Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 37
Batalha Final - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Finalmente terminei esse capítulo, fiquei a semana toda fazendo, era para ter saindo na outra quarta, mas sou lerda escrevendo.



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Os inúmeros olhos espalhados na face larga de Yaoguai fixam nos dois mestres, as patas escamosas tentam agarrar Tigresa, que escala o antebraço do ser, mantendo a vista sobre ele. Tropeça em uma das pontiagudas escamas; a monstruosidade ergue o braço, as gigantescas unhas afiadas nos dedos atingem a própria camada de pele em um ato falho de ferir a mestre, sem causar dor ou ferimento.

Sente-se assustada, o olhar atento cai em Po, estando ela na curva do ombro, o vê rolar pela cauda e voar pela ponta em incerta direção, abre a boca de modo a gritar o nome dele, a criatura solta um potente rugido, derruba árvores e casas a poucos metros, seria capaz de sangrar os tímpanos de qualquer um, ela crava as garras na couraça impenetrável em busca de equilíbrio, ela grita por ele, o corpo do mestre jogado a metros de distância.

Seu coração palpita, uma gama de emoções turbilhão a alma da guerreira, a tempestade avança inclemente, as angústias se tornam inevitáveis, escala as costas do ser, para várias vezes para recompor-se, apoiar-se e sente a fraqueza consumir a força que resta. Mirume havia absorvido seu chi real, se não tivesse a força vital comum dos seres vivos estaria morta.

A maior dificuldade de Tigresa poderia ter, é continuar acreditando que tudo ficaria bem. Em outras situações, lutaria até o fim, como em Gongmen, mas naquele momento, a existência de vida mergulha em um profundo oceano de incertezas, medos e inseguranças, devido a isso, busca a paz interior.

O monstro não percebe a presença da felina, começa a andar, destrói o muro de proteção do vale, pedras de concretos e estátuas de tigres caem perto dela, deita-se, apertando as garras, o sangue faz uma linha entre os dedos e o pulso, volta-se o semblante cansado, repassa mentalmente as opções para detê-lo, os olhos brilham igual a duas lamparinas, a escuridão não é um inimigo, pois, é capaz de enxergar, identifica duas asas enormes.

Estando novamente em pé, enquanto Yaoguai caminha para fora do vale, vê a figura da irmã em um círculo de pedra, Tigresa franze a testa confusa, quando a rainha bate o cajado na região, um redemoinho de luz negra emana, assemelhando a linhas de um caracol, indo do centro e apoderando-se do corpo da rainha.

A mestre do palácio de jade fica completamente imóvel, presa em um estado de paralisia momentânea, vendo a irmã flutuar em determinada altura, em princípio a rainha não a vê, todavia após breves segundos o olhar sombrio e penetrante a mira, à medida que a irmã mais velha está suspensa no ar e encaminhando-se até ela, Tigresa persiste com contanto visual, séria e inexpressiva, os punhos fechados vigorosamente, o aspecto desafiador.

Então recorda o que está em jogo, um calafrio percorre nas costas da líder dos cinco furiosos, considera a possibilidade de matar a própria irmã, nunca foi uma assassina, mas se fosse preciso faria, ainda que um nó na garganta e o pulso acelerado dissesse o contrário.

A criatura para de andar com um sinal de Mirume, permanecendo imóvel, Tigresa sente aversão finalmente tendo-a defronte, a meio metro de distância, ambas em um silêncio mortal, a aura negra que nasce ao redor da majestade traz o desvio da atenção da furiosa, inclusive as partes do vestido rasgado, deixando amostra as feridas e cortes, o sangue quase invisível na escuridão.

Em determinado momento, quando a chuva ainda castiga à terra, e os trovões atingindo o solo, dá um passo a frente, um fio de dor resultante da queda do veículo da irmã, lhe atinge igual a um punhal, recusa manifestar na feição cansada, um rosnado curto se fez presente.

— Tenho todo o seu chi, a energia do colar em yang reduzi ao mau absoluto, seus supostos amigos são demônios, o panda qual amou não está aqui para protegê-la, a China está toda em meus pés, me diga querida Harume o que resta para você? — Tais palavras de Mirume não demonstram emoção, raiva, e sim superioridade, em um sorriso zombeteiro. Tigresa lhe devolve o sorriso, mas não ousa lhe dizer nada, incomodando a felina. — Por que sorri? — indaga ofendida, preenche o espaço vazio entre às duas.

De pálpebras fechadas, em um meneio com cabeça, sustenta a expressão facial.

— Perguntara o que me resta — volta a encara-la —me responda você, o que lhe resta? Não há mais ninguém aqui para ver seu triunfo, Daisuki, nossos pais, finalmente tem o poder que sempre quis, ainda assim consegue sentir? Está sozinha.

Rosna irritada devida à fala da irmã mais nova.

Sem respostas, Tigresa acrescenta:

— Jamais irei desistir daqueles que amo, lutarei até meu último suspiro, até minha última gota de sangue, mesmo quando meus ossos se quebrarem, vou lutar por todos eles.

O discurso parece ter efeito nela, pois, de imediato a expressão de Mirume se modifica, o espírito regulador da calma caí em um abismo, levando consigo a paciência, prontamente defere um soco, qual a irmã esquiva guiando a pata da rainha por cima do ombro, agarrando o pulso livre obrigando-a descer na cabeça de Yaoguai.

Evidente a raiva da majestade, não deixa de ocultar o desejo de feri-la, sem flutuar, concentra o fluxo de energia do peito, indo das veias e alterando para as patas, lança repetidamente esferas escuras, Tigresa desvia de cada uma, ora por cambalhotas, ora por saltos, sempre resultando na falha de Mirume, que empurra mais e mais chi, fazendo-a recuar em pulos distantes.

Após várias tentativas acerta o calcanhar da furiosa, ela perde o equilíbrio por um instante, é acertada no estômago, caí de joelhos, deposita as patas na região, ergue as órbitas oculares, existe irritação no semblante dela.

— Se esconde atrás dessa defesa. — murmura. Percorre na mirada a zona que tinha ao alcance.

Os passos de Mirume são curtos e calculados, aquelas palavras lhe valem um sorriso de ironia quase imperceptível, seus olhares se cruzam.

— É tão fraca Harume, não consegue me deter? — indaga.

A indignação faz que a mestre do palácio de jade salte, um chute lateral e outro, a rainha se esquiva dos socos, reparando no estilo tigre da irmã, onde usa o corpo com rapidez e força, estaria dominada se não fosse o chi real, em um instante de distração sente a cauda de Tigresa agarrar sua panturrilha, imobilizado-a por breves segundos, bate as costas contra a cabeça de Yaoguai, antes de levantar recebe um golpe, rola para o lado escapando.

Em pé, de punhos fechados, em pose de luta, Mirume sorri, de respiração ofegante, vestido rasgado, a aparência cansada, por enquanto decide entrar na batalha de forma limpa, considera divertir-se.

Olha diretamente para o sangue na qipao dourada, em seguida para os rasgos na calça, fixa atenção na irmã, limpa o líquido vermelho no lábio cortado, as pupilas de tonalidade amarelado brilham intensamente.

A raiva sempre foi algo que tentou controlar, julgada e condenada como um monstro, uma fera enjaulada, lembra-se dos dias de tortura no orfanato Bao Gu, a única criança que ninguém queria, quando finalmente conseguiu concentrar a força que possuí teve um lar, Shifu, jamais o julgaria ele lhe dera tudo, ainda que visse nela o espelho de Tai Lung, diferente de mestre Oogway, a tartaruga acreditava, sorri ligeiramente, em todas as ocasiões possíveis suas palavras de sabedorias traziam inspiração e paz, uma palavra tão fácil de escrever, no entanto, complicada para ter.

Suspira, as imagens dos amigos na mente, Víbora, Macaco, Garça e Louva-a-deus, todos especiais, os ama imensamente, nunca dissera o quanto.

Trata de ir atacá-la de novo, mas uma terrível pontada no cérebro lhe faz desistir, sente vertigem crescente, quase caindo, escuta a risada de zombaria de Mirume, uma voz, certamente imaginária, impossível de decifrar, fala em seu ouvido: “Harume, não deixe que a raiva te consuma, eu te peço que continue, seu passado não foi como você gostaria, mas o futuro pode ser melhor que imagina. Eu te amo.” Tudo fica em silêncio, nem mesmo a tempestade é ouvida, olhando para o vazio da própria alma, atordoada indaga:

— Mamãe?…

Um soco atinge sua bochecha esquerda, surpreendida encara a rainha, qual avança a cada bloqueio que faz, flexiona os joelhos fortemente, leva as patas na altura na mandíbula formando um X, impossibilitando os golpes, em um mortal retrocede o chute, deferindo no joelho da majestade, qual tem a região curvada perto da orelha de Yaoguai, efetua uma rasteira.

A mestre salta no instante golpeando-a na nuca, ela tem o rosto empurrado na pele escamosa da enorme criatura, os braços presos por Tigresa, utiliza as pernas para pular e soltar-se, ainda no ar é atingida no peito, voando para longe, grita exasperada, é a primeira vez que age desse modo, a raiva transforma as frustrações em combustível.

— Você é a responsável por tudo! — Levanta a voz, corre até ela, atacando-a bruscamente. — Os reis sempre amaram mais você, arrancaram minha coroa, de modo a uma idiota profecia! — As palavras são transformadas em golpes, as linhas da pelagem alaranjadas acentuam a face raivosa, e as presas comprimidas na boca, capaz de ferir a si própria. — Sou a mais forte, a melhor, a verdadeira herdeira do trono! — acrescenta.

A aura escura surgindo em redor de Mirume envolve Yaoguai por completo, sendo controlando pela raiva da rainha o ser acorda do sono profundo que foi posto por ela, abre as incríveis asas e no bater causa grande ventania, derrubando árvores e casas por perto, Tigresa equilibra-se da melhor forma possível.

Aquelas palavras resultam em Tigresa sua própria memória, deixando um gosto amargo na boca, o dia que Po foi nomeado dragão guerreiro. Nesse dia, sentira raiva e ódio, acusando-o por ser responsável por roubar seu título, um panda bobo, que fazia piada de tudo.

Tem a sensação do por quê de Mirume agir desse modo, se vê no lugar dela, sua dor já foi a dela.

Enquanto a rainha ataca repetidamente, a fisionomia da adulta franzida em fúria, indignação, tantos sentimentos juntos que ela usa da aura para elevar Tigresa no ar e envolver o pescoço, enforcando-a, a furiosa não contra ataca, não poderia, está cansada e exausta.

— Não és tão poderosa agora Harume. — murmura entre os dentes, as sobrancelhas quase se tocando no centro da testa.

As pálpebras fechando pouco a pouco, engasga sem oxigênio suficiente, a criatura voa mais alto, a chuva intensa jamais deixa o vale, a visão embaçada, como faria? Pensa em seu corpo caindo em um baque após ser morta, está em paz, o passado é uma parte de sua história, não o final.

Luz ofuscante e intensa surge no peito da mestre, surpreendendo a rainha, força mais o aperto, o braço treme, franze o cenho confusa, olha para a região, em seguida para irmã, cambaleia, quase cega pela energia azul, usa as duas patas para aumentar a intensidade, as cores se misturam no corpo de Tigresa.

— O quê?! — questiona em um grito indignada.

Sente os músculos do abdômen contraídos como molas.

A furiosa abre as pupilas, o olhar possuído pela mesmo brilho, os lábios pintados em um sorriso.

Desafia a rainha, ela roga cada vez mais fulgor, obsessivamente de modo a provar que é a melhor, ao contrário da mestre do palácio de Jade, seu espírito encontrasse pacífico, entendera as motivações da irmã.

No último raio de luz, Mirume grita raivosa, ocorre uma explosão, iluminando todo o vale, a criatura explode igual a um barril de pólvora, as cinzas espalha-se com a chuva.

Caindo rapidamente em direção ao solo, Tigresa recupera a consciência, vagueia atenção em direções onde a irmã poderia estar, localizando-a faz um sinal com a pata, contorna o corpo inconsciente da rainha com a última força que resta, assim como seu próprio, consegue pousar em segurança, minutos depois.

Mirume acorda lentamente, está de barriga para baixo, acorda lentamente, o cheiro da lama invade suas narinas, puxa um pouco da terra molhada, fecha os punhos com força, como se fosse um cobertor, ergue o rosto, apoia o cotovelo, por seguinte desloca-se dali, ainda se sente aturdida, por tudo o que acontece, curiosamente, procura pela fisionomia da irmã, durante esse tempo, nota suas crituras petrificadas, o amanhecer nascendo, sem chuva e a destruição do vale.

— Como? — pergunta de repente, sabendo da presença da mestre atrás de si. — Roubei seu chi, utilizei o colar yang, mas pudera fazer isso… Como — Apesar de a pergunta soar surpresa, ela não colocou nenhum tom de tristeza, quer ouvir a resposta sem ter que encara-la.

— Sei o que está sentindo.

— Você não sabe de nada. — interrompe exasperada.

Tigresa dá dois passos a frente, a luz da manhã a ilumina, enxerga o vestido negro rasgado, cortes nas omoplatas e nunca, o sangue, indício da batalha que tiveram.

— Na verdade, sei, me senti algum tempo assim. — pausa a voz, toma fôlego para continuar. — Você queria deixar nossos pais orgulhosos, acreditava que ser rainha seria uma das maneiras de realizar esse desejo, mas tirei isso de você, um filhote, boba e incapaz, herdeira do chi real.

Silêncio, escuta atentamente a fala, existe verdade, mas recusa responder.

— Tive esse tipo de percepção por Po, acreditava que ele roubara de mim o título de Dragão Guerreiro, mas nada acontece por acaso. — esboça um leve sorriso, devido à sensação de felicidade incerta. — Foi o destino, uma linha condutora nos guiando em caminhos quais são impossíveis de prever ou mudar.

A orelha esquerda se contraí ligeiramente, se vê obrigada a ouvir.

— Destino...— Mirume balança a cabeça, há sarcasmo no tom de voz, exerce pressão com a mão direita no barro. Seu corpo estremece, pressiona os lábios até perderem a cor, conhece a sensação de algo inevitável, ouvira de Fala Macia sobre seu futuro, enfurecia-se por não poder combater. — Vosmecê está enganada…

— Embora os acontecimentos — a ignora — , eu lhe perdoou.

Solta um riso incrédulo, nega a aceitar essa afirmação.

— Vejamos, deixarei o meu trono para me juntar a uma irmã sonsa. Considera mesmo que eu faça isso? Prefiro me jogar de um precipício a aceitar esse constrangimento.

Não obstante, a declaração dada, concentrada na distância da mestre, abruptamente em um rodopio Mirume empunha uma adaga — a mesma que usou para derramar o sangue de Daisuki — com o propósito de atacá-la, a vê recuar, zangada pela ação falha prossegue repetindo, à medida que continua sem resultados, deixa de lado o objeto cortante, empurrando cada vez mais o desejo incontrolável de feri-la, de modo a lutar novamente.

Embora Tigresa sente que sua paciência ia aumentando, fez o possível para que a mesma não a obriga a batalhar. Além de estar visivelmente afetada e ter um caráter duvidoso, a alteza pode utilizar inúmeras artimanhas para ter o que quer.

Uma vez caída no solo barrento, prestes a receber único golpe no peito, o grito de Dishi rouba atenção de ambas.

— Mamãe!

O som agudo e desesperado fez a adulta desviar o rosto na direção do filhote, remorso e culpa são transmitidos nas feições da felina, quer abaixar adaga, deixar o orgulho, apenas por ele, mas lembra-se de Harume, não pode evitar odiá-la, ela tem tudo que nunca teria, evidenciando as suas ações.

Remoendo toda a luta do seu espírito, o delicado azul dos olhos do filho, fez o coração se despedaçar, como muitas vezes antes, se lembra do dia do nascimento de Dashi intitulado agora por Dishi, procura extrair algum conforto daquilo que lhe vinha à mente, uma única lágrima solitária contorna sua bochecha, assemelha a um pedido de desculpas.

Quando Tigresa percebe o objeto vindo na sua direção, sua perna direita se transforma em algo mole, sem força, um lampejo de dor atinge o membro, impossibilitando qualquer tentativa de fuga, a adaga indo rapidamente contra si, de repente o colar Yang caí entre as duas, luminosidade envolve o local, um raio de cor branca arremete Mirume, surpresa e sem reação, é arrebatada pelo objeto em poucos segundos.

Perplexa, encara o objeto, que emana um tipo de vapor, certamente quando derrotou Yaoguai a peça voltou para o estado original, ela certifica a ausência da rainha, confirmando a vitória, percebe Po correr na sua direção, ele fica de joelhos e deposita a pata em seu ombro, procura no olhar âmbar dela, angustiado e preocupado, qualquer indício de aflição.

— Está bem? — indaga, a respiração ofegante entrega seus medos imagináveis. Tenta conter o tremor geral do corpo no instante que a vê enrugar a testa de dor, olha para a pata da felina sobre o joelho. — Tigresa?

A fala alcança seus ouvidos. Ela olha para cima. Grandes olhos verdes brilhantes, a maneira como ele diz o nome dela é quase uma carícia, acena com a cabeça.

Eles compartilham um sorriso, que permanece entre eles, quando a felina abre a boca para responder de uma maneira terna, a voz de Macaco a interrompe, demora um tempo analisando a figura do primata, o pelo dourado está sujo de sangue e lama, cortes no rosto e no topo da cabeça.

— Tigresa, é bom vê-la! — exalta animado. Na ocasião que o amigo panda ajuda ela levantar, com dificuldade, alcança seu corpo em um abraço apertado. — Pensamos que estava morta.

Irritada com ação, pede ajuda para Po, que ignora o pedido, vislumbra o momento sorrindo, ela suspira, em seguida sorri de canto, esquecendo a dor na perna.

— Sei que está feliz e tudo, mas poderia me deixar livre? — fala, sendo liberada. — Obrigada.

— Disponha. — responde, ficando ao lado de Po, os punhos fechados sobre a lama, equilibra seu peso.

— Ti, o que faremos agora? — pergunta, agarrando o colar em formato de sol do solo, seus dedos traçado linhas imaginárias na madeira.

Outro sorriso se forma nos lábios de Tigresa, tanto tempo sem escutar o apelido lhe trouxe sensação de conforto, está assim, quase inconsciente, entregue às seus pensamentos, quando, subitamente, encontra a silhueta de Dishi, logo depois o filhote deixa de estar ali, lágrimas escapam dos seus olhos, enquanto corre em disparada para o lado oposto.

Tigresa aperta a mirada com força e permanece assim, antes de Macaco perguntar o que houve, só ela e o dragão guerreiro tem conhecimento que Mirume é mãe do pequeno, os dois compartilham um sentimento de empatia, tudo o que ele passou assemelha a um tornando destruindo todas as reservas de amor.

— Perdi alguma coisa? — O primata pergunta, coça a cabeça, onde existe um enorme falha de cor preta.

— Depois explicamos. — sussurra Po, com a pata no canto da boca. — O importante é o que faremos? Estamos rodeados de criaturas imóveis, embora eu tenha medo, são nossos amigos e habitantes do vale. — acrescenta. De passos curtos, aproxima de um deles, cutuca o focinho e a bochecha esquerda.

— Olhando de perto, eles não dão tanto medo. — comenta Macaco, estando ao lado de Po. — Tirando as presas, os olhos, as escamas e todo resto.

Os dois guerreiros soltam um riso em uníssono.

Embora a visão de Mirume esteja em sua mente, a morte da irmã mais velha foi desvanecendo, igual a um pesadelo, conforme a mestre do palácio de jade concentra atenção nas criaturas paralisadas, ignora mais um dos comentários bobos de Macaco, com um passo a frente, a dor na perna se torna um fio condutor para a expressão dura, rosna baixo, os amigos estão alheios a situação, suspira, é contra a pedir ajuda, então aguenta firme.

— Po. — ela chama com dificuldade, aperta os dentes de modo a reprimir agonia, quão está exausta o tom de voz não é audível. — Po. — repete, desta vez o panda gira nos calcanhares, indo a seu encontro. Ele sustenta preocupação. — Iremos utilizar o colar Yang para reverter o que Mirume fizera.

— Show de bola! — anima-se, apoia o braço dela em seu ombro. — Como faremos isso mesmo? — pergunta confuso, a respiração atingindo a bochecha da amiga.

— Você fará. — engole em seco, fecha as pálpebras por breves segundos. — O protetor do lado bom, a luz, o sol…

— Ei, o quer dizer? Não existe yang sem yin, como não existe macarrão sem tempero.

Ela ri, um riso curto, devido a comparação.

— Estou sem o chi real e o colar yin.

— E daí? Você ainda continua sendo uma protetora, assim como eu.

Suspira incrédula.

— Não fui nem capaz de guardar um colar, me chamar disso…

— Ti, olha para mim. — interrompe, coloca as patas nos ombros da felina, obrigando-a a vê-lo diretamente. — Desconheço uma mestre tão durona, capaz de colocar a própria vida em risco para proteger a todos, mesmo sem ajuda de um colar, você jamais se importou. — Por cima do tecido dourado do qipao, com os polegares massageia levemente os ombros da felina.

Em seu semblante, Po nota que há tranquilidade, até certa paz, assemelha a ele na ocasião que encontrara a paz interior, acaso está pronto para questionar, mas ao ouvi-la fecha a boca, imediatamente.

— Estamos juntos. — Coloca a pata por cima da dele, em sua espalda.

Entreolham-se sorrindo.

— Pessoal, isso foi lindo, mas precisamos resolver o problema. — interrompe Macaco, sentando, usando o punho para apoiar o queixo.

— Dá para dar um tempinho, estou meio ocupado aqui. — diz, meio sem graça o guerreiro preto e branco.

Outro sorriso se forma nos lábios de Tigresa, ela está em paz.


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Notas finais do capítulo

A Tigresa conseguiu derrotar Mirume, depois de eu ter reescrito essa cena um milhão de vezes, não sei se ficou do agrado de vocês, deixe-me saber o que pensam :)
Como vimos, a rainha é mãe de Dishi, estava bem óbvio nos capítulos anteriores, no começo da fanfic ele apareceu com Ju, qual trabalhava no palácio, foi ela que cuidou do filhote por todos esses anos. Uma das razões que o coloquei foi para Tigresa não ser a única herdeira do trono.



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