Juntos Por Ela escrita por Little Flower


Capítulo 17
Novas Amizades


Notas iniciais do capítulo

Olá, minhas queridas! Quanto tempo hein. Espero que estejam bem.
Demorou mas saiu. Antes tarde do que nunca né! Obrigada quem está comentando até agora, o apoio, as motivações, quem favoritou, quem continua a acompanhar. Obrigadíssima.

Espero que gostem! Curtam ♥



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[Tris]

Depois de passar na cozinha para cumprimentar Rosa e lhe dar um beijinho na bochecha — ela estava apenas arrumando alguns utensílios, a comida ainda não está preparada —, subo as escadas e deixo meu bebê no berço após ter retirado seu calçado e a tiara, para não lhe incomodar. Abraço a mim mesma enquanto eu a fito, conseguindo perceber as pequenas mudanças em sua forma física. O cabelo cresceu e está abaixo das orelhas em fios lisos, o seu rosto está mais redondo, o seu comprimento também teve alterações.

Quero me distrair pensando em Aninha. E logo na minha mente recordo das palavras ditas à Rosa, sobre estarmos juntos por ela, se não fosse pelo bebê dado a nós, não estaríamos aqui, embora eu esteja com uma raiva imensa de Tobias dentro de mim no momento, me refiro ao nosso relacionamento.

Respiro fundo.

‘Tris, não seja uma boba. Para de ser paranoica.”  Advirto-me.

Daqui a pouco ele vai irromper pela porta atrás de alguma explicação a respeito da minha saída nada agradável da conversa sobre o jantar dos queridos vizinhos. Eu sempre fui assim, impulsiva. Talvez um pouco transparente também, quem sabe seja por isso que quando algo não me faz bem eu trato de expor de alguma forma.

Ana se mexe um pouco e eu dou batidinhas em sua barriga delicadamente fazendo o ‘chiado’ para confortá-la.

Penso de repente na faculdade. É claro que eu ficaria totalmente decepcionada se a minha carta se perdesse por aí, ou pior se eu não fosse aceita. Porém, eu tinha outras opções de universidade, havia feito entrevistas diversas, então em alguma teriam que me acolher. Estou estranhando nenhuma resposta. Entretanto, seria um problema, pois eu teria que ir embora e abrir mão de Tobias. De nós.

Automaticamente levo minha mão ao meu peito, pois uma dor absolutamente terrível apunhala meu coração em cheio ao pensar na possibilidade. Não que eu seja totalmente dependente dele, mas é que ele me faz tão bem. É tão certo estarmos juntos, que parece errado ficarmos distantes, cada um vivendo sua vida longe. Um pesadelo. Só de imaginá-lo com outra pessoa, especialmente se for alguém ruivo eu fico incomoda, ao extremo.

Uma vez conversamos sobre seus planos acadêmicos e ele me disse que agora parecia uma boa cursar algo numa universidade para aumentar as chances de um bom cargo em alguma coisa futuramente. “Tenho uma filha, agora, isso requer bem mais de mim...”. Mais um a vez Ana e sua influência sobre nós. Sorrio para ela.

Permaneço ali mais alguns minutos e rumo para o meu quarto depois. Dando uma olhadinha para o fim da escada, esperando algum sinal de Tobias. Ficando um pouco decepcionada por não vê-lo.

— Esperando alguém? — escuto sua voz rouca atrás de mim e eu me sobressalto.

— Ai! Que susto Tobias! Quer me matar do coração? — pergunto sarcasticamente respirando num arfar. Escutando a palpitação do meu coração em meus ouvidos.

Ele fica diante de mim, pois eu não viro para encará-lo.

— É claro que não, doce Tris. Mas não posso perder minha essência.

— Oh, é claro. O que seria do mundo se o hilário Tobias Eaton resolvesse bancar o sério? — digo ironicamente.

— Hey, o que houve? Tá tão bruta comigo porque? Poxa, amor, tivemos uma tarde tão maravilhosa e você quer terminar o dia assim? Brigando comigo? — ele diz com a voz mansinha, colocando uma mecha rebelde do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Me diz você, hã? Tão íntimo da nossa vizinha Beatriz. Você não ficaria irritado se eu de repente me achegasse num vizinho novo?

— Não, eu sou completamente seguro. — assente para mim.

— Você está me chamando de insegura? — aumento um décimo da minha voz, sentindo meu corpo esquentar de raiva.

— Não, não é isso que eu quis dizer! — revira os olhos.

— Ah, é mesmo? Então o que você realmente quer dizer? Me explica.

— Por falar nisso, porque você saiu daquele jeito? — cruza os braços, esboçando uma reação dura.

— Não me responda com outra pergunta Tobias, e não mude de assunto.

— Tecnicamente não estou mudando de assunto... Tudo isso — gesticula com as mãos — envolve a Beatriz, certo?

Dou de ombros.

— Anda, Beatrice. Não seja turrona.

Bufo.

— Sim, é. Quanto mais rápido falarmos abertamente, logo estarei tratando meu estresse com uma ducha.

— Tris, somos só amigos...

— Não duvido disso, mas as vezes eu acho isso muito irritante. Alguma coisa nela me faz desconfiar.

— Alguma vez você já a viu flertando? Ou melhor, alguma vez já viu nós dois flertando?

— Não, não vi.

— Então? Não tenho olhos para ninguém mais, e você sabe disso... Você pode não ser a menina mais linda do universo, mas é a que eu escolhi.

Eu desfiro um soco em seu ombro com uma careta.

— Estou brincando... — ele rir pegando minhas mãos e juntando com as suas — você é a mais linda do mundo, do meu mundo. Quem foi que defendeu você daquele rato quando tínhamos 10 anos?

— Você! — reviro os olhos achando meio estranho sua colocação. Ele ainda lembra disso?

— Quem foi que...

— Tudo bem, Tobias, tudo bem, eu devo muito à você!

Ele rir.

— Por favor, Tris. Não vamos mais ‘discutir’ por causa disso okay? Prometa-me.

Faço uma careta antes de concordar, pois não sei se sou capaz de cumprir isso. E de certa forma é um jeito de mantermos sempre um relacionamento saudável. Sem desconfiança, embora meu alvo principal de desconfiança seja a garota e não ele.

— Okay, okay. Eu prometo... — e continuo — tentar não brigar por ciúmes.

— Muito bem. — ele assente e me puxa para me abraçar fortemente.

Careta de novo.

Mas é rapidamente substituída por uma expressão suave quando seus lábios macios tocam os meus num beijo que me deixa sem folego. Logo estou em outra dimensão, viajando com o ato trocado entre nós. Mais certa do que nunca que meu lugar é estar aqui, em seus braços, sendo cuidada por ele, sendo amada.

[...]  

Durante a viagem, meu olhar repousa no garoto ao meu lado ressonando tranquilamente e no pequeno bebê em seus braços, também tirando um cochilo, e depois, com a mente cheia viro a cabeça e olho além da janela do avião. Os dias tinham sido agitados. Depois do jantar na casa dos Mattews tudo mudara. Ainda não sei definir se para bem ou para mal.

Solto um longo suspiro, agarrando a mão de Tobias. Meu peito arde e meus olhos lacrimejam.  

Devagar, como vem acontecendo ultimamente, minha mente divaga para aquele dia. Aquele bendito jantar.

Como Rosa não havia preparado o jantar ainda, Tobias aceitou para aquele dia mesmo o convite formal dos Mathews. Estou esperando Ana despertar, mas depois de passar intermináveis 15 minutos ali plantada, eu percebo que ela não irá acordar tão cedo. Sorte a dela. Eu não sabia o real motivo de estar detestando a ideia de conhecer melhor nossos queridos recém-chegados vizinhos. Por mais que no fundo quisesse adiar aquilo tudo. Minha “produção” não demorou menos que 15 minutos, apesar disso escolhi meu look com precisão, alguma coisa me dizia que eu deveria ir “preparada”. O vestido salmão de alcinha caiu bem, as sapatilhas de salto rosinha também, e o penteado solto encaracolado nas pontas e com adornos marrom simples.

Passava das sete quando Tobias me apanhou no fim da escada. E após ter me examinado dos pés à cabeça me ofereceu sua mão. Não era malicioso, era puro.

— Você está maravilhosa. — declarou ele com um olhar encantador.

— Obrigada, você também está bonito. — eu digo cerrando os olhos um pouco, e reprimo o resto da frase que está na ponta da língua. Mais cedo tinha prometido tentar não discutir por ciúmes. Ele vestia uma calça jeans escura, uma blusa social azul-celeste e sapatos sociais. 

Caminhamos pelo jardim e contornamos a cerca branca de nossos vizinhos e já estávamos na porta.

— Oh, olá! — uma mulher loira nos recebe com um sorriso aberto. Sutilmente seus olhos azuis me analisam. E sinto um frio na espinha. Fazendo com que eu pressione a mão de Tobias ao meu lado, ele retribuí. Não era maldoso, mas me passou uma sensação ruim.

— Boa noite. Você deve ser a senhora Mattews. Prazer, sou Tobias. — eles trocam um aperto de mão.

— Por favor, chame-me apenas de Jeanine. Ou Jean. Como preferir. — ela dá um risinho e eu tento sorrir agradavelmente. E ela retorna à atenção para mim — e você deve ser a Beatrice.

— Tris. — digo a contra gosto e me esforço muito para erguer a mão e aceitar seu cumprimento.

— Prazer, Tris e Tobias. Entrem... — ela se afasta para que adentremos a casa e assim fazemos.

O interior dali é bastante refinado. As paredes em tons pasteis e em detalhes parecido serem desenhados a mão como eu me lembrava combinava perfeitamente com os moveis sofisticados e macios, constato ao sentar no sofá da sala de estar. Há muitos quadros de família, pinturas certamente compradas de leilões, e objetos de decoração que não me interesso em observar muito. Sinto uma pontada no peito, ali já foi minha sala, minhas coisas e as da minha família já adornaram este lugar.  

Um homem ruivo num terno azul-marinho e muito bonito aparece com o braço enlaçado à Beatriz, que não foi humilde em sua produção. Usa um vestido franzido marfim abaixo dos joelhos, o cabelo laranja caindo em cachos e uma maquiagem suave, porém deixando-a ainda mais bonita. E novamente sinto um frio na boca do meu estomago. Não posso me deixar abalar. Lembro-me mais uma vez.

Thomas Mattews nos cumprimenta formalmente. E logo estamos conversando sobre coisas triviais. Bem, eles. Eles agradecem milhões de vezes a Tobias por ajudar a filha na mudança, e a mim também por termos sido cordiais com ela. Eu fiz o que eu pude. Quase ri sarcasticamente. Bom, não consigo ser sua maior fã quando fico consumida pelo ciúme.

A empregada nos avisa que a comida está pronta.

O questionário se estende ao nos acomodarmos na sala de jantar. Apenas falo quando a pergunta é dirigida a mim, sorrio ou rio de alguma coisa “engraçada”, agindo como é para ser. É quando o assunto chega, Ana Clara.

— Ainda não acredito que vocês têm uma filha... — começa Jeanine com as sobrancelhas arqueadas.

— Na verdade, a adotamos. — beberico minha água enquanto Tobias fala, sentindo meu coração martelar rapidamente, sinto minha garganta muito seca de repente.  

— Sim, Bea nos contou. Mas vocês são tão jovens, conseguiram adotá-la tão rápido assim? De papel e tudo? — pergunta uma Jeanine ávida. Muito intrometida para o meu gosto. Minha antipatia pela mulher aumentou. Tento me lembrar que qualquer um ficaria intrigado com aquela situação incomum, de dois jovens adotarem uma criança.

— Mãe. — Beatriz a censura. E pela primeira vez me sinto agradecida por tê-la por perto. Tenho que ser racional, mas quando eu encarno com alguém, tentar mudar isso me custa bastante.

— Desculpe, um dos meus defeitos é ser curiosa... — bastante por sinal, completo em pensamento. Com a expressão fechada. Tobias aperta minha mão por debaixo da mesa para me passar segurança.

— Sem problemas... E err falando sobre a empresa, também não acredito em tanta coincidência. — Tobias é esperto e trata de mudar de assunto rapidamente. Pressiono sua mão de volta.  

— Realmente Tobias, além de Bea preferir a faculdade daqui e nos fazer mudar com ela, vim especialmente para verificar de perto como anda a empresa. Seu pai realmente faz falta no conselho.

Thomas era um dos sócios da empresa de moveis de Marcus Eaton. Ainda estava bastante surpresa. E um dos motivos para ele ter vindo foi a empresa, pois tinha apenas 2 sócios, quando era para ter 3. Por direito Tobias herdou uma parte da empresa, mas ele nunca se interessou pelos assuntos do pai. Nem mesmo quando ele desapareceu.

Após o jantar, tomamos um café na sala de estar, mais uma sessão de tédio, Tobias mantinha sua mão grudada com a minha o tempo inteiro e pude notar os olhares de Jeanine em nós, que estava ao lado do marido e sua filha do outro. Por instinto e para minha própria surpresa, eu acariciava o dorso da mão de Tobias com a mão livre, sorria para ele enquanto ele falava, estava carinhosa. O senhor Mattews foi bastante gentil por me incluir na conversa quando mencionou o assunto faculdade e sonhos. Dele eu fui com a cara. 

Antes de irmos embora eu precisei ir ao banheiro, abri a torneira e lavei o rosto na pia para me refrescar. Solto um suspiro. Finalmente estamos indo embora, penso alegremente.    

— ... Ele é tão charmoso Be, uma pena que esteja preso àquela garota. Ele seria o homem perfeito para você! É o filho do homem mais rico daqui... — diz Jeanine. Ao escutar aquela conversa eu me aproximo e me encosto ao batente da porta do que antes era o escritório do meu pai.  

— Eu não ligo para dinheiro, a senhora sabe mãe, mas confesso que Tobias é particularmente interessante, além de ser atraente. Mas infelizmente as coisas são assim. — responde Beatriz e ouço um barulho de algo cair ao chão.

— Uma verdadeira piada. Posso ver o potencial daquele rapaz. Ele tem muito mais a ganhar se largar aquela garota. E se a criança não pertence a ele de fato, logo ele se esgotará, ele é jovem, e verá o quanto está deixando passar...

 Aquilo é demais para mim e volto para a dentro do banheiro, não suporto mais ouvir nenhuma palavra, eu queria que o peso daquele dialogo não tivesse caído sobre mim de modo avassalador, mas sim. Meu corpo tremia, novamente lavo o rosto com a agua fria, uma mistura de sentimentos correndo por minhas veias, sinto raiva, temor, e em especial medo. Minha cabeça começa a latejar. Dando-me conta que talvez ela pudesse estar certa. Não, não chore. Não seja uma boba, Tris, digo a mim mesma tentando me convencer. Tobias nos ama, a Ana e a mim. Nenhuma mulher estranha poderia me confundir. Como pode ser? Ela mal nos conhece! Coloco um pouco mais de sanidade nos meus pensamentos, porque tendo a fazer uma besteira se eu não me controlar. Se eu já não gostava dela, isso bastou para querer distância.

Com um suspiro deixo o lugar e retorno à sala, onde Tobias já me espera próximo a porta. As duas estavam lá também. Tentei evitar manter contato visual por muito tempo com ambas. Recebi apertos de mão de Beatriz e de sua mãe, e enquanto eu as cumprimentava, abracei Tobias de lado. Com gosto apertei a de Thomas, nos despedimos e assim seguimos de volta para casa. Sem em nenhum momento me desgrudar do meu namorado.

  

Tobias havia mudado totalmente de ideia sobre a empresa e decidiu fazer um tour com o senhor Mattews dois dias após o jantar e antes de fazermos esta viagem.

O voo não demora mais que duas horas e logo chegamos à Califórnia. Para o casamento de Caleb.        


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
OBS: As postagens ficarão todo dia 19 de cada mês.
Beijokas e comentem muitooo okay?



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