Após muitas risadas forçadas e momentos desconfortáveis para Peter, o garoto havia cansado de ficar sentado jogando conversa fora com pessoas que nem ao menos eram seus amigos, principalmente Carter, que estranhamente o tratara bem hoje, fingindo ser um cara legal. Kate também estava com tédio, tudo o que ela queria era se acabar na pista de dança até o dia clarear então, subitamente, puxou Peter pelos braços e o levou para a multidão.

— Vem, vamos dançar — Ela se remexia e colocava as mãos na nuca do rapaz.

— Tá animada, hein? Eu não queria cortar o seu barato, mas é que eu não sei dançar muito bem — O garoto tentava se mexer de acordo com o ritmo da música.

— Não importa, eu só queria fugir daqueles chatos. Só de ter você juntinho de mim tá ótimo, gato — Kate se aproximava mais.

— Vou pegar uma bebida, quer também? — Peter tentou fugir da situação. Ele achava Kate uma garota divertida, mas era só isso.

— Me traz uma vodka, tá? Quero ficar pirada essa noite — Ela descia até o chão, parecendo não se importar com todos aqueles olhares masculinos que a observavam.

Dessa vez, o bar estava quase vazio. Peter aproveitou que Kate estava animada coma dança e respirou um pouco. O barman o serviu com um sorriso indecente.

— Aquela é a sua garota? Você tem sorte, meu amigo! — O homem apontava para Kate que além de dançar, cantarola ao som de David Guetta.

— Não, é só uma amiga mesmo — Peter olhava na mesma direção do homem que parecia encantado com as curvas e movimentos da garota. Pegou os dois copos de vodka da mão dele e voltou para a pista.

— Gato! Achei que você tinha me deixado — Kate falava ao pegar o copo de vodka.

— Eu estava te admirando de longe. Eu e todos os outros caras daqui, pra falar a verdade — Peter dizia enquanto tentava acertar os passos da dança.

— Falando em admirar, a tal da Lana não tira os olhos de você. Tô começando a ficar com ciúmes, viu? — Kate agarrou Peter, que recuou um pouco.

Kate estava certa. Lana observava Peter atentamente da área VIP. Seus olhos seguiam cada movimento do rapaz e quando ele percebeu, ela corou e desviou o olhar.

— Sabe o que eu tava pensando? Eu e você no banheiro, fazendo certas coisas — Kate usava um tom malicioso e dançava mais lentamente.

— Não posso fazer isso — Peter podia sentir a respiração ofegante de Kate e os olhares intensos de Lana.

— Eu tô sem calcinha, sabia? — A garota sussurou no ouvido de Peter que perdera Lana de vista. Ela havia saído da boate.

— Olha, eu tenho que ir — Falou quase que como um murmuro e andou até a entrada do local.

Por sorte, Lana ainda estava no portão. Peter correu para alcançá-la.

— Por que está indo embora tão cedo? — O garoto perguntou vendo a pressa da garota em deixar a balada.

— Não estava tão divertido assim. Além do mais, eu tenho claustrofobia — Explicou, disfarçando um pouco o motivo real.

— Você é o tipo de garota que parece não ter medo de nada — Peter comentou. Lana olhou para ele de uma forma gentil, ela havia achado fofo aquele comentário.

— E você é o tipo de garoto que é fofo demais para andar com líderes de torcidas que enchem a cara toda a noite — Lana deu um sorriso bobo que fez as mãos de Peter suarem.

— Você não deveria andar com babacas tipo o Carter. Ele é o cara mais idiota que conheço — Peter revirou os olhos e se aproximou mais de Lana.

— Você tá ciúmes, é? — Lana mordeu os lábios em provocação.

— Talvez — Peter tentava, mas não conseguia tirar os olhos daqueles lábios carnudos. Ainda mais agora, que eles estavam mais chamativos do que nunca. Vermelho combinava perfeitamente com a boca daquela garota.

— Eu preciso ir pra casa. Meu pai vai ficar uma fera se a filhinha querida dele chegar altas horas da madrugada — Lana hesitou.

A verdade é que fazia apenas 6 meses que Lana terminara o namoro com Lester, com quem namorou na sua antiga cidade. Lana o encontrou numa tarde de sábado, bêbado, quando completariam 2 meses de namoro, beijando outra garota. Aquilo ainda doía e machuca o coração da jovem. Ela não queria ir rápido demais e acabar se decepcionando de novo.

— Você sempre foge quando eu chego mais perto — Peter olhou para baixo e depois tentou dar um sorriso.

— Eu preciso mesmo ir. E eu não estou fugindo de você. Não mesmo. Quando eu cheguei em Nova York sabia que encontraria várias coisas maravilhosas por aqui, só não sabia que uma delas seria uma pessoa — As bochechas da garota ficavam vermelhas enquanto proferia as palavras.

Peter ficou em silêncio por alguns minutos. Ele não sabia o que falar. De fato, ele nem sabia se Lana estava se referindo mesmo a ele, mas mesmo assim seu coração falou mais alto.

— Amanhã meus pais vão viajar para Los Angeles e minha irmã vai dormir na casa das amigas esquisitas dela. Topa assistir um filme comigo? — Peter a convidou, quase que gaguejando devido ao nervosismo.

— Eu adoraria. Me manda por sms o seu endereço e te encontro à noite — Lana concordou, com um brilho profundo nos olhos, e se despediu com um beijo na bochecha. Peter estava farto de beijos na bochecha. Talvez amanhã fosse finalmente o seu dia de sorte.