12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 162
Capítulo 162 - Jéssica!


Notas iniciais do capítulo

Oi!!
De agora em diante, toda vez que for postada uma foto vocês poderiam conferir clicando no link que ficará nas Notas Finais.


Bjs



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No capítulo anterior...

 

Arrumam as crianças, almoçam e ele se despede a caminho da cidade. Devido a pandemia, foram adiando a realização da cirurgia, mas com todos os protocolos na clínica pela qual foram encaminhados por Ricardo, decidiram retomar o processo o quanto antes.

 

 

— Boa tarde! - se aproxima. Tenho uma consulta com a Dra. Jéssica Mendes!

— Vítor Chaves Fernandes Zapalá Pimentel?

— Exatamente!

— Me acompanha! - sorri, caminhando até uma porta - Por favor... - abre - Dra. Jéssica, o paciente das 15h está aqui! - indica que ele entre.

— Obrigado! - entra.

— Com licença! - fecha a porta.

— Por favor, sente-se! - pede enquanto escreve uma receita de cabeça baixa.

— Boa tarde!

— Boa tarde, Vitor! - olha-o sorrindo. Quanto tempo, não?

— Jéssica...- surpreende-se.

 

CONTINUA

 

Como não havia se tocado antes? Não teria como. Ela era de São Paulo e o nome é tão comum quanto o seu. Não sabe exatamente o que dizer, apenas sorri e pensa no que falar para Paula.

 

 

— Uma surpresa do destino, não?

— Sim! - arregala os olhos - Uma surpresa! Não fazia ideia que era... - se perde - quero dizer... Não sabia que você havia...

— Sim... Sim! Me tornei urologista, montei meu consultório em São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba e agora em Uberlândia!

— Uau! - sorri. Muito bacana! Valeu muito a pena ter ido para os EUA então.

— Claro que valeu! - sorri. E você?

— O que tem?

— O que fez da vida? - sorri.

— Hum... Eu... Continuei cantor! Não fiz nad...- o celular toca - Desculpa! - olha na tela que é Paula e desliga - vou desligar!

— Não, tudo bem! Se quiser atender, fique a vontade.

— Não! Estou bem. Então... Só fui cantor. Sou, na verdade!

— Sim. E Leo como está?

— Bem! - sorri.

— Bacana! Vamos lá Vitor... - olha a ficha dele. Ricardo te encaminhou para mim para fazermos uma... vasectomia...- lê e acha estranho - sério? - olha para ele. Não quer ter filhos?

— Tenho 5! Um casal de gêmeos e três meninas.

— Caramba! - se espanta. Desculpa! - ri. Não é essa reação que geralmente tenho quando meus pacientes falam isso!

— Entendo! - a observa.

— 5 crianças! Quais as idades?

— A mais velha tem 13, Maria. Depois Vitória com 6, Vitor e Antônia, gêmeos, com 4 e Francesca de 6 meses.

— Own, uma bebezinha! - sorri.

— Sim!

— E uma adolescente! - ri.

— Exatamente!

— Moram todos aqui?

— Não... Maria mora em Geórgia, nos Estados Unidos, com a mãe e os avós maternos.

— Ah sim... E os outros você vê constantemente?

— Moram comigo! - estranha a pergunta.

— Você tem a guarda deles? Que bacana! - sorri.

— É... Eu e a mãe deles!

— Espera... Você está casado? - assusta-se.

— Há 6 anos!

— Meu Deus! E como ela é? 5 filhos com um músico... Não deve ser fácil! - ri. Não era o tipo de vida que eu via pra mim. - percebe o que falou - Quero dizer...

— Tá tudo bem! Também não era o tipo de vida que eu via para mim estar casado com você. - revida.

— Claro! Namoramos um bom tempo... Mas, realmente não penso que daríamos certo!

— É... Principalmente quando você optou por ir embora estudar de um dia para o outro.

— Oi? - se espanta.

— Nada!

— Tá...- se recompõe - Bom... O procedimento é simples, dura em média uns 30 minutos. Vai ser realizado aqui mesmo, na sala ao lado. Preciso que você deixe o nome de um responsável para te acompanhar no dia da cirurgia, pois não poderá dirigir por aproximadamente 3 dias, mas indico repouso de 01 semana. - vira a tela do computador para ele. A cirurgia consiste em cortar os canais deferentes que conduzem os espermatozóides até o...

— Eu sei! - observa.

— Claro que sabe! Sempre soube de tudo. - sorri.  Alguma dúvida?

— Período de recuperação...

— Como eu disse, a cirurgia de vasectomia é bastante simples, no entanto, o corte feito nos canais deferentes pode provocar inflamação, deixando o escroto mais sensível, o que pode provocar uma sensação dolorosa ao caminhar ou sentar, nos primeiros dias.  Porém, a dor vai diminuindo ao longo do tempo, sendo possível voltar a dirigir e fazer quase todas as atividades diárias depois de 2 a 3 dias da cirurgia. Já o contato íntimo só deve ser iniciado após 1 semana para permitir a cicatrização adequada.

— Demora algum tempo para fazer efeito?

— Para evitar a gravidez? Aconselho sempre usar métodos contraceptivos até 03 meses após.

— Certo!

— Mais alguma dúvida?

— Não!

— Vou preparar a documentação para você assinar. Podemos agendar para daqui dois dias, tudo bem para você? Quer falar com sua esposa?

— Tudo bem! Pode ser.

— Ótimo! - anota. Como conheceram Ricardo?

— Sempre foi um grande amigo!

— Bacana! Eu o conheci em uma conferência. Ele me encaminhou você na semana passada, mas não tinha me informado do que se tratava.

— Entendo! - olha um porta retrato na estante ao fundo - sua filha? - aponta.

— Sobrinha! Não tenho filhos. Nem marido. Achei que ia te encontrar assim também! - ri.

— Ah! - ri surpreso - Por que?

— Porque não te imaginava casado com cinco filhos!

— Quando amamos alguém, as coisas caminham para rumos que não imaginávamos.

— Certamente! - sorri.

 

 

Assina os documentos e se despede. No caminho para casa, se pergunta porquê não falou sobre Paula e no quanto havia sido estranho aquele reencontro. Jessica era a responsável por inspirar Não Vá Pra Califórnia, canção que ele compôs enquanto ela partia em um avião rumo à Califórnia, estudar Medicina, deixando para trás o relacionamento deles. Naquela altura já havia conhecido Paula há pouco tempo e não sabia exatamente o que esperava dos dois.

Chega na Fazenda e é recepcionado pelos filhos, contentes que ajudaram a avó preparar um bolo.

 

 

— Como foi? - se aproxima.

— Oi amor! - a beija, de língua, na frente das crianças que ficam olhando sem entender.

— Oi! - estranha.

— É só um beijo...- olha para os irmãos. Quando as pessoas se amam, se beijam. Mas é nojento!

— Continue achando nojento! - fala para Vitória rindo.

— Como foi? - muda de assunto.

— Foi tranquilo! - entrega uma cartilha para ela.

— Era uma médica? - lê. Deu o nome da sua mãe como responsável?

— Você tem a bebê...

— Sua mãe é grupo de risco!

— É... Eu sei! Não tinha pensado.

— No que você pensou, né? - o encara. Liga amanhã e fala. Ela fica com Francesca... Já estou tirando o leite pros momentos que ficarei fora. Gostou da médica?

— Sim! Explicou o procedimento muito bem. Aliás, a gente precisa conversar...

— Por que?

— A médica é a Jéssica.

— Jéssica? - não entende. Quem é Jéssica?

— Lembra a pessoa que eu namorava quando te conheci? Ela é a Jéssica.

— Você está brincando?

— Não! Imagina minha cara quando entrei e a vi.

— Esse mundo é minúsculo! Ela quem foi para Califórnia estudar medicina, né?

— Sim!

— E como ela está, casada?

— Não!

— Então você foi direto e perguntou isso!

— Paula, não... - percebe a enrascada - ela que me perguntou se eu era casado e depois falou dela. - mente.

— E o que ela falou de mim?

— Como assim?

— Como assim o que? - o encara - Que coisa...- sorri debochando - você não contou que é casado comigo!

— Vou tomar um banho! - se retira.

 

 

Paula observa-o se retirar um pouco fora de si, certamente balançado pelo reencontro; o que causou nela um aperto. Por que ele teria ficado mexido em reencontrar um antigo relacionamento? Ela sabia muito bem como terminava uma história mal resolvida. Ela era uma. E agora temia que Jéssica também fosse. Seu dia acaba ali. No instante que essa hipótese assombra sua cabeça e seu coração.

 

 

— Paula? - chama. Paula! - se aproxima.

— Oi! - a vê.

— Que foi? Tá voando longe. - ri.

— Nada! Tudo bem? Pensei que vinha só amanhã.

— Fiquei com saudade das crianças!

— Entendi.

— Está tudo bem?

— Está! - mente. Vitor vai operar daqui dois dias.

— Ah sim... Que bom! É simples?

— Super! Sabe quem vai operar ele?

— Ricardo?

— Não! Uma ex dele.

— Como assim?

— Pois é! Depois eu te explico...- sai.

 

 

Cíntia aproveita as crianças ao máximo, o que ajuda Paula a ter um tempo para relaxar cavalgando, sozinha. Marisa prepara o jantar e eles se alimentam, sem tocar no assunto.

 

 

— Pode ir se deitar! Vou lavar tudo aqui... - sorri.

— Não! Imagina. Vou te ajudar!

— Por favor! Estou mandando. Você já fez demais por hoje.

— Tudo bem! - ri. Vitor a ajude! - olha para o filho comendo.

— Vou ajudar! - sorri. Durma bem!

— Vocês também!

— Cíntia, você coloca as crianças para dormirem para mim?

— Sim! Mas antes vamos brincar um pouco, ok?

— Só não demorem dormir. - começa organizar a louca na pia.

— Você está bem? - pergunta a ela quando todos saem.

— Sim! - responde, sem olha-lo. Quando terminar, limpa a mesa e pendura as cadeiras. Vou passar um pano no chão ainda. Vítor derrubou carne, ficou cheio de gordura!

— Tá bom! - se levanta. Pensei que como Cíntia está aí hoje com eles, poderíamos ir para adega um pouco. O que acha?

— Tudo bem...

— Ótimo! - sorri.

 

 

Organizam a cozinha juntos, mas sem trocarem muitas palavras. Vítor sabia que ela não estava bem, mas queria aguardar o momento certo para entender o que estava havendo. Ao terminarem, ela vai para o banho e ele segue para a adega para aguardá-la, onde resolve tomar um banho também.

 

 

 

— Vítor? - entra.

— Estou saindo! - escuta. Resolvi tomar um banho também...- sai ainda de toalha. Estava suado!

— Quer ver um filme?

— Vamos! - se seca.

 

 

 

Paula coloca um filme antigo para rodar e deitam-se no estofado da adega. Vitor aconchega-se nela e com alguns minutos de filme começa acariciá-la. Sabendo qual é sua intenção, respira fundo e permanece em silêncio, imóvel na escuridão do cômodo em que só há o clarão do televisor. Ele percebe a situação e para.

 

 

— Paula...

— Oi?

— Está tudo bem?

— Sim! - mente.

— Eu acho que não está!

— Por que?

— Você não está muito bem... Desde que falei sobre a Jéssica.

— Não... Normal. - continua vendo o filme.

— Prefiro quando grita, quando fala, quando...

— Quando fala...? - olha para ele. Mas, quem não falou algo não foi eu... E estou bem. Não sou eu quem deveria ter falado qualquer coisa.

— Paula! - entende. Eu não...

— Eu também não. - pensa - eu também não sei o que pensar desde que você chegou. - senta. Porque fico me perguntando o porque você não contou que era casado comigo. Vergonha? É... Pode ser. Ela era sua namorada dos sonhos. Ela foi embora. Te deu o pé na bunda e você teve que se contentar comigo na época e olha o que o mundo te fez... - se levanta - te trouxe pra mim de novo. Parece até castigo!

— Você não sabe o que está dizendo! Por favor, pare.

— Se você quiser transar, tudo bem... Eu tiro minha roupa, me deito e você faz o seu serviço. Porque hoje estou me sentindo um enfeite que não tem tanta importância! Mais de 20 anos de história e em um reencontro com uma ex, você não consegue falar que é casado comigo.

— Você está sendo muito cruel com você e com nós dois! - se levanta. O que aconteceu é que no meio da conversa acabou entrando em outro assunto e...

— E aí passou... - o interrompe. Não precisava lembrar. Eu entendo.

— Eu te amo. Não tem outra coisa que importe mais que isso! - se aproxima dela.

— Tem... Tem porque amor não sustenta o que vivemos. Você chegou visivelmente balançado pelo reencontro... E me dói não saber a razão! Me dói pensar que talvez se eu não existisse, esse reencontro seria o início de algo que ficou mal resolvido. E eu entendo bem de coisas mal resolvidas!

— Pulinha! Não diga isso... - sente o peito queimar.

— Dorme aqui hoje, por favor! - sai da adega, fechando a porta devagar.

 

 

 

Retorna ao seu quarto, pegando Francesca no caminho para dormir consigo.

Vitor não prega os olhos durante toda a noite. Às 6h00min sai da adega e segue para a varanda, onde observa o dia nascer apreciando seu charuto.

 

 

— O que está fazendo aqui?

— Eu quem lhe pergunto! Você deveria estar em casa.

— Eu não vou ficar em casa! E se você insistirem com isso, eu vou pedir minha demissão.

— Diva, não seja teimosa!

— Aqui estou segura também e moro há poucos quilômetros! Me deixa passar a quarentena com vocês? Eu sinto falta das crianças. E vocês precisam de alguém. Lucy e Lidi não podem vir porque estudam, estão fazendo estágio. Eu posso!

— Você sabe que precisa falar com Paula! - a abraça. Estava com saudades! - riem.

— O que faz aqui fora?

— Tomando um ar!

— Hum...- encara-o - Paula não te deixou dormir com ela! - vai entrando para casa. Vou passar um café, venha tomar!

— Daqui a pouco eu vou!

 

 

 

 

Segue até o pergolado de madeira no gramado e deita-se na rede, onde adormece inconscientemente.

Horas mais tarde Paula se surpreende com a mesa do café posta.

 

 

— Não acredito! - a vê. Diva! O que você está fazendo aqui? Teimosa!

— Vim passar a quarentena com vocês! Como já estávamos fazendo. Não seja chata. - coloca o leite na mesa. Tome seu café!

— Você precisa ficar em casa!

— Estou em casa! Aqui estou mais segura. Deixe de bobeira.

— Tudo bem! - sorri. As crianças vai enlouquecer quando ver você!

— Estou morrendo de saudades deles! - ri.

 

 

Sentam as duas para o café da manhã. Diva comenta sobre Vitor logo de madrugada na varanda e Paula não a responde, fazendo-a entender que não queria tocar no assunto.

Cíntia entretém as crianças durante todo o dia, que para Paula e Vitor é um verdadeiro martírio sem se falarem normalmente.

 

 

 

— Posso entrar?

— Estou um pouco ocupada! - o vê na porta.

— É só para avisar que você precisa ir comigo amanhã... Minha mãe realmente não pode!

— Eu sei! - volta olhar para o computador.

— Paula...- vai entrando.

— Vitor, estou ocupada! - o encara - Agora não dá! Por favor.

— Quando vai dar?

— Quando você souber o que sentiu! - o encara.

— Pelo amor de Deus! - fecha a porta do escritório atrás de si. Você precisa parar com isso. Está criando algo que não existe e se ferindo, ferindo a gente.

— Eu não quero conversar! Sai, por favor.

— Não, não vou sair! Nós vamos convers...- observa ela se levantar e sair - Meu amor, por favor! - segura ela.

— Estou dizendo que agora não! - retira a mão dele de si. Você não venha me pintar de doida! Não venha dizer que estou criando coisa. Porque não estou. Se eu não existisse, você teria amanhecido com ela!

— VOCÊ EXISTE!

— Está vendo? Nem nega! - aponta. Eu existir é o único empecilho para você não ter corrido pros braços dela novamente!

— Paula! - fica nervoso.

— EU EXISTIR TE PROÍBE DE VIVER ESSE AMOR MAL RESOLVIDO! - gesticula.

— VOCÊ EXISTE NA MINHA VIDA PORQUE EU AMO VOCÊ!

— NÃO! - ri - EU EXISTO PORQUE EU SEMPRE ME CONVIDEI PARA SUA VIDA, EU FUI ATRÁS, EU QUE SEMPRE ME DOEI! - começa chorar. EU SOU A IMATURA QUE TE RESTOU! ELA É A MÉDICA, INTELIGENTE, ELEGANTE QUE VOCÊ ESTARIA TRANSANDO SE NÃO FOSSE EU EMPATAR SUA VIDA!

— Por favor... Não faz isso! - se aproxima dela. Por favor! - segura a mão dela. Você sabe que nada disso é verdade! Você existe porque te amo! Você está aqui porque te amo. Você não empata minha vida, você é minha vida. Para com isso! - a puxa para um abraço.

— Eu...- chora, se rendendo aos braços dele. Você precisa falar a verdade para mim! Te imploro!

— Estou te falando a verdade, Paula! - olha para ela. Por favor! - acaricia ela. Olha para mim! - segura a cabeça dela. Eu sei que já errei demais com você e que isso te traz muita insegurança. Mas, eu jamais te deixaria por alguém. Você é quem eu quero e escolho todos os dias. Eu não fiquei balançado por ser a Jéssica, fiquei surpreso! Não imaginava encontrar ela aqui. E fiquei com medo. Medo do que você ia pensar exatamente por isso! Você a conheceu. Se fosse outra qualquer, tudo bem. Mas não! Você a conheceu, por isso se sente assim. Só que não tem razão pra isso. Tudo bem?

— Você não se sentiu balançado por ser ela?

— Não, amor...- acaricia o rosto dela. Ela é meu passado!

— Ela foi embora e te deixou... Pode ter restado algo!

— Não foi bem assim. Mas, não vem ao caso! A questão é que estou casado com quem quero. E não seria diferente se lá no passado ela não tivesse ido para qualquer lugar. De qualquer forma, hoje estaria com você!

— Não sabemos! - enxuga as lágrimas.

— Eu sei! Juro pela minha vida que te amo, pela vida dos nossos filhos!

— Vitor! - o repreende.

— Estou querendo te provar que é verdade!

 

 

 

 

Ela se encolhe nos braços dele, tentando fazer com que aquelas palavras entrem em sua alma e a tranquilizem.

Na manhã do dia seguinte, tomam café da manhã com os filhos e seguem para a clínica, onde são recepcionados e Vitor é preparado para o procedimento.

 

 

— Bom dia! - vai entrando na sala lendo um papel. Vitor Chaves Zapalá Fernandes Pimentel! - o vê. E responsável... Cadê? - procura.

— Aqui! - se aproxima.

— Paula! - se surpreende.

— Oi Jéssica! - sorri.

— Então...- olha para Vitor.

— Minha esposa!

— Uau! - sorri. Você é mamãe de 04 fofuras?

— Sim! - pega uma foto no celular. Olha só...- mostra. São lindos! - sorri.

— São mesmo! - vê. Own... Muito fofos! Sua cara. - olha para Vitor.

— São mesmo! - guarda o celular.

— O enfermeiro vai te informar sobre o procedimento, Paula... Enquanto isso, podemos ir para a sala de cirurgia! - se vira pra Vitor. Daqui algum tempo nos vemos.

— Pulinha...- a chama.

— Oi...- se aproxima.

— Até daqui a pouco! - beija a mão dela.

— Até! - se abaixa e o beija. Depois da cirurgia vamos nos divertir sem preocupação! - riem.

— Não vejo a hora! - ri.

— Vai com Deus! - beija a mão dele.

 

 

Jéssica se retira da sala junto de Vitor. Paula é levada para uma apartamento dentro da clínica, onde aguarda o fim do procedimento impaciente. Procura notícias quando passa dos trinta minutos, mas ninguém sabe lhe informar nada.

 

 

— Marisa, oi...- atende o celular.

— Oi querida, já acabou?

— Não! Ainda não... Não vem ninguém me dizer algo.

— Tenha calma. Demora um pouquinho mesmo!

— Francesca mamou?

— Sim! Pegou bem a mamadeira.

— Ok! - vê Jessica se aproximar. Preciso desligar, a médica vem vindo! Depois ligo. - desliga.

— Oi! - entra, fechando a porta. Desculpa a demora! Demorou um pouquinho para ele ceder a anestesia.

— Sim... Ele tem isso!

— Logo ele estará no quarto! Licença...- vai saindo.

— Jéssica? - chama. O que você quer com ele?

— O que eu quero com Vitor? - olha para ela. O que te fez pensar que...

— Eu sei! - a interrompe. Nós mulheres sabemos!

— Ok...- fecha a porta do quarto. Quando Ricardo me disse que me passaria um paciente e que eu deveria ter sigilo total, jamais imaginaria ser ele. Eu não vim para Uberlândia atrás dele. Aliás, só soube que ele veio morar aqui porque quando cheguei na cidade, todos falaram que Victor e Leo moravam aqui. E ok. Quando vi que se tratava dele, aí sim... Aí eu cogitei a hipótese de convidar para jantar, de podermos sair. Sei lá. Eu não sabia que ele estava casado! Não há muita coisa sobre vocês na internet. Tão pouco que ele tem filhos. A minha intenção era sim poder sair com seu marido, mas ele estando sem compromisso e quando falo sem compromisso, é sem ninguém na cabeça também! Um dos grandes motivos, além de se tratar da minha carreira, óbvio, para que eu fosse para os EUA é que eu não era mais prioridade na vida dele! Não era comigo que ele queria estar. E como você disse, uma mulher sabe... Eu soube quando não era mais desejada e nem querida por ele. Soube quando ele deixava de ir me ver, furava com nossos encontros, porque tinha algo com você!

— Nós nunca tivemos nada enquanto ele te namorava!

— Não fisicamente! Mas você não saia da cabeça dele. Ele falava de você o tempo todo! No quanto você tão jovem era tão forte, batalhadora, super inteligente, uma menina enfrentando coisas de adulto, etc... O tempo todo! Você surgiu e destruiu meu relacionamento mesmo sem saber. Ele não assumia que gostava de você! Quando eu o colocava contra parede, ele ficava maluco. E ali já sabíamos que realmente ele não só gostava, ele já te amava. Acho que ele deu graças a Deus quando fui embora! - ri - Estava livre e não teria peso na consciência pra terminar comigo e ficar com você! E não, não vou fazer isso com você. Até porque não existe qualquer possibilidade! Se existisse, confesso, tentaria estar com ele. Mas não existe. Isto está claro! Não sou o tipo de mulher que mendiga homem que não me quer!

— Demoramos muito para conseguir ficar juntos... - não sabe o que dizer.

— Imagino! Quantas pessoas como eu não foram enganadas nesse tempo todo... - ri. Me desculpe! - se dá conta do que falou. Creio que ele estava temendo isso... Antes de ficar desacordado ele me certificou do amor por você. Então... Fiquem despreocupados! - se retira.

— Mulherzinha abusada! - fala sozinha.

 

 

 

Telefona para Marisa e conta da cirurgia. Aguarda mais um pouco e trazem Vitor para o quarto, ainda tonto pela sedação.

 

 

 

— Oi! - sorri.

— Quero água!

— Vou pegar! - pega um copo de água e o ajuda beber. Pronto! - coloca ao lado. Está com dor?

— Um pouquinho! Paula... É horrível.

— O que?

— Você tem noção de como é a anestesia? É local.

— Santo Deus! - se assusta.

— É! - arregala os olhos. Santo Deus!

— Pensei que era geral!

— Não! Me sedam e a anestesia é local. Mas vi a agulha antes de adormecer... É terrível imaginar.

— Pensa que foi que sua ex enfiando a agulha no seu pênis.

— Paula! - riem. Ai! - reclama de dor. Tem isso ainda!

— Ela esteve aqui e eu dei uma de doida...

— Meu Deus Pulinha... O que você foi fazer?

— Nada! Só perguntei o que ela queria com você.  Você acredita que a abusada tinha a intenção de ter algo com você novamente? Diz que só aqui descobriu que você não era mais solteiro. Mas duvido! Ela não tem rede social?

— É... Também duvido.

— Vi... Quando ela foi embora, você ia terminar?

— Como assim?

— Quando ela foi para a Califórnia, você já ia terminar com ela?

— Ah... - lembra - Não estávamos bem!

— Ela me contou algumas coisas...

— Que coisas? - se remexe desconfortável.

— Sobre mim! Ela disse praticamente que foi culpa minha.

— Paula...

— Que eu estraguei! - arruma uma travesseiros nele.

— Não fique pensando nisso!

— Foi por minha causa? - olha para ele. Você gostava de mim?

— Pulinha... Conversamos depois, tudo bem?Estou bem cansado!

— Tudo bem!

— Será que ela vai demorar para vir me dar alta?

— Creio que não! Ela disse que logo voltaria. Quer ir colocando a calça?

— Sim!

 

 

Paula o ajuda a se vestir. A vasectomia, por ser um procedimento simples, não demanda internação hospitalar, o que permitiu que logo pudessem ir para casa. No caminho Paula vai incomodada, querendo tocar no assunto sobre Jéssica, mas evita. Já em casa, ele se acomoda no quarto e ela se ocupa com as crianças.

 

 

 

STORIES ON

 

Oi amores! - sorri. Olha o que tem aqui! - mostra um bolo de fubá sobre a mesa. Minha mãe e minha sogra em casa não está dando certo! - ri. A dieta vai para os ares! - olha Vitor chegando.

 

STORIES OFF

 

 

— Por que está levantando?

— Estou com fome! Te mando mensagem e você não vê. Compra um sino para mim tocar!

— Eu vou comprar um para tocar na sua cabeça! - se levanta. Senta aqui com calma...- o ajuda. O que quer comer? Tem bolo de fubá, vitamina, café, broa!

— Um pouco de vitamina!

— Podemos conversar sobre aquele assunto? - abre a geladeira e serve a vitamina dele.

— O que quer saber?

— O que ela quis dizer com aquilo!

— Você sabe!

— Por que nunca me disse? Já imaginou como poderia ser diferente se...

— Por isso! - interrompe. Por isso não falei! Porque você vislumbra um passado que não foi nossa realidade e tudo bem. Estamos aqui! - bebe a vitamina. Cadê as crianças!?

— Brincando...

— MÃE! - entra brava. Antônia quebrou meu patinete! - mostra.

— Não quebrei! - vem atrás chorando.

— Calma gente! O que aconteceu? - acalma Antônia.

— Ela foi andar com meu patinete e quebrou!

— Eu cai!

— VOCÊ QUEBROU!

— Vitória! - Vitor intervém. Por favor filha... Sem gritar.

— Mas ela quebrou! - mostra. Eu vou ficar sem? - começa chorar.

— Me deixa ver! - pega dela. Só está solto aqui...- encaixa. Pronto! - entrega. Não está quebrado! Sobe aí Pulinha... Veja se está seguro!

— Deixa eu ver, Vivi! - sobe. Está ótimo filha! - anda um pouco. Está vendo? - entrega para ela. Problema resolvido! Não precisava gritar, ficar nervosa, nem acusar sua irmã.

— Mas ela não tinha que pegar meu patinete! - sai da cozinha andando.

— Só queria andar um pouquinho! - olha para a mãe. Não queria quebrar!

— Eu sei meu amor! - a beija. Está tudo bem!

— Vamos comprar um para você, filha! Que cor você quer?

— Roxo! - olha para o pai feliz.

— Será roxo! - sorri. Vai brincar... Não fica chateada, você não fez nada, amor!

— Tá! - volta para o jardim.

— Vamos comprar um?

— Sim! Qual o problema? - bebe mais um pouco da vitamina - está horrível! - faz careta.

— Não é assim que funciona! Podem dividir o patinete.

— Vitória adora o patinete e foi um presente para ela!

— Você passa a mão na cabeça de Vitória desde que ela nasceu!

— Que? - ri. Paula, não começa!

— Tudo que ela faz, você dá um jeito de consertar! Se ela briga, você resolve, se ela bate, você encontra desculpa, se alguma das crianças pega algo dela, você quer comprar outro, menos ensinar Vitória a dividir! Você não enxerga isso, mas para você Vitória sempre é perdoada!

— Paula, estamos falando da nossa filha... Uma criança!

— Estamos falando de todos os nossos filhos! De como você protege só Vitória.

— Você só pode estar brincando, né? - fica nervoso.

— Vitor... Só estou dizendo que você mima Vitória. Você deixa ela fazer o que bem entender e quando bem entender! E sou eu sempre que pago de chata quando dou bronca.

— Você é exigente! Você é carrasca muitas vezes. São crianças! São apenas crianças.

— Vai começar! - o ignora. Você já está mudando de assunto!

— Não estou! Você está jogando na minha cara que prefiro mais um filho do que outro. Eu só estou te falando que você é carrasca com eles!

— Não disse que você prefere! Você já está criando coisa. Só disse que você a mima mais! E ela é desobediente e teimosa.

— Ela é sua filha! Ela é como você. Desobediente e teimosa! Você toda hora a compara com os outros. Antônia e Vitor são retraídos, ela não. Eles têm personalidades diferentes! Você não pode punir Vitória por isso e dizer que eu a protejo.

— Aí chega! - escora na pia. Estou exausta! Você não aceita e distorce o que falo. Continua sendo o papai maravilhoso e deixa que eu faça a parte horrível! - sai.

— Paula? - chama. PAULA?

— O que foi? - chega na cozinha. Você está aqui? Deveria estar deitado!

— Me ajuda a levantar!

— Vem! - Marisa o ajuda.

— Paula disse que prefiro Vitória... Que de todos os meus filhos, eu prefiro Vitória! Isso é verdade?

— Vitor...- olha para o filho.

— É verdade?

— Meu filho, não existe amarmos mais um filho.

— Não falei sobre amar... Deixa para lá!

 

 

 

Marisa o deixa no quarto. Paula sai do closet e se depara com ele se deitando.

 

 

— Te chamei para me ajudar!

— Você foi até lá sozinho, podia voltar!

— Não quero que fale mais aquilo! Por favor.

— Não quero que você faça muitas coisas também!

— Paula...

— Olha, esquece! Só preste atenção nas suas atitudes. - batem na porta - Entre!

— Ela está com fome e não quis fruta!

— Vem amorzinho! - pega a filha no colo. Você quer mamazinho, né? - ri da bebê.

— Como você está? - olha para o genro.

— Até que bem! Pensei que doeria mais.

— Ainda bem! Sinal de que valeu a pena sua tentativa de fazer ele voltar a funcionar...- ri dele.

— ELE FUNCIONA! - joga uma almofada em Dulce que sai rindo.

— A professora do balé de Vitória conversou comigo hoje... - conversa com ele enquanto amamenta Francesca.

— Sobre?

— Tirar Vitória das aulas!

— Como assim?

— Ela não desenvolve no balé, não leva jeito! Me falou que ela acaba atrapalhando os outros alunos.

— Que absurdo!

— Não! Não é um absurdo. Vitória odeia o balé! Eu que insisti. Achei que ela gostaria. Ela me indicou colocá-la na patinação artística! Mas acho tão perigoso...

— E tem isso aqui?

— Tem! - mostra o Instagram da escola para ele.

— Acha que ela gostaria?

— O que você acha?

— Que sim! - ri.

— Foi o que pensei! - sorri. Depois conversamos com ela.

— E Antônia?

— No balé?

— Ela não tem idade ainda para fazer as aulas?

— Tem! Mas como já fazem aula de outras línguas, de música, não quis exagerar!

 

 

Amamenta Francesca que fica com o pai na cama assistindo televisão enquanto ela resolve experimentar alguns vestido que Eduardo enviou de presente.

 

 

— Me deixe ver? - Vítor a observa no closet.

— Meus peitos ficaram caídos! - vai até ele.

— Seus peitos são lindos! Os mais lindos que já vi.

— Já falei que sua opinião sobre meu corpo não vale! - riem.

— Só porque desfruto dele? Isso é que não vale!

— Vou colocar uma fita para dar uma subida! - se arruma em frente ao espelho. Porque desse jeito impossível usar esse vestido!

— Está lindo! Impecável.

— Sim, é lindo!

— Está lindo, não é. Está lindo porque está em você!

— O que você está querendo? - o encara.

— Nada! Que absurdo você dizer isso. Sempre te elogio!

— Hum...- começa rir - É verdade!

 

 

As semanas passam devagar para os dois que sofrem pelo distanciamento da recuperação.

 

 

— Será que ela te dará alta hoje?

— Provavelmente! - se perfuma.

— Por que está passando perfume para ver ela?

— Que? Passo perfume todo dia depois do banho! Não começa! - vai até ela. Já pedi que vá comigo para que não fique insegura. O que preciso fazer para você parar com isso? - coloca as mãos sobre a cintura dela, a trazendo para si.

— Não queria ter que voltar naquela mulher!

— Se não voltarmos não podemos brincar...- sorri.

— Brincar do que pai? - pergunta enquanto mexe nas maquiagens.

— Pensei que ela não escutaria! - sussurra para Paula rindo.

— Até eu escutei! - chega no closet - o carro está pronto! Papai e mamãe brincam de coelhinho na toca. - olha para neta.

— Mãe! - olha para Dulce.

— Como é essa brincadeira? Posso brincar?

— Não! - Paula vai até Antônia. Filha, vai com a vovó... Depois conversamos!

— Coelhinho na toca? é nova para mim!

— Minha mãe faz cada comentário! - termina de se arrumar. Tire a calça para mim ver... Está inchado?

— Não! - desabotoa a calça. Está normal!

— Então acho que ela te dará alta!

— Olha aí...- mostra.

— Hum... Tá legalzinho! - observa.

— Legalzinho? - começa rir. Você está me insultando! - se veste novamente.

— Vamos logo! - sai rindo.

 

 

 

Paula dirige durante o caminho enquanto ele vai jogando poker on-line no celular dela.

 

 

— Quem é a toca?

— O que?

— Da brincadeira... Quem é toca, quem é coelho?

— Pelo amor de Deus!

— Estou falando sério! Nunca tinha ouvido isso, achei engraçado. - ri.

— Minha mãe não segura os comentários dela! Isso é do tempo dela.

— Acho que sou a toca...

— Vitor... Por favor! Não se faça de burro. Eu sou a toca!

— A toca...- pensa - Nossa, verdade! - riem. Fui bem burro mesmo.

 

 

Chegam a clínica de Jéssica e logo são atendidos. Vítor retira a roupa e ela o examina.

 

 

— Só tem mais um ponto. O resto caiu!

— Isso é bom?

— É sim! - olha para Paula em cima, observando. Tem sentido dor?

— Não! Ele não tem sentido dor. Parou na segunda semana.

— Ah...- olha para ela novamente. Bom! Tudo certo! - se afasta tirando a luva. Está excelente a cicatrização, você já pode retomar as atividades. - vai até sua mesa e prescreve uma medicação. Só continue tomando esse medicamento por uma semana! - entrega a receita para Paula.

— Queria pedir um favor... - se levanta da maca se vestindo.

— O que?

— Poderia retornar meu acompanhamento com Ricardo?

— Bom...- se surpreende - ele não é especialista nisso... Mas, compreendo! Se é sua vontade, respeito.

— Creio que seja melhor até porque isso não é uma situação muito agradável! Tivemos uma história no passado que está bem resolvida, mas não quero mais ter que mostrar minhas partes íntimas e você também extrapolou um pouco dos limites... Você sempre soube que eu estava casado. Existem fotos nossa na rede social. Tem matérias que falam sobre isso! Você mentiu desde o início. Vamos? - olha para Paula que fica sem ter o que dizer.

 

 

Vítor vai até a porta e abre, aguardando Paula passar em silêncio. Em seguida faz o mesmo.

Já no carro, ele pede para dirigir.

 

 

— Está tudo bem? - corta o silêncio.

— Sim! Só esperei receber alta, não queria dizer nada antes porque precisava dela. Vai que ela me judiasse? Cortasse meu coelho fora?

— Seu coelho? - riem - Só você mesmo!

— Quer passar em algum lugar?

— Não! Vamos para casa. Francesca vai mamar daqui a pouco e não deixei leite. Sua mãe inclusive está mandando foto no grupo! - sorri.

 

 

 

WHATS ON

FAMÍLIA FERNANDES CHAVES ♥️

 

Marisa: Olha mamãe, como estou esperta no banho aguardando seu mamá! ☺️

 

{foto: entrem no link descrito nas NOTAS FINAIS}

 

Paula:  Mamãe está chegando, meu amor. Cadê os outros?

Marisa: estão terminando de ver as aulas!!

Paula: ótimo!

Dulce: é muito perfeita nossa moreninha!!!

 

WHATS OFF

 

 

— Olha...- mostra a ele.

— Ôh papai! - sorri. Perfeita nossa raspinha!

— Sim! - admira a foto. Preciso revelar algumas fotos deles!

— Sim!

 

 

Chegam em casa algum tempo depois e seguem para o quarto, onde tomam banho para pegar as crianças.

 

 

— Mãe? - abre uma brecha da porta.

— Oi, amor!?

— Posso entrar?

— Pode! - ri.

— Oi...- entra.

— Oi pitoca! O que foi?

— Nada! - vai até a cama. Quero ficar aqui com você.

— Senta aqui pertinho! - a puxa. Francesca está mamando!

— Mãe, vocês compraram meu patinete?

— Ainda não amor... Pode ir brincando com o da Vitória.

— Mas ela não deixa!

— Depois vou conversar com ela.

 

 

Na cozinha Vitor toma café da tarde na companhia da mãe e da sogra que organizam os armários.

 

 

— Você quer algo?

— Eu?

— É! Fica me rondando... Fala de uma vez!

— Já que você insiste... - coloca as mãos sobre o ombro dela. Poderia ficar com as crianças hoje?

— Já não fico?

— Estou falando a noite! Preciso sair com a Paula.

— Para onde irão?

— Segredo! - olha para a sogra.

— Vai estrear o brinquedo!

— Dulce! - riem. Vamos só relaxar um pouco... Muita tensão nos últimos dias.

— Isso é verdade! Eu fico com eles, não se preocupe. Você pode descansar Marisa, porque eu passo a noite e você fica no dia amanhã, pode ser?

— Pode sim!

— Isso! Se resolvam! Se revezem para cuidar dos netinhos...

— Me surpreende... Porque você nem queria a gente aqui.

— Criando eles, não mesmo! Quem cria é pai e mãe... Mas cuidando, tudo bem. - sorri.

— Tá bom! Deus está vendo.

 

 

Pela noite Paula se organiza para deixar as crianças com a mãe.

 

— Já está pronto? - se espanta. Você sempre se atrasa!

— Estou! - ri. Quer ajuda?

— Leva esse leite para minha mãe! - entrega pra ele. Acabei de tirar para Francesca! Vou terminar minha maquiagem, colocar meu vestido e vamos!

— Tá bom!

 

 

Ela termina de se arrumar, se despedem dos filhos e seguem até o restaurante. São recepcionados e no caminho para a mesa, surpreendidos ao reconhecerem rostos familiares, causando tensão!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

COLEM ESSE LINK NO NAVEGADOR PARA CONSEGUIREM VER A IMAGEM:


https://amordeborboleta.tumblr.com/post/648228923408269312/marisa-olha-mam%C3%A3e-como-estou-esperta-no-banho



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