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Capítulo 160
Capítulo 160 - O MORCEGO




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Alguns dias se passam. Marisa viaja para Belo Horizonte acompanhando a irmã que foi embora. Dulce e Cíntia viajam para Sete Lagoas, visitar os familiares e na casa ficam somente Paula, Vitor, os filhos e Diva, que não quis tirar suas férias para que eles não ficassem sem ajuda, já que Lucy e Lidiane haviam tirado.

 

 

— Já vou indo! - aparece na porta.

— Tá bom Diva! - sorri. Obrigada pela ajuda!

— Amanhã estou de volta bem cedo! Beijos! - sai.

 

Paula amamenta a filha na sala de televisão, enquanto assiste sua nova série predileta. Vitor chega alguns minutos depois, ainda de roupão, perguntando por Diva.

 

 

— Será que ela deixou a comida das crianças pronta?

— Amor, depois vou preparar o jantar ainda! Ela estava muito cansada, já havia dado banho neles. Por falar neles, como estão?

— Vendo TV no quarto da Antônia. Ela está mamando bem, né? - observa a filha.

— Sim! - sorri enquanto acaricia a pele macia da bebê, admirando-a. Ricardo me telefonou hoje! - olha-o. Falou que você pode começar os exames para a cirurgia.

— Farei isso na próxima semana! Essa estou atarefado com as gravações dos clipes para o lançamento das canções.

 

 

Vitor havia trabalhado nos últimos meses no lançamento de um projeto com algumas canções inéditas. A ideia de uma série musical surgiu em uma conversa com Paula durante a madrugada, sendo aprovada por uma equipe que ele contratou para auxiliar no processo das gravações.

 

 

— Já escolheram a atriz que vai contracenar com você?

— Não sei, Pulinha... Não me comunicaram nada.

— Entendi! - levanta a filha sobre seus ombros, a aguardando arrotar. Vou preparar um peixe com molho, ok?

— Tudo bem, o que preferir! Te auxilio.

— Ótimo! - levanta-se. Fica aqui amorzinho...- coloca Francesca no carrinho e seguem para a cozinha.

 

 

Colocam o carrinho da bebê próximo a ilha da cozinha enquanto separam os ingredientes.

 

 

— Olha aqui...- mostra. Está bom assim?

— Corta mais grossinho... - olha.

— Certo! - volta cortar. Pulinha, assisti sua entrevista com a Tata Fersoza hoje...

— Gostou?

— Sim! - ri.

— Acabei falando coisas mais íntimas! - riem.

— Percebi! - olha para seu celular sobre a mesa. Quem será? - limpa as mãos e atende. Alô? Oi... - se afasta da cozinha.

 

 

Paula o observa sair e fica intrigada. Vitória chega na cozinha e pede um pouco de suco.

 

 

— Amor, vai ver onde o papai está?

— Ele tá ali! - aponta para a sala.

— Fazendo o que?

— Uai... Não sei! Cadê meu suco, mamãe?

— Vai até lá e pergunte com quem ele está falando! Mas não diga que foi a mamãe que pediu.

 

 

Vitória vai até o pai que, ao vê-la, já imagina que foi a pedido de Paula.

 

 

— Diga para mamãe que já vou! - afasta o telefone.

— Com quem você está falando? Posso saber?

— Não pode saber! Agora vai... Papai está trabalhando!

— Tá né...- retorna a cozinha. Ele falou que está trabalhando! Posso pegar meu suco?

— Toma! - entrega. Beba aqui... - retorna ao fogão. Vivi, você poderia ficar olhando a Francesca enquanto a mamãe prepara aqui? - não tira os olhos da panela. Se ela chorar, balance um pouco o carrinho que ela volta dormir...

— Oi? - não entende.

— Se a sua irmã chorar...- olha para trás. Uai, cadê Vitória?

— Voltou para o quarto!

— Nem vi! Que atrevida. Quem era no telefone?

— Da produção dos clipes!

— E precisava sair daqui para atender?

— Eu não estava ouvindo direito!

— Ah, me poupe!

— Não enlouquece! - volta a cortar a cebola.

— Já estou bom! - pega o prato dele e coloca a cebola na panela.

— O que faço agora? - lava as mãos.

— Saia da cozinha para que eu não me irrite com você!

— Pulinha...- seca as mãos indo até ela. Não fale assim! - cheira seu cangote.

— Para! - bate com a colher de pau no braço dele.

— Maluca! - ri, enquanto a abraça pelas costas.

— VITOR! - tenta afastar ele.

— Pare com isso! - beija seu pescoço.

— Vou queimar a comida! - se contorce.

— Não tem problema!

— Tem problema sim! - o cutuca entre as pernas, fazendo-o se afastar com dor.

— Você é doida! - coloca a mão.

— Uai, te avisei! - ri.

— Depois quando você vier com graça, você vai ver...- vai até a geladeira.

— Vai colocar gelo? - se acaba de rir.

— Muito engraçada! - pega uma jarra de água. Vou bater um suco!

— PAI! - chega correndo.

— Oi! - a vê.

— Vitor fez xixi nas calças! Tá lá chorando!

— Ué! - estranha. Vai ver o que houve Vitor! Ele não faz xixi na roupa.

 

 

Ele vai até o quarto e encontra o filho bravo com Vitória que estava rindo dele.

 

 

— Vitória! - olha-a.

— Pai, foi sem querer! - chora.

— Não deu tempo de ir ao banheiro, filho? - vai até ele.

— Eu... - vai até o pai chorando.

— Tudo bem! Se acalma, amor...- o abraça. Não precisa chorar! Acontece mesmo.

— Pai, acho que tava doendo nele...

— E porque você estava rindo? - fala bravo com ela.

— Porque ele tava chorando!

— Você está com dor, filhao? - ele assente - está doendo para fazer xixi? - assente novamente. Tudo bem...- retira a camiseta dele. Vamos tomar um banho! - o pega no colo.

 

 

Leva-o até o quarto dele e banha-o. Percebe que o filho está quente e vai até a cozinha com ele.

 

 

— Pulinha, acho que ele está com febre!

— Febre? - se preocupa. O que foi, amor? - o pega.

— Disse que estava com dor para fazer xixi! - olha-o.

— Pega o termômetro na dispensa! - o acaricia.

 

 

Retorna com o termômetro e colocam em Vitor, conferindo minutos depois.

 

 

— Está um pouco alta mesmo! - se preocupa.

— Ligamos para Ricardo?

— Não... Ainda não! Vou dar um remedinho...

 

 

Medicam o filho e deixam ele na cozinha para que possam ficar observando. Após preparem o jantar, sentam os filhos na mesa e comem junto deles.

 

 

— Terminei! - se levanta da cadeira. Posso voltar para a TV?

— Não filha! Já deu de televisão por hoje.

— Vai brincar um pouco com os cachorros, estão estressados! - se levanta.

 

 

 

Paula vai retirando a mesa conforme as crianças terminam. Vitor (filho) deita-se no sofá e Antônia o faz companhia enquanto os pais organizam a cozinha.

 

— VITÓRIA! - a vê andando de patinete dentro de casa. Que isso?

— Uai, estou brincando!

— Dentro de casa, não né!

— Aff! - joga no chão e sai.

— VOLTA AQUI E PEGA!

 

 

Espera ela recolher o brinquedo e a coloca de castigo pela má criação. Vitor busca alguns jogos na brinquedoteca e brinca com os filhos enquanto Paula amamenta Francesca. Ao perceber o sono chegando, os banha e leva até seus quartos aguardando um por um adormecer.

 

 

— Dormiram! - encosta na porta.

— Que bom! Francesca também...

— Estou na adega caso precise de mim.

— Vai fazer o que lá?

— Espairecer um pouco! - sai, fechando a porta.

 

 

Paula resolve tomar um banho, ao sair liga a babá eletrônica e decide ir até o marido. Bate na porta da adega e recebe permissão para entrar.

 

 

— Aconteceu alguma coisa? - coloca o charuto sobre a mesa assustado.

— Não! - ri, fechando a porta. Não posso querer vir aqui?

— Pode! É que faz tanto tempo que você não vem.

— Me conta sobre os clipes que vai gravar...- senta-se.

— Quer? - oferece o charuto.

— Até parece! - ri.

— Serão 10 ao total... Um pra cada canção. Vamos gravar em uma locação em São Paulo.

— São Paulo?

— Sim, no interior! Provavelmente ficaria uns bons dias longe de casa... Mas, já estou me organizando para alguém ficar e te ajudar.

— Nossas mães estarão aqui!

— Sim! Mas ainda assim...

— Vou ficar bem!

— Se você pudesse ir comigo... Poderíamos aproveitar alguns dias sozinhos!

— Bem que eu queria... Mas Francesca é muito bebê ainda, a amamento, enfim... Não tem como! Queria te falar uma coisa...

— O que?

— Na semana que vem começo os ensaios para os possíveis shows que virão! O pessoal da banda virá pra cá...

— Isso é bom! - sorri, a admirando. O que você tem?

— Eu?

— Sim! Não está bem.

— Nada! Não tenho nada. Só... Enfim, deixa pra lá. - sorri.

— Diz!

— Será que estamos nos afastando?

— Não! Por que estaríamos? Não pensa nisso. É só mais uma fase que vamos enfrentar. Francesca precisa de você. De nós!

 

 

Ela não tinha certeza daquilo. Mas também não o questionou. Ficaram em silêncio, ela observando-o tragar seu sagrado charuto e ele imerso nos próprios pensamentos.

 

 

— No que está pensando...?

— Quer mesmo saber? - a encara.

— Sim! - sorri.

— Estou pensando se posso te jogar nessa mesa e fazer o que quero. - apaga o charuto.

— E o que você quer? - ri.

— Ah... - se levanta - melhor não falar... - começa a tirar as cartas da mesa. Eu estava separando algumas cartas para jogar poker.

— Sozinho? - o observa.

— É... Não tem outra solução!

— Posso jogar!

— Jogar poker comigo? - se espanta.

— É... A gente pode jogar de um jeito diferente! - propõe.

— Diferente como? - se apoia no balcão. Um erro seu, uma peça de roupa a menos?

— Não... - se levanta e vai em direção a ele. Porque se for assim, não vai ter graça nenhuma. Uma rodada e pronto...

 

 

Para próximo a ele, abrindo o robe e exibindo seu corpo nu.

 

— Você não veio para cá querendo conversar! - a admira.

— Você acha mesmo que com 4 filhos, um dia inteiro repleto de compromissos e um marido tão gostoso eu vou querer conversar no momento que estamos sozinhos?

— O marido gostoso não posso concordar! - retira a camiseta. Mas do resto, é fato... - ri, se aproximando dela.

— Hoje não! - coloca a mão sobre o peito dele. Hoje não vai ser você que vai fazer como quiser...- o afasta até o balcão. Estou cansada de você mandar em mim...

— Eu mando em você? - riem - Está bem contraditório isso!

 

 

O coração acelera quando ela leva aos mãos a calça, desabotoando-a.

 

 

— Pulinha...- respira fundo.

— Shiu...- retira a calça dele. Está na hora de você sentir um pouquinho do que sinto...- puxa a peça íntima dele até o chão.

— Paula! - a observa.

— Sobe nesse balcão! Não te aguento.

— Pulinha...- coloca aos mãos sobre a nuca dela, a puxando para um beijo. Te amo tanto! - sussurra. Chega doer... Latejar! - desce para o pescoço dela, beijando.

 

 

Sente seu corpo todo tremer quando ela leva a mão a sua intimidade. A segura ainda mais forte perto de si, como se desejasse colocá-la dentro do seu corpo de uma vez só.

 

 

— Sobe nesse balcão! - fita os olhos dele com um fervor jamais sentido. Agora!

 

 

Vitor engole seco e faz o que ela pede. Antes mesmo de se recuperar, sente os lábios dela sobre seu corpo. Não consegue mencionar qualquer palavra por inteiro, sentindo o coração literalmente subir pela garganta. Segura os cabelos com uma força sobrenatural, olhando-a fixamente enquanto ela o faz perder o ar de tanto prazer.

 

 

— Pulinha! - geme o nome dela - Não faz isso! - joga a cabeça para trás buscando um mínimo de consciência.

— Não mesmo? - leva as mãos onde seus lábios estavam, aguardando uma resposta dele.

— Faz! - riem - Faz sim! Eu te amo... - pisca para ela enquanto lida com a dor e o prazer. Você vai me enlouquecer ainda! - sente os lábios sensíveis dela sobre si.

 

 

Sente o anseio pelo ápice do prazer explodir aos poucos sobre suas veias, percorrendo todo seu corpo. Prestes a entrar em total inconsciência, a puxa pelos cabelos para si. Desce do balcão e a coloca sobre seu colo, tropeçando até a mesa de poker.

 

 

 

— Você me deve um whisk! - passa a mão sobre a mesa derrubando o litro de whisk no chão.

— Você quer que eu te pague como? - ri. Em dinheiro, cheque, cartão... - o observa desejar ela com tanto amor, o que a faz ficar ainda mais excitada. Ou...

— Não se atreva a dizer isso! - acaricia as pernas dela ainda envoltas sobre seu quadril.

— Dizer o que? - coloca aos mãos sobre o cabelo. Sexo? Se você quiser que eu pague com s...- geme ao sentir ele abocanhar seus seios - Vitor... - respira fundo.

— E tem minhas cartas também...

— Estou sentindo várias delas na minha bunda! - ri, assustando-se quando ele a empurra sobre a mesa - O que você vai fazer? - o vê subindo.

— Você vai ver! - afasta as pernas dela - Ou sentir! - começa beijar a coxa interna dela, subindo cada vez mais.

 

 

 

Paula olhou para ele se aproximando cada vez mais de sua intimidade, sem tirar os olhos dela. Tinha uma aparência selvagem, triunfante e poderosa naquele momento. Seus olhos ardiam e brilhavam com um desejo que ela não havia visto antes. Ele a queria. Era excitante. Ele podia ser um homem e, portanto, encontrar satisfação com qualquer mulher a cada vez que se distanciavam, mas naquele instante ela percebeu que era só com ela que ele poderia se sentir assim. Que somente ela ele queria dessa forma com feroz. Ela tinha certeza disso e isso a fez sentir-se a mulher mais linda e atraente da face da terra!

 

 

— Vi... - sente o estômago revirar de tanta excitação. Devagar! - ri com a sensação - Isso...- ergue-se, apoiando o corpo sobre os ombros para observa-lo. Eu podia odiar você! - a boca fica seca - por as vezes... - geme - me fazer me sentir sozinha... - a respiração acelera - e depois me fazer isso! Branquinho...- pede ofegante - Por favor... - sente os olhos lacrimejarem.

 

 

 

Ele sente que ela não suportaria mais, que atingiria o prazer ali mesmo, naquele instante. Então interrompe seus carinhos e segue subindo o corpo dela, beijando cada parte como se fizesse uma cópia daquelas curvas. Ela deita-se novamente sobre a mesa fria e repleta de cartas de poker ainda espalhadas; lutando contra o próprio corpo que estremecia a cada beijo quente dele.

 

 

— Vitor! - olha-o beijando seus seios ao mesmo tempo que com as mãos acaricia seu corpo - Me ama! - sussurra. Pelo amor de Deus! Você está me castigando! - segura os cabelos dele, puxando-o até poder encarar seus olhos - Isso não vai ficar desse jeito! - sorri.

 

 

Vitor a devora com os lábios. Se enfraquece com ela o acariciando assim e sem se opor, a deixa controlar a situação. Paula vira-se sobre ele, colocando-o abaixo de si, preparando-se para seu cobertor, para poder tomar as rédeas da situação e o cavalgar, sem qualquer limite. Ajeita-se sobre ele e sem pressa encaixa-se aos poucos, o observando gemer.

 

 

— Você não presta! - vendo-a se preencher dele cada vez mais.

— Aprendi com você! - riem.

 

 

Se deliciam daquele momento, vagarosamente. Ela o cavalgava sem tirar os olhos dos dele, sentindo o peito comprimir cada vez mais quando o sentia tão preenchê-la tão perfeitamente bem. A mente parecia perder qualquer consciência. O corpo dava indícios que desabaria a qualquer momento. E, mesmo assim, ali ainda estavam, provando da maravilha que eram juntos, um dentro do outro fazendo e sentindo o que jamais sentiam com outras pessoas. Tão próximo de atingir o êxtase daquele momento, ele se coloca novamente sobre ela com uma velocidade e ferocidade que a faz gritar de dor quando seu corpo choca na mesa. Com uma mão apoiando o corpo e a outra no rosto dela, a beija. Beija-a em um ritmo frenético, sussurrando loucuras que ela pedia para ouvir e amores que necessitam ouvir. Em um momento alucinador, Paula crava suas unhas sobre os ombros dele, gritando por ele, por tudo que ele a oferecia. Vitor compreende que o momento dela já havia chegado e antes mesmo de inalar ar para seus pulmões, sente-se mais completo do que tudo que já imaginou. Geme o nome dela, enterrando todo seu suor sobre o pescoço dela, enquanto o corpo pedia descanso. Tinham um ao outro, tinham seus corpos, suas vidas, suas almas para sempre.

 

 

 

— Estava com saudade disso! - ri - Desse tipo de sexo... Desse tipo de...

— Não gosto quando fala assim! - deita-se ao lado dela, ainda tentando entender para onde havia ido o ar.

— Assim como? - se assusta.

— Não fazemos sexo! É loucura pensar isso. Tenha certeza que eu sei o que é fazer sexo com uma mulher e definitivamente não é isso. - sente o peito arder com um tapa dela. Aí! - dá risada.

— Não preciso saber que você fez sexo com outras mulheres!

— Nada se compara a isso...- sorri, acariciando-a. Nada! - a beija. Sem contar que... Eu quem deveria ficar chateado!

— Por que? - sorri.

— Por você achar que isso aqui é só sexo! Você fazia isso com todos os outros?

— Ah Vítor, por favor! - ri. Nem lembro que já tive outros... - deita sobre o peito dele. E não... Isso aqui não é só sexo, não é só uma transa qualquer. Tenho até raiva por isso! Fico mais dependente de você.

— Somos dois! - riem. Falei que as coisas voltariam ao normal...

— Eu sei! É que é difícil pensar nisso quando temos tantas coisas para se preocupar, ficamos afastados o dia todo mesmo estando na mesma casa.

— Eu sei pequena... - acarinha seu rosto. Eu te entendo...

— Não quero a vida afastando a gente! - olha-o. Promete que não vai deixar isso acontecer?

— Dou minha palavra! - sorri.

— Aqui está tão bom... - fecha os olhos, cheirando o corpo dele. Você é tão cheiroso, meu Deus... Mas... Preciso voltar para o quarto! Francesca acorda daqui a pouco.

— Daqui a pouco quanto?

— Hum...- olha o relógio na parede - Daqui uns 20 minutos...

— Dá tempo de um banho...- sorri com malícia - Um banho movimentado! - ri.

— Então vamos! - riem.

 

 

Descem da mesa com cuidado pra não pisar nos cacos de vidro no chão. O litro de whisk havia voado por toda a adega, inundando com o cheiro e os cacos o cômodo todo. Vítor coloca sua calça e Paula o robe e saem da adega correndo até o quarto. Entram de mansinho para não acordarem a filha e seguem para a ducha.

 

 

— Não esquece de limpar a adega depois... Ficou uma bagunça! - sorri entre os beijos dele.

— Eu? Deixa lá...

— Nem pensar Vitor! - olha-o.

— Vai começar? - a encara. Por favor! - a vira de costas para si. Esquece um pouco a casa! -  coloca as mãos sobre a cintura dela, a trazendo para mais perto de seu peito.

— Eu só estou...- fecha os olhos e sorri com ele beijado seu pescoço.

— O que? - escorrega as mãos para a ventre dela.

— Nada! - ri com a sensação.

 

 

Vitor a apoia em seu corpo, acariciando-a cada vez mais profundamente, aguardando que ela estivesse pronta novamente para tê-lo e quando esse momento chega, a coloca em seu colo e a joga sobre a parede quente do banheiro. E, mais uma vez, a habita. Sem pressa. Sem desespero. Aproveitando cada segundo, se levando pra dentro dela e a trazendo para si a cada volta.

 

 

— Eu te amo! - beija-o. Tanto... Tanto! - agarra os cabelos dele enquanto o sente invadi-la com mais rapidez.

 

 

Prende a respiração e apoia seu corpo sobre o dela quando chegam ao limite. A coloca no chão e abraça, inalando o seu cheiro.

 

 

— Amo você, pequena! - beija-a.

— Eu sei! - sorri entre os lábios dele.

— É... Você é convencida! - riem.

— Amor... Preciso tomar banho de verdade agora! - pega o shampoo. Francesca vai acordar!

— Tudo bem! Não vou te atrapalhar...- riem.

 

 

Terminam o banho normalmente e ao saírem encontram a filha já acordada.

 

 

— Ôh minha pitoquinha...- a pega - você já estava acordada, meu amor! - beija-a. Mamãe já vem filha... - a acaricia - aí você vai mamar e dormir de novo, tá bom!?

— Precisamos começar a acostumar ela no quartinho dela! - a pega do colo dele - na tarde ela dorme lá, mas a noite nunca tenho coragem de colocar!

— Pois é... Mas precisamos ter! - as observa.

 

 

Paula amamenta a filha com Vitor ao lado observando e cantando para Francesca que parava de mamar para olhar o pai. As semanas se passam e ele se prepara para viajar para as gravações do clipe.

 

 

— Me liga quando chegar lá! - beija-o.

— Vou ligar, pequena!

— Pai... Olha o que eu fiz! - mostra o desenho.

— Lindo demais, filho! - abaixa-se para conversar - ficou incrível! Seu cabritinho e você! - riem.

— Aham! - olha o desenho - o nome dele é Zé!

— O Zé ficou lindo!! - sorri.

— Você já vai? - Antônia chega abraçando o pai pelas costas.

— Já sim, minha borboleta! - beija aos mãozinhas dela - mas volto logo! - a olha sorrindo.

 

 

Se despede dos filhos e em seguida da sogra, mãe e funcionários da casa. Segue destino até o interior de São Paulo, onde se hospeda em uma casa de fazenda para dar início as gravações. Ao chegar fica impressionado com a locação.

 

 

— Pulinha, é um lugar lindo! - vira a tela do celular para ela ver.

— Que coisa linda! - olha a paisagem. Como se chama, branco?

— Parque Nacional da Serra da Bocaina! - coloca a câmera frontal novamente. É lindo! Mais tarde vamos gravar o primeiro clipe. Algumas cenas na verdade! Como tem sido os ensaios?

— Qual música vão gravar? Os ensaios estão tranquilos! - sorri - estão mexendo no repertório.

— Vamos começar por alguns trechos de Abra seus olhos! Monteiro está aí?

— Está sim! Foi na cidade resolver a questão do hotel do pessoal da banda. Tiveram que mudar de hotel. Mas está tudo certo! Conheceu a atriz?

— Na verdade é uma modelo! Muito bonita. Vou te mostrar aqui a foto... - vai até o roteiro dos clipes e mostra a foto da moça - olha...

— Linda mesmo! E ela está dormindo aí também?

— Ainda não veio! Mas creio que dormirá. Não a vi pessoalmente ainda.

— Parece jovem!

— 23 anos! Não entendi bem a escolha dela, mas... - ri. São só alguns clipes! Ah... Olha o desenho...- vira a página do roteiro e mostra - as crianças vão amar! - riem.

— Vão sim, amor! Duendes e fadas!! - sorri. Inclusive foi esse o tema que Vitória escolheu para o aniversário - ri.

— Meu amorzinho! - pensa na filha - Cadê ela?

— Está brincando com a Bia... Quer falar com ela?

— Agora não! Eu ligo mais tarde para falar com os três.

— Certo! Vai descansar um pouco, ler os roteiros e pensar em mim!

— Vivo pensando em você! - deita-se na cama.

— Só não pense em mim quando estiver com aquela modelo... Vai que você quer beijar ela?

— Paula! - riem. Impossível! Te amo.

— Eu também, meu branquinho... Me ligue mais tarde! Beijos...

 

 

Desligam a chamada de vídeo e ela volta para seus afazeres. Os dias passam e toda dia conversam várias vezes por videochamadas. Vitor resolveu não contar mais detalhes sobre as cenas que estavam gravando, pois havia percebido uma inquietude de Paula com relação a modela que estava atuando. Preferia dizer pessoalmente como as cenas estavam acontecendo. Em uma determinada madrugada, após o fim de uma gravação que estava durando horas, é surpreendido com uma batida na porta do seu quarto. Coloca o roupão e segue para atender.

 

 

— Oi? - estranha - errou o quarto? - sorri.

— Não! É que tem um bicho no meu quarto... Você poderia ir ver?

— Um bicho? Que tipo de bicho?

— Acho que é morcego!

— Hum... Tá bom! - fecha a porta do quarto e vai até o da Bianca. Licença... - entra - Cadê?

— Estava no banheiro...- aponta.

— A casa é modelo colonial... - segue até o banheiro - deve ter uma cobertura propensa a permitir morcegos... Mas são inofensivos - entra - cadê ele? - olha nos cantos.

— Sim!

— Não estou achando...- olha para ela.

— Será que ele saiu? - vai até o lado da pia - estava aqui! - aponta para o canto - Eu juro...

— Ele já deve ter ido! Pode ficar tranquila. - vai saindo.

— Vitor?

— Oi? - olha-a.

 

 

Nesse instante ela se aproxima dele e o beija.

 

 

— QUE ISSO!? - a segura pelos braços. Você ficou maluca? - se assusta. Meu Deus!

— Talvez...- sorri. Obrigada por ajudar! - se solta dele.

— Por que fez isso?

— Calma! É só um beijo. - ri.

— Não, não é! Eu sou casado. Eu tenho uma família. Filhos, uma esposa.

— Foi só um beijo! Mas se você quiser que seja algo mais... Tudo bem! - sorri.

— Você só pode estar de brincadeira! - fica nervoso.

— Vitor... Calma... - caminha até ele que recua - foi um beijo de agradecimento, não estamos tendo um caso! - ri.

— Você extrapolou todos os limites! - aponta o dedo para ela. Eu te respeitei, te tratei como uma profissional...

— EU SOU PROFISSIONAL!

— Não grita!

— Eu sou profissional... Eu só te dei um beijo. Aliás, quase fazemos isso no clipe.

— Não! - sinaliza com as mãos. Lá é profissional. Não tem nada!

— Tudo bem! Mas é inegável a química que temos. Nosso cena da dança... - sorri - do jantar... Você é um homem lindo, charm...

— PARA! Aquilo tudo foi profissional. Não existe química nenhuma. Você está alucinando. Por favor!

— Se você pensa assim...- vai até a cama é retira seu robe, exibindo seu corpo nu.

— Você estragou tudo! Amanhã ainda tínhamos cenas para gravar.

— E vamos gravar! - se cobre com o edredom. Normalmente. - sorri. E eu entendo você... Está tudo bem. Relaxa. Educado ao extremo, ar de galanteador... - sorri. Ah... Sabe o drink que me convidou para beber ontem? Quer beber agora? Tem whisk ali...- se descobre pra levantar.

— FIQUE ONDE ESTÁ! - ordena.

— Vitor, calma... Estamos aqui já tem uma semana. Estamos nos dando super bem. Se nos beijamos ou se transarmos não vai mudar nada na nossa vida.

— Eu ser educado não te dá o direito de pensar que quero ficar com você. Te convidei pra uma bebida da mesma forma que convidei toda a equipe!

— Não estou falando sobre ficar! - ri. Você está exagerando! Estou falando sobre desejo. Sobre sexo sem compromisso. Sobre química.

— Eu não desejo você!

— Tá...- sorri - abre seu roupão e eu vou saber!

— Você foi longe demais! - vai até a porta. Evite falar um A comigo amanhã! - sai nervoso.

 

 

Entra no seu quarto nervoso com a coisa mais terrível que passava pela sua cabeça: como explicar para Paula? Não conseguiria esconder esse episódio dela. E nem queria. Ela já estava com ciúmes, em toda ligação perguntava sobre as cenas que estava contracenando e mesmo que despistasse, sabia que precisaria contar tudo ao chegar em casa. E ainda tinha o amanhã! Tinha mais cena em que estaria tão próximo de Bianca quanto sempre fica de Paula. Repassava na mente tudo que havia conversado com a modelo. Queria entender se deixou alguma abertura para o que havia acabado de acontecer. Queria entender se por algum momento se sentiu atraído por ela. Não. Não havia. Não estava excitado. Nunca havia olhado para ela de qualquer forma que permitisse uma segunda interpretação. Mas ainda sabia como era isso? Se sentir atraído por outra mulher?. Afasta tudo da mente. Ou ao menos tenta para que essa noite pudesse passar o mais rápido possível.


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