Entre Mundos escrita por MakaSama


Capítulo 7
Outro Mundo




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— Traga ela até a mim... Não acredito que aquele desgraçado fez isso com ela, ele acordou o “verdadeiro sangue” e ainda misturou os poderes, ela está mais forte, mas é mais difícil de controlar nesse estado —

Layla vai acordando aos poucos, não consegue enxergar direito, mas pode ouvir perfeitamente as vozes, ela percebe que está em uma sala, pois os sons das vozes estão abafados, ela pode ouvir que uma das pessoas na sala está mexendo em um tubo de ensaio, devido ao ruído que o homem faz ao retirá-lo do que seria provavelmente uma prateleira, devido à distância do barulho ela sabe que ele está a sua frente, e um pouco distante.

— O quê você vai fazer com ela? — Essa era a voz de Jonh, que estava bem próxima por sinal.

— Curar seu ferimento, está grave, ela dormiu todo esse tempo, mas ainda temos que fazer a cirurgia, seu corpo deve estar um pouco descansado — A voz do homem também estava bem próxima. — Parece que ela está acordando, Jonh acho melhor você se afastar, pois quando ela te vires, não duvido que tente te matar. —

— Não me importo, só quero que ela esteja bem. —

— Então, ta — O homem se aproxima mais, e começa a tirar a blusa de Layla, para ver o ferimento melhor.

Layla já consegue enxergar melhor, e percebe que há dois homens á sua frente, um deles é Jonh, e o outro é o mesmo homem de cabelo loiro que ela tinha visto na vez em que ela quase foi morta, sufocada.

— Não se atreva a fazer isso. — Ela responde e os assusta.

— Você se recupera rápido não é? — Ele fala, mas continua a tirar a blusa dela.

— Pare — Layla tenta se mexer, mas é inútil.

— Me desculpe, mas isso é necessário, pois tenho que cuidar de seu ferimento — Ele retira a blusa dela.

— Pois peça para Jonh se retirar, por favor —

— Você ouviu Jonh —

— Ta, ta, mas quando acabar me chama — ele sai da sala.

— Nossa... Isso esta feio, você não se sente fraca, tonta ou alguma coisa do tipo? — O ferimento não sangrava mais e estava começando a cicatrizar, mas havia deixado um buraco enorme, quase do tamanho de uma bola de ping-pong. Era como se faltasse alguma coisa ali, a espada perfurou o estômago deixando na carne viva.

— Não sei como você não morreu, você tem muita sorte, só que ainda é cedo para dizer que não há mais perigo— Ele pega algumas ferramentas, e começa a examinar a ferida — Então você não sente nada mesmo? —

— Estou começado a sangrar... e.....aquela coisa....quer sair das minhas costas de novo...me sinto muito fraca, está tudo escurecendo de novo....está ficando.....escuro...— Layla está quase desmaiando

— Rápido tragam o líquido que pedi para prepararem! Rápido ela está desmaiando—

Um homem de jaleco branco chega perto e depois que ouve o pedido corre até as prateleiras onde ficam vários tubos. Ele era branco, um pouco maior que Layla, seu cabelo era liso e loiro, bagunçado, ele tem olhos castanho claros, vestia um jaleco branco, calça jeans, e uma blusa cinza por dentro, ele era um pouco forte, seus braços se mostravam um pouco definidos através do jaleco.

— Rápido Lee! —

— Já estou chegando... —

Ela está quase fechando os olhos quando o homem, ou melhor, o rapaz chega rapidamente com um pano, e o coloca perto do nariz dela. Com o cheiro forte, ela abre os olhos rapidamente.

— O que é... isso? —

— Uma coisinha que eu inventei... Você ainda se sente tonta?— O “Médico” fala.

— Não muito, mas ainda me sinto fraca ­—

— Você realmente está muito mal, pois deveria ter ficado melhor imediatamente. —

— Nossa... isso faz tanto efeito assim? —

—Sim, mas devo admitir que isso quase me custou a mão, não é Lee? —

— No sentido literal... — Lee responde

— Seu nome... é...Lee? — Layla pergunta

O “médico” se surpreende pelo fato de Layla falar com Lee, já que ela odiava todos dali, na verdade todos que tinha envolvido ela nessa história.

— Não, não, mas todo mundo aqui me chama assim... Poucos sabem meu nome. ­—

— Falando nisso, meu nome é Henrik, prazer, mas pode me chamar de... do que é mesmo que vocês me chamam hein, Lee? —

— Ou de Tio, ou de Henrik —

— Hm... — Ela mostra um pouco de indiferença

— Bom agora vou cuidar desse seu ferimento, Layla preciso que você relaxe, feche os olhos, mas não durma ­—

— Ok...mas o quê...você vai fazer?.... —

— Eu não posso te dar uma anestesia geral, pois preciso que você fique acordada, então será uma anestesia local —

Ela fecha os olhos, depois de um tempo sente Henrik injetando um líquido que vem de uma seringa, próximo a seu ferimento.

Pouco tempo depois, ela sente sua barriga inteira ficando dormente. Henrik passa um pouco de algodão na ferida interna e passa um tipo de gel, depois ele limpa o ferimento na parte externa, e começa a costurar com uma linha especial.

— Só isso não vai adiantar — Henrik sussurra

— Há alguma coisa que possa fazer? — Lee pergunta

— Me traga a solução 380, está 5ª coluna, prateleira 89 ­— Henrik fala em um tom autoritário.

— Mas os que ficam nessa parte ainda não foram testados... — O garoto loiro quase sussurra

— Correr riscos ás vezes é necessário... e além do mais posso lidar com os efeitos colaterais —

Layla quando ouviu isso ficou um pouco surpresa, pois não tinha percebido que havia tantas prateleiras, e ainda mais por que eles sabiam decoradas.

— Layla, está tudo bem? —

— Está sim —

— Aqui está —

— Layla pode abrir os olhos? —

Ela abre os olhos e dá de cara com o frasquinho com um líquido azul dentro.

— Beba apenas um gole —

Ela pega o frasquinho e bebe uns três dedos da solução

— Laylaaa, você... Você não devia ter feito isso, era só um gole...só um gole...humpf....— Henrik fala em tom meio infantil “Estranho, o humor desse homem é inacreditável” Layla pensa

— Era pra melhorar rápido — Ela dá um pequeno sorriso

— Tudo bem, certo, feche os olhos —

Ela começa a sentir como se o líquido estivesse entrado em seu ferimento e estava forçando a se fechar, e mesmo com a anestesia estava fazendo doer muito, era como se empurrassem os dois lados de seu estomago, para que começasse a cicatrizar, e era o que estava acontecendo ele estava lentamente começando a fechar, mas isso estava fazendo sair um pouco de sangue, como se forçasse a carne “Que droga é essa?”.

— Lee, limpe o ferimento eu volto já — Henrik sai correndo pela sala, quase se bate na porta, e quando a abre sai feito um maluco.

— Onde ele foi? — Layla fala baixinho

— Ele quer ver se eu sei me virar sozinho — Lee fala enquanto esconde um pequeno sorriso

— E você sabe? — Ela indaga

— Vou descobrir isso agora, feche os olhos e relaxe — Lee parece confiante

Ele põe a mão sobre o ferimento e começa a pressioná-lo, a dor de Layla é imensa, pois ela sentia seu estomago sendo pressionado de todos os lados

—Aaahhhhhh!!!! Ta doendo!!Ta doendo!!Para!! —

Até que lentamente Lee vai diminuindo a pressão, e a pressão dos lados diminui também. Layla abre um pouco os olhos, ela vê Lee com as duas mãos sobre o ferimento, ele estava se concentrando tanto que Layla nem perguntou nada, depois de alguns minutos a dor foi diminuindo, e uma pequena luz azul muito fraca apareceu entre o ferimento dela e as mãos dele, a medida que Lee continuava a luz ganhava mais intensidade, e ele continuava se concentrando, até que outros minutos depois ele abriu os olhos e havia uma bola azul de poder em suas mãos

— Consegui — ele sussurra, seus olhos permanecem muito concentrados

Lentamente ele empurra a bola azul contra a barriga dela, e parece que esta vai sugando e o ferimento vai fechando,quando a luz desaparece dentro de sua ferida, Lee olha e ela está cicatrizada.

— Caraca! — Layla se inclina um pouco e vê a ferida — Parabéns! — “Que coisa, onde eu estou? Que merda é essa? Asas, gente doida, luzes negras e azuis que cortam e curam... estou ficando muito intrigada, tenho que sair daqui o mais rápido possível, ou vou virar rato de laboratório”

— Obrigada — Lee tenta parecer “profissional”, mas aparentemente está muito feliz

— Eu que agradeço — Ela tenta esconder a surpresa

De súbito Henrik chega

— Cheguei Layla vou cuidar do seu... — Ele vai olhar o ferimento de Layla e vê que já está totalmente fechado. — O quê você fez? — Ele pergunta para Lee

— Eu usei o poder que você tinha me ensinado... E eu a curei.. —

—hm... hm...huhum...— Henrik começa a analisar o ferimento, ele cutuca ali, mexe aqui, faz uma cara séria, e depois dá um sorriso

— Parabéns, posso te ensinar mais coisas agora —

— Obrigado professor — Lee abaixa a cabeça, em menção de respeito e agradecimento

— E você Layla? Se sente melhor? Acha que pode levantar? —

— Antes de tudo, me dê minha blusa e meu casaco, por favor — Ele pega a blusa e o casaco em cima de uma mesinha e a entrega, ela veste e tenta levantar da cama.

— Bel... — Lee e Henrik sussurram

— O quê? — Layla para de se vestir pra saber se ela tinha ouvido alguma coisa.

—Não, nada não..ah é que os remédios que eu te dei vão ter alguns efeitos colaterais daqui a algum tempo — Henrik responde

— Certo, é parece que estou totalmente curada, me sinto até mais forte, mas a propósito, onde eu estou? Quem são vocês? Por que saem asas das minhas costas? Por que não morri assim que levei a facada? Por que eu estou envolvida nessa história? E o que meu pai tem a ver com isso tudo? — Ela fala tudo enquanto veste a roupa e parece que seu fôlego não acaba, mas quando Henrik vai responder, Jonh aparece, ele abre a porta com tudo fazendo bater contra a parede.

— Ela já está melhor? Cadê ela? Cadê ela? — Jonh está muito agitado, e vira a cabeça para todos os lados procurando Layla, e quando a vê, corre e a abraça com todas as suas forças, Layla quase desmaia novamente devido a força que ele faz.

— Por favor, você está me apertando demais, por favor. — sua voz quase não sai.

— Ahn?Ah me desculpe. ­. —

Depois que ele a solta, Layla dá um soco com toda a sua força na cara de Jonh, a força foi tão grande que ele quase foi jogado contra a parede, mas foi o suficiente para ele dar muitos passos para trás.

— O que foi? — Jonh pergunta sem entender, levando a mão ao rosto

— Eu vou acabar com a sua raça... — Ela desequilibra um pouco, mas sua voz é bastante feroz — Droga... Minha cabeça está girando.... — Layla dá alguns passos para trás para encostar-se à cama, e depois desmaia de novo.

— Ah o que foi que eu fiz? — Jonh fala enquanto coça a cabeça

— Você fez ela se esforçar, eu te avisei que ela ia tentar te matar, e pedi para você sair... —

— Oh Henrik...eu não quis fazer isso com ela, você sabe disso,mas que droga... —

— Bom agora nós todos vamos sair do quarto, trancá-lo e deixá-la descansar —

— Acho que não precisa trancar, ela não conseguiria ir muito longe, principalmente aqui, longe do mundo dela, e seria impossível ela sair da nossa área —

— Tem certeza? — Henrik pergunta

— Tenho, pode deixar aberta — Jonh afirma com a cabeça

— Então ta — Henrik dá um pequeno sorriso, ou ao menos é isso que Layla vê, ela tem a sensação de que ele já sabe.

Todos saem e como o esperado, não fecham a porta, ela espera um tempo, abre os olhos, não há ninguém na sala, ela levanta e procura pela sua bolsa , logo que a acha, olha as coisas que estão dentro, tudo que Layla tinha colocado ainda está lá inclusive a maleta que estava na casa dela, ela começa a tirar a roupa para trocá-la, ela veste uma blusa preta que mesmo com o corpo magro de Layla, ela veste um short não muito curto, calça seu tênis, coloca seu casaco, depois ela amarra seu longo cabelo, e deixa alguma tirinhas de sua franja caindo atrás de sua orelha e em seu rosto.

Depois que termina tudo, ela começa a vasculhar a sala e encontra várias estantes na sala inteira, e nas suas prateleiras havia muitos frascos com líquidos de muitas cores diferentes, uma bancada enorme e vários tubos de ensaio, ela pega alguns frascos um com líquido azul, um com líquido vermelho, um com laranja, outro com verde, e outro com preto, mesmo não sabendo como usar, “Vai que eu consigo uma boa grana com isso na cidade... ou talvez não... báh, quem liga.”.

Ela sabia que não poderia sair pela porta, pois provavelmente haveria pessoas que pudessem denunciá-la, para a sua sorte havia uma janela que era grande o suficiente para ela passar, sem muito esforço Layla pula contra bancada e apóia o pé para dar impulso, com isso ela consegue se segurar na janela, com um pouco de força ela sobe na janela, e pula para o outro lado, era como nos velhos tempos em que ela invadiu um cemitério com os amigos dela.

O cenário a surpreende, ela está de frente para uma floresta, há um grande espaço com grama separando a floresta do laboratório. Layla anda furtivamente e olha o que há a frente do laboratório, pois ela estava atrás dele.

Depois de alguns passos, ela dá uma espiada e se surpreende mais ainda, o laboratório é enorme, e pelo que parece há várias salas dentro além daquela que ela estava. Um pouco de lado fica um tipo de prédio – mansão, pois é enorme, mas não parece nem só com um prédio, nem só com uma mansão, é um tipo de colégio enorme, pois há muitos jovens saindo de lá, alguns tem roupas estranhas de uma era antiga, como aquela mulher do sonho de Layla, que foi morta pelo homem da cicatriz, outros vestem roupas normais, mas com um estilo bem estranho. Um pouco afastado há algumas árvores, e entre essas árvores há um grande espaço, onde estão vários casarões cada um com detalhes diferentes, dois deles são totalmente pintados de preto, um deles parece mais uma igreja de arquitetura gótica, há vitrais com imagens de anjos e demônios lutando, outros com homenzinhos de orelhas grandes com espadas (elfos) e arcos atacando dois monstros enormes de um olho só, pelo que Layla conhecia os homenzinhos eram elfos, e os monstros eram Trolls, ou ciclopes segundo a mitologia grega, aquela mansão parecia mais ainda uma igreja por que havia uma cruz negra na ponta do telhado. O outro também pintado de preto tem alguns detalhes em cinza, como nas janelas caindo aos pedaços, que estão totalmente abertas e com o vento se balançam fazendo um barulho como “iénhc,iénch”igual aos filmes de casas assombradas, mesmo com a vista completa para dentro da casa ela não pode ver muita coisa na parte interna pois está tudo escuro lá dentro. Layla mesmo de longe tem uma vista privilegiada dessas duas casas, pois além de serem as maiores, as outras estão um pouco distante do laboratório, daquele “Colégio”, e das duas mansões.

Mesmo sabendo que tem que sair dali o mais rápido possível, ela está curiosa, Layla quer chegar mais perto da casa caindo aos pedaços, talvez se ela estivesse vazia e ela não soubesse como sair... Bem, ela ficaria lá, ela olha ao seu redor e vê que está atrás do laboratório, do lado há o prédio com muitos jovens saindo, na frente do prédio há algumas árvores, que provavelmente tenha um caminho que leve para perto das casas, os casarões são separados do colégio por uma faixa de plantas e árvores, mas que têm algumas brechas e também há outra faixa de árvores á frente do laboratório e do prédio.

Assim que Layla vê que não há muitas pessoas, ela vai em direção as árvores á frente, ela anda um pouco e está perto do primeiro casarão, aquele que parecia uma igreja, ela logo olha ao redor, uma floresta fechada ao lado direito e ao lado esquerdo, os dois casarões, á frente três casarões, e ao longe um castelo, que era do tamanho de um prédio de 100 andares, e parecia uma mansão. Em um súbito Layla sente alguém muito próximo á ela

— Quem é você?E o que faz aqui? — Uma voz macabra fala, Layla vira e se depara com um homem branco ao extremo, cabelo negro até o meio das costas e liso, ele é alto, um pouco forte, mas ao mesmo tempo é muito magro, ele é sinistro, usa um sobretudo e está sem blusa mostrando seu corpo cheio de cicatrizes e muito forte, seus braços parecem ser magros e suas pernas e tórax fortes, uma coisa estranha é que ele está descalço.

— Ah, você me assustou... sou nova por aqui, estou dando uma olhada — Layla tenta não demonstrar o nervosismo, mas é inútil

— Hum....odeio quem mente pra mim e acho que não é muito bom para você que eu te odeie, vou perguntar pela última vez, quem é você? e o que você faz aqui?—

— Certo, meu nome é July e estou aqui apenas olhando...—

— Entendo... — Ele sussurra, isso faz Layla sentir um arrepio que corre a espinha

Layla olha para ele, e em um piscar de olhos ele está ao lado dela

— Eu disse para não mentir para mim...—

Ele levanta a mão e começar a criar uma esfera de energia negra.

— Isso não será preciso — Layla não sente mais tanto medo quanto antes.

Ele vai com toda sua fúria em direção a Layla, quando uma voz doce e aguda invade os ouvidos dos dois.

— Irmãozinho!!!!— Na hora que ele ouve a garotinha, para bruscamente

— O que você está fazendo aqui!! Eu já não te disse pra não sair sem permissão!! — Uma linda garotinha sai de trás de uma árvore, seu cabelo é longo e negro, vai até a cintura, ela é tão branca quanto seu irmão, suas feições são iguais as dele, os mesmos grandes olhos azuis penetrantes, o nariz afilado, e a boca rosada e carnuda na parte inferior, a diferença é que as faces dela são avermelhadas e as dele são pálidas, ela veste um vestido azul, também está descalça, ela segura forte uma boneca de pano, que só tem um olho de botão, o outro olho está caindo segurado apenas por uma frágil linha, a boneca tem um vestido rosa enfeitado com vários bordados brancos.

Depois do grito, Layla pode ver o medo nos olhos da garota, e que de pouco em pouco começa a cair lágrimas de seus olhos, ela tenta segurar mas não consegue, então para o desespero de seu irmão ela corre para os braços de Layla, ela abaixa e acolhe a garotinha em seus braços, que chora bastante

— Mamãe... Snif... Por favor... Mamãe... Snif, snif... Você parece com a mamãe... —

— Sua idiota! Saia daí agora... July solte-a, SOLTE-A! ! — O rapaz parece desesperado

— Irmão....ela não está fazendo nada....ela me abraça que nem a mamãe snif,snif...que nem ....a mamãe... —

— Calma, tá eu não sou sua mãe, mas estou aqui para o que você precisar... — Layla a solta um pouco, mas ela não quer largar, então Layla deixa a garota juntinha ao seu corpo, pega sua bolsa e tira um chocolate que havia deixado dentro, antes de sair de casa, e dá a garotinha.

— Não coma Melissa!! Não coma!! Sua miserável se você fizer alguma coisa á ela, EU VOU TE MATAR!!! —

A garotinha pega o bombom, abre, examina um pouco, depois fica cheirando

— O que é isso? — Ela pergunta olhando para Layla com aqueles olhos brilhantes e curiosos, mas tristes.

— É chocolate, você nunca provou? — Layla acha estranho.

— Hm....ah lembrei, mamãe trouxe uma vez, é feito lá fora não é? —

— Sim, pode comer ­— Layla estranha a expressão “lá fora”, onde ela estava?

Ela dá uma mordida

— A mamãe trouxe!!! — fala e depois dá um lindo sorriso com a boca cheia de chocolate.

— Obrigada, mamãe!! — Ela dá um sorriso meio estranho, era como se ela não sorrisse á muito tempo e estivesse esquecido como fazer.

—Venha pra cá Melissa!! Venha pra cá agora!! —

— Não!! Você vai matá-la também, como você fez com a mamãe!!! —

Ela vai para trás de Layla, mas é inútil, pois em um piscar de olhos, seu irmão está atrás dela e segura a cabeça de Layla, ela se solta, vira e começa a encara-lo.

— Faça-o se você tem coragem — Layla se pergunta de onde tira tanta coragem, provavelmente foi aquele líquido regenerativo que ela tomou.

— Você que manda — A expressão dele é de pura fúria

Sem hesitar ele vai dar um chute e Layla faz uma coisa que nem ela própria esperava, sem muito esforço e com uma velocidade incrível ela desvia ,movendo-se graciosamente para o lado.

— Quem...Quem é você? Você por ser uma aluna não deveria ser capaz de fazer isso— Ele franze a testa, com ar de surpresa.

Layla abaixa e olha para Melissa, mostrando indiferença para o espanto do homem, mas por dentro ela não sabia como explicar aquilo, seu corpo estava agindo por vontade própria.

— Me desculpe Melissa, mas tenho que ir embora, e talvez eu nunca mais volte, pois meu lugar é lá fora... Mas se eu puder venho aqui te visitar e trago mais chocolates — Layla beija a testa da garota que a pouco tempo atrás tinha lembrado como é ser feliz, e que agora já voltava ao que era antes.

— A propósito qual o nome de seu irmão? —

— É Merlyn, quer dizer chame-o assim..Mas mamãe você está indo embora de novo... —

— Talvez um dia eu volte ta? —

Layla vai caminhando em direção a floresta, enquanto Merlyn a olha espantado.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram favoritem e comentem *u*



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