A Jovem Do Ar escrita por Cakeyloser


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! No último capítulo : "Luca desvia os olhos. Levanto uma sobrancelha, mas ela ignora. Não gosto dela."



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Meu pai me chamou para a sua sala hoje de manhã, disse que queria tratar de um assunto sério comigo. Agora estou a caminho de sua sala.

Não estou sozinha, dois guardas caminham um de cada lado meu. Todos com as mesmas roupas com cores monótonas, tudo aqui é monótono. As paredes são brancas, os uniformes dos guardas são cinzas e os móveis são beje. Tudo muito padrão, nada diverge.

— Será que dá para afrouxar essas coisas? Elas machucam. - Digo mostrando as algemas.

— Fique quieta e continue andando. - Diz uns dos guardas. Viro os olhos e continuo andando.

Depois de atravessar um corredor todo branco - o que pareceram horas por conta que não havia nada nele - todo igual, vi que Aria me esperava na porta que dava ao escritório de meu pai. Seu rosto estava sério e seu corpo tenso, qualquer que fosse, o assunto é sério.

— O que está acontecendo? - Pergunto para ela.

Seu rosto não muda enquanto ela responde. - Não posso dizer isso aqui fora, não com eles aqui. - Seus olhos estão nos guardas que tiram minhas algemas.

Um dos guardas bate na porta de meu pai, percebo que é um tipo de código que eles fazem. Ele bate primeiro duas vezes, depois uma e finaliza com mais três batidas.

Um outro guarda abre a porta e nos pede para entrar.

Sua sala é um cubículo todo branco, com alguns pontos de luz vindos da janela de vidro falso no canto. Meu pai está sentado em uma grande cadeira preta, igual a dos filmes. Na sua frente há uma mesa de madeira escura muito bonita, com objetos variados em cima dela. Em frente a mesa duas cadeiras confortáveis, com almofadas pretas. Uma luminária no canto da sala, transforma meu pai em apenas uma silhueta grande.

Meu pai se vira em nossa direção, fazendo com que metade de seu corpo apareça nas luzes e a outra se esconda na escuridão.

— Entrem e sentem-se. - Sua cara está séria e isso me preocupa. - Meyer, Jonhson, por favor peço que se retirem, isso é um assunto particular. - Como pedido os dois guardas se retiram da sala.

Se meu pai não os quer aqui dentro, é porque o assunto deve ser relacionado aos Metas.

— Eu as chamei aqui para dar um aviso importante. Hoje vocês seis vão fugir. - Seu rosto continua sério. Ele não está brincando.

— Fugir? Como faremos isso? O complexo está cheio de guardas. Como seis Metas fariam isso? - Pergunto. Olho para Aria, mas seu rosto está sem expressão qualquer, ela está pálida e suas mãos tremem. Me lembro que foi como sua mãe morreu, quando a ajudava a fugir. Ela deve estar recordando desses dias.

— Já tenho tudo planejado, Benjamin irá nos ajudar, creio que você já o conhece, certo? - Aceno com a cabeça. - Ótimo. A fuga de vocês está marcada para hoje de noite. A energia será cortada e quando isso acontecer, os alarmes soarão alto, isso vai manter os guardas ocupados. Benjamin vai estar perto de suas celas para abri-las enquanto os alarmes soam. Estarei esperando do lado de fora com o caminhão. Fiquem ligadas para a hora certa, nada pode sair do esquema ou o plano todo falha, entenderam? - Nós apenas mexemos a cabeça.

Esse plano é muito arriscado, mas também é a nossa última chance de fugir desse lugar. Aria continua com seu rosto preocupado e seus dedos estão apertando tão forte os braços da cadeira que suas junções ficam brancas.

— Aria, você está bem? - Pergunto colocando a mão em seu ombro.

— Sim, só um mau pressentimento. - Ela se vira em minha direção e esboça um sorriso fraco. Acho que nem ela acreditou nas próprias palavras.

 

                                                '<>'

 

 

Assim que voltamos para a cela, explicamos o plano para todos. Libby ficava fazendo caretas o tempo todo, enquanto eu explicava. Finnick, irmão de Libby, era mais educado e a lançava olhares de reprovação a cada careta que ela fazia. Assim que terminei de explicar, todos ficaram em silêncio, absorvendo toda a nova informação.

— E para onde iremos? - Pergunta Megan.

— Não sei, provavelmente para o refúgio. - Dou de ombros.

— Mas seria muito perigoso voltarmos para lá, agora que eles sabem onde fica. Seria o primeiro lugar em que procurariam. - Diz Luca.

Me sento ao seu lado e ele envolve sua mão na minha. É grande, áspera, quente e reconfortante. Me sinto mais calma.

— Eu não sei, ele apenas nos disse que seria hoje, após as luzes se apagarem e os alarmes soarem.

— Eu não confio nele, Annie. Ele matou George.

— Eu sei, mas que outra chance de fugir nós teríamos? E ele é meu pai, apesar de tê-lo matado, eu ainda o amo. - Ele apenas assente. Entendo o que Luca pensa sobre meu pai, eu também me sinto assim, mas ele é a nossa única chance de nos tirar daqui.

                                                 

                                                 '<>'

 

Meu pai disse que as luzes se apagarão às 22 horas, presumo que seja perto disso agora.

Todos estão nervosos, a cela chega a ficar apertada com tanta gente aqui dentro. Finnick e Megan ficam andando de um lado para o outro da cela. Libby está deitada em dos colchões brincando com sua bandana, aparentemente ela é a única de nós que está mais calma. Aria está sentada na cama em frente a minha com a cabeça entre os joelhos, isso a lembra da mãe e prefiro deixá-la a sós com seus pensamentos. Luca está sentado ao meu lado, seu peito subindo e descendo rapidamente.

Eu estou nervosa, claro, mas não como eles estão. Tudo pode dar errado, como também, tudo pode dar certo.

— Ei, vai dar tudo certo. - Digo para Luca colocando minhas mãos em seus ombros. Ele assente. - Não se preocupe, daqui a algumas horas estaremos longe daqui, salvos.

— Eu sei, só estou nervoso. Já passei por várias situações assim antes e nem todas elas terminaram muito bem.

— Mas essa vai. - Encosto minha testa na sua, enlaçando minhas mãos em seu pescoço. - Confia em mim.

— Eu confio. Só estou com um mau pressentimento. - Lembro-me de Aria dizendo as mesmas palavras hoje cedo e um arrepio passa por minha nuca.

— Vai dar tudo certo. - Repito. Ele assente e eu o beijo. Me sinto mais segura, mas meu arrepio ainda não passou e isso me preocupa.

As luzes se apagam e começa a gritaria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Capítulo novo em alguns dias



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