A Garota do Metrô escrita por Redfield
Notas iniciais do capítulo
Finalmente terminei de escrever o nono episódio que até agora é meu preferido! espero que vocês gostem tanto quando eu. Boa leitura!
Peter estava animado. Na verdade, muito animado. A noite de ontem pode não ter sido como ele esperava, mas saber que passaria a noite com a garota dos seus sonhos fazia com que toda aquela nuvem de fumaça cinza que contrariava seus pensamentos desaparecerem. Paul também estava alegre, ele e Mel estavam mais grudados do que nunca, o relacionamento dos dois estava indo maravilhosamente bem. E, claro, o baile de inverno estava mesmo mexendo com a mente dos alunos do Empire High School. Ninguém falava em outra coisa a não ser no baile e como ele seria maravilhoso. Teria uma votação para rei e rainha do baile e todos estavam famintos por uma ascensão social.
Apesar de toda aquela euforia contagiante, as aulas continuavam tão secas e repetitivas quanto antes. Ainda mais agora que Peter tinha um novo colega de classe: Benjamin Wilson. Os garotos da aula de física o apelidaram de "Benjamin Button" e "Wikipédia Ambulante" porque aquele cara sabia tudo, absolutamente tudo, sobre a matéria e qualquer outra coisa que eles sequer tivessem ouvido falar. Ele parecia tão maduro e inteligente para estar ainda no ensino médio, era algo realmente intrigante. Peter tentou deixar de lado a genialidade magnífica de seu novo colega de classe enquanto rabiscava em seu caderno. Quando mal percebeu, o sinal de largada já havia tocado e todos se dirigiram ao portão principal do colégio como sempre.
— Peter, você ficou com essa cara de tacho a manhã inteira — Paul, que vinha acompanhado de Mel, notou o comportamento estranho do amigo.
— A Lana vai lá em casa hoje assistir um filme. Eu quero que tudo seja perfeito, sacou? Só não sei qual filme vou alugar ainda — Peter levou as mãos ao bolso, como um gesto de indecisão.
— Quando um cara chama uma garota pra ver um filme, elas esperam que o cara alugue um filme de terror, sabe? Pra quando acontecer uma cena muito forte, nós abraçarmos elas — Paul falou com um suspiro e olhou para Mel.
— Acho que a maratona de comédias românticas não te fez muito bem, gatinho — Mel riu e segurou a mão do namorado.
— Valeu pela dica, cara. Vou chegar em casa agora e preparar tudo — Peter sorriu e entrou no carro de Mel que lhe oferecera uma carona mais cedo.
Os jovens entraram no carro e seguiram para a casa de Peter ao som de Lana Del Rey, a cantora favorita de Mel, que fazia questão de cantar todas as músicas com louvor. Ao chegar na porta de casa, Peter acenou para os amigos e entrou. "É, acho que todos já saíram" pensou. A casa estava totalmente silenciosa e vazia. Peter pegou uma coca-cola na geladeira, seu notebook e sentou no sofá para pesquisar coisas legais que poderia fazer com a Lana de noite. Ele não sabia exatamente os gostos da garota, mas lembrou que ela amava comida japonesa, pesquisou por algum restaurante de sushi e pediu uma porção para dois. O rapaz lembrou também que sua mãe guardava alguns velas e aromatizantes de ambiente no quarto, então foi até lá e arrumou tudo na sala. Lembrou da dica de Paul e alugou "A Orfã" para assistirem. Estava tudo quase pronto, só faltava a Lana chegar, então ligou para ela.
— Oi. Já são quase 8 horas, então pensei em te ligar para saber se você já estava vindo — Peter falava, não conseguia conter a animação.
— Eu já tô indo aí — Lana parecia animada também.
Depois de longos vinte minutos, a campainha tocou e Peter, que usava uma camisa do Arctic Monkeys, calça skinny, e seu inseparavél vans, abriu a porta.
— Uau. Você está... linda — Peter pronunciou quase que como um sussuro. Lana estava mesmo deslumbrante. Usava uma regata estampada com caveiras e um shortinho rosa.
— Não vai me convidar pra entrar? — Brincou enquanto mordia os lábios.
— Entra. Não sei se você vai gostar, mas eu aluguei um filme de terror — Peter falava enquanto se dirigiam ao sofá da sala.
— Relaxa, eu adoro filmes de terror — Lana sentou no sofá enquanto Peter inseria o disco no dvd.
Ambos sentaram juntos, mas numa distância razoável. Peter olhava constantemente para Lana e percebia que ela assistia ao filme sem ao menos dar um gritinho de medo como algumas garotas fazem. Se aproximou um pouco mais de Lana e suas mãos se encostaram. Lana não tirou sua mão da de Peter nem recuou. Era um bom sinal. Quando os créditos começaram a aparecer na tela da televisão, Lana quebrou o silêncio.
— Eu adorei esse filme. É meio bizarro, mas é muito legal — Lana comentou com um sorriso.
— Eu também curti. Você tá com fome? Eu pedi sushi, me lembrei que você disse que era sua comida preferida — Peter corou um pouco ao dizer a última frase.
— Você tem uma boa memória, hein? — Lana riu e seguiu Peter até a cozinha.
Peter pegou o sushi na geladeira e os dois comeram, riram e Peter fez algumas piadas bobas que fizeram Lana rir até acabarem com todo o prato de sashimi.
— Eu queria conhecer seu quarto, posso? — Lana pediu.
— Tá uma bagunça. Você vai ficar com uma má impressão de mim — Peter deu um sorriso torto.
— Eu não me importo, sério. Posso ir? — Lana insistia e Peter assentiu e se arrependeu por não ter se lembrado de dar um jeito na bagunça do quarto. Mesmo assim, subiram as escadas e Lana entrou com passos curtos. Ela prestava atenção em tudo: desde a coleção de cds até as roupas jogadas no chão que, ainda bem, não eram tantas assim. Peter sentou no pufe verde ao lado do computador e só observava Lana "fazendo um tour" pelo seu quarto. A garota olhou tudo e depois andou até a direção de Peter para falar algo, mas a maldita bola de beisebol estava bem no caminho e a fez tropeçar e cair bem no colo de Peter que ficou sem jeito com a situação.
— Não se preocupa, eu te segurei — Peter falou espontaneamente e percebeu que seus rostos estavam quase colados. Ele só não sabia se aquela era a hora cerca de arriscar, nem se Lana resistiria se ele tentasse. Ele só olhou profundamente nos olhos dela, que olhavam na mesma direção que os seus, e suspirou.
— Você é um cara legal, Peter Fischer — Lana dizia enquanto esperava por algum movimento de Peter. O garoto olhou novamente para os lábios dela e puxou seu queixo para mais perto, seus rostos se aproximavam mais e Peter finalmente beijou os lábios de Lana, que colocou as mãos na nuca do rapaz e retribuiu com a mesma intensidade.
Naquele momento, parecia que as luzes de Nova York ficaram ainda mais intensas e brilhantes. Toda aquela cidade que parecia tão grande e extensa se resumia em dois corações que, pela primeira vez, se encontraram.
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Pessoal, se vocês quiserem dar suas opiniões e críticas, fiquem a vontade para fazer isso nos comentários, bjs!