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Capítulo 159
Capítulo 159 - JINGLE BELL ROCK ✌




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159

 

 

Já em Uberlândia, se revezam no cuidado com a bebê que está prestes a completar dois meses de vida.

 

 

— Não vai tirar a barba? - chega na sala e o vê com a bebê no colo.

— Vou! Quando for tomar banho eu já tiro.

— Pai...- se aproxima dele. Posso pegar seu celular?

— Para que filha?

— Eu quero ver uma coisinha...

— Que coisinha Vitória? - senta ao lado.

— Uma coisa, mãe!

— Filha, não é bacana né!?

— É só um vídeo no YouTube no Blog da Lele...

— O que é Blog da Lele? - pergunta para Paula.

— Eu não sei! O que é isso? - olha para Vitória.

— Deixa para lá! - sai brava.

— Pesquise aí que diacho é isso! - pede para Paula. Onde ela está vendo esse tal Blog? Fala do que?

— Calma! - pesquisa no celular. É uma menininha, Vi! - mostra para ele rindo. É de criança mesmo... Deixa eu ler aqui do que falam...- começa ler.

— Onde ela achou isso?

— Achou o que? - Cíntia chega na sala comendo doce de leite.

— Já ouviu falar em Blog da Lele?

— Já sim! É fofinho... Vivi sempre assiste.

— Como assim? E eu nem sabia!

— Nem sabíamos! - olha para Paula.

— Lucy e ela assistem... É uma menininha que fica brincando, fala pelos cotovelos, mas é tudo para criança, inclusive é educativo.

— Menos mal!

— Por que estão perguntando? - ri.

— Vitória queria o celular do Vítor para assistir...

— Ontem ela me pediu um celular de Natal!

— Um celular? Ano passado era uma boneca ainda... - olha perplexo para Paula.

— Vítor, se acalma! - riem dele. Ela está crescendo, amor... É normal que queira um celular. Mas não terá!

— Paula, como você mesma disse, ela está crescendo... Se controlarmos, não vejo porque não. Só devemos controlar!

— Vítor! - encara ele. Até parece! Ela só tem 06 anos. Vitória não terá um celular ainda... Ela pode pedir sim, ver no nosso. Mas um celular para ela? Não! Loucura isso.

— Realmente não acho! - entrega a bebê para ela. Ela quer mamar! Vou aproveitar e tomar um banho. Os gêmeos já tomaram?

— Já sim! - amamenta a filha. Estão vendo TV no quarto!

— Se eles podem ver TV, o que já controlamos... Acredito que Vitória possa ter um celular. Colocamos naquele sistema para crian...

— Vi...tor! - respira fundo. Já conversamos! Estou amamentando. Não seca meu leite!

 

 

 

 

Ele se retira contrariado. Cíntia ri mas para assim que Paula a encara, ainda achando absurda a ideia de Vitória ter um celular. Marisa chega da cidade com Marilea, madrinha de Vitor, que está em Uberlândia para o fim de ano e para conhecer Francesca.

 

 

— Tia! - sorri ao vê-la.

— Vim conhecer a princesinha...  Oi! - olha para Cíntia. Não podemos abraçar, né!? - riem.

— Pois é! - ri. Mas pode abraçar sim, estamos todos nos cuidando.

— Sim! - abraça-a rindo. E sua mãe Paulinha?

— Está na cidade... Com o namorado.

 

 

 

Marilea cumprimenta Paula e admira a pequena Francesca encantada. Conversem por um bom tempo até Vitor sair do banho e se deparar com a madrinha ali.

 

 

— Você não tirou a barba? - o vê de barba.

— Acredita que esqueci?

— Não vou falar nada! - fica brava.

— Já viu as crianças tia? - desconversa.

— Ainda não! Fiquei aqui conversando com Paula e Cíntia... Onde estão? - se levanta. Quero ver aqueles atentadinhos! - riem.

 

 

Vítor a leva para ver os outros filhos, fugindo do nervosismo de Paula.

 

 

— Não fica nervosa, Paulinha... Te faz mal! - percebe.

— Marisa, a Francesca fica toda vermelha com essa barba dele. Sem contar que fica se esfregando de noite em mim com isso... Me irrita! Ele parece fazer de propósito.

— Vocês já estão se esfregando? Você se cuida! Pelo amor de Deus. Você não pode passar perto dele que já engravida. - Diva chega para servir um café.

— Diva! - riem do comentário. Não é esfregar nesse sentido!

— Que bom! Essa coisinha gostosa acabou de nascer... Vamos ter calma! - sai rindo.

— Essa Diva me mata! - ri. Vou ver meus netos! - se retira.

 

 

Termina de amamentar a filha e a leva para o quarto, colocando-a no berço para dormir melhor. Vitor chega e vai até o closet, procurando por um shorts.

 

 

— O que foi?

— Meu shorts verde... Esse aqui está apertado! Vou ficar assado. Cadê o verde? Coloquei aqui.

— O verde que você usou a semana passada inteira? Está para lavar. Não foi lavada a roupa que trouxemos de BH ainda...- arruma a cama.

— Meu Deus! Vou colocar uma samba canção. - retira o shorts que está. Por que já está arrumando a cama?

— Estou muito cansada... Vou aguardar o jantar sair e vou me deitar depois. Marilea não vai se chatear, né?

— Não! Ela entende. Não se preocupe!

— Por que não tirou essa barba? - se aproxima dele. Me machuca. Machuca a bebê.

— Estou cansado também... Quando entrei na ducha que lembrei, aí não quis tirar mais. Amanhã tiro! Tenha paciência. Não vou beijar a bebê até amanhã, nem você. Não vou incomodar.

— Me beijar pode...- acaricia os braços dele. Só não quero você cheirando meu cangote!

— Sei! - ri.

— Me dá um beijinho? - se aproxima.

— Está carente!? - a abraça, beijando-a. Vamos pensar no celular da Vitória? - diz enquanto beija seu pescoço.

— Não! - o afasta. Vitória não terá celular! Vamos dar outra coisa de Natal. Inclusive, escreva com eles as cartinhas! - liga a babá eletrônica e sai do quarto.

 

 

Ela vai para o quarto de televisão onde estão os filhos.

 

 

— Mamãe, papai Joel não vem esse ano?

— É papai Noel Vitor! - ri do irmão.

— Ele vem, meu pequeno! - o pega no colo. O que você quer de Natal?

— Não sei mãe... Pode ser um bichinho?

— Aiaiai filhão... Que bichinho?

— Queria um peixe! Vitória não deixa a gente brincar com os dela...

— Mãe, eu quero uma bota...

— Uma bota? - ri de Antônia.

— Para andar de cavalo!

— Ah sim! Tá bom... Vamos escrever para o papai Noel. E você Vivi?

— Um celular! - sorri. Para mim ver o Blog da Lelê, ouvir você e o papai...

— Meu amor... Um celular é para gente maior...

— Então não sei o que quero... Não precisa nada. - volta assistir desenho.

 

 

Conversa mais um pouco com os filhos e vai para o cozinha ajudar Marisa finalizar a mesa de jantar.

 

 

— Francesca tem dormido bem?

— Sim! - sorri. Só tem acordado para mamar...

— Que bom!

— Mãe...- senta-se. Posso tomar sorvete depois?

— Se tiver, sim.

 

 

Algum tempo depois Diva serve o jantar. Paula não termina de comer e já vai amamentar a filha que chora no quarto. Vitor organiza os filhos e os coloca para dormir em seguida. Enquanto ela cuida de Francesca, ele dá atenção a madrinha e a mãe até que elas também decidem se deitar.

 

 

— Não deitou ainda?

— Agora que ela desgrudou! - coloca no berço. Mama e dorme... Se tiro, chora. Volta mamar e dorme. Ciclo sem fim.

— Vai fazer a livre demanda?

— Não sei... Tenho receio de precisar trabalhar e não conseguir fazer ela criar rotina.

— Entendo... Já tem algum trabalho a vista?

— Umas fotos! - sorri. Te falei ontem!

— Não lembrei, desculpa...

— Estava cochilando também!

— Claro! Eram 04 da manhã...

— Sei! - ri, penteando o cabelo. Estou bem ansiosa. Sempre quis fotografar com o Torquatto!

— Que bom, amor! - sorri. É alguma campanha?

— Não em si... São fotos!

— Legal! Posso acompanhar no dia?

— Claro!

— Vai ser de roupa?

— Uai, Vítor Chaves! - o encara. É claro que vai!

— Hum... Que droga! - se deita.

— Até parece! - riem.

— Vamos ver um filme? - liga a tv.

— Estou tão cansada...- retira o robe. Nem roupa direito coloquei para dormir... - deita-se fazendo charme.

— Paula... Não começa. - se cobre.

— Uai, não estou fazendo nada! - vira-se ficando de frente para ele.

— Ricardo foi categórico... É preciso aguardar o tempo necessário de recuperação! - cobre ela.

— Eu hein! - se aproxima dele.

— Eu hein, digo eu! - vira de costas para ela.

— Não estou querendo nada! Só quero dormir abraçada. Estou exausta!

— Tá...

— Não vai me abraçar!?

— Uai, Paula! - vira-se e a abraça.

— Quentinho...- se aconchega.

— Não começa! - riem.

— Tão delicinha...- passa a mão nele.

— Para sua maluca! - ri. Você não cansa? Pelo amor de Deus... Pós parto, três filhos... Meu Deus! - riem.

— Queria cansar agora, mas você não quer!

— Se situa...- ri dela. Não podemos e pronto!

 

 

Passa a noite fugindo das investidas dela. Pela manhã ao acordar já não a encontra, nem a filha e volta dormir. Na sala, ela amamenta a bebê com a companhia do filho.

 

WHATS ON

GRUPO FAMÍLIA CHAVES

Bom dia com meu companheiro... Não larga a mamãe de jeito nenhum   – manda uma foto dela com Vitor e Francesca.

Cunha Paula (irmã de Vitor): BOM DIA!!! Coisa mais linda da titia ❣️❣️❣️❣️ morrendo de saudades.

Marisa: Vovó ama demais!

Disse que está me protegendo enquanto amamento Francesca!!! Kkkkk

Cunha Paula: Cadê Vítor?

Advinha????? Dormindo!!!!!

Marisa: só sabe fazer isso! Kkkkk

 

WHATS OFF

 

 

Mamãe... a gente podia montar a árvore? Vamos montar filhão... Só estou esperando chegar o restante dos enfeites! - sorri. Eu vou escrever hoje para o papai Noel. Se der para ele vir né? - pega uma revista na mesa de centro.Sim! - ri. Ele vem sim! Vai se proteger. O papai é idoso? Filho! - ri.Olha aqui mamãe...- mostra. Esse vozinho tem cabelo branco igual do papai...Mas nem todos que tem cabelo branco são idosos, Vitor! Papai tem o cabelo branco e é jovem. Hum... - folheia a revista. Mãe? - chega correndo.Bom dia! - sorri ao ver. O que foi? Bom dia. Eu queria andar de cavalo...Filha, vamos mamar primeiro? Tomar leitinho, se arrumar e depois você vai, amor. Vai lá pedir para Diva fazer sua toti...Tá! - sai.

 

Termina de amamentar a filha que volta dormir. Leva Vitor para tomar café e arruma Antônia para andar a cavalo sob supervisão da avó Marisa que já havia levantado com Marilea e saído para andar na fazenda com Vitória. Retorna ao quarto e Vitor ainda dorme.

 

— Hei! - deita sobre ele. Acorda! Já estão todos acordados, ativos...

— Oi...? - se espreguiça.

— Bom dia! - o beija, deitando-se ao lado.

— Francesca já dormiu?

— Já acordou, já mamou e agora dormiu! - ri. Antônia está andando a cavalo... Vítor acompanhou Vitória, sua mãe e sua madrinha.

— Todos ativos mesmo!

— Sim! - sorri. E você?

— O que?

— Tá ativo?

— Eu estou é com preguiça!

— Precisamos montar a árvore hoje, escrever as cartinhas, tudo... Preciso da sua ajuda! - se levanta. Não demora! - vai para o closet.

 

 

 

Paula tira o pijama que estava até então e arruma-se para dar início ao dia. Ele faz o mesmo e então segue para o escritório onde resolve algumas pendências. Na tarde ajudam os filhos a fazerem os pedidos para Papai Noel, resultando em uma bota de montaria para Antônia, um cabrito para Vitor e um patins para Vitória com uma observação no rodapé da carta - se você puder, um celular.

Montam a árvore com a ajuda da família após os últimos enfeites encomendados chegarem. Jantam e Marisa se oferece para passar a noite com Francesca, para que possam dormir melhor.

 

 

— Ainda bem que sua mãe se ofereceu para fazer isso! Estava morta de cansada...- o vê se arrumando. Onde vai? - estranha.

— Leo me ligou! Um primo nosso está lá, vamos jogar um pouco...

— Como assim? Do nada?

— Uai, me ligou agora! - abotoa a calça. Cadê aquela minha camisa azul? - começa procurar.

— Vitor...- vai até ele.

— Não começa! - a encara. Só vou até a casa do Leo jogar! Quer vir?

— Até parece! - fica furiosa, retornando para a cama.

— Qualquer coisa me ligue! - coloca qualquer camiseta que encontrou. Não volto tarde! - vai até ela beija-la.

— Sai daqui! - o empurra.

— A última vez que você se negou a me beijar e eu saí de carro, você teve que me doar um rim...

— Já não quero que você vá, por conta de tudo isso que está havendo, e você me fala uma idiotice dessa! Você tem juízo? Porque realmente acredito que não.

— Estou indo na casa do Leo!

— NÃO IMPORTA AONDE!

— Pare de gritar, por favor! Não precisa disso.

— Não precisa é você sair e me deixar aqui! Você está cansado de ficar em casa? Também estou. Poxa! Não conseguimos ficar momento nenhum sozinhos e quando temos a oportunidade você vai para a merda de um jogo!

— Paula, é só um momento com meu...

— Sai daqui! - aponta para a porta. Sério... Vai jogar! Estou nervosa, vou prejudicar a amamentação da Francesca... Então sai! Antes que isso fique pior.

 

 

 

Ele sai do quarto e vai até o de hóspedes, onde Marisa está, pedindo que ela fique de olho em Paula. Algum tempo depois, já na cidade, durante uma partida recebe uma mensagem de Ricardo no celular.

 

 

— Epa...- coloca as cartas na mesa. É o médico de Paula! Vou precisar responder, esperem!

 

 

WHATSAPP ON...

 

Ricardo: E aí amigão, como estão!? Desculpa o horário, estava atarefado, como sempre durante essa louca pandemia. Estou mandando mensagem para saber da Paula, tudo ok? Falei com ela hoje a tarde, os últimos exames realizados estão ótimos e ela já está liberada para as atividades! Como está a questão do humor? Precisamos ficar de olho por conta do quadro depressivo que ela já teve...

— Oi Ricardo... Tudo bem por aqui, obrigado! Ela está bem! Não descansa um segundo. Não sei onde encontra tanta disposição. Qualquer alteração te comunico!

— Ótimo! Vocês seguiram o resguardo, certo? Só irei repetir os exames daqui algumas semanas, preciso saber se seguiram as instruções que passei...

— Sim! Seguimos o protocolo!

— Maravilha! Ela já foi liberada hoje para qualquer atividade... E não se esqueçam que ela pode engravidar novamente.

— Não fala nem brincando... Não quero que ela sofra mais. Obrigado pela preocupação, parceiro!

— Em breve nos falamos!

 

WHATSAPP OFF

 

 

Retorna à partida que é sucedida por inúmeras outras. A certa hora da madrugada resolve ir embora, a tempo de chegar para ajudar com Francesca que logo acordaria para mamar novamente. Chega em casa e se depara com Paula e Marisa na varanda do quarto, aguardando a bebê se alimentar.

As cumprimenta de longe e segue para o banho, saindo algum tempo depois.

 

 

— Vespa te mandou um abraço! - fala para a mãe.

— Conversei com ele mais cedo!

— Mãe, pode se deitar... Cuido da Francesca.

— Não... Vou esperar ela mamar e volto com ela para o quarto.

— Marisa, está tudo bem! - sorri. Dormi muito bem essas últimas horas... E preciso que você esteja descansada para me ajudar com a turminha amanhã!

— Tem certeza?

— Sim! Vai descansar... Por favor!

— Então irei... - se levanta.

 

 

Se despede deles e sai do quarto.

 

 

— Por que não me contou que conversou com Ricardo hoje?

— Ia falar agora de noite, quando tivéssemos um...

— Não vem com essa! - a interrompe.

— Quando tivéssemos um tempo tranquilo para conversar! - continua, ignorando a interrupção dele.

— Certo! Não vou discutir.

— Discutir o que? Que você foi jogar quando conseguimos um tempo para ficar juntos?

— Paula...

— Não, não vamos discutir! - tira a bebê do peito. Vem filhotinha...- se levanta.

— Sobre as cartas das crianças... - a segue. Pensei em Antônia ter um cavalinho para ela, ela ama tanto montar... - sorri. E Vitor vou comprar uma bicicleta também... Ele ainda não tem, além do cabrito... Que ainda não sei onde vou achar. E sobre Vitória... O celular, poderíamos...

— Vitória não vai ter um celular! - vira para ele. Por favor, já conversamos... - coloca Francesca no berço.

— Então um tablet talvez...

— Vitor...- o encara. Você quem mais odeia esse descontrole do mundo virtual para as crianças.

— Odeio o mau uso da tecnologia! Penso que se ensinarmos desde agora o que se pode ou não, não teria problemas. Sem contar que ela pode conversar com os avós, tios, primos que estão longe. Tudo é uma questão de educação! - a segue até o closet.

— Até que ponto temos controle? É isso que você deve pensar. Ela vai deixar de brincar com outras crianças pra ficar no celular... É o que mais vemos! Mesmo que o conteúdo seja de criança, não quero que ela fique alienada.

— Colocamos horário!

— Nos primeiros meses! Depois perdemos controle. Sempre assim. - pega uma camisola e vai para o banheiro.

— Não dar agora não significa que daqui alguns meses não teremos que dar! - a segue.

— Se continuarmos não querendo dar, não teremos que dar! Meu leite vazou demais hoje... - retira a roupa e entra na ducha. Olha a Francesca! - fecha o box.

— Como faremos com o Natal e Ano Novo?

— O de sempre... Vai olhar a Francesca... Ela acabou de mamar, tenho medo dela engasgar.

 

 

Ele sai do banheiro e observa a filha em silêncio até Paula sair do banheiro se penteando.

 

 

— Leo vai apresentar oficialmente a namorada no Natal... Pediu que passássemos na casa dele. No ano novo pensei que a gente poderia passar em outro lugar também, já que sua família não poderá vir por conta da pandemia. Poderíamos ir para Sete Lagoas.

— Não dá para ir para lá... Uma viagem com uma bebê recém-nascida é complicado no meio disso tudo.

— Verdade...- olha para a filha. Minha mãe passará com alguns amigos. Leo vai para Buritis com alguns familiares... Seremos só nós aqui e poderia ser a Maria também se Camila não tivesse ido para os Estados Unidos contra minha vontade.

— Você conversou com ela hoje?

— Sim! Está na casa dos avós.

— Camila não deveria ter ido sem seu consentimento.

— Consentimento ela teve. Assinei o documento. Mas aconselhei não ir! O que ela não deu ouvidos.

— Foi isso que eu quis dizer! - deita-se e apaga a luz do abajur. Se ela acordar, você cuida? - vira-se. Boa noite...

— Pulinha...- deita-se, aproximando dela. Vamos conversar... Você ainda está chateada.

— E não é conversando que deixarei de ficar! Me dê espaço e tempo, por favor.

 

 

Ele não insiste e resolve ir para varanda com seus charutos. Algumas semanas depois, já na véspera de Natal, organizam-se para ir para casa do Leo.

 

 

— Vitória...? - procura. Onde essa menina está? VITÓRIA? - sai abrindo as portas do quarto e a encontra no de Antônia. O que está fazendo aí? Vem se arrumar filha... Já estamos atrasados.

— Eu tava tentando achar meu lápis. - sai.

— Depois você procura!

— Pai, cadê a dinda?

— Está se arrumando!

 

 

Ele veste Vitória e a manda para o seu quarto, onde Paula arrumará o cabelo dela. Depois veste o filho e penteia seu cabelo, pedindo que ele aguarde na sala com a avó e Nilmar e Isabelle que haviam chego de BH.

 

 

— Paula, Antônia está aí? - pergunta da porta da quarto.

— Sim! - aparece de robe. Você não tomou banho ainda?

— Vou tomar agora! Estava arrumando Vítor. Oi princesas... - as vê no closet.

— Mãe, posso passar esse? - mostra o gloss.

— Só um pouquinho amor...

 

 

 

Vitor entra no banho e Paula continua o penteado das filhas quando é interrompida por Francesca chorando.

 

 

— Fiquem aí! - sai do closet e pega a filha no berço. Quer mamar, pitoquinha...- retorna ao closet. Antônia...- senta-se na poltrona. Enquanto mamãe está aqui, vai buscar sua sandália em cima da sua cama.

— Já estou com a minha! - mostra.

— Não foi essa que escolhi, filha!

— Mas o papai colocou essa em mim!

— Tá... Depois troco! Para de passar gloss, já deu!

— Mãe... tia Tati não namora mais o tio Leo?

— Seu pai não te explicou? - se assusta. Meu Deus!

— Aqui! - Antônia retorna com o calçado nas mãos.

— Quero ver a tia Tati hoje!

— Não filha... Tia Tati não estará lá hoje. Ela e o tio Leo não namoram mais. Eles foram muito felizes, mas resolveram terminar.

— Tutu vai ter outra mãe?

— Não! A mamãe dele é a tia Tati.

— Hum...- começa mexer nos pincéis de Paula.

— Aí não! Por favor... - pede. AI! - olha para Francesca. Filha! Não faz isso! Nossa...

— O que foi? - vai até ela.

— Ela mordeu a mamãe! - expressa a dor. Vitória vai pedir para vó Dulce ou a madrinha vir aqui, por favor!

 

 

 

Dulce chega ao quarto com a neta e Paula pede que ela termine de arrumar as meninas enquanto ela lida com a dor de amamentar. Coloca Francesca no berço novamente e começa se maquiar quando a mãe sai com as filhas. Vitor sai do banho e arruma-se, organizando a bancada dela que estava uma loucura por conta das crianças.

 

 

— Você está sangrando! - olha o robe.

— Tá olhando pros meu peitos? Seu depravado! - ri. Sim... Francesca mordeu hoje de novo. Está insuportável a dor.

— Paula, é muito sangue...- se aproxima. Me deixa ver a situação disso...

— Não sarou a ferida da semana passada... - ela mostra para ele que se assusta ao ver. Ela mordeu de novo em cima.

— Isso não é normal! Você tem tido febre, isso tem sangrado demais. Pare com a amamentação! Não precisa desse sofrimento.

— Vitor, está tudo bem! - continua a maquiagem. Pega meu vestido lá na área de serviço... Diva deixou lá passado.

 

 

 

Contrariado faz o que ela pediu. A ajuda terminar de se arrumar, pega a bolsa das crianças e saem todos rumo a casa do Leo.

 

 

 

— Você não contou para as crianças sobre o Leo e a Carol?

— Eu esqueci... E agora?

— Fala aqui para eles...- olha para trás e os vê sentados.

— Galerinha...- olha pelo retrovisor. Vamos conhecer hoje a titia Carol! - sorri nervoso. Ela é namorada do tio Leo...

— E a tia Tati? - Vítor pergunta.

— Ela e o tio Leo foram felizes. Mas não estão mais juntos! - Vitória responde. Né mãe?

— Isso! - sorri.

— Mas a tia Tati tá sozinha? - fica preocupado.

— Não amor... Tia Tati está com a família dela!

— Hum...

— Não falem nada sobre isso lá, ok? Sejam educados e nada de ficar correndo e pegando coisas sem pedir.

— Você já falou tudo mãe.

— Tudo bem!

 

Chegam ao condomínio de Leo. Aguardam Nilmar estacionar com o outro carro onde estava vindo com Dulce, a esposa e Cíntia.

 

 

— Mãe... Pega aqui para mim? - entrega Francesca. Agora você filho...- o retira da cadeirinha. Cuidado! - o ajuda descer.

 

 

Vitor retira as meninas e pega a bolsa de Francesca e juntos vão até a porta, onde são recepcionados por Leo e Carol que já os aguardava.

 

 

— Boa noite! - sorri.

— Minha pequena grande! - a pega. Como você está?

— Estou bem! - sorri.

— Carol, essa é Vitória... De quem sempre te falo! - a apresenta.

— Oi! - passa a mão nela. Você é linda! - sorri.

— E...- coloca-a no chão. Esses são Vitor...- o pega. E Antônia! - a pega também. São gêmeos! - ri.

— Vocês são muito fofos! - ri. Não aguento! Que olhos lindos. - fica encantada.

— E tem nossa pitoquinha agora...- mostra no colo de Dulce. Francesca! - sorri.

— Que amor! - se aproxima. Que delicada... Parece de porcelana! - olha para Paula.

— Sim! - sorri.

— Dulce é mãe de Paula, Nilmar, é irmão, Cíntia é prima e Isabelle é cunhada. - apresenta todos. E Vitor é meu irmão e Paula minha cunhada! - riem.

— É um prazer Carol! - a abraça.

— Seus filhos são lindos, como não seriam? Que genética! - olha para Dulce.

 

 

Terminam os cumprimentos e entram para a sala de estar onde se encontram com Marisa e Marilea que ali estavam. Durante toda a noite Carol conversa com as crianças, que somente sorriem e não respondem nada. Paula estranha, já que Vitória nunca foi tímida e comenta com Vitor.

 

 

— Ela não está respondendo Carol! Já percebi isso várias vezes... - bebe um pouco de água.

— Também reparei! Antônia e Vitor são mais quietos, mas Vitória não... A chamo para conversar?

— Não... Por enquanto, não! Vamos ficar de olho...- se dispersa olhando os filhos.

— Você está linda! - sorri.

— Oi? - se volta para ele.

— Eu disse que você está linda! - sorri. Não tivemos tempo mais cedo!

— Obrigada! - ri. A correria logo acaba... Fica tranqui... Hei, Vitória! - vai até a filha. O que está fazendo? - pega da mão dela.

— Mãe...- sussurra. É a tia Tati aí na foto...

— Sim e o que tem? - coloca de volta no móvel.

— Se ela não mora aqui, porque tem foto dela? - coloca as mãos na cintura.

— Filha, por favor... Esquece essa história! Vai brincar com seus irmãos...

— Eu hein! - sai.

— Fica de olho...- vai até Vitor. Preciso ir ao banheiro! Segura aqui...- entrega a taça de água e sai.

— Mãe...- vai até Marisa. Fica de olho um instante nas crianças? Vou ajudar Paula com o vestido. - entrega as taças para Marisa e vai atrás de Paula. Pulinha? - bate na porta.

— Oi? - segura o choro.

— Paula, abre a porta...

— Vitor! Estou fazendo xixi.

— Não, não está! Abre!

— O que é? - abre.

— Você está com dor?

— Um pouco... - mostra o seio para ele. Está muito ferido!

— Pulinha...- entra no banheiro. Não precisa disso, meu amor... - a senta na patente. Está super vermelho e inchado. Olha aqui...- passa a mão levemente. Parece uma pedra! Vou ligar para Ricardo...

— Vitor, falamos com ele semana retrasada e semana passada. Ele falou que devo continuar com os remédios e a amamentar! Não tem outra solução. Eu passo uma água de vez em quando para aliviar um pouco... Foi o que vim fazer!

— Te ajudo! - pega uma toalha de rosto limpa no móvel do banheiro e molha na água morna da torneira. Assim? - coloca sobre o seio dela.

— Isso! - arruma. Alivia! - fecha os olhos. Para de latejar um pouco! Preciso que Francesca mame...

— Certo! - se ajoelha no chão, com as mãos sobre o joelho dela. Quer que molhe de novo?

— Ainda não...- olha para ele. Você também está lindo! - sorri. Nem consegui reparar mais cedo... Cortou o cabelo!

— Eu vim atrás de você para fazer outra coisa!

— Safado! - riem. E me encontrou como uma vaca leiteira com mastite!

— Não diz isso! Você é uma vaca linda.

— Vítor! - ri. Estou com saudade de você... - o observa. Quando não brigamos, são as crianças ou sou eu com febre e calafrios a noite por conta desse peito.

— Temos a vida inteira...- sorri.

— Temos...- o acaricia. E alguns minutos até algum deles sentir nossa falta! - retira a toalha do seio.

— Tem certeza?

— Absoluta! Quem sabe seja esse o remédio que eu preciso? - se levanta e fecha a porta. O que foi? - o observa quieto. Você não quer! - levanta a alça do vestido. Não sei o que está havendo com você! Você tem outra pessoa? Tá tudo bem me dizer, Vítor... Por que...

— Pulinha! - se aproxima dela. Que loucura! - acaricia seus ombros.

— Loucura? Você parece nunca querer...

— Paula, se acalme! Não é porque não digo algo que não quero... Pelo contrário! É que só quero ter certeza que tudo bem para você. Que você está fazendo algo porque quer e não porque eu quero.

— Estamos trancados no banheiro do Leo... - começa desabotoar a camisa dele. Está todo mundo lá fora... Eu estou com um seio enorme e dolorido e ainda estou aqui... Porque estou com saudades de você... Do seu corpo, - passa as mãos sobre o peito dele - da sua temperatura, do seu suor no meu... - olha-o. Só quero esquecer um pouquinho de tudo... E consigo isso quando a gente se ama...- beija-o.

— Te amo! - sussurra em seus lábios.

 

 

 

Vitor a pega no colo e coloca sobre a bancada, afastando os produtos. Ergue seu longo vestido e retira sua peça íntima, beijando-a. Desabotoa sua calça, livrando-se de suas peças. Traz Paula para mais perto de si e sem perder tempo a preenche, fazendo-a arfar de dor e prazer em seus braços. Ela abafa seus ruídos de amor apertando-se sobre ele que sem interromper, cavalga-a sem limites.

Do lado de fora do banheiro, Marisa ajuda os gêmeos e Vitória brincarem de jogo da memória junto com Carolina que ainda sente as crianças afastada dela. Mais alguns parentes e amigos de Leo chegam para a ceia e perguntam de Vitor, o que faz Marisa se dar conta de que estão demorando voltar.

 

 

— Dulce, você viu Vitor ou Paula? Ele disse que iria ajudar ela com o vestido, mas já tem um bom tempo...

— Não, não vi... - se preocupa. Será que houve algo? - coloca a taça sobre a mesa e pega o telefone. Vou ligar para ela! - risca o número de Paula. Ela estava com febre hoje por conta do seio... Está muito inchado!

— Nossa! Ainda com a mastite?

— Sim! - escuta chamar. Caiu na caixa! Vou ligar no de Vitor... - disca o número do genro.

 

 

 

No banheiro Paula atinge o ápice do seu prazer entre sorrisos, observando-o atingir o seu, o que não demora. Toma seus lábios ferozmente, sentindo sua alma definitivamente se imprimir na dele.

 

 

— Seu celular! - segura o rosto dele.

— Ah não...- sorri. Deixa tocar... Só mais um pouquinho! - beija-a.

— Vitor! - o afasta. Veja o que é!

— Ok! - procura na calça no chão. É sua mãe! Alô? - atende.

— Onde vocês estão?

— Ah... Oi Dulce! Estava ajudando a Paula... Estava com dor. Já estamos indo para aí, algum problema com as crianças?

— Não! Mas estão perguntando de vocês. Sumiram, ficamos preocupadas.

— Já estamos indo!

— Onde estão?

— Viemos no carro! - olha pra Paula e fecha os olhos.

— Tá... Estamos esperando! - desliga.

 

 

Leo se aproxima de Dulce e Marisa e perguntam cadê os dois. Dulce explica a situação.

 

— Entendo! Quando chegarem pede para Vítor ir até nossa mesa, vou apresentar ele a um amigo muito fã do trabalho dele.

— Certo! - sorri.

— Tio Leo, podemos brincar ali fora? - aponta.

— Sim! Titio vai no lavabo e já vem pra irmos lá.

 

 

Paula desce da bancada, arruma-se e confere no espelho se está tudo certo.

 

 

— Deixa eu abotoar! - ajuda-o com a camisa. Cadê minha calcinha? - procura.

— Guardei! - coloca no bolso.

— Ah não, Vi... Não faz isso! Está cheio de gente aqui hoje...

— Fazer o que? - começa rir. Vamos! - coloca o cinto.

— Não me tortura! - arruma o cabelo dele. Te amo! - se beijam.

— Foi muito bom, pequena...- sussurra no ouvido dela. Pena que foi rápido!

— Podemos repetir até ir embora! - desliza a mão sobre ele.

— Vou pensar no seu caso! - riem. Vamos!

 

 

Saem do lavabo de mãos dadas e chegam a sala de estar onde Dulce os questiona o que houve. Paula explica sobre a dor e informa que já está tudo bem. Durante a noite se divertem como podem e na hora do jantar são servidos com muito carinho por Carol. Entre uma conversa e outra na mesa de jantar, ela puxa assunto com Vitória.

 

 

— Você faz aula de balé, Vitória? - sorri. Eu também já fiz...

 

Vitória apenas sorri e Paula a olha, pedindo que responda.

 

— Mãe... Você falou que não era para gente não falar sobre assunto com a tia Carol! - olha para Paula, causando um silêncio total.

— Filha, não! Não foi isso que a mamãe disse.

— Vitória! - Vítor a olha.

— Carol, Leo...- olha para os cunhados. Só um minuto! - se levanta da mesa e leva a filha junto.

— Paula não deveria ter dito isso...

— Paula não falou nada disso, Leo! - responde o irmão. Vitória é uma criança, entendeu errado o que...

— Sei que ela gosta de Tatianna, mas vocês nem conhecem Carolina!

— Você está entendendo tudo errado! Por favor, não vamos entrar em uma discussão por algo que Vitória não entendeu! - sorri.

— Licença! - Leo sai da mesa.

— Meu Deus! - se levanta atrás do irmão.

 

 

 

Na sala Paula conversa com Vitória, explicando que não disse aquilo. Quando estão prestes a retornar a mesa para que ela possa se desculpar, Leo surge.

 

 

— Carol é uma excelente pessoa, Paula!

— Leo! - se surpreende.

— Eu sempre te adorei, sei que tivemos nossos problemas, nossas diferenças, mas você é uma pessoa incrível... Acontece que você não pode fazer isso! Não pode dizer aos seus filhos, meus sobrinhos, como eles devem tratar a minha namorada.

— Leo, não foi nada disso! - tenta explicar. Eu disse a Vitória para não tocar no assunto da sua separação com Tatianna! Ela entendeu que não era para falar com a Carol. Por favor... Vitória é uma criança, interpretou errado o que pedi.

— Vitória é extremamente inteligente! Não acredito que tenha...

— Leo, pare! - Vítor se aproxima. Por favor! Está criando uma situação chata.

— CHATA? Chata é a situação que vocês criaram naquela mesa na frente dos meus amigos, dos familiares da Carol!

— Eu vou me desculpar!

— NÃO ADIANTA!

— Pare com isso Leo! - pede ao irmão. Não precisa se alterar. Isso é um mal entendido!

— Mãe! - olha para a mãe assustada.

— Vitória vai até a vovó! - ela se retira correndo.

— Vou até a Carol, vou conversar com ela, me desculpo perante todos!

— Não precisa! Você adora falar o que deve. - sai furioso.

— Vamos embora... - Vitor começa recolher as coisas das crianças.

— Não! Vi... Pelo amor de Deus, não vamos arrumar confusão em pleno Natal!

— Ele está nervoso, se ficarmos será pior. Vamos até lá, nos desculpamos e saímos.

 

 

Paula respira fundo para não perder a postura e o controle. Vai até todos e principalmente Carol e pede desculpas pela situação, explicando o que houve. Leo fica em silêncio o que faz Vítor perder a paciência.

 

 

— Não precisa dessa cara! - olha para o irmão. Nós vamos embora! Dulce, Nilmar, Cíntia, Isabelle... Vamos! - pega Francesca no bebê conforto. Pegue os gêmeos para mim! - olha para Cíntia.

— Não! Por favor...- Carol se levanta. Está tudo bem! Eu entendo, ela é uma criança.

— Mas a mãe dela, não! - Leo responde.

— CHEGA! - olha para ele. PARE DE ME ACUSAR POR ALGO QUE NÃO FIZ! - aponta o dedo para ele.

— Paula, se acalme! - Dulce vai até ela, a segurando.

— NÃO, ME SOLTA! - se afasta da mãe. Estou cansada de tanto desaforo vindo de você! Qual seu problema comigo? Éramos tão amigos, tão companheiros e você simplesmente se revolta contra mim? Não sei qual seu problema comigo, mas tenha certeza que continuo desejando sua felicidade tanto quanto a minha. Você sempre foi um irmão para mim. Enfrentamos coisas que até Deus duvida. Quero que você seja muito feliz ao lado de Carol - olha para ela - você é linda, educada, acolhedora! Me desculpa te fazer passar por essa situação. Vitória realmente não entendeu e espero que possamos conversar em breve sobre isso... Licença...- sai emocionada da sala.

— Ela não está bem! - olha para o irmão. E se ela piorar por conta dessa cena toda, eu não vou te perdoar! - se retira.

 

 

 

No caminho para casa o silêncio reina. Ao chegarem, as crianças questionam porque vieram embora se nem comeram ainda. Dulce vai para a cozinha preparar algo com a ajuda de Cíntia, enquanto Paula e Vitor trocam os filhos.

 

 

— Foi culpa minha?

— Filha, não foi culpa sua! - sorri. Tivemos que vir embora. Apenas.

— Mas pai, a mamãe estava brava.

— Não estava... Impressão sua, amor. - coloca o pijama nela. Vovó Dulce está fazendo comida... Mas se você quiser comer bolacha ou chocolate, pode ir.

— OBA! - sai correndo.

 

 

Vitor vai até o quarto e encontra Paula amamentando Francesca com Antônia e Vitor do lado conversando.

 

 

— Deixei Vitória comer chocolate e bolacha... Querem também? - pergunta aos filhos.

— A gente pode mesmo? Essa hora? - estranha.

— Pode Nini! - riem. Podem ir! - segura a porta para eles passarem. Não exagerem! - entra. Tudo bem? - vai até Paula.

— Sim! Por que ele me odeia tanto?

— Ele não te odeia. Aconteceram algumas coisas na vida dele... Está estressado e precisa descontar em alguém. Escolheu você. - senta ao lado dela.

— Sei...

— Francesca...- pega a mão da bebê. Pitoquinha...- beija. Vai dormir com a vovó hoje?

— Uai! - olha para ele rindo.

— Merecemos!

— Sei! - riem. Será que sua mãe vai ficar chateada comigo?

— Não... Não fique preocupada! Amanhã ela estará aqui e eu vou conversar com Leo.

— Tudo bem! - respira fundo.

 

 

Ela amamenta Francesca que volta dormir. Trocam-se e seguem para cozinha onde Dulce havia preparado um macarrão. As crianças acabam dormindo na sala enquanto eles comem. Coloca-os em seus quartos e aproveitam para deixar os presentes na árvore. Desejam feliz natal uns aos outros e seguem para seu quarto descansar também.

Os dias passam e 2021 finalmente chega, alegrando a família.

 

 

 

— Pensei que ele pudesse vir...

— Paula, para de se preocupar com isso! Dê um tempo, vai ficar tudo bem. - balança a filha no colo.

— Não sei!

— Carol não está brava com você!

— Leo está! Ele sequer aceitou o convite para vir passar a virada com a gente.

— Você se preocupa a toa. - vai saindo.

— Onde você vai?

— Vou levar ela para tomar sol!

 

Ele se retira para o exterior da fazenda, onde encontra os outros filhos e fica com eles, brincando enquanto Francesca toma o sol do fim de tarde.

No escritório Paula se prepara para um bate papo para o canal da Tata Fersoza sobre maternidade.

 

•ENTREVISTA•

 

Tata Fersoza: Oi! - sorri. Que maravilha que conseguimos bater esse papo!

— Sim! - ri. Está sendo um prazer imenso!

Tata Fersoza: Queria já agradecer, porque sei que sua vida está bem movimentada com uma bebê pequena e 03 crianças!

— Pois é, menina... Está uma loucura! Mas uma loucura maravilhosa. Cada filho é uma experiência única, novas descobertas...

Tata Fersoza: Sim! - sorri. A maravilha da maternidade são essas descobertas, né!? Paulinha... Conversamos um pouco antes de gravar e você estava me falando sobre o parto da Francesca, conta um pouquinho... Desde a descoberta da gravidez até o dia do nascimento.

— Sim! - sorri. Eu e Vitor havíamos decidido não ter mais filhos para nós dedicarmos a nossa carreira e também aos 4 que já tínhamos! - riem.

Tata Fersoza: São 04? - se espanta. Fora a bebê?

— Vitor tem uma filha mais velha... A Maria, nossa Maria... É de outro relacionamento! E temos nossa dedicação a ela também.

Tata Fersoza: Ai sim... Verdade! Você comentou mesmo comigo.

— Isso! Então... Havíamos concordado por não termos mais e para assegurar ele iria fazer a cirurgia. Fizemos uma viagem a sós, para Ilhabela, quando cheguei fui ao médico fazer alguns exames e conversamos sobre congelar meus óvulos. Cheguei em casa, conversei com Vitor e íamos fazer o congelamento dos óvulos fecundados. Acontece que...- ri - eu já estava me sentindo meio estranha, estava com alguns sangramentos, mas sempre tive problema com isso, por isso até que fui ao médico. Só que um belo dia me deu um...- pensa - um “feeling”, uma coisa... Pensei: será que estou grávida? Aí bateu um desespero. Guardei para mim até achar um momento e compartilhar isso com Vitor. Quando contei, não esperamos e fomos para o médico, um grande amigo nosso. E aí, foi na mesma hora: grávida! - ri. O susto foi tremendo!

Tata Fersoza: Você ficou assustada? - riem. Eu imagino a cena!

— Muito, muito! Na hora pensei no que eu ia fazer, fiquei perdida. Eu sou uma pessoa muito controladora, foi complicado. Mas com o tempo foi ficando tudo mais tranquilo, mais leve... Mesmo com a pandemia, as preocupações, a gravidez da Francesca foi a que menos sofri. Na da Vitória eu tive muitos enjoos, muitos sangramentos, tive um parto extremamente complicado... Na do gêmeos passei por uma depressão gestacional e pós parto, como já conversamos aquela vez! Então a Francesca foi mais tranquilo... Mesmo tendo descolamento de placenta e alguns probleminhas no útero que se resolveram também.

Tata Fersoza: Te falei que sentia que o Michael sofria junto nas minhas gestações e você comentou o mesmo sobre o Vitor... Como foi para ele viver todas essas complicações?

— Vitor é extremamente sensível! Com absolutamente tudo. Ao mesmo tempo ele é muito centrado, muito calmo e foi isso que nos manteve durante todas as gestações. Ele assumiu tudo, mesmo sentindo tanto quanto eu. Na gestação dos gêmeos mesmo, tudo que ele fez foi... Ele literalmente me carregava. Me dava comida, me dava banho, cuidava de Vitória, me fazia dormir! Ele foi tudo. Nossa decisão de não ter mais filhos posteriormente veio disso também, minhas gravidezes sempre foram traumáticas, enfrentamos um aborto, etc... E aí eu sentia também que ele se culpava muito por eu estar como estava.

Tata Fersoza: Sim! É muito delicado o momento, né Paulinha!? O casal fica...

— Sim! São verdadeiras provações. Teve dias que só tínhamos um ao outro no meio de tanto sofrimento e aquilo machucava.

Tata Fersoza: Cria-se um elo mais forte...

— Ah, com certeza! Um elo mais forte, mais íntimo!

Tata Fersoza: Por falar em íntimo...- ri. Eu confesso que perdi um pouco o tesão durante as gestações... Isso aconteceu com você ou por aí foi tranquilo?

— Menina...- ri - estávamos até conversando esses dias sobre isso com nosso médico... Na gravidez da Vitória foi normal, não perdi e também não senti muito mais, tanto que tivemos relações até o meu sétimo mês, depois disso a barriga já não dava - riem. Na do gêmeos, sem condições... Por conta de tudo que passamos, foi... Não nos relacionamos e nem tínhamos cabeça também. Já na da Francesca o negócio... - caem na gargalhada - foi muito intenso, que loucura... Eu senti muito. Vitor sofreu! - riem.

Tata Fersoza: Eu fui assim na da Melinda! - riem. Tanto que emendei, né? - ri.

— Pois é! - riem. Eu confesso que na primeira gravidez não guardamos o resguardo! Nas outras por conta de tudo, respeitamos certinho... Mas na primeira... - riem.

Tata Fersoza: Hoje, com 04, é difícil ter esses momentos mais a sós, etc?

— É mais difícil sim! Mas estamos sempre nos organizando, tentando - riem - fugindo um pouquinho quando dá!

Tata Fersoza: Aqui é do mesmo jeito... Tentamos aproveitar no momento do desenho, logo pela manhã, ou depois que dormem... Mas sempre com um ouvido ligado!

— Exatamente! - ri. Cada um já dorme no seu quartinho, com os horários certinhos, então a gente já sabe como lidar! - riem. E aí quando bate aquela saudade, não temos muito como escolher o horário, é quando dá!

Tata Fersoza: Sim! - riem. Eu e Michel gostamos muito de curtir um jantarzinho depois que eles dormem...

— Nós aqui Tata jantamos muito pouco sozinhos! É até engraçado isso. É muito raro estarmos só os dois, sozinhos, jantando... Geralmente nossos momentos a dois é no quarto, depois que dormem ou antes de acordarem, ouvindo música, sentados na varanda, tomando vinho, vendo filme, documentários... Curtimos mais momentos assim. Quando viajamos sozinhos é que aproveitamos muito mais!

Tata Fersoza: Vocês conseguem viajar sozinhos?

— Sim! Temos ajuda das nossas mães... Aí vamos tranquilos!

Tata Fersoza: Aí que bacana! Vovós em ação! - riem - voltando ao assunto do parto... O da Francesca foi natural?

— Natural! Francesca nasceu em BH, na nossa chácara de lá... Houve um problema no hospital que serviria de base para o nascimento dela aqui em Uberlândia. Foi um desespero e aí nosso médico indicou irmos para BH onde ele tem a clínica com tudo que eu e Vítor preparamos durante toda a gestação. Faltava ainda algumas semanas para ela nascer, então tranquilo irmos. Horas depois que chego em BH, viajando de carro, minha bolsa estoura durante o banho. Vítor estava junto, aí voltou o desespero e a alegria... - riem - mas demorei muito ainda para ter dor. A equipe chegou na chácara, começamos os exercícios e aí veio as contrações. Foi um parto demorado, mas o momento que mais senti o ápice foi realmente próximo do nascimento. Ela nasceu na banheira, às 5 da manhã... Vítor me auxiliou nos exercícios e assim que ela apontou, Ricardo, nosso médico querido, o chamou para ver e ele que retirou Francesca de mim.

Tata Fersoza: Que coisa linda! - fica encantada.

— Sim! Foi emocionante.

Tata Fersoza: Vitória foi parto normal? E os gêmeos?

— Vitória foi normal... Eu fui para o hospital com sangramento, na minha cabeça eu havia perdido! Era muito sangue e muita dor. Mas algumas horas depois ela nasceu... - sorri. Os gêmeos foi cesárea devido ao alto risco. Acordei tranquila no dia, me maquiei - riem - tomei meu café e fomos para o hospital.

Tata Fersoza: Que delícia! - sorri. E voltaram com duas fofurinhas para casa!

— Sim! - sorri lembrando. Alegria em dose dupla! Nem posso dizer que é trabalho em dose dupla, porque Antônia e Vitor são nossos cristais... - sorri - são calmos, atenciosos, compreensivos. Para tudo que fazem pedem nossa permissão, isso com tão pouca idade!

Tata Fersoza: Que lindos! Meus dois são assim também... Não posso reclamar! Vitória tem o mesmo temperamento?

— Vitória é ariana como papai! - pisca. O negócio é diferente! - riem - Vitória é extremamente inteligente, desde pequena ela tem uma facilidade de captar coisas no ar. Super ativa, é difícil a gente conseguir fazer ela ficar sentada. Das crianças, ela quem nos deixa de cabelinhos brancos! - riem.

 

 

Conversamos mais um pouco sobre as crianças, os casamentos e os planos como cantora e atriz e finalizam a entrevista. Paula sai do escritório a procura dos filhos e os encontra ainda brincando com os cachorros no jardim. Troca de roupa e junta-se a eles, finalizando um dia com muitas gargalhadas.

 

 

 

 


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