Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 24
A chegada do mal


Notas iniciais do capítulo

Oi estrelas lindas do meu coração. Nesse capitulo será a invasão do exercito de Mirume, embora eu tenha ficado sem ideias para esse — e sem tempo procurando emprego – conclui, pode conter alguns errinhos gramaticais, mas irei corrigir em breve. Boa leitura.



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De prontidão, a ave e o primata aguardam por qualquer barulho, que anuncie a chegada dos soldados da rainha, nesse tempo Macaco pergunta ao amigo, sobre coisas diversas, como: “que tipos de pegadinhas que ele gosta.” “Qual é a razão dele colecionar lenços perfumados” “Por que sua mãe mastiga os alimentos para ele.” Entre outros questionamentos, cuja Garça não fez questão de responder. Assim segue-se a noite dos dois mestres de kung fu.
O silêncio estabeleceu no momento em que Macaco terminou de fazer perguntas, mas não durou por mais tempo, decidiu contar piadas ao amigo, esse pedindo aos céus, que alguém chegue e o interrompa, depois de minutos apenas o som da brisa batendo no topo das árvores se faz presente, e por fim a ave agrade pela paz e a tranquilidade.
Apesar de preferir que ele fique de boca fechada, certo vazio e marasmo o incomoda, desta vez decide começar a conversar com o mestre.
— Como você acha que é ela? — pergunta, mantendo o olhar a frente.
— Quem? — o indaga. Usa a pata para abafar um bocejo.
— A irmã de Tigresa.
Pisca algumas vezes, o semblante sonolento, como se custasse ficar acordado.
— Não sei. Talvez seja... Igual a ela, mas com certeza bonita e rica.
— Oh... Já parou para pensar quando derrotarmos o exército e a ela, Tigresa será a única herdeira legitima e poderá ser rainha?
— Você tem razão. Certamente não será mais nossa líder, irá morar num enorme palácio, comer do melhor, usar roupas caríssimas...
— Comprar o quiser... — acrescenta a ave, agora olhando para o amigo.
Fez-se um momento de silêncio.
— Será triste se despedir dela, quer dizer. Embora Tigresa seja: mandona, chata, mandona...
— Você repetiu mandona duas vezes.
— Eu sei. Ela ainda é nossa amiga, foi por causa dela que nos tornamos mestres de kung fu, somos um tipo de família.
— Pela primeira vez na vida Macaco devo concordar com você. — pausa a voz e continua em seguida. — Será que Shifu reagirá bem?
— Acho que sim... Lembra quando ela deixou o palácio de jade para treinar com a senhora Mugan? — Ele acena com a cabeça. — O mestre não parecia muito abalado com isso.
— Sabe como ele é. Shifu nunca foi de demonstrar sentimentos.
— De todos nós quem mais ficou triste foi o Po. Parecia que ele iria entrar em uma depressão se a guerreira preferida fosse embora. — dá um risinho ao final. — Conversava com a boneca de ação dela dizendo que iria mudar...
— Isso foi hilário. — sorri. — Quando olhamos para coisas inanimadas, quando tocamos nelas é como se estivesse vivas, uma parte de nós...
— Como seus lençinhos perfumados? — questiona com uma gargalhada.
— Ei, de novo com isso? Qual é problema de colecionar? Se me lembro bem você tem aquela caixa cheia de...
— Nem pense em terminar a fala Garçosa, é apenas um passa tempo.
— Sei...
Assim que a felina cruzou a porta daquela hospedaria, vai diretamente até as escadas que corresponde à saída, e senta-se ali mesmo. Observa atentamente ao redor, há pouca luz, mas o suficiente para notar alguns ninhos de pássaros nos galhos de árvores. Sorri por nenhum motivo aparente, mas em seguida a face se torna séria. Toma a decisão de vigiar. Espera a chegada dos soldados, e certamente sem a irmã, é como um jogo de xadrez, jamais se manda a rainha primeira, sempre os piões.
Tem o desgosto de ter Mirume como irmã, imaginou por tantos anos como seria ter uma família, e agora o único parente que encontra quer dominar a China e destruí-la.
“Que irmã maravilhosa.” — pensa, sarcasticamente.
À medida que se aproxima o momento de vê-la, sente-se cada vez mais perturbada, teria a mesma aparência? Os mesmos gosto e hobbies? Talvez seja idiotice ter tais pensamentos, ainda que a odeie, é sua irmã.
Reflete e aflige-se na tentativa de arranjar uma explicação para angustia ao peito, jamais admitiria o medo, pois prefere ser incondicional, ou melhor, a Tigresa que é inabalável, embora em Gongmen esse sentimento a atingiu como um “canhão”, principalmente por causa de Po, quer continuar sendo a mesma.
Percebendo que é impossível esquecer o panda, procura uma maneira de passar o tempo. Nesse instante, para seu grande azar, suas patas encostam-se a algo pegajoso naquela escada de madeira, desvia a mirada e vê um líquido dourado, suspira notando que é mel, tira a pata dali, passa na calça e a leva a vista. Persistente em ficar ao redor dos dedos, exceto na almofada da pata. Outro sorriso desenha-se a face, desta vez prolongada, como se quisesse que ficasse aos lábios para sempre.
Lembra-se da primeira vez que beijou Po, não foi o tipo de beijo avassalador, que deixa sem ar, pois apenas um contanto de lábios, um selinho. Os rostos pertos, os olhos conectados um ao outro e ela pediu que a beijasse... De repente balança a cabeça rapidamente, como se esse gesto evaporasse essa lembrança, todavia cada vez se fez mais presente. O seu coração pede invariavelmente mais dele, de seu abraço macio e caloroso, de seus sorrisos bobos e formosos, digno de confiança e admiração, permitindo tantas liberdades, que desconfiança de suas próprias ações.
Avalia bem a estupidez que diz mentalmente, que não percebe a chegada de Víbora, a qual rasteja lentamente até estar próxima, espera que a amiga perceba, nesse tempo, nota o olhar dela ao vácuo, tem a vista quase apagada, o semblante liberalmente alterado em tristeza. Suspira e assim consegue a atenção da mestra listrada, essa passa do estado de surpresa para alívio.
— Está tudo bem? — pergunta a serpente. Tigresa revira os olhos, como se a pergunta fosse idiota. — Vejo que não... — Sorri. — Quer conversar? — A resposta não veio, ainda assim é uma afirmação para ela. — Eu vi o que aconteceu, na verdade todos nossos amigos presenciaram... Você sabe... O que Song fez.
— O que ela fez? — ri brevemente, um riso cheio de incredulidade. — Do que está falando? Oh, já sei, sobre o Po... Por que eu me incomodaria, eu e ele terminamos antes desse fato.
— Verdade? — Franze a testa, descrente. — Qual a razão?
— Nenhuma em especial apenas terminou.
— Me poupe irmã, eu conheço muito bem, sei quando não quer me contar algo. Agora desembucha. O que realmente aconteceu?
— Nada! — grita de repente.
Volta-se a serpente, a fisionomia surpresa. De todas as “pessoas” do mundo a quem mais confia é ela, mas isso não significa a necessidade de falar tudo com ela, algumas coisas guardamos para nós mesmos. Apesar disso arrepende-se por ter gritado, desculpar-se rapidamente, a mestra verde não vê necessidade disso, ainda assim aceita.
— Então... Aquela ali dentro é seu amigo. — comenta Víbora, mudando de assunto.
Manteve a face em confusão, até ter noção do que ela se refere.
— Daisuki? — Víbora afirma com um aceno. — Eu não sei, quer dizer, acho que sim, ele é bom e gentil, cuidava de mim quando eu era pequena.
— Espere um pouquinho aí. Ele era sua babá?
— Sim, mais ou menos. Disse-me que trabalhava no palácio, que conheceu meus pais.
— Por isso tanto me admira seu cavalheirismo... A onde o conheceu?
— No Vale da Luz, depois de... — pausa a voz, lembrando-se da discussão com Po. —quando eu estava treinando.
— Ele é muito bonito... — diz com certa malicia na voz.
Ela teve um sorriso curto, o motivo não foi a afirmação, e sim o modo como fez. Mesmo nos momento difíceis a amiga a faz sorrir.
É impossível explicar a origem verdadeira de sua tristeza, é de fato por causa do panda, mas dar a razão a sua existência é que incomoda. Seria certo julgar o que ele fez? O julgamento é prestar contas por ações que fazemos. Diz-nos que somos responsáveis. Gostaria de perdoá-lo, mas a mente quando discorda com o coração é difícil mudar.
De repente sua fisionomia muda, olha ao redor procurando a origem do barulho que escuta, mentalmente confirma que é o exercito de Mirume, volta-se a Víbora, na qual a mira preocupada. Presenteia-lhe com outro sorriso, como se o gesto dissesse que tudo vai ficar bem. Estando de pé, desce os cinco degraus da escada, contudo refaz o caminho, lembra-se do que aprendeu com Shifu no jogo de xadrez: faça uma estratégia e assim surpreenda o inimigo.
— Víbora diga aos outros que eles estão se aproximando, peça que fiquem a alerta, e só atacarem se for realmente necessário. — instrui a serpente.
— Mas e você?
Os olhos dela se fixam com tanta intensidade que esse olhar é capaz de fazê-la agradecer devido à preocupação.
— Ficarei bem.
E assim a serpente saiu de sua presença.
Tigresa fica ali imóvel, respirando leve, sem ódio, sem amor, teve uma expressão de resignado de mau humor, quando o cheiro forte pólvora invade as narinas, lembra-se de Gongmen, respira profundamente, escuta o som da porta da hospedaria abrindo-se num baque, não é preciso adivinhar quem é, pois só existe um que come antes de uma luta, mantém a mesma postura, o panda aproxima-se ficando ao seu lado esquerdo, nota olhar fixando a ela.
— Tigresa...
— Mantenha a postura panda. — o interrompe, antes mesmo de continuar a falar.
De momento ele não encontra nada que dizer. Olha para ela pensativo e em seguida diz:
— Qual é o plano? Quer tentar um combate de frente?
— Talvez. — responde.
— Talvez?
— Talvez.
Nesse ponto se fez um silêncio.
— Eu queria... — Movimenta a cabeça para frente e começa a falar em voz mais baixa. — Escute: Sei que te magoei... — pausa a voz, lembrando-se da conversa com Daisuki. —Sinto muito por isso.
— Sente muito? Oh eu deveria agora me jogar em seus braços? Ou lhe beijar? — questiona num tom vago, impessoal, que se reserva para suas mais venosas frases.
Po vê que humor de Tigresa havia, claramente, mudado. Certamente para dissimular tal alteração, ela dá dois passos a frente.
— Existe um panda... — começa ele. — Sua vida era a mesma chatice de sempre, cozinhar e cuidar do restaurante de seu pai, mas um dia quando foi pegar algumas raízes e cogumelos do alto de um morro...
A felina franze a testa, onde ele queria chegar contando sua vida em terceira “pessoa.”
—... Ele a viu. A tigresa fêmea mais linda que já viu. Ela lutava contra um enorme e feio javali, de primeira ele ficou impressionado pelo kung fu, depois ela.
Ela gira a cabeça. A primeira coisa que vê é seus olhos. Os olhos que a completam com sinceridade. Sustenta a mesma expressão, vê-se absolutamente sereno, como se houvesse deixado levar por próprios pensamentos.
— Aquela tigresa tinha algo de especial, isso o panda sabia. Admirou por anos, como um fã admira seu ídolo, todavia no dia da escolha do dragão guerreiro o destino resolveu brincar um pouco, ao contrário do que todos pensavam, Oogway escolheu o panda, o qual caiu do céu na frente da tigresa.
Continua a mirá-lo, com as orbitas oculares paradas, quem a visse pensaria que ela olha as estrelas pela janela. Porém, em verdade, olha, sim, para dentro de si, para as suas recordações de muitos anos.
— Ele fez de tudo par ser o melhor dragão guerreiro, mas foi um completo idiota. Só no momento que derrotou Tai Lung, no instante que a viu com aquele sorriso que transbordava respeito, soube que ela seria sua melhor amiga.
Po teve um sorriso lento. Respira penosamente, de boca aberta. E volta o rosto para o outro lado. Aperta os olhos que se foram se reduzindo, concentrados ao solo.
— Mais do que tudo nessa vida, ele quer ser amiga dela, quer pedir perdão o que fez e o que fará no futuro. Além do que sente de amor, é admiração, fraternidade... Todos os sentimentos possíveis. Por isso o panda perde perdão. — Volta-se a ela. — Eu peço perdão.
Tigresa hesita. Não sabe o que dizer. É aquele momento em que o amor e a dor se abraçam. Alheia a que acontece ao redor, mergulhada na noite, a brisa fresca roçando em sua pele, como se procurando a intimidar. O que diria? O que realmente há em perdoar? Perdoar o que exatamente? A traição ou a própria mente? Questões quais não cabem neste instante.
— Eu... — começa com a voz falha e baixa.
Não pode continuar a balbuciar, pois um estrondo a interrompe. Ambos surpresos, com o olhar vão em direção ao som: felinos aproximam, derrubando árvores, sem importar o que vêem a frente, canhões, sendo empurrados em tipos de carrinhos de madeira, fazem parte do espetáculo. Parece que a noite se torna mais escura e densa.
Fixa as miradas aquele ponto. Deduzem que é o exercito de Mirume. É chegada à hora.
Daisuki acompanhado dos outros mestres chegam logo depois, assim como o urso e a felina, sustentam o mesmo semblante de surpresa e receio. É como reviver a luta em Gongmen, contra todos aqueles lobos.
— Eles são dezenas. — afirma Louva-a-deus, há medo em seu tom de voz.
— Estes são apenas uma parcela dos soldados da rainha. — diz o guepardo. Aproxima-se ao lado esquerdo de Tigresa. — Princesa está certa disso? Quer mesmo enfrentá-los?
— Sim.
Compreende que nada faria a mudar de ideia, que qualquer coisa que diga carecia de sentido agora. Só tem que protegê-la, apenas isso.
Não demora muito para os felídeos estarem a uma distância razoável aos mestres. Cada um deles sustentando um semblante sério, como se esperassem alguma ordem ou algo. Fez-se o silêncio, só o ruído do vento interrompe de vez em tempo, os mestres do palácio de jade têm a postura inicial de um combate.
Com passos medidos, um leão de porte grande, anda até os três guerreiros, os quais estão poucos metros de distância, no caminho arrasta a ponta da espada ao solo, a armadura negra faz barulho á medida que se aproxima. O sorriso aos lábios é quase diabólico, isso traz certa irritação a Tigresa, assemelha-se ao de Lorde Shen. Estando perto o suficiente começa a balbuciar:
— Vejamos que temos aqui. — Coça o queixo, analisando com petulância a felina entre os dois machos. Um olhar que a devora, como se o gesto não fosse suficiente, lambe os lábio inferior vagarosamente. — Tu és irmã de Mirume? — a pergunta tem o tom de afirmação. —É bem semelhante a ela, claro, tirando seu corpo, cujo não é volumoso ao dela. — destila em malicioso e irônico.
— Cale a boca. — ordena à felina, o leão ri um riso de incredulidade.
— Vossemecê é bem bravinha não? Mas vou poupar tua vida, gosto de fêmeas assim... Além de que a rainha quer você viva... Para facilitar meu trabalho tu podes simplesmente se render e entregar o colar, ou cabeças decepadas vão rolar...
Ela não o responde de imediato, analisa a situação. Estão em minoria, os felinos possuem canhões, cuja Tigresa gostaria de saber como conseguiram, lembra-se que ela e seus amigos destruíram todos na batalha em Gongmen, eles tem a vantagem, todavia não poderia se render, é isso que Mirume quer, deve ganhar tempo. Abaixa a mirada a Louva-a-deus, esse percebendo franze a testa confuso. Com um gesto com os olhos, deduz o que a líder quer.
— Você é um dos capachos da rainha? — questiona num tom indiferente, após fixar os olhos ao felino. — Aqueles machos que fazem de tudo por sua milady... — a sarcasmo e sua voz. Trazendo atenção de todos os presentes.
— Certamente que sim... Gatinha...
Houve a surpresa entre todos ali presentes, exceto os soldados, esses continuam com a mesma fisionomia, séria.
— A única gatinha que estou vendo aqui, está na minha frente, e pelo cheiro, usa bastante condicionador na juba. — afirma ela, rindo para si mesma.
Se antes os guerreiros de Mirume mantiveram o mesmo semblante, desta vez não foi possível, com o termino da fala proferida por Tigresa, cada um deles deixa escapar risadas baixas, com isso o leão teve o ego abalado, entretanto mantém a postura, jamais deixaria uma fêmea denigrá-lo.
— Eu parabenizo vossemecê — bate as patas, parecendo tão deslumbrado como uma criança no natal — pelo comentário, mas devemos ir logo... Quem sabe depois conversamos melhor — Há malicia no seu tom de voz — Depois do combate? Ou fazemos nosso próprio? Não tão violento, contudo selvagem? — sorri.
À medida que Po vê este felídeo, uma raiva brota de seu peito. Tem mais de um metro e sessenta de altura e, como é extremamente forte, parece ser muito mais alto. Os olhos castanhos escuros agudos e penetrantes, e o focinho em forma de “c” para cima. O queixo de formato redondo.
“A sua ignorância é tão extraordinária quanto o seu senso de sarcasmo.” — pensa Po.
— Até poderia... Se na minha frente estivesse um macho de verdade. — diz com a voz mais suave, enquanto olha para as próprias garras distraidamente. São escutadas outras risadas.
— Quem seria? — questiona, é nítida a alteração do tom de voz. — O panda?
— Sim. — responde Po involuntariamente. — Ei, o quê? Espera.
O olhar vão em direção a o urso, no qual tem um leve rubor nas bochechas. Tigresa revira os olhos e volta-se ao leão, depois até o inseto verde sobre um dos canhões, sorri levemente.
— Artilheiros apontem. — ordena o felino de peito estufado, visivelmente zangado.
Os mestres olham para a mestra listrada, ela mantém a mesma postura, com um ar de indiferença, que, nas circunstâncias, parece inapropriado.
— Princesa o que está fazendo? — questiona Daisuki, ao ouvido dela.
— Distração. — responde.
Um dos artilheiros prepara-se para acender o canhão, no entanto as estender o braço, sente um ligeiro desconforto na região, em seguida caí ao solo, atentos o que aconteceu, os outros fizeram a mesma ação, com o mesmo resultado. Alheio o que acontece, o líder volta-se aos felinos caídos e depois aos de pés, esses com os semblantes confusos. Tendo a felina novamente a vista, ele nota o sorriso nos seus lábios, como se isso fosse o gesto para iniciar a batalha, ordena que os machos ataquem.
Dez tigres pulam a frente dele, e tomam a postura, contudo após breves segundos caem do mesmo modo do que os companheiros.
— Eles estão precisando comer mais bolinhos de feijão. — comenta o panda.
O guepardo olha para os tigres caídos, em seguida ao mestre verde perto dos canhões, então percebe o que está acontecendo. Louva-a-deus está usando os toques paralisantes.
— Boa estratégia milady. — sorri para a felina, ela retribuí.
— Ataquem! — grita a mestra.
Víbora e Macaco são os primeiros a acatar a ordem. Ambos em sincronia fazem ataques em dupla, assim derrubando alguns felinos.
Garça levanta voou e, com o golpe que se intitula: “Asas da justiça” Direcionam vento aos soldados, os quais são levados, fazendo-os bateram nos troncos de arvores.
Po vai em direção a duas panteras negras, pisa no pé de uma deles, e abaixa-se, quando o outro tenta lhe dá um soco, fazendo-o deferir ao amigo que caí, aproveitando a chance aperta o nervo da curva do pescoço do felino. Mais duas panteras o ataca. Pisa na cauda do mais alto que solta um “miau” de dor, e em seguida lhe dá um soco no estômago, enquanto com o mais baixo, golpeia de trás, e o faz “dormir.”
Sorri de maneira vitoriosa, corre em direção a Daisuki para ajudá-lo, percebe que o mesmo não necessita, pois luta com destreza e habilidade. Certamente quando tudo estiver terminado, adoraria receber dicas dele, principalmente ao manejar uma espada.
Está prestes a recomeçar o combate, quando o amigo de visão mais aguçada, exclama e aponta rapidamente para uma onça, o qual irá atacar o urso. Diante dessa visão, abre um espaçaste perfeito, derrubando dois felinos e, com a espada lança a onça, essa desvia. O urso agora atento golpeia o soldado, em seguida agradece Daisuki.
Avançam rápidos, com a segurança e a destreza de lutadores experientes. Se Louva-a-deus não tivesse acabado com os artilheiros, certamente teriam um problema. Balas de canhões não são fáceis de desviar; a batalha contra Lorde Shen é a prova disso.
O líder do exercito, enfrenta a felina. Se antes havia subjugado, agora é diferente, um oponente a altura, uma fêmea que não se importa com o tamanho de seu adversário, aquela que sabe lutar como uma verdadeira guerreira. Aprecia esse tipo, mesmo recebendo chutes e socos, é uma atração, não se considera masoquista, define: divertido, encantador e charmoso. Todavia deve ter concentração, é uma peleja contra a princesa do Vale da Sombra, a segunda herdeira do trono, se tornar vitorioso é essencial, além do orgulho é o seu ego em disputa.
A princípio, essa pugna, foi interessante, no entanto o cansaço lhe fez presente, ela não se renderia facilmente. Com um gesto ameaçador, usa a vantagem de ser mais forte a empurrando contra o solo, tendo sua guarda baixa, ela grunhiu de raiva, ele aperta suas patas ao solo, as garras afiadas cravam ao pulso. A felina tenta deixar seu aperto, em vão.
— Pensei que a filha dos reis da sombra, seria mais forte. — afirma com a voz mais suave, aproximando o rosto ao dela.
— É melhor me soltar... — responde rispidamente.
— Vossemecê fará o que para impedir? — pergunta com um relance de olhos um tanto malicioso. — Tu és igualzinha a sua irmã... — a face na curva do pescoço, fascinado com a fragrância da mesma. — Apenas o tamanho e a personalidades são diferentes. — acrescenta, por fim a vê diretamente aos olhos.
— Me solta! — grita. Usando as pernas para deferir chutes, contudo são imobilizadas por ele.
— Calma gatinha. — pede.
Os olhos dela demonstravam a raiva, naquele momento não é pavor ou dor, é um tipo de fúria, que cresce do coração e envolve a mente, aquele leão acaricia de forma suja, como se fosse um prêmio a ser ganho, sente o desconforto, o nojo. O quer morto. Jamais deixaria alguém lhe tocar sem permissão, sendo a guerreira que é, é como assinar a sentença da morte. Quando ele beija-lhe a bochecha, experimenta a sensação de energia fluir de suas patas até o estômago, é igual a que teve com Po ao vê-lo beijar Song.
De repente a aura negra se torna mais intensa, o felino levanta o rosto a fim de ver o que acontece, o medo surge ao ter os olhos antes âmbar, agora negros, encarando-o, como se estivesse possuída, decide solta-la, contudo é ela que o agarra desta vez, há algo sombrio, as garras cravam com dor em seus pulsos, causa-lhe feridas e, dor.
— Ei gatinha o que é isso? — a pergunta saiu falha.
Não é a aura real, é o poder do yin.
O urso nota de longe a cena, antes que possa ajudá-la, sente dor na cabeça, pisca algumas vezes, após a súbita enxaqueca sumir. Suas pernas tremem. Confuso desvia a mirada para baixo, pedrinhas aos arredores acompanham o mesmo ritmo, é outro tremor de terra. Daisuki aproxima-se dele, diferindo socos em alguns tigres.
Ambos surpresos e com receio, supõem que é Tigresa, em disparada correm até ela. O tremor de terra se torna mais intenso, assemelha-se a um terremoto.
— O que é isso? — indaga Macaco, o qual faz uma chave de braço em um guepardo.
— Parece um terremoto... — diz Louva-a-deus.
— Novamente? Já não temos problemas de mais não? — Solta o felino, esse caí desacordado.
Os olhos vazios e sem vida fitando-o, na face rígida a expressão de horror e, de ódio, como jamais haviam visto. Essa contorção malévola e terrível. Existe morte num aspecto medonho.
— Ei, gatinha, me solta.
Tão sinistra é a impressão que a face dela produz que acha difícil sentir outra coisa a não ser medo. Se algum dia feições assim revelou algo maligno, o sujeito que presenciou estaria morto.
O desespero lhe toma conta ao sentir formigamento nos antebraços, é algo que vai lhe consumindo, como se estivesse em chamas. Essa região vai se tornando escura, da cor da escuridão. Grita e balança-se, a felina tem um sorriso malicioso e a face impetuosa. Adquire uma força capaz de prendê-lo.
De longe seus amigos presenciam a cena, até mesmos os soldados de Mirume interrompem a batalha a fim de observar, de vez em tempo equilibrando-se nos companheiros, devido o terremoto que acontece.
Tão assustado fica o panda com essa visão que corre em direção a ela, são agonizantes os gritos do leão. Estando perto dela, percebe a face sombria aberta em iniquidade, um riso nervoso a sacudia, os olhos fixos ao do felino, vê o terror. Estende a pata dando alguns passos.
— Tigresa... Solte-o... — Ela não responde, ou não escuta. — Ti, sou eu Po, solte-o, você não é má, eu sei... — Um grito mais intenso do soldado, fez o panda apressar-se nas palavras. — Você não quer decepcionar seus pais, amigos... — O quebrar de ossos e o grito grave, o assusta. — Okay, okay... E o Mestre Shifu hen? Você não quer decepcionar seu mestre, ou quer?
Devagar, os olhos da mestra listrada se acostumam com as sombras profundas, contudo uma leve luminosidade que se reflete de alguém a seu lado. Vira-se abruptamente para esquerda e levanta a cabeça, acima uma fisionomia avantajada, não consegue identificá-lo, somente o negrume. O ar pesado e opressivo.
— Sou eu o Po...
Ao contrário do que imaginou, dizer quem é a torna mais agressiva.
Recua dois passos atrás, devido o seu rosnado
— Pessoal, é melhor alguém ajudar o Po... — sugere Macaco.
— Já que se ofereceu Macaco, vai você. — diz Louva-a-deus com sarcasmo.
De repente um golpe na sua cabeça, caí ao solo, libertando o leão, desesperado mira as próprias patas e braços, há sangue misturado com a energia negra, que vai se dissipando lentamente. Levanta-se, não sente os membros. De soslaio olha para o salvador, cujo com um tronco de árvore golpeou a mestra, agradece mentalmente, pois é orgulhoso de mais.
— Você a leve. — ordena, apontando para um individuo forte, que caminhava devagar pelo outro lado. — Os outros recuar! — grita.
Perde o equilíbrio por breves segundos, até o tremor cessar, dispunha a fugir, todavia Po o impede, enquanto Daisuki está perto da felina.
— Se você acha que irá assim... Nem pense nisso.
— Sério? — indaga com um relance de olhos um tanto ameaçador para ele. — Prefere morrer panda? — Apesar da quase morte, ainda mantém sua arrogância.
— Sim... Mas eu prefiro viver...
— O que dirá aqueles?
Confuso franze a testa, quando o leão aponta para a hospedaria, teve uma fração de segundos para entender, volta-se rapidamente para um artilheiro, o único que não foi paralisado, antes de fazer qualquer coisa, a bola negra, seguida por uma cauda de cor branca e vermelha, vai à disparada contra a hospedaria. A explosão, depois um baque na cabeça e por fim alguém gritando seu nome.


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Notas finais do capítulo

De todos os acontecimentos, o que deixou você mais chocado ou interessado? Responda-me e deixa-me feliz, criticas são bem-vindas, assim como vocês leitores fantasmas.