Chegou o grande dia da tão esperada viagem que meus pais e tios iriam fazer com destino a Ilha de Esme no Brasil eles ficariam fora por durante quinze dias, eu e Renesmee ficaríamos com nossos avós já que vovô Carlisle estava trabalhando e a gente ainda não tinha entrado de férias escolares.  

— Alice quer fazer o favor de andar logo, estamos com pressa. — Mamãe falou gritando da sala, para tia Alice que ainda não tinha dados as caras.  

— Já vou descer... — Escutamos ela falar do andar de cima. 

— Aff... — Minha mãe resmungou. — Assim desanima viajar com vocês. 

— Relaxa mãe, você sabe como a baixinha é. — Falei enquanto bebia um pouco de sangue.  

— E como sei... — Ela respondeu desanimada. — Tem certeza que ficará bem durante esse tempo que passeremos longe de você? — Ela perguntou angustiada. 

— Pode ficar tranquila e aproveite a sua viagem, afinal vocês estão saindo para se divertir e eu tenho meus avós que não deixaram nada de ruim acontecer. — Respondi a tranquilizando. 

Logo vimos Alice descer as escadas, ela estava com um longo chapéu na cabeça, óculos escuros e um vestidinho ciganinha curto. 

— O que acharam do meu visual? — Ela perguntou dando uma voltinha no ar. 

— Está maravilhosa! — Respondi empolgada. 

— Vamos meninas. — Tio Jasper falou aparecendo na porta da cozinha. 

Fomos para a garagem, onde todos já estavam se ajeitando dentro do jatinho tio Edward e Bella davam algumas ordens para Renesmee e seu queridinho Nahuel. Enquanto meu avô dava algumas instruções para tio Jasper à respeito do avião, Esme trocava algumas abraços carinhosos com tia Alice e minha mãe. 

Eu e meu pai estavamos um pouco mais isolados do restante da família. 

— Cris tome cuidado com alguns lugares se você sair sozinha para caçar, não entre em partes desconhecidas da floresta okay?! — Emmet falou em um tom sério. 

— Tudo bem. — Respondi lhe dando um abraço apertado.  

— Toma cuidado e se acontecer qualquer coisa me avisa, viu ursinha! — Ele disse de uma maneira fofinha. 

— Hey! — Mamãe pigarreou atrás da gente. — Assim vou ficar com ciúmes, cadê o meu abraço? — Ela perguntou fazendo beicinho. 

Logo nos a puxamos para um abraço de urso. 

— Amo vocês! — Ela falou de uma maneira terna. — Vou sentir saudades minha princesa. — Ela disse me dando um beijo estalado na bochecha. 

— Também vou sentir mamãe, mas duas semanas passam voando. — Respondi me desvencilhando do abraço. 

— Desculpe atrapalhar o momento ternura, mas já está na hora de nós partimos. — Tio Edward disse despertando nossa atenção. 

Logo eles se acomodaram no jatinho e partiram rumo ao Brasil, meu avô foi para o hospital, eu e Renesmee fomos para a escola. Porém cada uma foi no seu próprio carro. 

*** 

A aula hoje estava bem chatinha e as horas passavam bem devagar, estávamos tendo aula de filosofia e a maioria da turma dormia enquanto o professor falava o assunto que nem ele mesmo entendia, finalmente a aula dele acabou e o pior ainda estava por vir que era aquela aula ridícula de educação física da qual a professora me odiava com todas as suas forças. 

Eu estava no vestiário com minhas amigas que estavam se trocando, assim que elas terminaram fomos juntas para o ginásio, chegando lá reparei que Renesmee e aquela professora chata não paravam de me encarar acho que estavam planejando alguma coisa contra mim. 

A professora fez a típica divisão que ela sempre faz em todas as aulas, escolhendo dois times para jogar queimada. Eu e uma outra garota fomos as últimas que sobraram para escolher, enquanto o grupinho da Nicole uma amiga da Renesmee escolheu essa garota eu fiquei parada no mesmo lugar pronta para dar no pé dali. 

— Professora você sabe que eu não posso... — Comecei a falar, mas logo ela me cortou. 

— Escute aqui senhorita Hale, eu tive uma conversa séria com sua irmã Renesmee e ela me confirmou que você tem condições sim de participar da minha aula, e que aquele atestado médico já perdeu o prazo. — Enquanto ela falava minha prima me lançou um sorrisinho cínico, que ódio dessa vaca!  

Nessie você me paga, que garota ridícula. Mas eu não iria dar esse gostinho de vitória para ela não. Coloquei meu sorriso mais falso no rosto e encarei aquela mulher insuportável que estava com ela. 

— Tudo bem, se é o que a“senhora” quer! — Respondi em tom de deboche,a professora odiava que a chamassem assim. — Eu irei fazer o possível para ajudar meu time a vencer. — Falei me aproximando das outras meninas. 

O jogo começou bem interessante o pessoal do meu time estava bem disposto a ganhar, eu não tinha que fazer exatamente nada em campo e isso era muito bom.  

— Manda a bola pra mim. — Uma garota dizia toda eufórica pra gente. 

O jogo que estávamos jogando era queimada, as meninas do meu time tinham queimado bastante gente do time da minha prima, isso incluía minhas amigas também. 

Houve um momento que uma das meninas do meu time pegou a bola e lançou em direção ao rosto de uma garota, aquele movimento foi tão rápido e forte que a pobrezinha acabou caindo no chão e o pior de tudo isso é que sua testa começou a sangrar. 

Rapidamente meus instintos começaram a falar mais alto, minha mente pensava mil maneiras de atacar a garota caída no chão.Minhas amigas perceberam minha agitação e vieram imediatamente em minha direção, fazendo um pequeno círculo ao meu redor. 

— Cris segura sua onda ai! — Amanda falou cochichando, enquanto a professora passou por nós correndo para ver a situação da menina. 

— Ai gente, preciso sair daqui o mais rápido possível. — Falei tentando transmitir uma falsa calmaria para mim mesma. — Vocês terão que me dar cobertura. — Respondi me afastando lentalmente delas. 

— Tudo bem. — Yumi falou. — Professora a Ana Cristina tem pavor de ver sangue, será que ela pode ir lá fora tomar um pouco de ar? — Minha amiga perguntou despertando a atenção de todas no local. 

Eu estava de cabeça baixa, e olhos fechados enquanto minhas amigas estavam me segurando de uma maneira protetora para que eu não voasse em cima da garota ferida. 

— Está certo, ela pode ir! — A professora respondeu. 

As meninas me levaram até a entrada do ginásio, só depois de sair de lá e verificar que o corredor estava vázio é que elas me soltaram e finalmente eu abri meus olhos que estavam bem vermelhos. 

— Ana o que você vai fazer agora? — Claire perguntou morrendo de medo. 

— Preciso dar um jeito nessa situação, ou senão alguma coisa ruim pode acontecer. 

— Só toma cuidado okay! — Kim falou, enquanto ela e as meninas voltavam para dentro do ginásio para ver como a garota estava. 

Eu tinha que dar um jeito de sair daquele lugar imediatamente, passei rápido pelos corredores tudo que eu queria era me aliviar logo da minha sede, andei o mais depressa possível. Até que esbarrei em muralha no caminho, porém eu cai no chão. 

— Tome cuidado Ana Cristina, você poderia ter se machucado. — Eu tinha esbarrado logo no professor Salvatore, que falta de sorte. — Ele falou gentilmente me estendendo a mão para levantar. 

Tomara que ele não repare nos meus olhos, senão eu estou frita e o segredo da família Cullen é revelado da pior maneira possível. 

— O que faz perdida nesse corredor? — Ele perguntou me encarando, não pode parar de encarar seus maravilhosos olhos verdes. 

— Nada demais, afinal não estou perdida. — Respondi num fiapo de voz. 

Eu comecei a soar frio e minhas começaram a tremer. 

— Quero que você mantenha a calma e entenda que isso é algo normal de acontecer, você possui um auto controle e está tudo bem. Madison já está sendo cuidada na enfermaria e em menos de três minutos o sinal irá tocar ,você estará calma encontrara suas amigas no refeitório e voltara para sua última aula tranquilamente, e o mais importante você não me viu aqui. — Aquilo que ele falava parecia um mantra na minha mente. 

Aquela ansiedade que eu estava sentindo minutos atrás estava passando e eu mal lembrava do ocorrido de minutos atrás. Quando dei por mim o sinal estava tocando e o professor tinha sumido das minhas vistas, fui para o vestiário trocar a roupa de ginástica e desci para o refeitório, provavelmente as meninas já estariam por lá. 

Assim que consegui pegar meu lanche, fui direto para a mesa que elas estavam chegando lá. Quando eu coloquei minha bandeja com lanches na mesa elas se assustaram em me ver. 

— Ana o que está fazendo aqui? — Claire perguntou curiosa. 

— É garota você deveria estar...Sei lá caçando?! — Yumi perguntou mordiscando uma fatia de pão. 

— Sim eu deveria,mas não foi necessário. — Respondi enquanto elas paravam de comer para me encarar. — Bom... Eu não lembro o que houve comigo, mas com certeza eu estou muito melhor do que antes.  

— Conta pra gente o que aconteceu esse mistério tá chato. — Kim falou. 

— Meninas eu também não sei o que houve, em um momento eu estava sedenta por sangue e no outro eu já estava extremamente relaxada. 

Elas se entreolharam,mas não disseram mais nada. 

— Eu só lembro de ter esbarrado com o professor Salvatore, ele me ajudou a levantar e eu vim aqui encontrar com vocês. — Respondi bebericando o copo de suco. 

— Como assim?? — Claire perguntou curiosa.  

— Deixa eu ver se eu entendi. — Amanda começou a falar. — Você esbarra com o cara e automaticamente tem uma amnésia do que aconteceu na quadra. — Ela falou de um jeito preocupado. — E mais uma coisa que eu queria saber... Por quê a sua prima Renesmee não teve a mesma reação que você, quando a Mads se feriu? — Ela continuou com o interrogatório. 

Amanda me encheu de perguntas hoje da qual nem eu sabia as respostas. 

— Bom... Respondendo a primeira pergunta eu vi o professor e depois eu fui ao banheiro respirei bem fundo, controlando minha respiração e consegui manter meu auto controle. — Contei partes do que eu lembrava e acrescentei mais umas coisinhas. — Agora respondendo a segunda pergunta: Renesmee consegue se controlar mais do que eu, porque ela está um ano mais avançada graças a Eleazer Denali que a ajudou.  

— Ah sim, me desculpa por te encher de perguntas idiotas Ana. — Mandy falou se desculpando. 

— Está tudo bem, eu só não expliquei a história direitinho pra vocês, acabei causando uma confusão. Quero agradecer por vocês terem me ajudado hoje. — Falei lançando um sorriso na direção delas. 

— Amigas são pra essas coisas. — Claire falou. 

O recreio acabou e voltamos para nossa sala, assim que entramos o professor Stefan já estava na sala quando entramos ele cumprimentou todas as minhas amigas e me lançou uma piscadela. Aquilo foi muito estranho para mim. 

Principalmente quando a aula acabou, ele entregou nossas redações corrigidas, ele deu total para as meninas e a minha ele deu uma nota super baixa. Esperei algumas pessoas irem embora e fui até sua mesa questioná- lo a respeito da nota. 

— Com licença, senhor Salvatore. — Falei enquanto ele se virava pra me encarar. 

— Algum problema senhorita Hale? — Ele perguntou guardando seus livros dentro de uma mochila. 

— Sim! Quero saber porque você me deu uma nota tão baixa, sendo que eu fiz exatamente o que você pediu nessa tarefa? —Fui direto ao ponto. 

Ele pegou novamente minha redação para conferir a nota. 

— Não há nada de errado com sua nota. — Esse cara só pode ser bipolar uma hora é todo gentil e na outra vira um serzinho insuportável. 

— Como não? — Pergunto franzindo minha testa. — Você deu uma nota boa pra todo mundo e a minha foi essa nota baixa? — Indaguei. 

— Ana Cristina se você estivesse explorado mais os personagens do livro, exposto com mais clareza seus pontos de vista. Talvez tiraria uma excelente nota, você deveria ter acreditado mais no seu potencial e poderia fazer algo mais bem feito, só dependia de você! — Ele falou tranquilamente, essa conversa estava muito estranha parece até que ele não estava falando exatamente do exercício e sim da minha personalidade. — Bom o próximo livro será O Mágico de Oz, então porque não aproveita a oportunidade e faça um bom trabalho. 

Alguma coisa na sua voz era completamente estranha pra mim, ele falava como se fosse meu amigo ou alguém próximo de mim.  

— Está certo, na próxima vez eu farei o exercício com mais carinho e atenção. — Respondi pegando a folha da mão dele. — Até mais. — Peguei meu material pronta pra sair daquela sala. 

— Até.  

Esse cara era bem estranho, ainda vou descobrir quem é Stefan Salvatore depois daquele esbarrão que eu dei nele pude perceber que ele não apenas um simples professor de literatura.