Amanheceu rápido. Coloquei um vestido rodado, que era justo na cintura - ficava na metade das coxas. Na cor rosa bebê.

Desci pelas escadas, Sally estava tomando café. Logicamente não era comida de verdade, afinal ela era um espirito. Jeffrey me viu e desviou o olhar rapidamente. Talvez ele estivesse constrangido da noite anterior. Slender estava sentado em uma das cadeiras, ele e Jeff pareciam estar bravos um com o outro. Nem imagino o porque.

– Bom dia. - Eu disse.

– Bom dia. - Sally respondeu.

Slender e Jeff não falaram nada. Eu sentei ao lado de Sally. E sussurrei a sua orelha:

– Você sabe o que aconteceu com esses dois?

– Não, mas por algum motivo o tio Slender não fala mais com o tio Jeff. - Ela sussurrou de volta.

Outras criaturas circulavam pela casa. Eu estava tão curiosa com o que tinha acontecido entre o Slender e o Jeff que eu não ia falar com as criaturas agora, ia descobrir o que aconteceu primeiro.

Um garoto me encarava, ele era loiro, usando roupas medievais, creio eu. A parte superior da roupa era verde. Quando eu olhei ele retribuiu com um sorriso torto. Seus olhos eram escuros. Sem vida.

Meus olhos ficaram igual aos dele, ele ficou surpreso. Eu dei um sorriso macabro. E meus olhos voltaram ao seu normal.

Depois disso eu vi Slender e Jeff saindo pela porta principal, para o lado de fora, juntos.

Imediatamente fui até uma janela, e os vi, eles caminhavam para a floresta. Eu os segui. Eles pararam e começaram a conversar:

– Escuta aqui, a culpa não é minha! - Pela voz parecia Jeff.

– Cala essa boca, eu não quero saber de quem é a culpa. Só não chegue mais perto dela. Você não sabe com quem está mexendo, ela pode simplesmente arrancar sua alma.

– Foi você que deixou ela ficar.

– Só porque Sally gostou dela.

Eles estavam falando de mim. Deu para perceber. Mas eu continuei a escutar, só para ter certeza.

– Sei... Aposto que você também gostou dela.

– Acho que está falando de si mesmo.

– Você não sabe de nada, Slender!

– Sei que ela o beijou por piedade.

Por um instante a floresta ficou silenciosa. Jeff estava com uma cara de quem iria matar. Eu voltei para a casa, o garoto loiro me encarava de novo, desta vez estava sentado ao lado de Sally, no sofá, ela olhava televisão.

– Bem vinda. - O garoto disse.

– E você... É quem? - Eu disse asperamente.

– Ben... - Ele só disse isso.