Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 5
Antes ir


Notas iniciais do capítulo

Olá estou muito feliz pelos comentários e as visualizações que essa fanfic está tendo, quero agradecer a vocês :)



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Tigresa está prestes a descer a escadaria do palácio de jade que leva a arena, seus olhos miram por alguns segundos o lugar, vários objetos de treino estão espalhados, sorri ao pensar que o único responsável por essa desorganização é seu amigo Po, balança a cabeça duas vezes para livra-se desse pensamento e assim descer as escadarias, ao dar o primeiro passo escuta uma voz familiar vinda de alguém atrás de si, vira-se para a fim de ver o dono da voz, quando faz a primeira coisa que vê é dois olhos cor de jade  mirando-a diretamente, percebe que é Po, ele sorri de canto como se estivesse incomodado, passa sua pata na nuca, Tigresa cruza os braços a espera de quaisquer palavras que o amigo virá a balbuciar.

— O mestre quer falar com você antes de irmos. — fala por fim acabando com o silêncio.

— Do que se trata? — pergunta sem demonstrar nenhuma emoção.

— Ele não disse.

— Hum... — Seus olhos cor de âmbar miram o dele por breves segundos para intimida-lo a fim de arrancar qualquer dica que se trate do assunto de seu mestre, mas nada saí. Cansada pela tentativa falha resolve sair de sua presença, porém é impedida por ele, ela bufa revirando os olhos.

— O que é Po?

O panda espera antes de respondê-la, seus olhos causam desconforto, não que seja um problema, adora vê-los, é de uma cor que ele não sabe qual, diria que são vermelhos como duas pedras rubis ou duas chamas de fogo, por outro lado quando a luz reflete nas íris faz parecer a cor da pedra âmbar, de qualquer maneira não  é isso que importa nesse momento.

— Tigresa eu quero lhe pedir desculpas. — diz enquanto brinca com os dedos desviando o olhar várias vezes.

— Pelo o quê? — responde descruzando os braços os depositando na cintura.

— Hoje mais cedo, você... Quer dizer eu, é que, eu não te contei o que aconteceu comigo quando estávamos no quarto — dá uma pausa na voz para recompor a respiração e prosseguir, nesse curto tempo Tigresa atreve-se a dar um pequeno sorriso pelo jeito do amigo. —, não te contei nada porque não sei... É que tive uma lembrança, não sei ao certo, parecia sonho, mas no mesmo tempo foi tão real. — Para de brincar com os dedos e encara. — Foi assim eu e...

— Po eu não quero saber. — o interrompe colocando a pata a sua frente para calar-se. — Você é meu amigo sei que não esconderia nada sério de mim, se você teve um sonho e se incomoda em contar não precisa. Afinal isso é pessoal e intimo seu. — Ela suspira fechando os olhos, também se sente incomodada com um sonho que estava tendo, não disse nada para não preocupa-lo, pois tem a certeza que não passa de um sonho bobo. — Só perguntei se estava tudo bem porque me preocupo com você. — Coloca sua pata em seu ombro e sorri, um sorriso sincero e radiante para ele, vê-la sorrir a torna mais bela.

— Serio? Pensei que me odiava.

— Às vezes sim, às vezes não... Entenda só quero seu bem, você é especial Po.

Estremece ao ouvir a palavra "especial", fazendo-o acender um desejo de acerca-la.

— Eu entendo... Como em Gongmen. — Sorri aproximando-se vagarosamente a frente da felina, para assim não assusta-la. — Você me deu apoio, quando estávamos no barco a caminho da cidade me ajudou da maneira mais amável que poderia ser feito, me ouviu... — A cada palavra que saí de seus lábios ele acerca-se a mais causando um olhar vidrado de Tigresa e de dúvida. — Se atirou na frente de um canhão por mim, na cadeia você me deu aquele abraço, você sabe quanto tempo esperei por isso? Quer dizer não no sentido de você me abraçar, não que eu não tenha gostado do seu abraço. — seu tom de voz torna-se de nervosismo fazendo-a sorrir minimante.

 Quando ele está a centímetros dela percebe o que fazendo, dá dois passos para trás a fim de não receber um possível golpe da amiga, entretanto é impedido por a pata da mesma que vai até a sua bochecha esquerda roçando levemente como um carinho.

Tigresa acerca mais a ele, seus corpos estão quase colados, sua mente não está raciocinado pelo ato que faz se sente atraída por ele, não como amigo é algo mais, seu coração bate um pouco mais rápido.

— Eu entendi. — Sua pata desliza pela pelagem branca de sua bochecha, ele num ato de sentir mais o gesto fecha os olhos jogando o ar quente de sua boca ao rosto dela num suspiro, Tigresa estremece dando a liberdade de aproximar os lábios ao dele vagarosamente.

A pata de Po agarra sua cintura puxando-a para que ambos os corpos se choquem levemente, causando-a um arrepio por todo corpo e um sorriso, seus lábios estão a centímetros de realizar o desejo nutrindo pelo momento, Tigresa roça levemente seu nariz ao dele acompanhado pelo mesmo, que nota quando a felina desliza sua pata até seu ombro, entretanto usando as garras, suas respirações tornam apressadas, nenhum dos dois quer mais esperar.

— Ti-Tigresa eu quero dizer uma coisa. — sussurra com dificuldade por causa do cheiro que exala da felina, um tipo de fragrância que  poderia deixa-lo louco a qualquer momento.

— Pode dizer. 

Num movimento involuntário a pata de Tigresa que desceu do ombro de Po pega em sua  livre entrelaçando causando assim um curto flash back, ambos separarem-se brutalmente depositando cada um suas patas nas têmporas pelo repentino latejar, seguem assim por um minuto até que a dor se vá é o momento que ambos se olham.

O silêncio invade, seus olhos se analisam, o que acabou de acontecer é mesmo real? Estavam a centímetros de se beijarem.

Quando Tigresa percebe que está o mirando seu rosto esquenta, poderia dizer que se avermelhou, porém sua pelagem laranja cobre, ao contrário de Po, suas bochechas adquirem o vermelho mais intenso que se pode imaginar.

— É melhor eu ir.

A felina proferiu passando por ele rapidamente, esse a vê seguir para dentro do palácio deixando transparecer um riso baixo.

Tigresa encontra seu mestre na posição de lótus na piscina de reflexão, aproxima-se devagar depois de ajeitar seu colete vermelho, se preocupa para não causar nenhum tipo de ruído que atrapalhe seu mestre, Shifu sente a sua presença e desfaz a posição virando-se  para levantar-se logo em seguida.

— Me chamou mestre? — questiona.

— Sim. — dá pausa na voz. — Você sabe que a missão é importantíssima? – A felina concorda.

— Farei que tudo ocorra bem.

— É sobre isso que quero falar, você não poderá ir.

— Por que não? — Tigresa aumente o tom voz, mas nada que parecesse que está gritando. — Creio que precisaram de minhas habilidades.

— Tenho outra missão para você, sei que não é tão importante como esta...

— Desculpe mestre devo recusar. — o interrompe — O senhor sabe o que aconteceu em Gongmen, como eu fiquei... Quero dizer quando, mestre só precisa que me deixe ir, por favor.

— Você está me desobedecendo? — Levanta uma das sobrancelhas a mirando-a, a felina desvia o olhar por segundos antes do mestre retomar a fala com um suspiro profundo. — Tudo bem, se quer ir não posso impedi-la. — Tigresa curva-se demonstrando agradecimento, em seguida retoma a postura para deixa-lo, mas é impedido por o mesmo que ordena que o siga, ela obedece.

A guerreira anda junto ao panda vermelho que permanece em silêncio, ela morde o lábio inferior questionando a si mesma o que ele pretende, a tensão em seu corpo aparece, a possibilidade de uma bronca ou sermão vaga por sua mente, não gosta de receber broncas do panda vermelho, isso só demostra  que não é uma boa aluna, que poderia se melhor  para ganhar o seu orgulho.

O grão mestre para frente de sua habitação, Tigresa franze a testa confusa, ele passa pela porta permitindo que a aluna entre, essa espera, a ultima vez que esteve em seu quarto foi quando era criança, num dia de tempestade saiu de seu quarto ao dele com medo dos trovões, recebeu uma bronca e um sermão. "São trovões Tigresa não precisa ter medo, você é uma guerreira de kung fu, deve ser corajosa."

— Pode entrar Tigresa.

A voz de seu mestre a tira dessa lembrança, coloca o primeiro pé seguido outro a fim entrar em seu quarto, para ela essa é uma zona de perigo, fica parada sem mover um músculo quando passa pela porta, vê seu mestre abrindo um baú de madeira ao lado de sua cama, devia o olhar para detalhar o lugar, há mais moveis do que seu quarto; volta à mirada a ele, no qual está agora a sua frente segurando um embrulho de cor preta retangular, estende a ela, o pega com desconfiança perguntando o que é, o mestre pede que abra.

Usa sua garra para abrir o embrulho o rasgado com cuidado deixando-o cair sobre o piso, se surpreende ao ter a frente de seus olhos uma roupa semelhante a sua, a diferença é as mangas compridas, a quantidade de tecido a frente e atrás abaixo, a estampa com videiras vermelhas e a cor amarelo ouro. Segura a roupa a frente do rosto analisando cada detalhe, Shifu sorri, vendo os olhos da aluna na peça.

— Comprei alguns dias — diz sem jeito esperando que ela fale. Como não obtém resposta continua. —, como você se aperfeiçoou mais como guerreira resolvi lhe dar, o amarelo representa ouro, a videira vida.

— Mestre não precisava, deve ter custando bastante dinheiro. — Continua analisar a peça.

— Custou um dinheirinho, pois as videiras são costuradoras com ouro.

— Eu não sei o que dizer.

— Mas eu sei. — A mestre de kung fu coloca a roupa no antebraço para ver o panda vermelho. — Espero que não me faça arrepender-se por lhe dar isso.

— Não se preocupe, agradeço muito. — Faz reverência e antes que o grão metre diga qualquer coisa o deixa em disparada a fim de vestir o presente, ele sorri.

Tigresa corre com passos largos até seu quarto, abre a porta fechando-a em seguida, coloca o presente do mestre sobre a cama com o máximo de cuidado, feito isso começa a retirar à roupa que está. Primeiro a venda em forma de cinto que fica em sua cintura para segurar sua calça, a deixa na cama, em seguida a dos calcanhares, faz o mesmo processo, deixa os sapatos ao lado após retira-los, seus pés agora descalços pisam sobre o piso frio, um arrepio por essa região a faz sorrir, há muito tempo que não tem essa sensação de liberdade, só nos momentos de dormir ou tomar banho, sua calça vai ao chão logo depois, está quase nua, começa a desabotoar o colete deixando à mostra a venda que usa para disfarçar seu atributo feminino, ou seja, seus seios e por fim está nua.

Começa a vestir-se com a roupa, ao terminar passa as patas em um dos braços a fim de sentir o tecido, faz o mesmo gesto com o outro, a sensação que sente ao tocar é de suavidade, como se tocasse uma nuvem, sorri ao notar que o tecido abaixo da cintura apesar de longo não faz o papel de uma calça, veste novamente a calça, assim como a cinta, deixando o tecido sob ela, em seguida calça os sapatos.

— Obrigada mestre. — sussurra.

Apesar de não ver como está por não existir nenhum espelho em seu quarto, para espelhos são desnecessários, deduz que está ótima, o importante é saber que essa nova roupa não irá lhe atrapalhar nos treinos e combates, além de vim de seu mestre, que gastou tanto dinheiro por ela, lembra-se da ultima vez que Shifu lhe comprou uma roupa, era parecida com a dele, bege, de mangas largas e com uma cinta na cintura.

— Mestre Shifu porque eu tenho que vestir essa roupa? Não posso ficar com minha antiga?

— Se quiser, mas se quer ser igual a mim, aprender kung fu e quem sabe ser uma dos cinco furiosos deve ser igual a seu mestre.

— Eu quero sim.

— Isso me alegra Tigresa, aprenderá o meu estilo de luta.

No começo o panda vermelho tentou faze-la seu espelho, mas não foi possível, Tigresa aprendeu seu próprio estilo de luta quando lutou contra um javali, o estilo tigre, naquele dia disse a si mesma que era diferente.

Caída no chão vendo seus amigos lutarem contra o bandido seus olhos se tornaram vermelhos intensos, dizia a si mesma que não era Shifu, o javali gargalhou, mas ela continuou tentando levantar-se, quando fez soltou um rugido que poderia explodir os tímpanos de qualquer um, saltou e rasgou as vestes que Shifu lhe dera, porém não ficou nua, por baixo estava outra roupa, o mesmo modelo que usou no orfanato, avançou em cima dele dando chutes, arranhões e mordidas, por um momento quando desvia o olhar vê seus amigos e um panda com uma enorme franja de lado, franze a testa ao ver que ele a escara como se estivesse babado, balança a cabeça e continua a bater no bandido que se rede logo depois.

— Que fique claro, eu sou Tigresa! — grita vitoriosa.

°°°

Po entra no restaurante de seu pai, olha em volta e vê que não tem nenhum freguês no restaurante, o chama. Sr. Ping que está de costas ao escutar a voz do filho vira-se indo até ele lhe dando um caloroso abraço, apesar de não poder dar a volta com as asas em sua barriga, mas isso não o impede, Po retribuí, após deixarem o abraço o guerreiro é o primeiro a falar.

— Pai por que nenhum freguês está aqui?

— É tempo difícil filho, por isso preciso que você vista a fantasia de pato que fiz para você.

— Como?

— Todo mundo ama patos. — afirma correndo para a cozinha, depois de alguns minutos volta com uma fantasia de pato nas mãos, Po franze a testa em confusão. — Fiz do seu tamanho, isso vai servir de propaganda para o restaurante.

— Pai... — Coloca a pata na testa não acreditando no que está ouvido. — Como isso vai ajudar atrair clientes?

— Você não vê filho? Todo mundo ama patos e por que não aproveitar essa chance?

— Entendi, mas de qualquer forma não posso lhe ajudar, vi me despedi porque tenho uma missão fora do vale.

— Fora do vale? De novo?

— Eu sei... Você sabe dever do Dragão Guerreiro.

— Sim, sim eu sei, vou pegar sua mochila.

— Espera como sabe que...

— Eu não sei, só sei que você viaja muito, por isso já deixou tudo preparado é dever de um pai não é? — Sorri, Po retribuí o sorriso.

O ganso dá alguns passos para ir buscar a mochila do filho, entretanto é impedido por o mesmo que pede para conversarem, a ave deixa a fantasia de pato de lado e se senta em uma das cadeiras, Po faz a mesma coisa.

— Pai eu... Como eu posso dizer isso?

— Vamos lá filho sou seu pai, pode dizer.

— Tudo bem. — pausa a voz por um instante e retoma depois. – Como é beijar alguém que você gosta?

— O quê?

— É isso que o senhor ouviu só me responda.

— Okay, digamos é como se você provasse a melhor sopa de macarrão de toda China, mas com um diferencial, saber que o ingrediente secreto é a pessoa que você gosta.

— Isso não ajudou muito.

—É eu sei... Veja bem filho para você entender melhor vai ter que beijar uma garota e aí irá sentir o que senti quando beijei sua mãe.

Os olhos do Sr.Ping começam a marejar, estaria a ponto de chorar se Po não o consolasse, sabia como é difícil para ele tocar no assunto de sua mãe, uma Tigresa de bengala que se casou com como ele dias antes de encontra-lo na cesta de rabanetes, ela adotou como se fosse seu filho, ambos cuidaram dele até completar cinco anos, depois disso ela desapareceu misteriosamente.

Depois de Ping recuperar-se da lembrança de sua amada Po lhe fez outra pergunta.

— Pai, quando você gostou de mamãe como fez para declarar-se, como soube o que sentia era amor?

— Oh filho me lembro de que cada vez que ela estava na minha presença gostaria que nunca saísse, toda vez que a via meu coração acelerava, diria que se não fosse minha juventude morreria de paixão. — Gargalha. — Eu a amava muito, soube disso quando ela me deu um beijo na bochecha uma vez, foi nesse dia que me declarei.

— E como foi?

— De verdade? Foi péssimo no começo, as palavras não saíam, tive um ataque de ansiedade, mas no final usei as palavras mais belas que uma mulher pode ouvir : "Você é o ingrediente que falta em minha sopa de macarrão, eu te amo."

— O que mamãe fez depois?

— Me pegou no colo e me deu um beijo, naquele instante soube que ela me correspondia.

— Como foi o beijo?

— Bom.

— Não pai, como você fez, o que é preciso para fazer?

— Filho... — Arqueia a sobrancelha direita estranhando. — Desculpa, mas isso é estranho de mais, além de que na hora eu improvisei, ela fez a maior parte. — Com as palavras do pai surge um semblante de decepção em seu rosto, o ganso percebe. — Não fica assim Po, quando chegar a hora você vai saber o que fazer, assim como a mestre Tigresa...

— Espera aí — levanta a mirada a ele. —, o que a mestre Tigresa tem a ver com nosso assunto?

— Não é dela que você gosta? — O panda nega com a cabeça. — Não minta para mim mocinho, você olha para ela como eu olhava para sua mãe.

— Isso não é verda-dade. — Seu tom de voz se torna de nervosismo, suas bochechas tomam um leve vermelho.

Mira o chão a fim de escapar da mirada acusadora, aperta minimante os lábios inferiores, a cor de seus olhos se torna um verde musgo causando uma dilatação que faz suas íris ficarem maiores.

— Vamos lá filho eu sei que é ela.

— Não, não é ela, o que você está dizendo é ridículo, imagina só? Eu apaixonado pela melhor e mais bonita mestra de kung fu de to-da à Chi-na... — Volta a mirar seu pai. — Tá certo, EU AMO A MESTRE TIGRESA, ELA É MINHA VIDA, MINHA RAZÃO DE VIVER! Está feliz agora Pai? — Não responde, em vez disso com olhos pede que o filho olhe para trás, esse engole em seco. — Só não diz que ela está bem atrás de mim...

— Tudo bem eu não digo. — Dá de ombros.

— O QUÊ?! — Levanta da cadeira rapidamente. — Víbora?

— Olá Po.

— O que faz aqui? Melhor dizendo, você ouviu o que eu falei?

— Cada palavra.

— Veja bem eu não...

— Você ama a Tigresa o que tem de mais nisso?

— Nada, sendo que ela pode me matar se souber disso.

— A tigresa não é assim Po, ela gosta de você.

— Como amigo.

— Pode até ser, mas não é da amizade que começa o amor?

— Eu não sei... O que ela viria em mim? Sou um panda tonto e gordo, acho que por isso ela saiu correndo quando íamos se beijar... — Tapa a boca rapidamente usando as patas ao perceber o que falou, Víbora abre um largo sorriso malicioso ao urso, que desvia a mirada envergonhado. — Eu não disso isso... Por favor não conta a ela que eu lhe contei isso.

— Se você me explicar essa história eu prometo.

— Tá certo.

Po conta o que sucedeu algumas horas antes com Tigresa, detalhando cada gesto, palavra e caricia da felina, Víbora ouve atentamente, suas orbitas oculares se expandem surpreendendo-se por cada detalhe do panda, feito isso o panda suspira derrotado, a serpente pensa por alguns instantes até o Sr. Ping aparecer com sua mochila, resolve conversar com o amigo depois, sabia que ele não contaria tão cedo os sentimentos pela amiga, precisaria convence-lo a contar, mas não agora.

A mochila caiu sem jeito sobre o chão, o ganso com ajuda de seu filho devolve os objetos a ela, entre todas as coisas o que chamou sua atenção é um colar, pega o objeto com cuidado, admira por instantes, em seguida pergunta ao seu pai de quem é o idoso responde com um "seu", ele volta para objeto, um sol feito de madeira amarrado por uma cordinha preta, em letras minúsculas quase invisíveis aos olhos a palavra gravada: yang.

— Encontrei em seu ursinho de pelúcia quando fui lava-lo. — fala Sr.Ping aproximando-se, Víbora faz o mesmo.

— O que será que isso significa? Por que colocariam isso no meu ursinho? – questiona Po.

— Eu já vi um colar parecido com esse. — fala Víbora.

— Sério?

— Sim, a diferença do seu é o sol, o outro era uma lua de um material diferente...

— Com quem estava o colar?

— Eu não me lembro, faz muito tempo Po.

— Tudo bem Víbora de qualquer forma obrigada.

A serpente retribuí o sorriso do panda, no qual pega o colar e coloca no bolso para em seguida dar um ultimo abraço em seu pai, depois se despede colocando a mochila nas costas com dificuldade para assim encontrar com seus amigos que esperam fora do restaurante.

— Onde está Tigresa? — pergunta preocupado.

— Ela disse que tinha que fazer uma coisa antes de ir. — fala Macaco deixando escapar um riso. — Você vai adorar vê-la.

— Do que você está falando?

— Só espere e verá.

Não aguentou a gargalhada que deu em seguida deixando todos com semblantes de estranheza, principalmente Po.

— Acho que ele bateu com a cabeça. — sussurra Garça para Víbora.


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