A casa dos monstros escrita por Annie Bianchi


Capítulo 7
Capítulo 7 - Uma noite com Jeffrey


Notas iniciais do capítulo

Charlotte percebe que Jeffrey não é tão ruim e grosso quanto ela pensava, parece que tem algo de humano nele, além do corpo.



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– Tio Jeff a senhorita Charlotte pode passar a noite aqui? - Sally estava toda sorridente.

– Porque está me perguntando? Eu não tenho nada a ver com isso. - Ele desviava o olhar para mim, fazendo a tipica cara de nervosinho.

– Você é sempre grosso, ou prefere ser assim só com as garotas? - Eu perguntei dando um sorriso torto.

– Não sei o que você viu nela, Sally. - Ele resmungou.

– Você não vê, Tio Jeff? Ela é bonita, inteligente, educada, parece uma princesa.

– Educada? - Ele revirou os olhos.

– Obrigada, Sally. Se eu não incomodar gostaria de ficar.

– Se não tiver um quarto ela pode dormir comigo. - Sally saltitava, com aquele ursinho nas mãos.

– Seria uma honra, jovem dama. - Eu sorri.

Jeffrey revirou os olhos. Acho que ele me odeia. Não é como eu ligasse para isso. Ele não seria o primeiro a me odiar. Ou talvez eu ligasse, não sei dizer.

Tinha mais de um quarto disponível. Dormi no quarto do segundo andar, do lado do quarto de Jeffrey. De madrugada eu estava caminhando pela casa, analisando o local. Eu esta de camisola, ela era curta, mas cobria todo o meu quadril - preta com um laço pequeno e vermelho no centro. A camisola era justa nos seios, e depois seguia rodada.

Não estava tentando seduzir ninguém, na verdade estava me sentindo na minha própria casa, por isso me senti tão a vontade. Andei até um tipo de sótão. Era bem escuro, mas como já era de manhã dava para se ver a luz de uma pequena janela. Não tinha muita coisa no sótão, só algumas coisas velhas.

– O que você faz aqui? E v-vestida assim... - Gaguejou.

Olhei para o lado, era Jeffrey.

– Estava só dando uma olhada, Jeffrey.

– Me chame de Jeff. Pode olhar o que quiser, mas bem podia vestir algo mais decente.

– Isso está indecente aos seus olhos?

– Claro, quase da pra ver sua bunda e esse decote é enorme.

– Você é gay?

– Claro que não!

– Então não reclame.

Eu não me importava com isso, como se ele já não soubesse como era um corpo nu. Francamente. Tinha que fazer tanto drama.

– Mas... - Ele tirou o moletom branco e colocou em mim.

Olhando ele sem moletom, apenas de regata, dava pra ver que ele tinha braços fortes. Eu tirei o moletom de mim.

– Não entendi porque insiste em me cobrir. Estou te excitando e você está com vergonha? - Eu coloquei um pouco de sarcasmo no tom da minha voz.

Mesmo na escuridão eu pude ver sua pele branca ficando levemente rosada nas bochechas. Sera que eu estou mesmo o deixando sem graça? Ou vai dizer que ele é virgem. Ta certo que ele teve um surto psicológico, mas...

– Cala a boca! - Ele virou de costas pra mim.

– Ah eu não acredito. Você é virgem! - Eu fiz uma expressão de surpresa.

– E-Eu disse pra calar a boca! - Ele se virou rapidamente para mim, estava na cor de uma pimenta.

Eu não queria rir, seria maldade. Não que eu fosse rir da sua virgindade, mas eu queria rir da sua reação. Estava tão engraçado. Mas eu me segurei, encarei as paredes para segurar o riso.

– Sou um assassino, assassinos não precisam fazer sexo. - Ele falou serio, mas parecia sem graça.

– Mas você já beijou alguém, certo?

– ...

Arregalei os olhos. Se não fosse o sangue que ele já havia derramado eu poderia o chamar de inocente.

– Não é como seu eu quisesse saber a sensação. - Ele resmungou.

É só algo físico, mas é uma necessidade dos humanos. Eu o puxei pela regata e dei um beijo em sua boca, mesmo ele tendo se cortado dos lado ele ainda tinha lábios bonitos, e macios. Soltei sua regata e me afastei. Ele estava muito surpreso.

– Agora já sabe a sensação. - Eu achei que era muito triste um homem nunca ter beijado, ele deve ter em torno de uns vinte e cinco anos.

Eu ia andando para porta, antes que eu pudesse por a mão na maçaneta, ele colocou a mão na porta. Eu fiquei parada, de costas para ele. Ele me abraçou. Fiquei surpresa. Muito surpresa. Sera que eu amoleci o coração do nervosinho? Ele me soltou e se afastou. Eu abri a porta e sai. Nem olhei para trás. Quando desci para o segundo andar. Voltei ao quarto e me deitei na cama.


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