de te olhar.

Rio e vou para o banho, antes que eu me vire ele tranca a porta do banheiro:- Que isso Vitor?

Vitor:- Nada!

Ele me tranca no banheiro e fica do lado de fora, não compreendo nada e ele não diz, poderia ao menos ter entrado, desisto de querer saber o que ele pretende e tomo meu banho:- Vitor agora abra que já terminei! Não estou brincando... VIT...

Ele abre, não vejo nada de diferente:- Você é maluco? O que você estava pensando, porque me trancou?

Vitor:- Você não fica quieta?

Respiro fundo e começo olhar pelo quarto, ele vem até mim e indica a varanda:- Precisava me trancar?

Vitor:- Ia perder a graça se você visse antes de chegar.

Ele preparou uma mesa com as flores que compramos e pediu o jantar na varanda, tão simples... Mas o mais engraçado é ver ele tentando ajeitar tudo.

Ele puxa a cadeira pra mim sentar:-É bem banal o que eu fiz, só montei uma mesa... Mas preciso ás vezes dizer a mim mesmo que tudo é verdade. É que eu não sei fazer tudo da sua maneira, coisas que te agrade tanto, o que tenho pra oferecer...

Interrompo ele:- Te amo assim. Deixa de ser besta, talvez seja culpa minha por ter te cobrado coisas... Mas eu vi que nada tinha sentido se não tivesse amor, desses que tira até nosso ar, eu prometo...

Ele me interrompe:- Não prometa nada!

Continuo:- Eu não irei mais te cobrar nada dessas coisas, fiquei muito feliz por você ter feito isso aqui por você, pra se sentir parte de tudo, do que só pra me agradar. Fiquei muito feliz por ter comprado flores para nós, ter me trago a um lugar que eu nunca visitei sem medo deu gostar ou não. Quero que estas coisas nunca acabem, mesmo depois que nos casarmos, principalmente.

Ele sorri e puxa a cadeira pra bem perto de mim:- Paula, eu não vejo a hora...

Nos servimos com um vinho, um bom vinho e boas palavras. Degustar de tudo que ele me ensina é me sentir mais segura sobre mim, sobre onde piso, sobre ele. Quando fiquei longe, parecia que nada dele tinha sentido e vendo e vivendo tudo novamente, era eu quem não tinha longe dele. Mal comemos, a vista daqui é uma das mais belas que já conheci, mas tão pouco importa a vista podendo olhar pra ele falar:- Como poderíamos imaginar estar aqui!

Vitor:- Eu não sonhava estar em lugar nenhum com você, só queria viver com você, talvez por isso ficou parecendo que eu não queria nada com você... E você acabou pensando...

Interrompo:- Por favor Vitor, agora não... esquece isso!

Vitor:- Ta bem... Vem aqui.

Ele me chama para perto dele só para ficar mexendo no meu cabelo:- Se me perguntassem o que mais gosto que você faça, seria isso...

Ele ri:- Sempre gostei de fazer isso...

Passamos o resto da noite ali olhando a beleza que a natureza colocou no céu. Estes momentos de conversa, carinho me preenchem, me tornam melhor do que eu imaginava que poderia ser no minuto passado:- Vamos entrar?

Ele se levanta:- Vamos, deixa aí as coisas, amanhã mesmo partimos...

Sorrio ansiosa:- Cancun...

Vitor:- Cancun, uhul!

Rio:- Até parece que está animado...

Ele se aproxima:- Porque eu não estaria?

Me entrelaço nele:- Estou brincando...

Ele começa me olhar de novo daquela maneira que intimida:- Ás vezes você me assusta olhando assim.

Ele sorri mas mantém o olhar, chega mais perto até o ar dele ser o meu. Vai me afastando até onde possa me repousar sensivelmente. Desabotoo a blusa dele com calma:-Vou me lembrar de não comprar blusas com botões...

Ele ri baixinho, me tocando, me beijando onde sabe que me entrego cada vez mais:- Eu te amo...

Ele sussurra enquanto coloca minha roupa no chão.

VITOR

O corpo dela é um tipo de imã. Me atrai, me coloca junto, me completa. O calor que ela passa para minha pele, o jeitinho manso de me tocar, me faz dela, me faz não pensar em nada, minha mente voa, minhas mãos escorrem, meu corpo desliza no dela. Olhar para ela é pedir para perder a razão do tempo, do espaço, o sorriso dela me prende, a boca me surpreende e as mãos parecem conseguir tocar meu interior. É um momento fora de órbita, não sou parte de mim, sou ela e ninguém mais. E mesmo quando ela não me toca, não fala nada, senti-la já o bastante para me fazer sair de mim. Ela está com a mão na minha:- Que horas são?

Ela procura pelo celular, pega o meu:- São 4:30h.

Me estico na cama e puxo ela:- Está cedo!

Paula:- Bem cedo. Sua mãe te telefonou.

Pego o celular dela:- Depois ligo para ela...

Paula:- Sabe que tem momentos que eu nem sei onde estou...

Rio:- Sei bem...

Ela mexe no meu cabelo e eu fecho os olhos:- Branquinhos...

Ela ri:- Você ficando idoso...

Seguro a mão dela:- Você acha que estou ficando idoso?

Ela ri enquanto a puxo:- Não. Se bem que quando estiver vai continuar me dando trabalho...

Começo rir enquanto a beijo:- Nunca te dei trabalho!

Paula:- Verdade, só problemas...

Sorrio:- Isso é uma calúnia!

Alguém bate na porta do quarto, Paula olha em direção:- Quem é?

Me sento:- Não tenho visão raio x!

Paula:- Não estou brincando...

Me levanto rindo, coloco o roupão e vou até lá:- Fique aí.

Quando abro dou de cara com um homem uniformizado, sorrio:- Algum problema?

Homem:- Señor Chaves, lamento molestarte, pero los vecinos de habitación piden silencio.

Olho incrédulo e sem entender:- Cierto, gracias.

Fecho a porta e vou até a Paula:- Eu acho que ele disse que alguém ta pedindo silêncio,

Paula:- O QUE? Mas estamos conversando tão baixo...

Brinco sussurrando:- Fala mais baixo...

Ela começa rir:- Creio que encontramos um defeito no hotel.

Tiro o roupão e me deito:- Parece que sim...

Ela pega minha mão:- Lembra que eu havia te pedido ajuda sobre um problema na produtora?

Me recordo:- Sim, resolveu?

Paula:- Ainda não! Estou com isso na cabeça desde que sai do Brasil.

Penso:- E?

Paula:- O que?

Abraço ela:- E que eu sei que você sabe o que se deve fazer.

Paula:- Mas Vitor...

Interrompo ela:- Paula eu sei que existem coisas que parecem erradas mas que na verdade é o certo a ser feito.

Paula:- Foi isso que você fez comigo?

Olho para ela:- Eu fiz o que tinha que ser feito. Se as coisas não tivessem acontecido como aconteceu, não daria valor a esse momento. Era errado para mim sim, eu estava sofrendo, mas naquele momento era a alternativa certa.

Fico incomodado e ela percebe:- Vitor eu não quis que isso soasse assim.

Me ajeito na cama:- É melhor dormirmos, vamos sair pela manhã.

Paula:- Vitor não faz isso, eu só quis...

Interrompo ela:- Boa noite...

Paula:- Por que você fica to frio de um momento pro outro?

Rebato:- Porque você tem o dom de me tirar do sério.

Paula:- Eu só fiz uma pergunta, olha no que você está transformando...

Me viro para ela:- Engano seu Paula, eu só estou cortando por aqui para depois você sair dizendo coisas que não te fiz!

Paula:- Eu não...

Interrompo:- Você sim, disse coisas que eu não te fiz como se eu fosse um monstro.

Paula:- Você entrou na minha vida, saiu quando achou que era certo sair, pensou em quem? Me deixou anos presa em um sentimento que alimentava, mas só me procurava quando te convinha, e você quer que eu pense o que?

Não consigo acreditar:- O seu problema foi fazer planos. Foi criar jeitos, idealizações que eu não poderia satisfazer da maneira que você julgava correto. Só para te lembrar, toda decisão que eu tomei pensei em nós por mais dolorida que fosse, mas você se esquece de que eu não sei tudo na vida, que talvez algumas decisões foram erradas, mas eu paguei por cada uma delas. Não me venha jogar coisas que não existem, não alimentei seu sentimento, eu só te amei do meu jeito e jamais quis te magoar, mesmo algumas atitudes saindo fora do que eu pensava e acabando por acontecer isso. Mas você acha mesmo que eu seria capaz de pensar em algo pra te ferir?

Paula:- E o seu problema é não se dar conta das coisas que faz quando “sai fora do que pensou”. Seu casamento me destruiu!

Respiro fundo:- Mas ele acabou, eu paguei, muita gente pagou. O que mais você quer? Você também me destruiu quando falou todas aquelas coisas, quando saiu da minha vida...

Ela me interrompe:- Se arrumei outra pessoa foi porque também era o certo a se fazer naquele momento, como você considera certo ter feito o que fez. Em alguns momentos eu fazia questão sim de fazer você sofrer! Eu também estava sofrendo e se te deixa feliz, nem com outro eu deixei de sofrer por você.

Me sento:- Como você pode pensar que vou ficar feliz com seu sofrimento!? Chega... é demais para um dia só. Pensei que já tínhamos resolvido tudo isso.

Paula:- Pelo visto não...

Olho pra ela:- Porque você continua remoendo!

Paula:- Você passa a mão nas coisas muito fácil.

Me levanto:- Eu só quero entender cadê a mulher que a minutos atrás eu amei, se você guarda tanta mágoa de mim ainda, porque me aceitou de volta? Quer me fazer sofrer mais?

Paula:- Também não sei quando vou lidar com um Vitor homem ou com um Vitor covarde.

Respiro fundo para não falar nada, pego o travesseiro e saio de perto dela. Me deito em um sofá de costas para que ela não me veja chorar de raiva, de dor. No fundo é para que eu não a veja chorar também...


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