Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 36
Batalha Final - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Andei ocupada com outras fanfics, esse capítulo saiu hoje, estou tentando postar toda quarta feira, talvez tenha alguns erros não tive tempo de corrigir, me avisem.



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Macaco não possuí consciência de nada a não ser de uma dor imensa que ia da sua cauda até a perna esquerda, só quando Song lhe chama percebe onde está, na barriga da criatura, de repente o cheiro forte atinge seu olfato, restos de comidas flutuam no líquido estomacal de cor amarela, o primata reconhece a dançarina deferindo golpes nas paredes do estômago, sem causar dado algum.

Após minutos tentando, em vão, ferir Yaoguai, ambos decidem sair daquele lugar asqueroso, Song encontrou uma passagem, embora o primata recusasse a sair pelo orifício, foi novamente forçando, saem cobertos de uma gosma esverdeada, conseguinte recebido pelos mestres, quais fixam as órbitas oculares, em expressões de ânsia e nojo.

O monstro distraído morde o topo de uma casa, a cauda escamosa e grosa balança algumas vezes, os guerreiros esquivam para longe, notam a baba escorrer em uma das presas, no ato de de abrir a mandíbula e mastigar.

Centrados no objetivo, visam maneiras de derrotá-lo, são surpreendidos pelo grão mestre e o pequeno filhote.

— Esqueçam esse ser, quero que levem os aldeões para longe daqui. — O tom autoritário de Shifu chama atenção.

Ainda que quisessem intervir na decisão, obedecem prontamente, correm em direções opostas. O panda vermelho convoca o felino, esse preparava para seguir as ordens do mesmo, quando o dragão guerreiro chega, o urso tem as patas sobre os joelhos, enquanto está ofegante.

— Shifu, Mestre… — diz em meio as respirações descompassadas, abaixa a mirada para ele. — Tenho um plano. Quero que tragam a criatura para entrada do vale, vou me encarregar de trazer a Tigresa de volta.

Confusão surge na expressão de Shifu, as linhas da idade contornando seu rosto, por um instante reflete, mudando o cajado para a pata direita, entendia o plano, sobretudo porque Po esforça-se para realizar, mas havia esse jovem, ele seria uma opção, arriscar a vida de um filhote?

Com a afirmação do mestre, Po saí em disparada, esperando ser seguido por Tigresa, não a vê por perto, passou por algumas casas, escalando telhados, despistando as criaturas de Mirume, a dor insiste em permanecer por suas articulações, em certo instante luta contra dois seres, deferindo socos e chutes, exausto, aperta a mirada, encontra a rainha de costas, sobre o veículo de madeira, prestes atravessar o reino.

Finalmente em cima, em frente a fisionomia perversa da felina, em pose de luta roga as forças restantes em seu plano, vislumbra o olhar de escárnio e irritação dela, em uma ação rápida Po pula e imobiliza o corpo pequeno contra o piso, mantém as patas pressionadas nos ombros da rainha, ela rosna em aversão, o focinho levemente enrugado, o lábio superior elevado, deixando os caninos de cima a vista, antecipadamente ele impede de receber um chute, olha de relance para o cetro caindo a certa distância, os monstros da escuridão vão para protegê-la.

— A graveza de suas atitudes soam inconstante guerreiro, deveras irritante. — afirma ela em tom de sarcasmo, e o fita com os olhos escuros e provocativos, como se tivesse decidida, subitamente, deixar a admiração de vez para trás.

— Não é ser irritante, é o estiloso durão. — murmura ele, recordando da batalha contra Shen, tendo o efeito de fazê-la arquear a sobrancelha em estranhamento.

Mirume riu, as órbitas oculares pousam na pelagem branca suja de sangue, tornando mais tensos, precisamente no instante em que sua mente traz a imagem de Fala macia, a vidente, proferindo a mesma frase, acredita ser do pavão qual o urso se refere, não mais embalada e meio inconsciente ao redor outro riso, mais zombador lhe faz presente.

— Eu deveria lhe beijar. — diz, deixando de rir.

— O quê? — indaga surpreso, de repente vendo a cabeça dela inclinar-se para si, a procura dos seus lábios.

Devecilhando brevemente, Mirume tem a oportunidade de escapar, chutando a barriga do dragão guerreiro, ele pula e cambaleia, a felina em uma rasteira o derruba, agarra o objeto dourado e pressiona o cetro de vidro na garganta dele, Po segura com às duas patas, a surpreende puxando bruscamente, fazendo-a cair em sua barriga, a arma de Mirume rola até outro ponto, curto tempo o olhar de ambos vagam na direção onde ele parou, em seguida entreolham-se, a rainha revira as pupilas, o empurra, ele geme de dor.

Por um instante a alteza tem novamente a fonte de poder, contudo, o guerreiro obtém em seguida, a felina fixa a vista preocupada, ordena para suas criaturas atacarem, sem resultados, eles obedecem quem está com o cetro, realizando tal descoberta, o urso sorri, gira o cajado de ouro para ela, os dois seres malignos avançam até a figura surpresa da felídea, o balançar do veículo atravessando o vale é interrompido.

— Surpreendente guerreiro. — fala. A feição sem medo, parecia estar sempre pronta para sorrir, o que fazia os outros temerem à primeira vista, não é o medo é como ela mantém a postura, o olhar, todos os aspectos cruéis de um fêmea sádica.

— Sem elogios Mirume, está acabado. — anuncia da única forma de protesto que consegue encontrar.

O olhar dela passeia pelo corpo dele com uma expressão pensativa, recusando a se importar com os monstros em sua volta, nunca mais teria um oponente incapaz de se render, engraçado, forte e excêntrico, pensou ela, olhando para seus ombros, os pelos alvos na barriga gordinha.

Começou a chover, apagando as quatro tochas, deixando os pensamentos sobre ele desaparecer, vagou atentamente as possíveis escapatórias, de repente a irmã em um pulo colocasse de costas a ela, protegendo-a.

— Tigresa? — perguntou Po, surpreso.

Observa nos minutos seguintes a mestre do palácio de jade caminhar até ele, a tempestade dificulta a capacidade de enxergar, recua brevemente, levando a concentração por cima do ombro da guerreira, colidindo com a fisionomia de Mirume, provocando o embrulhar no estômago, queda-se mirando-a ameaçadoramente, ela repete a ação em um sorriso de escárnio.

Ele respira e concentra-se no que poderá fazer, está cansado de lutar, fecha às pálpebras, o cheiro da grama molhada, o barulho dos ventos e da tempestade, como se tudo ali não existisse, deixa cair o cetro, olha novamente para Tigresa, a pouco centímetros de distância, sorri, um sorriso tímido, embora a face ameaçadora da guerreira.

— Ei Tigresa sou eu, seu amigo. — inicia, juntamente a dois passos, recebendo em troca um rosnado. — Lembra de mim? Comemos juntos no restaurante do meu pai, lutamos e brigamos varias vezes, na maioria você sempre esteve certa… — A cada palavra dita aproxima-se mais da felina, não há mudança em seu aspecto, os olhos vazios o miram igual a uma presa, é o poder controlador de Mirume. — Sei que jamais estaria aqui se você, mesmo quando nos conhecemos tenha sido uma experiência negativa, veja só o que nos tornamos, me protegeu de mim mesmo em Gongmen, agora é minha vez de retribuir, por favor… A Tigresa que conheço nunca faria isso, jamais machucaria um amigo, alguém que ama.

Depois de dizer essas palavras, continua com o contanto visual, as emoções arremessadas em turbilhão contrariando o medo crescente, Mirume está atrás de Tigresa sustentando o sorriso, mas para ele não importa. Então nota a líder dos cinco furiosos piscar repetidamente as pálpebras, e de repente o chamar, sua voz é alívio para sua alma conflitante.

Exaltado e feliz abraça a felina, um verdadeiro abraço de urso, contorna com os braços as costas, enquanto o queixo está em seu ombro, demora poucos segundos para ela sair do transe e perceber a razão do carinho e afeto, pois, sua mente ainda está embaralhada, ainda assim sorri, um sorriso terno.

— Está aqui comigo! — anima-se o panda, apertando o agarre, o olhar fechando, as vias lacrimais enchendo de lágrimas, ameaçando a cair.

— Onde mais estaria? Lembra é o estilo durão. — ri ligeiramente, suspirando na pelagem quase branca do urso.

Mirume se dá conta de toda a complicação de sua ambição e percebe que não será viável um duelo, é necessário realizar o possível para acabar com os dois guerreiros, desse modo, tendo outra vez o cetro na sua posse lança um raio escuro em ambos, aperta fortemente a mandíbula, os dois guerreiros escapam pulando para lados opostos.

Quando poupara a vida da irmã, a rainha acreditou que ela seria de grande utilidade, todavia o cruel destino limita-se a desafia-la, em outro ataque tenta acertá-la, em vão, às duas patas seguram o cetro firmemente, a força qual a felina atinge a madeira daquele veículo em uma batida, cria um campo de energia obscura indo até os confins do vale, os animais caem no solo barrento, Po inclinar-se de joelhos, deposita o antebraço atrás das costas de Tigresa, ajudando-a erguer a vista.

— Está bem? — indaga apreensivo.

— Fui atingida por um canhão uma vez, qualquer coisa é igual à cócega. — diz sorrindo para demostrar o bem estar.

Sorrindo também, desvia para os súditos da majestade, surpreende ao notar a transformação de todos, mais criaturas monstruosas.

— É um escárnio delongar mais meu reinado. — O som de dois trovões acompanham o ódio que submerge na fala de Mirume. — Deveria ter acabado com ambos, terminar esse monólogo inconveniente.

Conhecida em manter a calma e a postura, o rosto da herdeira do vale da sombra torna-se tenso, sangue de um rasgo irregular na manga direita do vestido negro contorna a região, sendo lavado em seguida pela chuva; segue andando, transmitido a cólera e a impaciência.

Tigresa saí da posição que está, fica de frente a irmã mais velha, olhos escuros iguais à escuridão misturam-se com o dela, âmbar rubi.

— Pode tentar quantas vezes, mas nunca irá conseguir. — profere a felina, olhando por um instante para Po. — Há algo que você jamais irá ter ou compreender, o amor que possuo pela minha verdadeira família.

Tais palavras soam para a rainha de modo a confrontar seu ego, ordena as criaturas atacarem, os dois guerreiros preparados por essa ação estão em pose de luta, um estrondo interrompe a concentração dos três, bruscamente o veículo gira no ar antes de cair no solo, Tigresa ergue o corpo arrastando-se para estar com Po, ela segura a pata esquerda do amigo, rogando suas pupilas verdes para si, a sensação é de alívio ao vê-lo bem.

O monstro foi o causador do estrago, entretido por uma luz azul, impossível de ser vista a olho nu.

— O que aquilo? — pergunta ela, passando o braço dele em seu ombro, ajudando-o a ficar de pé.

— Um dos vários presentes da sua irmã. — afirma ele, respira de maneira irregular. — É um tipo de plano, atrair essa coisa e usá-lo contra Mirume, no meu ponto de vista daria certo, mas a execução ainda está em fase de teste. — completa em um riso curto sem jeito.

— Só preciso de uma oportunidade.

— Ei, você não vai fazer isso sozinha. — a voz saí embargada de dor, o fôlego qual possuí é insuficiente para mais palavras.

— Já fizera muito por mim. — a respiração bate na bochecha dele, seu olhar é de medo e apreensão.

— Tigresa, realmente…

— Lembra, tudo fica bem no final, prometo.

É complicado distinguir o que acontece, os rugidos dos felinos transformados em criaturas parecem altos mesmo naquela distância, e sob as pisadas fortes de Yaoguai, a mestre ouve a reclamação do panda, o deixa ficar sentando, coloca às duas patas em suas bochechas obrigando-o a olhar, ele está sonolento, fechando as pálpebras por breves segundos.

— Ti…

A felina sorri, o apelido lhe traz conforto.

As orelhas dela se mexem ligeiramente, o seu nome é pronunciado, pronta para atacar gira bruscamente, está surpresa, um filhote de tigre, ou de guepardo, não consegue diferenciar, emana luz azul das patas.

— Estou ajudando, controlo ele, mas é muito. — diz o pequeno.

— O que?

— É o Dishi, Ti, está do nosso lado… — comenta, a dificuldade de falar assumindo o controle.

— Por que ele não foi atingido? — questiona, referindo ao raio da irmã.

Mais um estrondo, desta vez a cauda de Yaoguai derruba uma enorme árvore, rapidamente Tigresa salva o filhote em uma cambalhota, rolando junto a Po, pergunta para a criança se está bem, qual acena afirmativamente, suspira aliviada.

Quando uma criatura considera atacar, Dishi saí do colo da adulta e joga um fio de energia, transformando o ser novamente em um animal, por acaso é Macaco, que caí desacordado.

Tigresa traz notável expressão de surpresa, de olhos bem abertos, reflete sobre o que acontecera, fio de incerteza embaraça a sua mente, desacredita ser o chi real, seria ele um parente próximo? A aparência familiar a tormenta, busca nas lembranças e recordações de alguém semelhante ao filhote, extasiada devida o ocorrido, esquece momentaneamente Po, precisa reformular os acontecimentos, um último olhar a ele, recua para irmã.

A princípio, ambos entreolham-se, logo após, os olhares aquecem a criança, é estranho para ele, finalmente direcionando a mirada receosa para a rainha, ouvira as histórias quais Ju e Meili lhe contaram, uma felina nem sempre de alma benevolente, um tanto imprevisível, preparada a fazer o bem a seus modos, sem medos ou fraquezas, de olhar frio e humor questionável.

Influenciada pela presença de Dishi, Mirume tem o semblante neutro, contradizendo o conflito interno, supôs há anos o sumiço desse filhote, ordenara a uma cabra que desaparecesse com ele.

Tinha observado o pequeno usara o chi real, se antes a majestade tivera dúvida, as circunstâncias rompem o bloqueio do seu passado, invadindo as memórias com Daisuki, ora feliz, ora triste, quer esquecer, fecha as pálpebras, existe sofrimento nos traços do seu semblante, em um minuto um raio de energia atingi o calcanhar do garoto, recusa a machucá-lo, Tigresa o impede de cair.

Em condições de completa rejeição, o medo da rainha intensifica, porém, a esse sentimento influência se junto o ego, dificulta realizar a próxima ação, as criaturas criadas por ela são o que ela é, o reflexo, estão compartilhando a dor da rainha, seguem imóveis, Po e Tigresa vagam a vista em alguns, a chuva jamais deixando o vale.

Vulnerável, Mirume deixa ser levada pela onda de incertezas, logo a razão lhe obscurece novamente, balança a cabeça, negando o ponto de dúvida, empurra a barreira e quebra o escudo, mira o cajado na irmã, outro raio atravessa o globo de vidro, de olhos trancados, Tigresa aguarda ser atingida, mas de súbito Dishi cria uma proteção, é o chi real.

— Tigresa? — Quando a luz some, Po verifica se os dois estão bem, presume se não fosse o pequeno estariam mais machucados, pois, Mirume dispõe da energia da mestre no cetro.

O ódio, é outra emoção constante na rainha, inconformada força Yaoguai atacar, anteriormente paralisado, o solo treme, o ser bestial pisa sem querer em duas criaturas, antes vidas de felinos, a cauda de escamas serpenteia no ar, as enormes esferas de visão focam nos dois guerreiros do kung fu, leva a enorme pata até Po agarrando-o, Tigresa e Dishi desviam.

— Agora sei como meus bonecos de ação se sentem. — fala o urso, esmagado pelo aperto impetuoso.

—Po! — grita a mestre, mandando um olhar ameaçador para a irmã.

Sorri novamente, porém, o sorriso desaparece vendo a face assustada do filhote.

A líder dos cinco furiosos escala a enorme perna grossa igual a um gato, chega no centro do peito do ser, dali salta até o panda, trata de empurrar os dedos dele, mas é impossível, estremece ao som de dor de Po, é como se pudesse ouvir os ossos estralando, aumentando a vontade de liberta-lo, agradece mentalmente, no tempo que Dishi acerta a região com o chi, imediatamente segura o mestre, enquanto seu corpo está apoiando no antebraço do monstro.

— Não! Por favor! — exalta o filhote diretamente para Mirume, sem reação ela fixa atenção nele. — Pare de causar mal, todos estão sofrendo, minha "mǔqīn" morreu, não quero que mais ninguém morra… Por favor… — inclinar-de em uma reverência piedoso, a voz embargada em melancolia.

Durante o curto tempo admirando-o, recorda de Daisuki, o mesmo semblante, mais bonito, mais encantador. Os olhos azuis, lembrando de uma safira, brilham ingenuamente, trazem o espírito virtuoso. Um irreprimível sorriso de felicidade agita os lábios firmes dela, não pode suportar ouvir o som da voz, ou da ver a face de medo, ou ainda os trajes rasgados pela batalha; sem se sentir perturbada, precisamente a um passo, esquece brevemente dos mestres e em um ato imprudente, de joelhos, na altura do filhote, acaricia a sua bochecha, mortificado pela gesto carinho Dishi não reage.

— Seja bom.

Essas são as únicas palavras pronunciadas, em seguida deixa a presença, o véu do vestido escuro arrasta-se no solo barrento.

— Acabe com os dois. — Em uma última ordem, Yaoguai obedece.

A natureza dela procura sua própria felicidade, para isso está sempre disposta a sacrificar-se.


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