Juntos Por Ela escrita por Little Flower


Capítulo 18
Califórnia Baby


Notas iniciais do capítulo

Oie queridos divergentes!
Desculpa, eu sei que havia dito que iria postar todo dia 29 de cada mês, mas realmente não deu. A inspiração parecia ter rompido comigo, mas já que parece que nos reconciliamos aproveitei sua volta haha! Depois de quase três meses tentando terminar, eis que consegui graças a Deus! ♥
Obrigada quem comentou, quem é novo, seja bem vindo, quem está desde o inicio e continua a me apoiar! Obrigada. E desculpa os comentários que não respondi no capítulo 16, gente desculpa mesmo!
Espero que gostem :)



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[Tris]

— Como é? — exclamou meu irmão surpreso. Ele está parado diante de mim, depois que o encontramos a nossa espera depois de desembarcarmos.

— Ela é minha filha. — repito as mesmas palavras de segundos atrás.

Caleb alterna o olhar entre Tobias, Ana e eu. Parando em meu namorado e cerrando os olhos para ele.

— E quando isso aconteceu? Pelo o que eu me lembre vocês eram apenas amigos.— ele enfatiza a palavra dando uma olhada severa para Tobias com os braços cruzados.

— Continuo a história no caminho. Agora venha aqui e me dê um abraço — eu digo porque ainda não tínhamos matado a saudade. E depois de nos afastarmos ele retorna a dizer.

— Obviamente eu quero saber cada detalhe. — soa como uma ameaça a Tobias, que rir.

— É bom te ver também, cérebro! — diz Tobias divertidamente e beija o topo da cabeça de Ana.

Caleb e Tobias se cumprimentam com um aperto de mão e nada mais. É nítido que meu irmão está se controlando para não partir para cima de Tobias. Talvez seja coisa de irmão, o instinto de proteção apitando com a irmãzinha ainda mais agora, depois dessa bomba que joguei. Ele chama a atenção de Ana e ela esboça um sorriso adorável acompanhando de balbucios, que pela expressão deslumbrada de Caleb fisga o seu coração em cheio. Depois ele nos ajuda com as diversas malas.

Entramos no carro. No caminho engatamos uma conversa, primeiro pergunto como vão as coisas com ele e cada palavra dita sobre o casamento e sua Susan seus olhos brilham encantadoramente. Sinto-me culpada de repente por não ter tido a chance de conhecê-la antes. Ela realmente é especial. Depois é minha vez, relato exatamente tudo, como fiz com meus pais, que a propósito já estavam lá, depois da formatura do casal eles vieram direto para cá com eles.

Ele fica totalmente comovido com a história da linda bebê comportada em seu bebê conforto no banco de trás ao lado de seu pai. Olho pelo espelho retrovisor a forma carinhosa com que Tobby olha para ela, é tão doce, definitivamente ele a ama, eles também conversam animadamente. Sinto-me tão orgulhosa da pessoa que ele se tornou. Ainda é piadista, um imaturo as vezes, mas não mais aquele egoísta ou idiota inconsequente que costumava ser. E por mais que estivéssemos um pouco distantes isso não muda as coisas. Sou pega por um par de olhos cinzentos, mas são do meu irmão Caleb que aproveita o sinal fechado para desviar sua atenção, ele observa meu olhar boba para meus dois amores atrás.

— O que? — eu pergunto sem som audível.

Ele sacode a cabeça e sorri de lado. Talvez não esteja mais tão irritado.

O sinal abre e seguimos nosso destino, agora consigo apreciar melhor a paisagem da ensolarada São Francisco. Rosa não pôde vir conosco, pois iria visitar uma prima sua que se encontrava enferma. Eu gostaria muito que ela estivesse no casamento do meu irmão e tinha certeza que ele sentiria o mesmo, porém não era possível.

...

Vamos ficar hospedados numa pousada que pertence à família Black, os pais de Susan. Alguns parentes de ambas as famílias também estão aqui. É uma enorme casa, numa pintura de amarelo queimado, têm três andares, janelas marrons, um jardim sem fim e áreas de lazer.

Eu ainda não estava pronta para encarar os meus familiares curiosos. Mas uma hora isso ia acontecer.

Ao pegarmos a bagagem e chegarmos ao hall, somos recepcionados por um ser de cabelos cor de mel e olhos verdes.

— Olá! Você deve ser a Tris. — ela saúda.

— Oi, sim, e você a garota especial do meu irmão. — eu digo gentilmente e vejo-a corar.

— Bem, eu acho que sim. — diz timidamente. — posso? — pergunta abrindo os braços e eu permito o contato. Ela cheira a amora. — espero que gostem daqui, aproveitem o máximo que puderem.

Depois de agradecer, Tobias se apresenta e a Aninha também, como Caleb, ela fica encantada com a pequena criança, e sem conseguir resistir a pede para pegar nos braços. A bebê fica um pouco desconfortável com aquela desconhecida e faz que não com a cabeça não querendo ir, mas com um sorriso. Susan tenta mais algumas vezes, mas sem sucesso a fazendo desistir.

Quando pegamos as chaves dos respectivos quartos, Susan e Caleb nos guiam de mãos dadas escada acima para nos mostrar, no caminho eles trocam carinhos e eu olho de soslaio para Tobias ao meu lado, como vem acontecendo, muito longe dali. Solto um pequeno suspiro.

— Bem, este aqui será o seu e o do lado do Tobias. — ela indica as portas.

— Obrigada, Susan.

Dois homens surgem trazendo nossas coisas, usando uniformes com o nome da pousada dos Black, depois de separar de quem era quem, Susan e meu irmão dizem para nos encontrarmos no jardim dos fundos se quisermos, peço Ana de Tobias sem dizer nada e decido entrar no quarto que será meu.

— Você gostou, princesa? — digo arrulhamente para ela que se agita em meus braços. Corro os olhos pelo local, há uma grande cama com lençóis de cor azul, um guarda roupa de madeira, televisão de plasma, uma porta que talvez seja para o banheiro, e uma janela. Tudo rústico, porém muito elegante.

— Papa! — ela entoa olhando para os lados talvez a sua procura.

— Calma, bebê, vamos vê-lo daqui a pouco. — digo para tranquilizá-la, balançando-a em meu colo. Caminho até a cama e me sento para sentir a maciez, tiro Ana do meu colo e a coloco na cama e me jogo de costas, sempre atenta a ela, para não cair.

Sinto-me sonolenta de repente. Solto um bocejo alto que faz a bebê se espantar, nos olhamos e ela começa a rir sendo acompanhada por mim. Viro de lado me apoiando no cotovelo e faço cócegas em sua barriga, o que a faz gargalhar.

Escuto batidas na porta e permito a entrada gritando: pode entrar!

— Hey! — diz Tobias põe a cabeça para dentro.

— Oi. — digo em tom neutro, voltando minha atenção à Ana.

— Você não vai descer e encontrar seus pais? — quis saber andando em passos lentos até ficar numa distância razoável. Eu sinto como se houvesse uma parede invisível entre nós dois. E eu ainda não entendo o porquê isso aconteceu.

— Vou. — digo me levantando e capturando Ana que fugia de mim quando viu que eu ia pegá-la. Ri.

Descemos as escadas em silêncio e depois de cumprimentar o homem que estava atrás do balcão, fomos até o jardim. Ao nos ver, minha mãe abraçou o bebê a mim de uma vez só enquanto meu pai fazia o mesmo com Tobias. Depois trocamos. Minha mãe ficou falando o quanto Ana tinha crescido e sentia saudades, ela diz que o casal tinha ido resolver umas coisas por isso estavam ausentes. Noto que alguns tios meus estavam lá na mesinha redonda e olham surpresos para mim segurando um bebê. Mas apenas cumprimento-os e não sustendo a conversa por mais tempo que o necessário.

Deixo Ana com meus pais e puxo Tobias pela mão até um canto onde ninguém possa nos ouvir.

— Tobias, você e eu devíamos ter criado uma história antes de chegarmos. — digo reta.

— Como assim? — pergunta ele. Reviro os olhos com sua lentidão.

— Sobre Ana, eu não sei você, mas eu não me sinto à vontade em expor a real história. Mesmo que para os meus parentes.

— Não, eu concordo perfeitamente com você. — vejo ao longe minha mãe nos encarar com uma expressão interrogativa e eu sorrio de volta para tranquilizá-la.

— Certo. Pensemos em algo.

Depois de alguns minutos criando teorias que convencessem a todos, voltamos para meus pais e meus tios. Sem mãos dadas, ou qualquer coisa. E fico realmente chateada com esse fato. Eu jamais pensei que me tornaria numa romântica boba, mas por ironia do destino, eu realmente gostava. Bom, eu nunca tinha tido um relacionamento antes.

Eu queria tanto tocar na mão de Tobias, eu sei que ele não está bem, senão, não iria parecer que somos de sintonias diferentes. Eu o conhecia, pelo amor de tudo que é sagrado, crescemos juntos e agora somos namorados. Eu só não sei como posso alcançá-lo agora.

Os Black chegam de algum lugar, se juntam a nós e finalmente nos apresentamos, conhecemos também os seus outros filhos, Hanna de seis anos que cerca Ana, e Stefan de dez, ambos têm cabelos cor de mel e caiam em cachos grossos, e claro os olhos verdes predominantes. Minha mãe franze a testa quando Tobias pede Ana e caminha com ela em direção a piscina.

Dou de ombros. Odiando aquela situação toda. Mas o que quer que seja ele precisa de espaço, e eu tenho que respeitar. Em algum momento ele irá se abrir.

Uma senhora, certamente a cozinheira, nos traz pratos com uns cookies de chocolate e leite.

Tobias já está de volta com Ana e eu me permito encará-lo de vez em quando. Fico meio receosa com ele dar pedaços do doce molhados de leite para a bebê, mas com a sua carinha pidona me faz repensar, só peço para ele não exagerar, pois ela ainda não tinha comido a papinha ainda.

Escuto risadas joviais perto de nós e olho para a direção.

Um grupo de quatro jovens se aproximam de nós e quando eu vejo quem está dentre eles eu sorrio calorosamente. Ela cumprimenta a todos na mesa, inclusive seus pais. Os que a acompanhavam falam só um 'oi’ e sentam na outra mesinha que havia perto de nós.

— Priminha!

— Maggie, oi! — eu me levanto para abraçá-la.

— Quanto tempo hein, só assim para a gente se ver, menina! — eu tinha pouco contato com ela, éramos primas de segundo grau.

— Realmente.

— Hey Monte de músculos! Não vai falar comigo? —  deu um pequeno tapa na nuca de Tobias que encarava Aninha, e ela riu com a sua expressão quando ele se virou para encará-la.

— Oi Margarida! — ao ver os olhos arregalados dela, ele riu gostosamente. Não era do agrado de Maggie que a chamassem pelo nome completo.

Ela estremeceu e fechou a cara para ele. Eles não eram amigos íntimos, mas sempre que ela ia nos visitar em Chicago brincávamos juntos, já grandes dificilmente nos víamos.

— E quem é essa fofura? — perguntou se referindo ao bebê no colo de Tobias apertando as suas bochechas e ignorando-o.

— Ela é nossa, Maggie. — desta vez quem diz é ele.

— Como assim nossa? — se engasgou com os olhos novamente esbugalhados.

— Eu explico depois, ou melhor nós, não é Tobby. — digo e sorrio para ele enquanto eu me arrisco e ultrapasso o limite tocando em seu ombro. Apenas aquele gesto me fez relaxar, ao senti-lo.

Agradeci internamente por ele não recuar. Somente me encarou por um momento e desviou os olhos. O que fez com que eu retirasse minha mão.

— Eu estou louca para saber tudo! — sorriu maliciosamente para mim, que revirei os olhos.

Talvez para ela contasse a verdadeira origem de Ana. Talvez.

.

Estava bastante atrasada para o jantar. Mas o que eu posso fazer? Tenho um bebê que precisa de toda minha atenção e cuidados. E depois de deixá-la com Tobias para poder enfim me arrumar vejo a hora e me sinto um ninja tomando banho e colocando um vestido com rendinhas verde-claro de alças finas e sapatilhas brancas.

Susan e Caleb preferiram não ter jantar de ensaio então apenas seria um jantar 'normal’ lá no jardim mesmo, mas eu ainda teria que fazer meu discurso de madrinha mesmo assim e devia estar lá logo.

Corria as escadas com o coração martelando ruidosamente no peito, quando me choquei de encontro com uma parede, muito macia na minha opinião.

Ergui meus olhos e me deparei com um rapaz encorpado de olhos numa tonalidade estranha parecia um azul violeta e cabelos escuros, que me segurava com as mãos em meus ombros.

Então é ele quem eu havia me choco, não uma parede. O que me faz respirar com alívio. Ele abre um sorriso que é impossível não retribuir.

— Olá. — disse num sotaque britânico. Muito bonito. Quase fiquei completamente encantada. Quase.

— Oi. — pigarreio — você poderia? — indico com os olhos o que eu estou querendo dizer.

— Ah, claro. Desculpe. — fala tirando as mãos de mim. Me endireito.

— Sem problema, se não fosse por você teria acontecido coisa pior comigo. — eu rio passando a mão em meus cabelos soltos em ondas.

— Então, por nada…?

— Tris, eu sou Tris. — falei um pouco aérea. O que estava acontecendo comigo afinal? Limpei a garganta de novo. Senti-me estranha, com uma sensação horrível de estar traindo Tobias pelo simples fato de admirar aquele homem.

— Tris. — ele fala como se estivesse familiarizado com meu nome e eu sorrio sem mostrar os dentes. — eu sou Taylor.

— Prazer, Taylor.  — trocamos um aperto de mãos.

— O prazer é todo meu… sabe onde posso encontrar Caleb? Eu acabei de chegar e ele me mandou esse endereço. Será o certo?

— Sim. Ele é meu irmão, o jantar vai começar daqui uns instantes. Quer que eu o leve até lá?

— Seria perfeito. Obrigado. — ele sorri levemente para mim que retribuo.

Estranho a ausência do recepcionista, mas não faço ideia onde ele possa estar. Então Taylor deixa as malas num canto, retira o casaco e o leva no braço, enquanto caminha comigo ao seu lado. Por uns segundos o silêncio reina, porém não está incómodo.

— Você não sabe o quão feliz eu estou por poder estar no casamento dele… — disse ele sorrindo de maneira sincera.

— Você e meu irmão parecem ser muito próximos. Mas ele nunca falou de você para mim.  — eu admito. Embora não ter tido muito contato com Caleb nesses anos.

— Bem, mas ele me falou muito de você.

— É mesmo?  — sinto meu rosto esquentar e vejo de longe a agitação do local.

— É sim.

— Você parece gostar muito dele.

— Ele é como um irmão para mim. — fico realmente aliviada, por Caleb ter tido a chance de conquistar amizades sinceras. 

Sorrio sem saber mais como puxar assunto.

A medida que nos aproximamos das pessoas ali, alguns olhares nos encaram curiosos e eu reprimo a vontade de revirar os olhos. Um em especial me chama atenção.

Tobias está em pé conversando com meu pai e mais duas pessoas e ao passar os olhos pelo local com o semblante risonho e divertido, vejo seu maxilar trincar e seu corpo enrijecer instantaneamente, o sorriso sumindo dos lábios. Encaro-o confusa. Mas depois tudo clareia na minha mente.

— Eu não acredito, Tay!  — ouço alguém dizer com a voz alegre. E vejo que é Caleb, caminhando em nossa direção com Susan enlaçada a ele.

Eles trocam um abraço apertado e eu sorrio para Susan. Meus olhos voltam para Tobias, que continua com a mesma postura, mas não encara mais a nossa direção.

— Eu preciso ir ali um momento.  — anúncio receosa por quebrar o browmance deles.

— É claro. Obrigado, Tris.  — sem esperar aquele gesto, ele puxa delicadamente minha mão e deposita um suave beijo no dorso. Fico um pouco surpresa e sorrio desconcertada.

Aceno com a cabeça, me despeço do casal e me distancio dali. Alguns parentes me cumprimentam pelo caminho e eu não sustento as investidas de conversas.

Procuro por Ana por não vê-la com o pai e a encontro no colo da minha mãe sendo paparicada por Hanna. Sorrio com a cena.

Quando faço menção em caminhar até elas, sinto uma leve pressão em minhas costas e alguém passar o braço por minha cintura me virando para ficar de frente. Uma música suave e lenta está tocando. Relaxo por ver quem teve a ousadia de me tocar desse jeito.

— Resolveu parar de me ignorar?  — o tom na minha voz pareceu cheio de rancor. Eu poderia empurrá-lo para longe, mas eu não faria isso nem se eu quisesse.

— Quem é o seu novo amigo?  — ignora meu questionamento e parecia mais relaxado agora, embora a palavra 'amigo’ tenha soado estranha.

— Taylor e ele é amigo do Caleb.  — passo os braços em seus pescoço como se fôssemos dançar. Ele traja roupa social, o azul realçando seus olhos.

— Hummm… pareceram bem próximos ainda a pouco.

— Agora você sabe como me sinto quando te vejo com sua amiguinha Beatriz.  — digo com um gostinho maravilhoso na boca.

Mordo o lábio para evitar sorrir com a sua expressão ou a crise de ciúmes.

— E não estou ignorando você!

Solto um suspiro.

— Eu sei que está acontecendo algo com você Tobias, e eu não vou te obrigar a dizer nada, mas não aja como se tudo estivesse bem, você não precisa se distanciar de mim.

Agora é a vez dele de suspirar.

— Eu sei. Me perdoa por isso… por te aborrecer ou magoar. Eu não queria isso.  — ele tira uma das mãos do abraço e acaricia minha bochecha, os pelinhos dos meus braços se eriçam.

— Se você prometer não ser idiota de novo, eu posso pensar nisso.  — ele sorrir um pouco recolocando a mão.

Tobias estreita mais um pouco o espaço entre nós e eu lembro que estamos cercados de pessoas, que certamente nos observam e eu reprimo a vontade de fazer alguma coisa como um beijo de reconciliação.

Então beijo apenas sua bochecha quando ele imagina que eu irei beijá-lo na boca. Rio um pouco. E ele esboça uma leve careta. Balançamos para lá e para cá conforme a música, na pequena pista de madeira.

— Eu amo você... — ele sussurra perto ao meu ouvido. Meu coração reagindo aquela doce declaração batendo de forma maluca e descompassada. — eu percebi que nunca disse isso antes, não em palavras.

O meu sorriso é tão grande que penso que ele irá rasgar meu rosto. Eu conseguia enxergar em cada detalhe, em como ele mudara, em como ele tratava a Ana e a mim com carinho e cuidava de nós duas, mesmo quando eu não o queria por perto ele estava lá.

E então certa de que o sentimento é reciproco eu digo o obvio claramente:

— Eu também amo você, Tobby.

Seu sorriso de resposta é tão gigante quanto o meu, posso ver seus dentes extremamente brancos cintilarem e os olhos brilharem. É lindo.

Voltamos a posição de antes e apreciamos juntos o momento repleto de romance e carinho.   

.

Faço meu discurso de madrinha e após os cliques finalmente nos deliciamos com a comida.

Taylor por não conhecer ninguém senta em nossa mesa, ele puxava conversa com todos ai, porém pude notar o ciúmes da parte de Tobias, que fazia questão de fazer algum carinho para ‘mostrar’ a Taylor que eu tinha namorado. Obviamente que me agradou aquilo tudo. Por que ele estava provando o mesmo remédio que eu.

.

Dia do casamento.

Enquanto fito os rostos radiantes de meu irmão cabeça dura e sua amável noiva, olhando-se intensamente no altar da perfeitamente adornada igreja de São Francisco, diante do Padre e de nós. Sinto minhas bochechas molhadas. Limpo as lágrimas rapidamente quando desvio a visão da cena e Tobias me lança um olhar de: eu vi você emocionada! 

Rolo os olhos. E ele rir, com Aninha em seu colo. Ele traja um terno preto e está completamente charmoso, lembro de vê-lo pela primeira vez antes ao descer as escadas hoje, eu literalmente havia ficado sem ar. Aninha usa a roupa que compramos naquele dia no shopping e têm uma travessa de pano de lacinho da mesma cor, meia-calça e sapatos cinza-aperolado. Dirijo-lhe um sorriso carinhoso. Ela está totalmente absorta brincando com seu ursinho marrom favorito.

Por um instante eu me desligo do presente. Minha mente começando a me encacutar com os pensamentos que a rondava há pouco tempo. Eu não tenho certeza se é isso que eu quero. Encaro o vestido incrivelmente branco de Susan, tentando me imaginar vestindo um desses algum dia. Eu não tenho dúvida alguma que se Tobias me pedisse em casamento eu aceitaria sem pensar duas vezes. Eu posso ser nova, mas sou capaz de tomar uma decisão importante, como essa por exemplo. Mas será que ele quer isso? Nós nunca falamos a respeito, apenas conversas fragmentadas, mas nada relativamente que ‘definisse’ nossos passos futuros. Eu só tenho 18 anos, mas preciso saber.   

Será que ele pensa em mim como uma possível esposa? O que ele pensa para o futuro? O que eu realmente quero? Se eu me especulasse sobre essa pergunta meses atrás eu responderia numa questão de segundos: eu iria para a faculdade de jornalismo, eu me formaria, trabalharia e só então eu pensaria em formar uma família com alguém realmente especial. Mas então as coisas não aconteceram como eu planejava. Um bebê foi deixado na porta da casa onde moro, eu me apaixonei por meu melhor amigo de infância — quantas chances disso acontecer? — muita coisa aconteceu, altos e baixos. Eu já havia pensado sobre isso, muito tempo atrás enquanto refletia, e nunca tido a coragem de expor isto a ele.

Mas eu tenho certeza que é necessário agora.   

A voz do Padre se sobressalta e me tira do devaneio. Ele faz aquela pergunta tradicional de todos os casamentos:

— Caleb Jordan Prior você aceita Susan Marie Black como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até a que a morte os separe? — perguntou em palavras claras.

— Aceito! — responde meu irmão com toda certeza do mundo e um sorriso gigante.

A essa altura Susan está com o rosto totalmente molhado, mas sua maquiagem intacta.

— Susan Marie Black você aceita Caleb Jordan Prior como seu esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe? — perguntou à ela.

— Aceito! — ela fala com a voz embargada. O rosto de porcelana num tom vermelho. Porém adorável.

— Eu vos declaro marido e mulher! O noivo pode beijar a noiva. — declarou o padre com um tom firme.

Caleb e Susan encostaram os lábios num beijo suave e que selava para sempre sua união.

Todos os presentes bateram palmas. Eu jamais pensei que eu seria uma das pessoas se desmanchando em lágrimas. Realmente estou mudada. Não que eu fosse alguém contra o amor ou relacionamentos, eu só achava aquilo muito careta, mas no fim das contas eu só era uma garota romântica sensível, incapaz de demostrar os sentimentos verdadeiros. Tobias me ajudou a descobrir esse lado.

Após eu assinar o papel junto com os outros padrinhos, posamos para os cliques dos fotógrafos. E aproveito para cumprimenta-los. A alegria dos noivinhos me contagia.

— Bem-vinda a família! — eu digo numa voz empolgada.

— Obrigada, Tris. — nos abraçamos carinhosamente numa questão de segundos.  

Os recém-casados caminham de mãos dadas em direção ao portão com todos os aplaudindo e felizes.

Sinto os braços de Tobias em minha cintura.

— Vamos? — ele pergunta com Aninha toda sorrisos para mim.

— Claro. — respondo pegando a bebê de seus braços e lhe dando cheirinhos. — você está muito linda, bebê. — digo num arrulho.  

Marchamos para fora e seguimos meus pais até o carro, rumando para a recepção.

A festa passou num borrão assim como na noite anterior, tive que suportar as perguntas incansáveis dos meus parentes distantes, acho que queriam entender o que me levou a ‘ter’ uma criança cedo, obviamente, Tobias e eu recitamos a ‘história falsa’ tantas vezes que até eu mesma já estava acreditando. As que precisavam saber, já sabiam e já é de bom tamanho.

Tinha uma pista de dança no meio, as mesas tinham um enfeite bonito no centro é uma réplica em miniatura dos noivos, a decoração impecável em vinho, dourado e branco, um bolo quadrado de seis andares, com adornos das características que definiam ambos, tipo livros, computadores, essas coisas. Um bolo complexo e diferente. Acho bastante encantador aquilo e tiro várias fotos.

Vejo Maggie ao longe dançando animadamente com Taylor. Eles ficam lindos juntos. Pude perceber que durante a parte da manhã quando eles resolveram se ‘conhecer’ melhor algo iria acontecer com ambos. E eu estava certa. Esse fato deixou um Tobias tranquilo e parecendo mais condescendente com o rapaz.

Quando eu percebo meu irmão e Susan já estão de roupas trocadas e entram no carro para irem para sua lua de mel, que será na França. Eles se despedem de nós antes com vidro abaixado, e Caleb sopra um beijo para Ana no colo de Tobias. Minha mãe passou a festa inteira emocionada e realmente feliz pelo filho agora casado, não muito diferente está meu pai. Completamente orgulhoso.

.

Passamos mais dois dias na ensolarada São Francisco, aproveitando os passeios e visitando os lugares, muito sorvete e se empanturrando de comidas. Meus pais não puderam ficar mais tempo longe do hospital e logo voltaram para lá. Tobias e eu nos comportando como um casal de namorados que se amavam, e com Ana é claro, que completa a nossa vida. Como poderíamos esquecer da pequena criança que nos mudou de todas as formas possíveis e que é foi quem deu um pequeno empurrão para estarmos juntos hoje. Curtimos um pouco a piscina também da pousada e nos confraternizamos com Maggie e Taylor, sendo os únicos além de nós ainda ali, sem contar com os Black.

Eu tinha que controlar minhas emoções quanto as ligações frequentes que havia recebido esse tempo de algum desconhecido, ou nem tanto assim. Tentava de tudo para saber quem era, mas Tobias apenas dizia que era questão de ‘negócios’. Desde quando ele se interessara por negócios? Mas eu logo enfiava na minha cabeça para eu não ser paranoica, não deixar que as palavras venenosas de Jeanine me atingissem mais. Era muito difícil bloquear aqueles pensamentos nesses momentos que me sinto insegura. Tobias seria incapaz de me trair, não o meu Tobby.

Odiava-me quando tinha esses pensamentos em relação a isso. Fazia-me parecer uma neurótica ciumenta. A sensação era horrível. Eu falava: Desde que você chegou aqui, você não pensou mais naquela mulher gananciosa e suas palavras mesquinhas, não seja uma burra e se deixe levar.

Nos despedimos dos Black e agradecemos a hospitalidade antes de embarcamos no avião, Hanna ficou realmente sentida por partimos e assim a separar de sua mais nova amiga. Ela chorou bastante, e eu a consolei dizendo que nos veríamos o mais breve possível, já que éramos da mesma família agora.

Logo estamos parados diante da porta da casa dos Eaton e olho institivamente para a casa dos Mattews soltando um suspiro aliviado por não ver nenhum movimento. Saímos do carro já estacionado, tínhamos o deixado no estacionamento do aeroporto para quando voltássemos para cá. Tobias tira algumas malas e caminhamos lado a lado até a porta depois de subir as escadas, que misteriosamente está destrancada. Ele e eu trocamos olhares. Meu coração martelando feito um louco em meu peito, minha respiração descompassada.   

Aperto uma Ana adormecida em meus braços fortemente por reflexo.

Antes que Tobias diga alguma coisa eu o corto.

— Eu vou junto. — eu falo terminantemente e ele rola os olhos não gostando nenhum pouco, mas não contestando.

— Okay, mas fique atrás de mim com o bebê.

Aceno com a cabeça positivamente.

Ele deixa a bagagem na varanda e afasta um pouco mais a porta para que possamos adentrar, fazemos os nossos passos os mais silenciosos possíveis e quando meus olhos pousam no sofá maior abro a boca em choque, a sala de estar está uma bagunça só e não são as embalagens de alimentos por todo a extensão do tapete que me faz ficar assim, é a pessoa roncando que está esparramada ali sustentando uma garrafa de bebida no braço.

— Não é possível... — Tobias diz com o semblante incrédulo e o tom de voz carregado de revolta e raiva.     


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Notas finais do capítulo

Perdoem algum erro e o atraso! Mas estou aqui novamente né!
O que acharam? Eu não estou podendo exigir nada de vocês, mas eu gostaria muito de receber muitossss comentsss! Digam o que acharam, o que precisa melhorar, os palpites de quem é essa pessoa (mesmo sendo um pouco obvio demais kk') e do que vai acontecer. Desde já obrigada ♥ Não vou desistir da fic, mesmo que demore mais uns dois anos (o que eu acho que não haha) eu vou concluir!! Vocês merecem isso! Um final digno!
Kissinhos.



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