Eternal Flame – O Fim escrita por Jor Trindade


Capítulo 9
"Você me completa, Jacob Black"


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, mas estou em período de provas, então estou sem tempo para me dedicar completamente a EF! :(

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"Eu esperei uma centena de anos

Mas eu esperaria um milhão mais por você

Nada me preparou para o privilégio de ser seu

Se eu tivesse sentido o calor que vem do seu toque

Se eu tivesse apenas visto seu sorriso quando você cora

Ou como você curva seu lábio quando se concentra o suficiente

Eu saberia pelo que eu vinha vivendo o tempo todo

Pelo que eu tenho vivido.”


– Turning Page/ Sleeping At Last

Acordei envolta pelos braços de Jacob. Eu me sentia completamente feliz, realizada, radiante. A noite anterior havia sido a melhor de toda a minha pequena eternidade. Jake fora totalmente cuidadoso, tornando tudo ainda mais especial.

Levantei lentamente da cama, tirando o meu braço dormente debaixo do lobo. Seu sono era tão profundo que não ousei acordá-lo. Depositei um beijo em sua bochecha, observando-o dormir por alguns instantes. Ele era estonteantemente lindo.

Vesti o roupão que jazia no cabideiro do quarto e caminhei cautelosamente até o banheiro do chalé, parando diante do espelho. Meus cachos acobreados estavam completamente despenteados, mas eu estava indiferente quanto a isso. O que realmente me importava era o sorriso estampado em meu rosto.

Involuntariamente meus dedos tocaram os meus lábios e tive a lembrança dos beijos ternos que trocamos durante aquele momento de amor. Jacob trilhava beijos abrasadores por todo o meu corpo e, em troca, minhas unhas cravavam em suas costas nuas e percorriam-na num sobe e desce demorado. Cada um dos nossos toques na noite anterior equivaliam a qualquer palavra de amor, qualquer história romântica.

– No que está pensando? – Jacob apareceu por trás de mim, agarrando-me pela cintura. Sua pele quente entrou em contato com a minha e eu sorri.

– Em como a noite passada foi incrível – respondi virando-me para dar-lhe um abraço.

– Eu não te machuquei? – questionou ele enquanto beijava a minha testa.

– Nem um pouco – sorri novamente e beijei ternamente os seus lábios voluptuosos. – Você foi perfeito, Jacob – toquei o braço do lobo tentando passar todo o meu amor por ele naquele simples contato.

Meu coração já batia descompassado, naquele seu habitual ritmo acelerado. Nossos sorrisos se encontraram e Jacob me segurou pela nuca, puxando-me para mais perto. Deixei que ele me comandasse e permiti que sua língua quente explorasse cada pedaço dos meus lábios. Eu o amava e queria cada centímetro dele para mim.

– Hã... eu vou fazer o café – disse interrompendo o beijo. Jake concordou com a cabeça e eu comecei a caminhar rumo à pequena cozinha do chalé, que acomodava, no máximo, cinco pessoas. Mamãe e papai só se alimentavam de sangue, então a cozinha só fora projetada a mim.

Coloquei a chaleira cheia de água sobre o fogão e então comecei a vasculhar a geladeira à procura de ovos e bacon. Coloquei os ingredientes sobre a pia da cozinha e peguei dois ovos da caixinha de papelão, quebrando-os na frigideira que acabava de pegar do armário e colocando-os em tal recipiente.

– Quer ajuda? – Jacob adentrou o recinto enquanto vestia uma camisa simples pela cabeça.

– Claro, obrigada – disse virando o bacon na frigideira com uma espátula. – Pegue pão e manteiga para mim – pedi apontando com a cabeça para um armário sobre o fogão.

– Sabe, Ness... Estava pensando em darmos um passei hoje à tarde. Caçarmos, visitarmos La Push... O que você acha? – o lobo sugeriu enquanto colocava os alimentos na mesa.

– Ótima ideia, amor – respondi beijando o canto dos seus lábios.

Terminei os ovos com bacon, os distribui em dois pratos de porcelana e deixei-os junto às outras comidas do café-da-manhã.

A água fervente da chaleira começou a apitar, seu vapor se dissipando no ar na medida em que saia do recipiente. Desliguei o fogo e coloquei a água junto ao pó do café, esperando que ela se misturasse completamente ao pó enquanto escorria pelo filtro de papel.

– Faz tanto tempo que não caço – comentei. – Estava tão ocupada com o casamento que mal tive tempo para isso.

Jake riu de canto sentando-se à mesa.

– Tem razão. Meus compromissos como alfa e o casamento, devo admitir, me deixaram várias noites em claro.

– Mas agora temos tanto tempo que podemos atravessar o mundo – aquilo era para ser uma piada, mas honestamente foi horrível. Mesmo assim, Jacob gargalhou.

(...)

Tomamos café em silêncio, apenas nos entreolhando. Cada vez mais eu me convencia de que o lobo era o rapaz mais lindo que eu já vira em toda a minha vida. Os cabelos negros como ébano contrastando com a pele bronzeada deixaria qualquer garota aos seus pés. Mordi o lábio com o meu pensamento.

– O que foi? – Jacob indagou mastigando um pedaço de pão, vendo que eu o olhava lançando pequenos sorrisinhos.

– Você é bonito demais, Jake – admiti sentindo um rubor se espalhar pelas minhas bochechas. – Chego a ter ciúmes.

– Ciúmes de mim? – o lobo repetiu, discordando levemente com a cabeça. – Caramba, olhe para você, Renesmee Cullen. Você é a híbrida mais linda desse universo. Eu é que devo me morder de ciúmes.

– Não acredito nisso! – acusei entre risos. – Eu sou a única da minha espécie, então não vale!

– Ok, ok – ele levantou as mãos num gesto de rendimento. – Você é a sobrenatural mais linda desse universo. E agora? É válido?

Nós dois começamos a rir e eu dei um soco de brincadeira em seu braço incrivelmente tonificado. Depois de um bom tempo trocando sorrisos, limpei minha boca em um guardanapo e me levantei da mesa, levando o meu prato até a pia enquanto Jacob voltava a guardar o que sobrara da nossa refeição.

– E então, vamos? – disse Jacob.

– Jake, eu ainda estou de roupão – lembrei-o apontando para a peça de roupa.

– Ótimo! É bem mais fácil para tira-lo – ele soprou em meu ouvido com a voz sensual.

– Você é um pervertido! – adverti desferindo tapas de leve em seu peito.

Virei-me na direção oposta da dele, jogando os meus cabelos longos para trás. Jacob ficou observando cada passo meu enquanto eu caminhava em direção ao quarto. Quando adentrei o recinto, vasculhei a mochila que Alice preparara à procura de uma peça apropriada. Fiquei feliz ao ver que ali não havia só lingeries e coisas extravagantes. Consegui encontrar facilmente um vestido florido que ia até os tornozelos e uma sandália de cor neutra. Vesti-me em poucos minutos, escovei os meus cachos e, em seguida, andei novamente até o lobo, que me aguardava recostado à parede ao lado da porta.

– Se soubesse que você viria assim, teria me vestido melhor – ele disse tocando a barra do vestido.

Dei um meio sorriso e balancei a cabeça em negativa, conduzindo-o para fora do chalé.

(...)

– Jake! Jake, espere! – sussurrei puxando os seus pelos castanho-avermelhados, tentando fazer com que ele diminuísse o ritmo.

Inspirei com força, sentindo o cheiro inebriante do sangue quente de um puma. Mas havia mais algum animal adiante, já que um odor fortíssimo atingia o meu olfato apurado em cheio.

– Estamos com sorte, Jacob – anunciei afagando a pelagem sob as suas orelhas. – Há um rebanho de ovelhas atravessando uma clareira perto daqui.

Ele rosnou e balançou a cabeça para frente e para trás, assentindo. Depois, caminhou cautelosamente para trás de um pinheiro, esperando pela oportunidade perfeita de darmos o bote.

Pulei das costas de Jacob e senti a gramínea úmida como veludo sob meus pés descalços. Minha pele quase tão rígida quanto à vampiresca permitia esse tipo de sensações reconfortantes que, para um humano, seria um bocado doloroso.

Inspirei novamente, o cheiro de sangue estava cada vez mais próximo de nós. Só então percebi que eu estava faminta, sedenta por cada gota daquilo que mantinha os animais vivos.

– E-eu não vou aguentar – gaguejei num murmúrio quase ininteligível e saí em disparada.

O lobo rugiu e iniciou uma corrida para conseguir me alcançar, contudo, meu ritmo era tão rápido que meus pés tocavam o chão com pouca frequência. Eles mais pareciam voar do que correr. Eu estava ofegante e, mesmo com a minha ótima visão, eu não conseguia distinguir muita coisa naquela floresta, com exceção do sangue pulsante pelo qual eu ansiava provar.

Ouvi um barulho distorcido atrás de mim, mas não fiz menção de me virar. Apenas continuei correndo.

– Nessie, espere!

Ótimo, pensei. Jacob havia voltado à forma humana.

Freei abruptamente, e minhas pernas não conseguiram aguentar o choque. Senti meu corpo perder o equilíbrio e eu tropecei, rolando por entre as árvores, batendo contra pequenas criaturinhas que eu não podia diferenciar. Só parei quanto fui jogada contra um arbusto de galhos firmes.

– Renesmee Cullen, você é maluca? – Jacob advertiu correndo ofegante na minha direção.

– Eu estou bem, não se preocupe – tranqulizei-o, estendendo a mão para que ele me ajudasse a levantar.

Gemi, sentindo uma dor horrível nas costas.

– Ai, me desculpe – murmurei com a cabeça entre as mãos. – Tive um deslize, não consegui me controlar. Sinto muito.

Levantei-me dolorida, tentando me recompor. Meu vestido agora estava coberto de lama, e eu me sacudi como um cão molhado para tirar os orvalhos presos em meus cabelos e roupa. E então, do nada, Jacob começou a gargalhar.

– Caramba, Ness! – exclamou ele. – Você é doida.

– Aquilo foi ridículo, não foi? – indaguei constrangida, controlando o riso.

– É, talvez... – ele disse, e soltou uma gargalhada gutural. – Mas vamos continuar a caçada, ou então quem fará uma bobagem destas serei eu.

Mordi o lábio inferior, socando com força o seu peito. Controlei-me para não expressar a minha dor. Jacob riu, percebendo a minha inquietação e, então, metamorfoseou-se novamente na forma de lobo e prosseguimos o ato, eu na direção do puma, e Jacob perseguindo o rebanho de ovelhas.

(...)

Fora uma caçada incrível. Nunca me senti tão viva, com os meus sentidos tão ativos como hoje. Cada gota do sangue quente daqueles animais agia como uma bomba em meu corpo, e cada célula minha pedia por mais.

Olhei para baixo, notando o meu vestido transformado em trapos, marcas de garra em todos os centímetros do tecido florido. Mas, pela primeira vez, eu sequer me importei.

– Uau, que refeição – exclamou Jacob, entrelaçando os dedos cálidos nos meus, agora manchados de vermelho.

– Sim, foi incrível – concordei.

Subitamente, Jake me pegou no colo, os braços bronzeados e firmes me apertando contra ele. Deixei escapar um gritinho de surpresa.

– O que está fazendo? – questionei ainda surpresa.

– O tradicional – ele murmurou. Vinquei a testa, não entendendo o comentário do lobo. – Você sabe... todo homem carrega a noiva no colo depois do casamento.

– Hã... digamos que você está um dia atrasado, Jacob Black – fingi estar visualizando as horas em um relógio de pulso. Jake riu.

– Nessie, Nessie – o lobo soprou ao pé do um ouvido enquanto balançava a cabeça em negativa. – Tivemos outras ocupações ontem à noite.

Senti um leve rubor invadir o meu rosto.

– Você está parecendo com Emmett, Jacob – acusei entre risos. – Seus comentários insanos me deixam louca – admiti com a voz aveludada, tentando parecer sensual. – Mas eu gosto disso.

Jacob virou a cabeça na minha direção, olhando para mim com uma das sobrancelhas grossas erguidas.

– Edward adoraria saber sobre esse seu lado malicioso – Jake disse irônico. Revirei os olhos.

– Você não perde uma oportunidade, não é? – depositei um beijo nos lábios de Jacob, pulei dos seus braços e abracei os ombros largos do lobo enquanto caminhávamos.

– Que tal um mergulho? – Jake sugeriu apontando para o mar ao horizonte.

– Considerando o dia ensolarado, o que é extremamente raro em Forks, é uma boa ideia – concordei curvando os lábios para exibir um sorriso.

(...)

Quando a água densa do oceano já cobria meu quadril, a cor escarlate tingia o mar ao redor, limpando o vestido rasgado e embebido de sangue. Concentrei-me e fiquei imóvel, permitindo que o meu corpo flutuasse e fosse levado pelas ondas calmas. Meus músculos tensos foram relaxando aos poucos, e eu agradeci mentalmente pela sensação extremamente reconfortante.

– Ah Deus, como eu estou cansada – grunhi afundando o rosto no mar salgado.

Meus cachos, antes definidos, agora formavam ondas disformes que emolduravam meu rosto molhado. Jacob sacudia os cabelos úmidos com a mão, bagunçando os fios curtos e escuros que lhe davam um ar de moleque. E eu amava aquilo nele.

– Vai ficar aí parada com essa imensidão ao nosso redor? – Jacob indagou atirando a camiseta ensopada na areia.

Ignorei a pergunta do lobo, mergulhando a fim de emergir na água morna e reconfortante que cobria todo o meu corpo, tirando todo o desconforto impregnado em mim. Então, subitamente Jake me tirou da água, girando-me entre o seu abraço firme. Soquei o peitoral do lobo entre risos, tentando me desvencilhar daquele gesto abrupto.

– Jake! Solte-me agora, Jacob Black! – obriguei empurrando o corpo do lobo para longe do meu. Contudo, ele nem sequer fez menção de me soltar.

– Ah, sua híbrida teimosa – Jake me colocou no chão, começando uma corrida ao ver que eu o perseguia.

– Ei, volte aqui! – acelerei o ritmo, evitando que meu lado inumano prevalecesse para não levantar suspeitas de alguém que passasse por ali, o que era bastante improvável. Mesmo assim, o ideal era não arriscar.

– Alcance-me e mostre o seu potencial – o lobo provocou seguido de uma risada gutural.

– Você é quem sabe – murmurei dando um sorriso presunçoso.

Peguei impulso e dei um salto. Em poucos instantes, eu já pairava no ar, indo de encontro à Jacob. O vento cortante lançava os meus cabelos e roupas para trás e, então, eu comecei a aterrissar. Meu corpo se chocou contra o do lobo e nós dois caímos na areia.

– Consegui! – comemorei enquanto me recompunha, chacoalhando o vestido sujo.

Jake balançou a cabeça em discordância, não aceitando ter perdido a aposta. Com seus dedos cálidos, ele começou a fazer cócegas em meu abdômen, e eu caí no chão novamente entre gargalhadas.

– Para! – consegui dizer ofegante – Para, para Jake!

– Não até você se render.

– Ok, ok eu me rendo! – empurrei as mãos dele, tentando me levantar. – Você venceu.

Jacob riu presunçosamente e depositou um beijo nos meus lábios.

– Vamos dar uma caminhada? – ele convidou dando um leve suspiro de cansaço.

– Eu adoraria – concordei segurando a sua mão.

(...)

Caminhávamos pela reserva de La Push como um típico casal apaixonado. Jacob passou o braço pelos meus ombros, apertando-me contra ele.

Ah, como eu me sinto bem assim, pensei com intensidade, fechando os olhos e soltando um suspiro realizado.

– Nessie, o que foi isso? – Jake perguntou de olhos arregalados.

– Isso o quê? – questionei confusa.

– Eu... eu consegui escutar os seus pensamentos, mas... mas você sequer tocou em mim – ele explicou ainda surpreso.

– Oh, Deus – balbuciei colocando os dedos nos lábios. – Jacob, meus poderes! Meus poderes foram aperfeiçoados!

– Tente novamente – ele incentivou em êxtase.

Concentrei-me e pensei em uma campina repleta de borboletas azuis flutuando sobre a minha cabeça. Subitamente, senti como se algo emanasse de mim e atingisse a Jacob. O lobo sorriu maravilhado.

– Eu senti novamente, Nessie!

– Ah, é incrível – comemorei pulando no colo de Jake.

O transfigurador me pegou com firmeza, jogando-me para o alto. E então, quando me dei conta, seus lábios estavam pressionados contra os meus, movendo-se em formas perfeitas. Meus dedos subiram a sua nuca, emaranhando-se em seus fios curtos. Nossas línguas travavam uma batalha, uma espremendo-se na outra.

A boca de Jacob se afastou e uma leve frustração me invadiu. Contudo, sumiu em instantes quando ele mordiscou meu queixo, passando sua língua quente pelo maxilar. O lobo colocou meus pés no chão, suas mãos apertando a minha cintura com força num sobe e desce alucinante. Mordi o lábio para evitar um gemido. De repente, as mãos de Jake começaram a subir novamente, indo até o meu colo. Depois desceram enquanto rasgavam ao meio o vestido florido que eu usava.

Fiquei em alerta quando seus dedos habilidosos afastaram a calcinha, explorando a minha região mais íntima.

– Jacob – arfei baixinho quando meu corpo já perdia completamente o controle. Agora, eu apenas me arqueava com fortes arrepios, não conseguindo mais manter a linha.

Nós não estávamos mais nos beijando, nossas bocas apenas repousavam, mal tocando uma na outra e eu ofegava, cravando as unhas nas costas nuas dele.

Eu quase atingia o meu ápice quando Jake me deitou na grama macia, unindo os nossos corpos e beijando-me com urgência. Minhas pernas envolveram o quadril do lobo, apertando-me contra ele.

– Você me completa, Jacob Black – murmurei interrompendo o beijo.

Mal tive tempo de terminar a frase e o lobo avançou novamente sobre mim, depositando beijos por todo o meu corpo rígido de prazer. Ah, como eu o amava. Aquele momento era só meu, dele e da imensidão verde que nos rodeava.


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